Muitos dos axônios dos neurônios são mielinizados, ou seja, são recobertos por uma bainha de mielina, que é uma substância “gordurosa” que isola a membrana celular do neurônio. No sistema nervoso central, essa bainha de mielina é formada por células especializadas denominadas oligodendrócitos, no sistema nervoso periférico, essa bainha de mielina é formada por células especializadas denominadas células de Schwann. Essas células envoltórias formam dobras múltiplas e em espiral em torno do axônio. Ao conjunto dessas dobras múltiplas denomina-se bainha de mielina e as fibras são chamadas de fibras nervosas mielínicas. Durante a formação da bainha de mielina, a célula de Schwann primeiro recobre o axônio, depois espirala ao seu redor, por muitas vezes, formando múltiplas camadas. Como esta célula só mieliniza em pequenos segmentos do axônio, são necessárias várias células para a mielinização de todo o axônio. Esta bainha não é contínua, ou seja, não envolve toda a membrana do axônio; estes espaços são conhecidos como nódulos de Ranvier. Quando este impulso nervoso, potencial de ação, percorre o axônio, o potencial salta de um nódulo para outro; este processo é conhecido como condução saltatória. Tal fenômeno faz com que o impulso nervoso seja conduzido muito mais rapidamente que em axônios não mielinizados. A bainha de mielina está presente somente nos vertebrados. A sinapse é dada pelo final do axónio de um neurónio, ao dentrito ou corpo celular de outro neurónio e a sua composição é 70% lipídios e 30% proteínas. Esta células gliais formam um número variável de segmentos de mielina (internódulos): entre 1 e 200, de modo que quando uma célula é lesada junto com ela podem ser destruídos numerosos internódulos, constituindo um processo desmielinizante. Como conseqüência da destruiçäo da célula-bainha e internódulos relacionados há uma resposta celular rápida e abundante. Esta resposta é feita por fagócitos residentes (microglia, macrófagos especializados do sistema nervoso) e hematógenos. Ambas as células fagocitam os detritos celulares e de mielina, deixando os axônios desmielinizados. A perda da mielina provoca uma grande variedade de sintomas. Se a bainha de mielina que envolve a fibra nervosa for lesada ou destruída, os impulsos nervosos se tornam cada vez mais lentos ou não são transmitidos. O impulso então é transmitido ao longo de toda a extensão da fibra nervosa, o que toma um tempo bastante maior do que se ele pulasse de um nódulo para outro. A perda da bainha também pode provocar curtos-circuitos ou bloqueios da transmissão dos impulsos nervosos. Uma região que mostra claramente a mielina destruída é chamada lesão ou placa. Os sintomas de tal deficiência são, entre outros: deficiências sensitivas (como visão borrada), dificuldades de coordenação, problemas de marcha e dificuldades nas funções corpóreas (por exemplo, controle insuficiente da bexiga). A esclerose múltipla é uma doença causada pela perda da bainha de mielina (desmielinização) dos neurônios causada por uma resposta inflamatória que vai se disseminando por todo o SNC e SNP. Estes axônios podem permanecer desprovidos de suas bainhas e aglutinados, podem ser separados por processos de astrócitos ou podem ser remielinizados. A ocorrência do processo de remielinizaçäo depende da intensidade e tempo de exposiçäo ao agente desmielinizante. A remielinizaçäo, com total restabelecimento da conduçäo pode ser realizada por oligodendrócito ou por célula de Schwann que invade o SNC sempre que os astrócitos säo destruídos. TEXTO DE: Aclerton Pinheiro VIDEO DE: facebook:/APhysiio IG: @APhysio_
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