Prévia do material em texto
Nathalia de Tarso Cirrose Hepática Definição ↣ É uma doença crônica caracterizada pela substituição do tecido hepático normal por fibrose difusa, que rompe a estrutura e a função do fígado. Tipos Existem três tipos de cirrose ou cicatrização do fígado: Cirrose alcoólica: em que o tecido circunda tipicamente as áreas portais. É causada, em sua maioria, por alcoolismo crônico e é o tipo mais comum. Cirrose pós-necrótica: em que existem faixas largas de tecido cicatricial. Trata-se de um resultado tardio de um surto prévio de hepatite viral aguda. Cirrose biliar: em que a cicatrização ocorre no fígado, ao redor dos ductos biliares. Resulta de obstrução biliar crônica e infecção (colangite); é muito menos comum do que os outros dois tipos. Etiologia ↣ Apesar de possuir outros fatores, o consumo de álcool é considerado o principal fator etiológico. ↣ Ocorre com > frequência entre pessoas com histórico de alcoolismo. Embora a deficiência nutricional com ↓ do aporte de proteína contribua para a destruição hepática na cirrose, o consumo excessivo de álcool é o principal fator etiológico na esteatose hepática e suas consequências. ↣ Ainda tem sido observada naqueles que não consomem álcool e que possuem uma dieta normal e apresentam alto consumo de álcool. ↣ Outros fatores: exposição a substâncias químicas (tetracloreto de carbono, naftaleno clorado, arsênico ou fósforo) ou esquistossomose infecciosa. ↣ Homens são 2x mais afetados do que as mulheres, embora, por motivos desconhecidos, as mulheres corram maior risco de desenvolver doença hepática induzida por álcool. Média de idade entre 40 e 60 anos. No Brasil, é associada a uma taxa de mortalidade de aproximadamente de 7,89/ 100.000 habitantes ao ano. Fisiopatologia ↣ A parte do fígado principalmente envolvida na cirrose consiste nos espaços porta e periporta, onde os canalículos biliares de cada lóbulo comunicam-se para formar os ductos biliares hepáticos. ↣ Transformam-se em locais de inflamação e os ductos biliares ficam ocluídos por bile espessada e pus. ↣ O fígado tende a formar novos canais biliares; em consequência, observa-se um crescimento excessivo de tecido constituído, em grande parte, de ductos biliares recém-formados e desconectados, circundados por tecido cicatricial. Cirrose alcoólica: caracteriza-se por episódios de necrose acometendo hepatócitos, repetidos durante a evolução da doença. ↣ As células destruídas são gradualmente substituídas por tecido cicatricial, que acaba por exceder o tecido hepático funcionante. ↣ Ilhas de tecido normal residual e em regeneração podem projetar-se das áreas contraídas, conferindo ao fígado cirrótico a sua aparência característica de cravo. ↣ Apresenta início insidioso e evolução prolongada, estendendo-se por até um período de 30 anos ou mais. Prognóstico Dentre os numerosos indicadores prognósticos, a classificação de Child-Pugh parece ser mais valiosa na previsão do resultado de pacientes com doença hepática e utilizada na escolha das abordagens de tratamento. Nathalia de Tarso Manifestações Clínicas Sinais e sintomas aumentam conforme gravidade e evolução da doença. Gravidade: é utilizada para classificar o distúrbio em cirrose compensada ou descompensada: ↣ Compensada: possui sintomas menos graves e frequentemente vagos, pode ser descoberta em consequência de um exame físico de rotina. o Febre baixa intermitente o Aranhas vasculares o Eritema palmar o Epistaxe inexplicada o Edema maleolar o Indigestão matinal vaga o Dispepsia flatulenta o Dor abdominal o Fígado aumentado e firme o Esplenomegalia ↣ Descompensada: resulta da incapacidade do fígado de sintetizar proteínas, fatores de coagulação e outras substâncias e das manifestações da hipertensão portal. o Ascite o Icterícia o Fraqueza o Debilidade muscular o Perda de peso o Febre baixa e contínua o Baqueteamento dos dedos o Púrpura (pela ↓ contagem de plaquetas o Equimoses espontâneas o Epistaxe o Hipotensão o Pelos corporais escassos o Unhas quebradiças o Atrofia gonádica Aumento do Fígado: no início, o fígado tende a aumentar, e as células estão carregadas de gordura. ↣ O fígado mostra-se firme e apresenta uma borda aguda, que é perceptível à palpação. Pode haver dor abdominal, devido ao aumento recente e rápido do fígado, produzindo tensão sobre o revestimento fibroso do fígado (cápsula de Glisson). ↣ Posteriormente, o fígado ↓ de tamanho à medida que o tecido cicatricial contrai o tecido hepático. A borda hepática, quando palpável, é nodular. Obstrução Portal e Ascite: são as manifestações tardias da cirrose, causadas também pela insuficiência crônica da função hepática e pela obstrução da circulação portal. ↣ A maior parte do sangue proveniente dos órgãos digestivos é coletado nas veias porta e transportado até o fígado. ↣ Como o fígado cirrótico não permite a passagem livre do sangue, este se acumula no baço e no trato GI, e esses órgãos transformam-se no local de congestão passiva crônica e, por isso, não funcionam apropriadamente. Em consequência, ocorrem indigestão e alteração da função intestinal. ↣ O líquido rico em proteína pode acumular-se na cavidade peritoneal, produzindo ascite. Isso pode ser detectado através de percussão para deslocamento da macicez ou onda de líquido. Infecção e Peritonite: devido ao desenvolvimento de peritonite bacteriana em pacientes com cirrose e ascite mesmo na ausência de uma fonte de infecção intra- abdominal ou de abscesso; designada como peritonite bacteriana espontânea (PBE). ↣ A bacteriemia devido a translocação da flora intestinal seja a via mais provável de infecção. Pode não haver Nathalia de Tarso sinais clínicos, exigindo a realização de paracentese para o diagnóstico. ↣ A antibioticoterapia é efetiva no tratamento e prevenção dos episódios recorrentes de PBE. ↣ A complicação mais grave da PBE consiste na síndrome hepatorrenal, uma forma de insuficiência renal (IR) que não responde à administração de líquido ou diuréticos. ↣ Esse tipo de IR caracteriza-se pela ausência de alterações patológicas no rim; não há evidências de desidratação ou obstrução do trato urinário nem qualquer outro distúrbio renal. Varizes Gastrintestinais: A obstrução do fluxo sanguíneo através do fígado causada por alterações fibróticas também resulta na formação de vasos sanguíneos colaterais no sistema GI e desvio do sangue dos vasos portais para vasos sanguíneos com pressões mais baixas. ↣ Por isso, o paciente com cirrose pode apresentar vasos sanguíneos abdominais proeminentes e distendidos, que são visíveis à inspeção abdominal (cabeça de medusa), bem como vasos distendidos por todo o trato GI. ↣ O esôfago, o estômago e a parte inferior do reto constituem locais comuns de vasos colaterais. ↣ Tendem a formar varizes ou hemorroidas, dependendo de sua localização. Como não se destinam a transportar a pressão e o volume elevados de sangue impostos pela cirrose, podem sofrer ruptura e sangrar. ↣ Por conseguinte, a avaliação deve incluir a observação de sangue oculto e franco proveniente do trato GI. Edema: Atribuído à insuficiência hepática crônica. A concentração plasmática reduzida de albumina predispõe o paciente à formação de edema. Embora o edema seja generalizado (anasarca), afeta os MMII, MMSS e a área pré-sacral. O edema facial não é típico. ↣ Ocorre produção excessiva de aldosterona, causando retenção de sódio e de água e excreção de potássio. Deficiência de Vitaminas e Anemia: Devido à formação, uso e armazenamento inadequados de determinadas vitaminas (como vitaminas A, C e K), os sinais de deficiência são comuns, particularmente fenômenos hemorrágicos associados à deficiência de vitamina K. ↣ A gastrite crônica e o comprometimento da função GI, juntamente com um aporte nutricional inadequadoe comprometimento da função hepática, são responsáveis pela anemia que, frequentemente, está associada à cirrose. ↣ A anemia, o estado nutricional deficiente e o estado de saúde precário do paciente resultam em fadiga intensa, que interfere na capacidade de realizar as AVD. Deterioração Mental: Outras manifestações clínicas incluem deterioração da função mental e cognitiva com encefalopatia hepática e coma hepático iminentes. ↣ Indica-se a avaliação neurológica, incluindo avaliação do comportamento geral do paciente, capacidades cognitivas, orientação no tempo e espaço e padrões de fala. Histórico e Achados Diagnósticos ↣ A extensão da doença hepática e o tipo de tratamento são determinados após a análise dos achados laboratoriais. ↣ As funções do fígado são complexas, e muitos exames complementares fornecem informações sobre a função hepática. ↣ Disfunção hepática parenquimatosa grave: o nível sérico de albumina tende a ↓, enquanto o nível sérico de globulina ↑. ↣ Testes enzimáticos: indicam lesão hepatocelular, há ↑ dos níveis séricos de fosfatase alcalina, AST, ALT e GGT, enquanto há ↓ do nível sérico de colinesterase. o As determinações da bilirrubina são realizadas para medir a excreção ou a retenção biliar: podem ocorrer ↑ níveis de bilirrubina na cirrose e em outros distúrbios hepáticos. o Tempo de protrombina está prolongado. ↣ USG: utilizada para medir a diferença de densidade das células parenquimatosas e do tecido cicatricial. A TC, a RM e a cintigrafia hepática com radioisótopo fornecem informações sobre o tamanho do fígado e o fluxo sanguíneo e obstrução hepáticos. O diagnóstico é confirmado por biopsia hepática. Nathalia de Tarso ↣ Análise da gasometria arterial: pode revelar um desequilíbrio de ventilação-perfusão e hipoxia. Tratamento Clínico Baseia-se habitualmente nos sintomas apresentados. Podem ser prescritos: ↣ Antiácidos ou antagonistas da histamina-2 (H2) para diminuir o desconforto gástrico e diminuir a possibilidade de sangramento GI. ↣ Vitaminas e os suplementos nutricionais promovem a cicatrização das células hepáticas lesionadas e melhoram o estado nutricional geral do paciente. ↣ Diuréticos poupadores de potássio, como a espironolactona ou o triantereno, podem estar indicados para diminuir a ascite, quando presente; estes são preferidos pois reduzem as alterações hidreletrolíticas observadas com o uso de outros agentes. Recomendações: dieta adequada e evitar o consumo de álcool. ↣ Colchicina: estudos indicam que a, um agente anti- inflamatório usado para tratar os sintomas da gota, pode aumentar o tempo de sobrevida em pacientes com cirrose leve a moderada. ↣ Medicamentos com ação antifibrótica: inibidores do sistema da angiotensina, estatinas, diuréticos, imunossupressores e glitazonas. ↣ Doença hepática terminal (DHT) com cirrose: muitos pacientes usam a erva cardomariano (Silybum marianum) para tratar a icterícia e outros sintomas. Essa erva foi empregada durante séculos, em virtude de suas propriedades de cicatrização e regeneração na doença hepática devido a propriedades anti-inflamatória e antioxidante ↣ Cirrose biliar primária: tem sido tratada com ácido ursodesoxicólico (Actigall, URSO) para melhorar a função hepática. Cuidado de Enfermagem As prescrições de enfermagem são direcionadas para: ↣ Promover o repouso do paciente; ↣ Melhorar o estado nutricional; ↣ Realizar o cuidado da pele; ↣ Reduzir o risco de lesão e ↣ Monitorar e tratar as complicações potenciais. Promoção do Repouso ↣ Paciente em repouso e sob outras medidas de suporte para permitir ao fígado restabelecer a sua capacidade funcional. O repouso diminui as demandas sobre o fígado e aumenta o suprimento sanguíneo hepático. ↣ Se hospitalizado, o peso e o balanço hídrico são medidos e registrados diariamente. ↣ Deve ser acomodado em posição no leito para uma eficiência respiratória máxima, fundamental em caso de ascite acentuada, devido a tendência de excursão torácica inadequada. ↣ Oxigenoterapia pode ser necessária para oxigenar as células lesionadas e evitar qualquer destruição celular adicional. ↣ Atentar-se aos perigos da imobilidade e visando evitar os distúrbios respiratórios, circulatórios e vasculares, como pneumonia, tromboflebite e úlceras de decúbito. ↣ Quando o estado nutricional melhora e a força aumenta, incentivar o paciente a aumentar gradualmente a atividade. Melhora do Estado Nutricional ↣ O paciente com cirrose, porém sem ascite, edema ou sinais de coma hepático iminente, deve receber uma dieta hiperproteica nutritiva, quando tolerada, suplementada com vitaminas do complexo B, bem como vitaminas A, C e K. ↣ A enfermeira incentiva o paciente a se alimentar. Na presença de ascite, refeições pequenas e frequentes podem ser mais bem toleradas do que três grandes refeições, devido à pressão abdominal exercida pela ascite. As preferências do paciente são consideradas. ↣ Os pacientes com anorexia prolongada ou grave e aqueles que estão vomitando ou que não se alimentam bem por qualquer motivo podem receber nutrientes por via enteral ou parenteral. Embora a fibrose do fígado cirrótico não possa ser revertida, sua progressão pode ser interrompida ou alentecida com essas medidas. Nathalia de Tarso ↣ Os pacientes com fezes gordurosas (esteatorreia) devem receber formas hidrossolúveis das vitaminas lipossolúveis A, D e E (Aquasol A, D e E). ↣ O ácido fólico e o ferro são prescritos para evitar a anemia. ↣ Se o paciente exibir sinais de coma iminente ou em progressão, a quantidade de proteína na dieta é temporariamente diminuí da. ↣ A proteína é restrita se houver desenvolvimento de encefalopatia. A incorporação da proteína vegetal para suprir as necessidades proteicas pode diminuir o risco de encefalopatia. ↣ A restrição de sódio também está indicada para evitar a ascite. Realização do Cuidado da Pele ↣ É importante realizar o cuidado meticuloso da pele, devido ao edema subcutâneo, à imobilidade do paciente, presença de icterícia e suscetibilidade aumentada à ruptura e infecção da pele. ↣ São necessárias mudanças frequentes de decúbito para evitar as úlceras de pressão. ↣ É importante evitar o uso de sabonetes irritantes e esparadrapo para evitar o traumatismo da pele. ↣ A loção pode suavizar a pele irritada; a enfermeira empreende medidas para minimizar a arranhadura pelo paciente. Redução do Risco de Lesão ↣ A enfermeira protege o paciente com cirrose de quedas e outras lesões. ↣ As grades laterais devem estar em posição e devem ser acolchoadas com cobertores ou outros materiais, caso o paciente fique agitado ou inquieto. ↣ Para diminuir a agitação, a enfermeira orienta o paciente quanto ao tempo e lugar e explica-lhe todos os procedimentos. A enfermeira instrui o paciente a pedir ajuda para levantar-se do leito. ↣ A enfermeira avalia cuidadosamente qualquer lesão, devido à possibilidade de sangramento interno. ↣ Como há risco de sangramento em consequência de coagulação anormal, o paciente deve usar um barbeador elétrico em vez da lâmina de barbear. Uma escova de dentes com cerdas macias ajuda a reduzir o sangramento das gengivas, e a pressão aplicada a todos os locais de punção venosa ajuda a diminuir o sangramento. Monitoramento e Tratamento das Complicações Potenciais Um importante papel da enfermeira consiste em monitorar o paciente com cirrose quanto à ocorrência de complicações. Sangramento e Hemorragia ↣ O paciente corre risco aumentado de sangramento e hemorragia devido à produção diminuída de protrombina e à diminuição da capacidade do fígado doente de sintetizar as substâncias necessárias para a circulação sanguínea. Encefalopatia Hepática ↣ A encefalopatia hepática e o coma, que constituem complicações da cirrose, podem manifestar-se na forma de deterioração do estadomental e demência, ou como sinais físicos, como movimentos voluntários e involuntários anormais. ↣ O monitoramento institui uma função de enfermagem essencial para identificar a deterioração precoce do estado mental. ↣ A enfermeira monitora rigorosamente o estado mental do paciente e relata as alterações observadas, de modo que o tratamento da encefalopatia possa ser iniciado imediatamente. ↣ É essencial proceder a uma extensa avaliação neurológica para identificar a progressão através dos quatro estágios da encefalopatia. ↣ Cada estágio no processo de evolução exige prescrições de enfermagem mais intensivas, visando fornecer segurança ao paciente, e direcionadas para a prevenção e a identificação precoce das complicações potencialmente fatais, como insuficiência respiratória e edema cerebral, que necessitam de intervenções em uma UTI. ↣ Como os distúrbios eletrolíticos podem contribuir para a encefalopatia, os níveis séricos de eletrólitos são cuidadosamente monitorados e corrigidos, quando anormais. Nathalia de Tarso ↣ O oxigênio é administrado se ocorrer dessaturação de oxigênio. ↣ A enfermeira monitora o aparecimento de febre ou de dor abdominal, que podem sinalizar o início de peritonite bacteriana ou outra infecção. Excesso de Volume de Líquido ↣ Os pacientes com doença hepática crônica avançada desenvolvem anormalidades cardiovasculares. ↣ Essas anormalidades ocorrem devido ao débito cardíaco aumentado e à diminuição da resistência - vascular periférica, possivelmente em consequência da liberação de vasodilatadores. ↣ Verifica-se o desenvolvimento de estado circulatório hiperdinâmico nos pacientes com cirrose, com aumento do volume plasmático. ↣ Esse aumento no volume plasmático circulante é provavelmente multifatorial; todavia, alguns estudos implicaram a produção excessiva de óxido nitroso, semelhante à situação observada na sepse, como fator etiológico (Rodes, et al., 2007). Quanto maior o grau de descompensação hepática, mais grave o estado hiperdinâmico. ↣ O comprometimento pulmonar, que sempre constitui uma complicação potencial da DHT devido ao excesso de volume plasmático, faz com que a prevenção das complicações pulmonares seja uma importante função da enfermeira. ↣ A administração de diuréticos, a implementação da restrição de líquidos e a melhora no posicionamento do paciente podem otimizar a função pulmonar. ↣ Pode-se observar a ocorrência de retenção de líquido no desenvolvimento da ascite, edema dos membros inferiores e dispneia. O monitoramento do balanço hídrico, das alterações diárias do peso corporal, das alterações na circunferência abdominal e da formação de edema constitui parte do histórico de enfermagem no hospital e no ambiente domiciliar. ↣ Os pacientes também são monitorados quanto à presença de nictúria e, posteriormente, de oligúria, visto que esses estados indicam uma gravidade crescente da disfunção hepática (Rodes, et al., 2007). Promoção do Cuidado Domiciliar e Comunitário Ensino sobre o Autocuidado aos Pacientes ↣ Durante a internação hospitalar, a enfermeira e outros profissionais de saúde preparam o paciente com cirrose para a alta, focalizando a instrução sobre a dieta. A exclusão do álcool da dieta é de máxima importância. O paciente pode precisar de encaminhamento aos Alcoólicos Anônimos, atendimento psiquiátrico ou aconselhamento, ou pode beneficiar-se do apoio de um conselheiro espiritual. O paciente também deve evitar o consumo de ostras cruas. ↣ A restrição de sódio irá continuar por um período de tempo considerável, se não permanentemente. ↣ A enfermeira também instrui o paciente e a família sobre os sintomas de encefalopatia iminente, possíveis tendências hemorrágicas e suscetibilidade à infecção. ↣ A recuperação não é rápida nem fácil; existem contratempos frequentes e aparente ausência de melhora. Cuidado Continuado ↣ O encaminhamento para cuidado domiciliar pode ajudar o paciente a lidar com a transição do hospital para casa. ↣ O consumo de álcool pode ter sido uma importante parte da vida domiciliar e social normal no passado. ↣ A enfermeira também reforça o ensino prévio e responde às perguntas que podem não ter ocorrido ao paciente ou à sua família até o paciente voltar para casa e tentar estabelecer novos padrões de alimentação, consumo de líquidos e estilo de vida. Referências Bibliográficas SMELTZER, S.C; BARE, B.G. Brunner & Suddarth: Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.