A dificuldade em compreender e utilizar os conceitos de alfabetização e letramento ainda é um desafio para muitos educadores. Embora haja, contemporaneamente, uma ampla discussão sobre o assunto em seminários, congressos, artigos, livros, entre outros , é fato que o entendimento acerca da importância e real significado desses dois conceitos ainda incomoda e intriga muitos educadores dentro e fora da academia.
Esse incômodo ocorre tanto durante a formação nos cursos de graduação, nas pós graduações quanto na atuação dentro de sala de aula.
A capacidade em se trabalhar corretamente com esses conceitos na busca por uma educação de qualidade e que prime pela autonomia ainda é alvo de muitas críticas pois é algo que poucos educadores conseguem fazer de forma tranquila e competente.
Para utilizar-se de forma significativa desses conceitos, é necessário que se tenha claro que alfabetização e letramento são intra e interdependentes como diz a autora Magda Soares, ambos caminham juntos, se completam.
Magda Soares em seu livro Alfabetização e Letramento, deixa claro que é preciso letrar alfabetizando e alfabetizar letrando, que o processo deve ser prazeroso e incentivar a autonomia do aluno para que o mesmo possa além de decodificar, fazer uma leitura crítica do mundo e das situações por ele vivenciadas.
Nessa perspectiva, alfabetização seria o processo de decodificação da escrita, ou seja, o ato de saber juntar, letras, silabas, palavras e compreender o seu código e letrar seria o processo de decodificação feito com autonomia, com clareza daquilo que se está lendo, interpretando criticamente os textos e as situações neles colocadas e vivenciadas.
Alfabetizar letrando e letrar alfabetizando é, portanto, o grande desafio daqueles educadores que se propõem a ensinar muito mais do que um código de escrita, que almejam descortinar um mundo de possibilidades de aprendizagens significativas permeadas pela leitura das palavras e dos contextos nos quais estas estão inseridas.
É possível sim que num curso superior existam pessoas analfabetas funcionais, principalmente em regiões menos desenvolvidas pois há um maior número de pessoas que não tiveram uma educação de qualidade. Mas acredito que o "estar analfabeto funcional" é uma condição temporária, pois todos são capazes de aprender e mudar.
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta.
Alfabetização e Letramento
•FAEL
Compartilhar