Entender a SIRS (Sindrome da Resposta Inflamatória Sistêmica) na pancreatite aguda é o principio para entender a abordagem terapêutica nestes casos. O fato de ter enzimas digestivas (principalmente proteolíticas) ativadas dentro do próprio pâncreas (grânulos de zimógeno), antes de serem excretadas nos canalículos acinares em direção à segunda porção duodenal, é o fator desencadeante da cascata inflamatória que altera a permeabilidade vascular de todo o corpo, pois por onde estas enzimas passam agridem o endotélio vascular, provocando a reação inflamatória, abrindo espaços entre as fibras musculares nas paredes dos vasos para permitir a passagem das células mediadoras da imunidade que estão no fluxo sanguíneo e serão avisadas (quimiotaxia) para taxiarem, aderirem ao endotélio, entrando no tecido para se juntarem à ação dos macrófagos locais, os primeiros da linha de frente do processo; juntamente com os leucócitos passará também o plasma, causando grande perda de líquido para o terceiro espaço, deixando o paciente em anasarca, mas com hipovolemia severa, daí a necessidade de ressuscitação hídrica inicial. A dieta zero vem do fato que as células I produtoras de CCK no duodeno devem deixar de ser estimuladas pelo quimo para que cesse o estímulo da colecistocinina sobre o ácino pancreático, na tentativa de parar a conversão das proenzimas dos grânulos de zimógeno em suas formas ativas. Alimentar precocemente através de sonda NASOJEJUNAL pacientes com a forma grave da pancreatite, ou seja, NECROTIZANTE, critério de BALTHAZAR D ou E (na tomografia após 48h de início do quadro) é necessário para estimular a peristalse intestinal, diminuindo a proliferação bacteriana e a possibilidade de contaminação da necrose por esta flora anormal resultante da hiperproliferação. Finalmente, o uso de antibioticoterapia PROFILÁTICA não é recomendada na pancreatite. O uso de antibióticos só é aceito mediante a presença de infecção instalada, preferindo aqueles de melhor penetração no tecido pancreático, como primeira escolha Imipinem com Cilastatina e segunda escolha, cefalosporinas de terceira geração ou fluorquinolonas com metronidazol.
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