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Uma mulher de 43 anos de idade apresenta-se a seu médico com queixa principal de fadiga.

Ela explica que foi promovida a gerente na empresa há aproximadamente 8 meses. Embora a promoção tenha sido desejada e acompanhada de um aumento significativo de salário, a paciente informa que precisou se afastar do escritório e dos colegas, de quem gostava muito, por um período de 15 dias, devido ao grande aumento da responsabilidade com o cargo assumido. A paciente relata que, nessas últimas 7 semanas, passou a acordar todas as noites às 3 horas da madrugada, apresentando dificuldade para voltar a dormir. Além disso, não está se alimentando bem e perdeu peso nos últimos 3 meses. Relata ainda que está se sentindo tão estressada que acaba chorando e, com frequência, alega estar doente. Quando volta para casa, percebe que está menos motivada com as tarefas domésticas e sem motivação, interesse ou energia para procurar atividades recreativas que outrora gostava de praticar, como caminhadas e ioga. Ela se descreve como uma pessoa “cronicamente infeliz e preocupada o tempo todo”. Sua história clínica inclui uso de medicamentos analgésicos, tramadol e meperidina para o controle de dor cervical crônica decorrente de acidente automobilístico. Além disso, está tomando hidroclorotiazida e propranolol para a hipertensão. A paciente tem história de um episódio depressivo após divórcio, o qual foi tratado com sucesso com fluoxetina. Seus exames de sangue, como hemograma completo e função da tireoide, são normais. Um teste sorológico de gravidez deu negativo. A paciente é diagnosticada com depressão maior e, além de encaminhá-la para psicoterapia, o médico inicia o uso de fluoxetina.


a) A paciente questiona por qual modo de ação a fluoxetina apresenta efeito antidepressivo e quais os efeitos colaterais do uso da medicação. Como você responderia a ela?


b) A paciente também demonstra preocupação quanto ao uso de fluoxetina concomitante com o uso dos analgésicos que ela usa para a dor na coluna, bem como com os anti-hipertensivos. Existe alguma contraindicação para o uso desses medicamentos ao mesmo tempo? Explique.


c) Considerando o potencial de interações medicamentosas envolvendo o uso da fluoxetina nesse caso, a amitriptilina, um antidepressivo tricíclico, poderia ser uma alternativa de prescrição?

💡 5 Respostas

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Gabriel Dias

a) A fluoxetina exerce seu efeito antidepressivo mediante a inibição da recaptação neuronal de serotonina no terminal nervoso pré-juncional, promovendo, desse modo, o aumento dos níveis de serotonina no sistema nervoso central (SNC).Os efeitos colaterais mais comuns decorrentes do uso da fluoxetina incluem cefaleia, náuseas, agitação, insônia e transtornos sexuais (perda de libido e disfunção erétil).b) Sim. A fluoxetina, o protótipo dos ISRSs, apresenta diversas interações farmacocinéticas e farmacodinâmicas. A fluoxetina é um inibidor da CYP450 2D6 e, portanto, pode inibir o metabolismo do propranolol e de outros β-bloqueadores, de analgésicos opioides como tramadol, metadona, codeína e oxicodona, e de muitos outros fármacos. Essa inibição do metabolismo pode resultar em níveis plasmáticos bem mais altos do fármaco administrado concomitantemente, levando ao aumento das reações adversas associadas ao fármaco. A combinação de tramadol com fluoxetina tem sido associada, em certas ocasiões, a uma síndrome serotoninérgica caracterizada por diaforese, instabilidade autônoma, mioclonia, convulsões e coma.c) A vantagem farmacológica do uso da fluoxetina (ISRS) se comparado ao uso da amitriptilina, que é um antidepressivo tricíclico, está principalmente na ausência de efeitos adversos cardiovasculares e autonômicos periféricos, tais como boca seca, visão turva e retenção urinária. Além disso, ao contrário dos antidepressivos tricíclicos (ADTs), que têm múltiplos efeitos graves e potencialmente fatais em superdose, os ISRSs têm relativamente poucos efeitos tóxicos graves e muito baixo potencial de fatalidade em caso de superdose.
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Carolina Souza

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a) a) A fluoxetina exerce seu efeito antidepressivo mediante a inibição da recaptação neuronal de serotonina no terminal nervoso pré-juncional, promovendo, desse modo, o aumento dos níveis de serotonina no sistema nervoso central (SNC).

Os efeitos colaterais mais comuns decorrentes do uso da fluoxetina incluem cefaleia, náuseas, agitação, insônia e transtornos sexuais (perda de libido e disfunção erétil).

b) Sim. A fluoxetina, o protótipo dos ISRSs, apresenta diversas interações farmacocinéticas e farmacodinâmicas. A fluoxetina é um inibidor da CYP450 2D6 e, portanto, pode inibir o metabolismo do propranolol e de outros β-bloqueadores, de analgésicos opioides como tramadol, metadona, codeína e oxicodona, e de muitos outros fármacos. Essa inibição do metabolismo pode resultar em níveis plasmáticos bem mais altos do fármaco administrado concomitantemente, levando ao aumento das reações adversas associadas ao fármaco. A combinação de tramadol com fluoxetina tem sido associada, em certas ocasiões, a uma síndrome serotoninérgica caracterizada por diaforese, instabilidade autônoma, mioclonia, convulsões e coma.

c) A vantagem farmacológica do uso da fluoxetina (ISRS) se comparado ao uso da amitriptilina, que é um antidepressivo tricíclico, está principalmente na ausência de efeitos adversos cardiovasculares e autonômicos periféricos, tais como boca seca, visão turva e retenção urinária. Além disso, ao contrário dos antidepressivos tricíclicos (ADTs), que têm múltiplos efeitos graves e potencialmente fatais em superdose, os ISRSs têm relativamente poucos efeitos tóxicos graves e muito baixo potencial de fatalidade em caso de superdose.


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amanda

Padrão de resposta esperado

a) A fluoxetina exerce seu efeito antidepressivo mediante a inibição da recaptação neuronal de serotonina no terminal nervoso pré-juncional, promovendo, desse modo, o aumento dos níveis de serotonina no sistema nervoso central (SNC). Os efeitos colaterais mais comuns decorrentes do uso da fluoxetina incluem cefaleia, náuseas, agitação, insônia e transtornos sexuais (perda de libido e disfunção erétil).

b) Sim. A fluoxetina, o protótipo dos ISRSs, apresenta diversas interações farmacocinéticas e farmacodinâmicas. A fluoxetina é um inibidor da CYP450 2D6 e, portanto, pode inibir o metabolismo do propranolol e de outros β-bloqueadores, de analgésicos opioides como tramadol, metadona, codeína e oxicodona, e de muitos outros fármacos. Essa inibição do metabolismo pode resultar em níveis plasmáticos bem mais altos do fármaco administrado concomitantemente, levando ao aumento das reações adversas associadas ao fármaco. A combinação de tramadol com fluoxetina tem sido associada, em certas ocasiões, a uma síndrome serotoninérgica caracterizada por diaforese, instabilidade autônoma, mioclonia, convulsões e coma.

c) A vantagem farmacológica do uso da fluoxetina (ISRS) se comparado ao uso da amitriptilina, que é um antidepressivo tricíclico, está principalmente na ausência de efeitos adversos cardiovasculares e autonômicos periféricos, tais como boca seca, visão turva e retenção urinária. Além disso, ao contrário dos antidepressivos tricíclicos (ADTs), que têm múltiplos efeitos graves e potencialmente fatais em superdose, os ISRSs têm relativamente poucos efeitos tóxicos graves e muito baixo potencial de fatalidade em caso de superdose.

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