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ATIVIDADE DIREITO CONSTITUCIONAL II

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1) Por que o nosso sistema proporcional de eleição para a Câmara Federal é denominado de “atenuado ou mitigado”? Quais são as críticas possíveis de serem são feitas a essa sistemática?.
O sistema proporcional para eleição dos 513 Deputados Federais estabelece um “piso” e um “teto” para o número de representantes de cada unidade da federação (UF), sendo o mínimo de 8 (oito) e o máximo de 70 deputados correspondentes a cada estado ou o Distrito Federal conforme o art. 45 da constituição e a Lei Complementar 78/1993[footnoteRef:1]. Existe, nesse contexto, o estabelecimento dos limites da representatividade proporcional ao quantitativo populacional de cada UF para que não haja um estado excessivamente representado na câmara, que eventualmente seja demasiado poderoso em função de uma possível expansão demográfica de determinada UF. O sistema “atenuado ou mitigado” serve o propósito de diminuir os impactos das enormes desigualdades demográficas entre as UFs brasileiras. [1: BRASIL, Lei Complementar Nº 78 de 1993 	
Disciplina a fixação do número de Deputados, nos termos do art. 45, § 1º, da Constituição Federal. disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp78.htm> acesso em: 09/12/2021] 
Podemos exemplificar essa desigualdade se compararmos os dois estados do Brasil nos extremos do quantitativo populacional: São Paulo e Roraima. Caso o sistema proporcional puro fosse adotado no Brasil, São Paulo contaria com cerca de 112 Deputados federais por ter 22% da população do país. Por outro lado, Roraima contaria com apenas 1 ou 2 Deputados Federais[footnoteRef:2] por ter apenas cerca de 0,3% da população do Brasil.[footnoteRef:3] [2: Números deduzidos a partir do cálculo de proporcionalidade entre a população brasileira e o número de deputados máximo permitido por lei para a câmara dos deputados. Exemplo para o caso de São Paulo: 513*0,22=112,86] [3: Dados da estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, disponível em: <https://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estimativas_2021/estimativa_dou_2021.pdf> acesso em: 09/12/2021] 
A crítica possível a este sistema proporcional se manifesta nos mesmos números elencados acima. Quando temos que a população de São Paulo representa 22% da população nacional mas a sua delegação na Câmara dos Deputados representa apenas 13,65% dos Deputados, estamos diante de uma diluição da representatividade populacional dos paulistas. Por outro lado, temos uma super-representação da população de Roraima, dado que, apesar de sua população representar apenas 0,3% do cômputo demográfico nacional, o estado elege 1,56% das cadeiras da câmara baixa do Legislativo federal. Depreende-se então, que o sistema proporcional atenuado ao buscar equilibrar a representação das UFs na Câmara dos Deputados, o faz aumentando o valor do voto de algumas UFs e diminuindo o de outras.
2) “O congressista Dr. Jotalhão Fantys, antes de sua eleição vitoriosa para Deputado Federal, ou seja, enquanto apenas candidato, cometeu um ato tipificado como crime de furto de doces, estando, por esse motivo, sendo processado na respectiva 1ª Instância, ou seja, a ação penal encontra-se em
pleno desenvolvimento”. PERGUNTA-SE: Com base na atual jurisprudência do STF, a diplomação e posse do Dr. Jotalhão Fantys altera o “juiz natural”? E se o mesmo crime fosse praticado após a sua diplomação e posse? Justifique.
Para a primeira pergunta, a resposta é: não. O juiz natural do Dr. Jotalhão continua sendo a primeira instância, visto que, para o primeiro cenário postulado, o crime foi cometido antes da diplomação e, independentemente do mérito ou caráter do ilícito penal, de maneira alguma poderia ser apreciado pelo STF. Quanto ao cenário onde o crime é cometido após a diplomação e posse, temos que o Supremo Tribunal Federal poderia receber os autos do processo, entretanto, após analisada e verificada a natureza do ato tipificado, o STF declararia que não é o juízo competente para aquela ação penal em razão do crime, em absolutamente nada, se relacionar com a natureza, deveres e atribuições do mandato de Deputado Federal, pois, como foi decidido na QO da Ação Penal 937: 
“DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL. QUESTÃO DE ORDEM EM AÇÃO PENAL. LIMITAÇÃO DO FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO AOS CRIMES PRATICADOS NO CARGO E EM RAZÃO DELE . ESTABELECIMENTO DE MARCO TEMPORAL DE FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA. (...) (i) O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas; (...)” (grifo meu)
3) Diferencie “perda de mandato por extinção” e “perda de mandato por
cassação”.. 
A perda do mandato parlamentar é tratada pelo art. 55 da CRFB não havendo a categorização expressa dos tipos de perda de mandato entre “cassação e extinção”. Entretanto, existe diferenciação procedimental quanto à forma como se deve levar a termo a perda do mandato. 
O parágrafo 2º trata da cassação, pois, determina que a perda de mandato prevista nos:
 “incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa” (BRASIL, 1988)
Dessa forma, a cassação enseja um processo político para que se dê a perda do mandato nos casos de violação das vedações previstas no art. 54, quebra de decoro e condenação criminal transitada em julgado.
Os outros incisos, desta forma, tratam da extinção que não envolve processo político e sim acatamento de decisão judicial e aferição de assiduidade: 
Nos casos de extinção do mandato (III — ausência, IV — perda ou suspensão dos direitos políticos, e V — por decreto da Justiça eleitoral) há apenas a declaração do acontecimento pela Mesa (MENDES et al. 2005, p. 946)
4) Deputado Federal, pouco antes de ser empossado para o seu 2º mandato, mas já diplomado, faz um forte discurso em uma rádio denunciando uma série
de fatos que, em sua perspectiva, correspondem a situações de corrupção, nomeando várias autoridades públicas que estariam supostamente envolvidas 
em tais casos. Ao tomarem ciência do discurso do parlamentar eleito, as referidas autoridades afirmaram sua inocência, qualificando o referido Deputado de mentiroso. Por sua vez, o citado Deputado Federal, para mostrar que não é um mentiroso, afirma que renunciará a suas imunidades parlamentares, como forma de reafirmar suas denúncias e sua probidade. Analise o caso acima e, a partir de suas leituras e estudos sobre as Imunidades e Prerrogativas Parlamentares, emita uma opinião fundamentada sobre o caso acima. 
Nos termos do art. 53 da Constituição da República o parlamentar passa a gozar de suas prerrogativas relativas ao cargo a partir da diplomação. Dentre as prerrogativas dos parlamentares (Deputados Federais e Senadores) temos a da imunidade material, que se refere à inviolabilidade do parlamentar quanto aos seus votos, palavras e opiniões, isto é, não poderá ser proposta qualquer ação civil ou penal contra o parlamentar em função daquilo que ele disse durante e razão do exercício de seu mandato.
 O cerne da questão posta, é a possibilidade do parlamentar deixar de possuir, de forma voluntária, mesmo que pontualmente, a sua imunidade material. A renúncia, neste caso, se configura como mero recurso retórico, isto é, o deputado em tese renuncia sua imunidade para frisar a veracidade de suas alegações para expor os acusados que supostamente não o levariam a juízo mesmo que despossuído de sua imunidade. Entretanto, legalmente, o Deputado Federal Diplomado não pode renunciar à sua imunidade uma vez que é prerrogativa inerente ao mandato e não à pessoa, como ensina o penalista Cezar Bittencourt:
Para que o Poder Legislativo possa exercer seu munus público com liberdade e independência, a Constituição assegura-lhe algumas prerrogativas, dentre as quais se destacam as imunidades. A imunidade, como prerrogativa parlamentar, é do Parlamento, e somentepor via reflexa pode ser entendida como uma prerrogativa de caráter pessoal. Logo, a imunidade, por não ser um direito do parlamentar, mas do próprio Parlamento, é irrenunciável. (BITENCOURT, 2015, p. 242)
Dessa forma, ainda que queira, nenhum parlamentar pode mudar o status de seu próprio mandato. É possível renunciar ao mandato, mas não às suas prerrogativas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal - v. 1: parte geral (arts. 1 a 120). 24. ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2018. 
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em .
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2008.

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