Qual importância da radiação para os insetos encontrarem as culturas

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Com a exceção de algumas poucas espécies subterrâneas e endoparasitas cegas, a maioria dos insetos tem alguma visão e muitos contam com sistemas visuais altamente desenvolvidos. Os componentes básicos são os fotorreceptores (células sensíveis à luz) e um sistema nervoso (para processar a informação visual). Os sistemas visuais irão diferir principalmente em relação ao poder de resolução da imagem e quanto a sensibilidade à luz (ou nível mínimo de luz no qual o inseto ainda pode enxergar) - já que existem diferentes tipos de estruturas oculares que podem estar presentes em insetos.

Podemos dizer que a visão é a habilidade de perceber padrões espaciais. Os estímulos físicos que definem os padrões podem ser considerados como distribuição espaço-temporal do fluxo de fótons, que difere em energia total e composição de frequência. Portanto, fornece as dicas visuais de cores, brilho (intensidade de luz refletida percebida), matiz (comprimento de onda dominante da luz refletida) e saturação (pureza espectral da luz refletida). A distribuição espacial do fluxo de fótons fornece informações sobre forma, tamanho, distância e movimento. É preciso tomar cuidado aqui também, pois generalizar distâncias a partir da escala humana não é apropriado para um animal tão pequeno como um inseto.

Os padrões visuais dependem da natureza da superfície vista, do fundo ótico, do iluminante (fonte de luz), do ângulo e da sensibilidade do observador. Como um processo ativo e complexo, a visão depende não apenas de eventos em todo o campo visual, mas também de padrões expectativa no próprio sistema de processamento visual (alguns são estabelecidos por meio de experiência visual anterior).

Existe uma associação evolutiva entre insetos e plantas (não apenas os fitófagos encontrando seus hospedeiros, mas entre polinizadores também). A qualidade da energia emitida pelo sol contém uma ampla banda de frequências da qual os insetos utilizam para a detecção visual de plantas e outros objetos. O espectro de energia eletromagnética perceptível aos insetos por meio de receptores oculares inclui largura de banda que vai de 300 nm (menor que isso é prejudicial para os animais de maneira geral) até 750 nm (que apesar de possuir pouca energia para provocar resposta química em pigmentos fotorreceptores pode ser percebida por alguns poucos insetos, inclusive energia infravermelha - além de 750 nm). Aqui cabe uma ressalva, já que essa detecção e a orientação nem sempre são realizadas pelo olfato ou visão, mas pela detecção de radiação infravermelha (IR) por sensilas localizadas em órgãos em fossetas. Assim, alguns insetos podem se mover em direção de coisas mais quentes, como estróbilos de algumas sementes de coníferas da América do Norte - que ficam até 15°C mais quentes do que acículas ao redor.

Um inseto pode receber não apenas luz de cima, mas também luz refletida do solo ou da vegetação circundante. Um inseto que está no dossel de uma planta também está exposto à radiação transmitida pela folhagem. Neste caso, por causa das propriedades de absorção de luz dos pigmentos vegetais, a radiação incidente tende a ser mais rica em energia na porção verde para vermelha do espectro, e mais pobre no azul, do que a radiação direta vinda por cima dele.

São três propriedades principais de plantas individuais (ou de suas partes componentes) que podem servir como pistas visais para os insetos forrageiros: (1) qualidade espectral, (2) dimensões e (3) padrão. As propriedades de absorção da clorofila é responsável pela tonalidade de refletância-transmitância foliar dominante de 500-580 nm (pico em 550nm, com cerca de 20% do pico a 350 nm e 60% a 650 nm). Os carotenos absorvem ao máximo no azul e são os pigmentos responsáveis pela aparência amarela a vermelha (para humanos) de folhas estressadas (Nitrogênio) e em processo de envelhecimento. A refletância espectral de substratos nos quais as plantas crescem pode contrastar fortemente com as propriedades de transmissão de refletância das plantas. Assim, as curvas de refletância do solo aumentam linearmente de uma quantidade muito baixo no ultravioleta para um pico no vermelho. As dimensões e padrões das plantas, por outro lado, são muito mais variáveis entre as espécies do que a qualidade espectral difusa da folhagem. Mesmo dentro de uma espécie, pode haver ampla variação durante os estágios sucessivos de crescimento de uma pequena muda até uma planta madura com estruturas reprodutivas associadas.

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A radiação solar ou do substrato também é importante para a termorregulação comportamental dos insetos (ectotermia). Como meios de resfriamento, pode-se incluir o comportamento de busca por áreas sombreadas, tais como micro-hábitats mais frescos ou orientações variadas nas plantas. A exposição à luz solar também é outro tipo de comportamento, mas com objetivo oposto ao citado anteriormente.