Entendo que não. O poder constituinte originário é, por definição, um poder soberano e irrestrito, sem qualquer vinculação ou limitação com a ordem constitucional que o precede; diferentemente, os poderes constituintes reformador, revisor e decorrente sempre precisam obedecer o comando constitucional primordial, originário - não por outro motivo podemos ter controle de constitucionalidade sobre emendas à constituição (poder reformador), controle de constitucionalidade sobre o processo constitucional revisor, ou mesmo controle de constitucionalidade sobre constituições estaduais que eventualmente ultrapassem os limites estipulados pela Constituição Federal. Assim, não seria possível confundir ou mesclar estes conceitos, uma vez que o poder constituinte originário é fundamento e parâmetro para os poderes reformador, revisor e decorrente, sempre atrelados aos seus ditames e limites.
Não. O poder constituinte originário é aquele que cria a primeira ou nova Constituição do Estado, partindo do zero, por isso o termo original, sendo assim é inicial, autônomo, ilimitado, incondicionado, quase não tem regras a seguir salvo a vedação ao retrocesso no que diz respeito aos Direitos Humanos. Ele só ocorre uma vez até o surgimento de uma nova Constituição. Depois da criação da Constituição as normas passam a ter que seguir os parâmetros impostos por ela e deixam de ser originais, se tornando limitados e condicionados às nomas já existentes. Então para complementar uma matéria que a CF tratou de maneira vaga, reformar ou revisar surgem estes novos poderes, reformados, revisor ou decorrente.
O Poder Constituinte é aquele capaz de editar uma Constituição, estabelecendo uma organização jurídica fundamental, dando forma ao Estado, constituindo poderes e criando normas de exercício de governo, tal qual o estabelecimento de seus órgãos fundamentais, os limites da sua ação e as bases do ordenamento econômico e social.
O titular desse poder é o Povo, representados por um órgão colegiado (Assembleia Constituinte). A legitimação destes é a representação da democracia de um Estado soberano, onde a premissa do ubi societas e ibi ius encontram-se límpidas na forma de criação de um Estado.
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Direito Constitucional I
•Anhanguera
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