No entender de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, a lectoescrita tem ocupado lugar de destaque na preocupação dos educadores.

Porém, apesar da variedade de métodos ensaiados para se ensinar a ler, existe um grande número de crianças que não aprende. Juntamente com o cálculo elementar, a lectoescrita se constitui em um dos objetivos da instrução básica e sua aprendizagem, condição de sucesso ou fracasso escolar. As autoras questionam se as causas dos fracassos não ultrapassam os limites da escola para se converterem num problema do sistema educacional como tal. Conforme a Unesco, as cifras oficiais referentes à situação educacional na América Latina servem para demarcar a problemática:

(A) Do total da população compreendida entre 7 e 12 anos, em 1970, 45% encontrava-se fora do sistema educacional.

(B) De toda a população escolarizada, apenas metade atinge o limiar mínimo dispensável para uma alfabetização definitiva, ou seja, abandona sua educação, sem regressar à escola.

(C) Um terço do total de repetentes estão situados nos últimos anos de escolaridade e cerca de metade dos alunos egressos da escola repetiram o ano uma ou mais vezes.

(D) De toda a população escolarizada, apenas metade chega à 4ª série – o limiar mínimo indispensável para uma alfabetização definitiva – ou seja, a metade da população abandona sua educação, sem regressar à escola, ainda num momento muito elementar do ensino fundamental.