Estrôncio, aproveitando-se de distração de Tecnécio, juiz de direito, subtraiu para si um sanduíche pertencente a Tecnécio, que estava guardando-o para comer depois, já que trabalharia até tarde naquele dia. Estrôncio foi perseguido e preso em flagrante delito por policiais que presenciaram o ato. No entanto, concluído o inquérito policial, o Ministério Público não ofereceu denúncia. Nesse sentido, considerando a situação hipotética descrita, é possível afirmar que o fato de a vítima ser juiz de direito demonstra maior reprovabilidade da conduta de Estrôncio, o que impede o reconhecimento do princípio da insignificância? Fundamente a sua resposta
O fato da vítima ser juiz não demonstra maior reprovabilidade de conduta, e no caso em questão, é possível aplicar o principio da insignificância, uma vez que tal conduta relaciona-se com o FATO, e não com a vítima.
Conforme previsto no artigo 163 do CP, o Direito Penal deve se preocupar apenas com lesões que representam um prejuízo de alguma significação, não levando em conta ofensas irrelevantes ao bem jurídico.
Não necessariamente até porque podemos pensar na hipótese de que Tecnécio talvez tenha subtraído o sanduíche por fome quando então estaríamos diante de um furto famélico. Ademais a jurisprudência e a doutrina divergem acerca da punibilidade do crime de furto famélico, pois existem entendimentos de que seria estado de necessidade e outros adotando como a aplicabilidade da inexigibilidade de conduta, casos em que poderiam justificar a conduta delitiva.
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