Nesta oitava videoaula do Curso de Filosofia do Direito, o conservador e ortodoxo Santo Agostinho acreditava que Deus era o único ser absolutamente justo e que "tudo acontece segundo sua vontade". A nós homens cabia tentar amenizar o castigo, tido como certo, pois ninguém estaria livre de manchas. Este medo do castigo causou uma enorme concentração de poder nas mãos da igreja, já que todos a buscavam na esperança de salvar-se. Assim, colocando Deus num patamar de perfeição extra-terrena, Santo Agostinho aplicou o platonismo na Idade Média. Deus, a perfeição, estava no mundo das ideias e nós, seres sensíveis, na vida mundana e imperfeita, exatamente como Platão ensinava. Todos os desmandos cometidos pela Igreja Católica na época amparavam-se nesta justificativa; só Deus e seus escolhidos atingiam o grau mais alto de justiça. Detinham o poder aqueles que detinham a interpretação das escrituras. Esta época marca a passagem definitiva da Justiça e do Direito para a esfera divina, fora do âmbito humano e social, característico da antiguidade. Donde se conclui que nem sempre o passar do tempo significa que avançamos na história da humanidade. http://juscidadaojus.blogspot.com.br
Compartilhar