Para compreender a teoria hipodérmica, faz-se necessário conhecer o contexto em que ela se insere. Com a Revolução Industrial (século 19), a sociedade ocidental sofreu profundas transformações: de comunitária passou a contratual. Inicia-se aí o conceito da sociedade de massa, formulado em 1830 pelo positivista Augusto Comte e aperfeiçoado por Herbert Spencer, Ferdinand Tönnies e Émile Durkheim, seus contemporâneos. Caracterizada pelo isolamento psicológico de seus membros, predominância da impessoalidade e da obrigação social forçosa, a idéia de sociedade de massa é de fundamental importância para o entendimento da teoria hipodérmica. Difere-se da massa do pão e circo romano, pois inclui em sua alienação a presença constante dos veículos de comunicação. Terminada a guerra, deu-se início a uma análise do ocorrido. Diante dos resultados obtidos e do conceito de sociedade de massa, chegou-se à conclusão de que qualquer conteúdo exibido pela mídia atingiria os indivíduos de maneira uniforme. Todos os receptores responderiam às mensagens midiáticas sem questionar ou sugerir visões diferentes ? como robôs. Assim, enxergou-se a mídia como uma arma poderosíssima, capaz de moldar a opinião pública conforme os interesses do comunicador. Deu-se a essa idéia o nome de "teoria hipodérmica" ou "teoria da bala mágica". Ambos os termos remetiam à psicologia behaviorista ? bastaria injetar uma injeção no corpo para que este respondesse a seu efeito, ou metralhar um organismo para que este se debilitasse.
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Teorias da Informação e da Comunicação
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