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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 1 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I INTRODUÇÃO À IC O que é insuficiência cardíaca? É o estado fisiopatológico, no qual o coração é incapaz de bombear o sangue no volume necessário para suprir as necessidades metabólicas, ou só pode fazê-lo a partir de pressões de enchimento elevadas. É o estado clínico, onde o coração é incapacitado de bombear o sangue, ou para fazer esse bombeamento ele precisa aumentar as pressões de enchimento do ventrículo esquerdo. É uma doença em ascensão no mundo, afeta mais de 20 milhões da população mundial, acredita-se que no Brasil 6 milhões de pessoas. É uma das principais causas de internação de idosos e nas fases avançadas de IC, chega a ter uma mortalidade de até 40%. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 2 Partindo-se de um coração normal, a IC pode se comportar basicamente de 2 formas: Hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo, a chamada insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada=ICFEP. Hipertrofia excêntrica, ou dilatação ventricular, chamada de insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida=ICFER. Com base na pirâmide no ano de 2060, acreditamos que haverá uma inversão da base com o topo, se eu tenho uma doença com maior incidência em idosos, a IC é uma doença em ascensão. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 3 Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida: Síndrome clínica em que os pacientes apresentam sintomas e sinais de insuficiência cardíaca com FE anormal (FEVE50%) ⇒ Dispneia aos esforços, ortopneia, dispneia paroxística noturna, edema de membros, hepatomegalia. Atualmente, há uma tendência em se definir ICFER quando FE40% (paciente com FE 4049% seria FE levemente reduzida). Sem impacto clínico. FER geralmente cursa com dilatação progressiva de câmaras esquerdas com remodelamento excêntrico FISIOPATOLOGIA DA IC A IC partindo de um coração normal, para eu evoluir com uma IC, eu preciso ter uma injuria inicial, como HAS, IAM e DM. O que seria uma injúria inicial? Qualquer doença ou condição que causam complicações cardíacas. A partir do coração normal, toda e qualquer injúria pode levar a uma IC. Exemplos seriam miocardite, hipertensão, infarto (doença coronária), chagas, valvopatias, etilismo, qualquer condição que agrida o coração. MODELO HEMODINÂMICO DA IC: A partir de uma injuria inicial e o comprometimento ventricular, você tem uma redução do volume sistólico. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 4 Reduziu o volume sistólico, reduz PA. Reduziu pressão ativa o SNA catecolinérgico. Aumenta a RVP, aumenta a pós carga. MODELO CARDIORRENAL DA IC: Reduziu volume, reduziu pressão de perfusão renina, ativou sistema renina angiotensina aldosterona. Ativou sistema renina, aumenta o volume circulante, aumenta absorção renal de Na e água e aumenta a pré-carga. A PA é dependente do volume, resistência e frequência. Esse é chamado o modelo hemodinâmico da IC. E o segundo é o modelo renal da IC. Ambos chamados de modelo neuro-humoral da IC, o mais importante da IC. MODELO NEUROHUMORAL DA IC modelo hemodinâmico + modelo cardiorrenal. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 5 Partindo-se de um coração, temos 2 situações: 1ª) hipertensão severa; 2ª) estenose aórtica ⇒ Ambas são situações graves que aumentam a pós-carga → Estímulo para que os cardiomiócitos se dividam um a frente do outro = HIPERTROFIA CONCÊNTRICA (ventrículo fica muito hipertrófico e há aumento de pressão). A presença desses estímulos SNA, SRAA pode causar toxicidade celular, apoptose e pode levar à fibrose cardíaca, podendo dilatar com o tempo HAS, estenose não tratadas) = HIPERTROFIA EXCÊNTRICA. Sempre é dessa forma? NÃO, pois podemos ter pcte que evolua diretamente para dilatação excêntrica, como pcte saudável que é acometido com IAM com grande extensão. ICFEP → ICFER seriam fenótipos distintos? Depende de qual é a injúria inicial desse doente. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 6 Sobrecarga de pressão → Um sarcômero em frente do outro (divisão em paralelo) ⇒ HIPERTROFIA CONCÊNTRICA do VE. Sobrecarga de volume (ex.: insuficiência valva aórtica e da mitral, IAM extenso) → Varios sarcômeros um ao lado do outro (divisão em série) ⇒ HIPERTROFIA EXCÊNTRICA do VE. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 7 PATOGÊNESE DA IC Doença progressiva a partir de um evento índice (injúria inicial) Declínio progressivo do inotropismo SNA e SRAA são ativados de forma crônica e persistente ⇒ Forma de manter a homeostase, mas a perpetuação da injúria leva à apoptose cardíaca, toxicidade celular de Ca2 e morte celular de miócitos. Sobrecarga de pressão (concêntrica) X Sobrecarga de volume (excêntrica). INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 8 Os mecanismos compensatórios iniciais são os responsáveis pelo período assintomático inicial. Mas com o tempo, surgem os sintomas, declinando a função cardíaca = CÍRCULO VICIOSO!! INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 9 💡 Pela lei de Laplaci, nós temos que quanto maior a espessura do miocárdio, menor o estresse. Ou seja, a hipertrofia excêntrica do coração, quanto maior o ventrículo, menor será o desempenho do ventrículo. Entra também a lei de Franklin Starling, essa lei está relacionada com o grau de estiramento do miócito. Toda hipertrofia excêntrica passou um dia pela fase concêntrica? Isso é parcialmente verdade, vai depender da injúria: - Se a injúria for hipertensão arterial, geralmente acontece isso - Se for uma insuficiência aórtica grave não passa por essa fase Ou seja, quando tem uma sobrecarga de volume, geralmente evolui direto para a fase excêntrica, quando tem sobrecarga de pressão evolui antes para concêntrica e se não tratada para excêntrica. Toda fração de ejeção reduzida, foi um dia preservada? Não necessariamente, dependendo da etiopatogenia daquele caso. Quando eu tenho um paciente com sobrecarga de pressão, por exemplo hipertensão, estenose da válvula aórtica, toda e qualquer situação que aumente a pós carga, eu posso levar o aumento da pressão sistólica. Em defesa, terá a estimulação do sarcômero, se dividindo em paralelo, um na frente do outro, fazendo uma hipertrofia concêntrica. Como exemplo, pessoa que faz musculação com divisão em paralelo. Quando eu tenho uma sobrecarga de volume, por exemplo na insuficiência aórtica, insuficiência mitral, miocardiopatia dilatada isquêmica, doença de chagas na forma dilatada, eu tenho o aumento da pressão diastólica final, portanto o sarcoma se divide em série, um do lado do outro, e o ventrículo vai crescendo e dilatando. Chamado de hipertrofia excêntrica. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 10 Portanto, a IC temos várias injúrias, porém um evento final um só, com ativação do sistema humoral, ativação do sistema hemodinâmico, do cardiorrenal e a partir do momento que você tem esse start, essa doença se torna progressiva. Se não paralisar ela, o paciente irá morrer. A partir da injúria inicial, o ventrículo vai piorando o desempenho, a fração de ejeção vai caindo, quanto pior vai caindo a ejeção, mais ativado estará o sistema renina, o SNA. A hiper estimulação desse sistema causa apoptose, hipertrofia e fibrose e, portanto, esse sistema vai agredindo o próprio coração. Gera um ciclo vicioso que eu tenho que quebrar. Quando falo da ativação do SNA, estou falando de um sistema que é ativado de forma precoce e ele atua através dos receptores noradrenérgicos: Beta 1 aumenta FC e inotropismo Alfa 1: aumenta vasoconstrição O objetivo inicial do SNA é manter a PA. Na fase inicial o paciente é assintomático, ao longo do tempo, esses sistemas vão causando hipertrofia, apoptose, ativação dos sistemas. Mais tarde um pouco ativa o SRAA, através do receptor AT1, a angiotensina 2 age, produzindo o aumento de resistência, proliferação celular, fibrose, secreta aldosterona e libera catecolamina no sistema nervoso. INSUFICIÊNCIACARDÍACA - Thaís Garcia CM I 11 A ativação desse sistema causa tudo isso ao longo prazo: hipertrofia, morte celular, prolifera fibroblasto, portanto, dentro dos miócitos terá tecido não condutor, a aldosterona irá produzir hipertrofia, fibrose e o aumento da expressão de AT1 (levando a maior ativação do sistema renina angiotensina). Esses sistemas se comunicam e a via final é deletéria. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 12 A IC com fração de ejeção reduzida é uma doença sistêmica. É uma doença inflamatória (como um câncer, infecção), só que ela é crônica. Partindo da injúria e da lesão miocárdica inicial, eu tenho exposição genica e expressão de fatores de necrose tumoral TNF alfa), IL1, IL6, que levam a proteção da IC e a caquexia cardíaca. O paciente com IC não tratada perde o apetite, tem caquexia cardíaca, perde peso e fica inchado, é causada pela expressão de substancias inflamatórias. MODELO INFLAMATÓRIO DA IC Há liberação de peptídeos inflamatórios, taisa como IL1, IL6, fator de necrose tumoral ⇒ Caquexia cardíaca!!! INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 13 DIAGNÓSTICO DA IC Pacientes com sinais e sintomas de IC: tem critérios diagnósticas? Tem FE50%? Qual a injúria que causou essa IC? Se clínica não ficou clara: BNP (acima 400 = dx de IC por estresse ventricular. Gatilhos para disfunção ventricular. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 14 Partindo de um paciente com história de IC, dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna, ao analisar anamnese, exame físico, exames subsidiários mínimos, você pode confirma o diagnóstico ou afastar o diagnóstico. Confirmando o diagnóstico, você precisa ver o ecocardiograma: Fração de ejeção≥50%: insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada FE50%: fração de ejeção reduzida ou também chamada de sistólica Depois do diagnóstico, tem que ir atrás da etiologia. Quem causou aquilo? Tendo que usar exames cada vez mais detalhados. Dúvidas no diagnóstico, lembrar do BNP (cerebral), produzido dentro do ventrículo. O BNP produzido pelos ventrículos quando ocorre um estresse cavitário. Liberado com o intuito de vasodilatação e natriurese. Paciente com IC tem níveis elevados, geralmente acima de 400. BNP100, sem IC. Entre 100 400, é duvidoso. A disfunção ventricular, tem várias etiologias, pode ser isquemia, doença valvar, hipertensão, miocardiopatias. A partir do momento, independente dos fatores que causaram disfunção, tudo isso começa a acontecer dentro do coração: estresse, apoptose celular, liberação de substancias inflamatórias, ativa o SRAA, sistema catecolinérgico. Essas ativações a curto prazo mantem paciente assintomático, até que eles próprios agridem o miocárdio. Preciso ter alguns dados que reforçam minha suspeita clínica. Os critérios de Framingham, usa critérios clínicos e laboratoriais, que quando a gente analisa o paciente, vamos pontuar cada item e avaliar a possibilidade de IC. Temos critérios maiores e critérios menores. 💡 A presença 2 critérios maiores, ou 1 maior e 2 menores, estou autorizado a dar o dx de IC. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 15 Há critérios que são muito mais interessantes, paciente com edema de membros é um sintoma comum a várias coisas, sendo um sinal menor. Agora um paciente com ortopneia e dispneia paroxística noturna é muito mais alertante, é mais específico. EXAMES COMPLEMENTARES INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 16 Quando estou diante de um paciente com suspeita de IC, ou confirmação, eu posso lançar mão de exames subsidiários, seja para confirmação diagnóstica, seja para confirmação etiológica. Peptídio Natriurético Cerebral BNP laboratorial. Produzido pelos ventrículos sobre estresse parietal. ECG ajuda no diagnóstico etiológico. Eletro com bloqueio de ramo esquerdo QRS alargado): na maioria das vezes é preditor de doença cardíaca existente. Chegou um paciente para fazer check up, com bloqueio de ramo esquerdo, tem que ir atrás pois tem doença. O bloqueio de ramo direito, com bloqueia divisionário anterossuperior, no Brasil, pensar em Chagas. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 17 RX área cardíaca aumentada. Rx de tórax normal e paciente com clínica de IC é possível. Pode ser uma IC com fração de ejeção preservada e hipertrofia concêntrica, não dilata a área cardíaca. ECG com ritmo sinusal (há presença de onda P antes dos QRS, positiva nas derivações anteriores. Há alargamento do QRS com BRE que, até que se prove o contrário, é marcador de doença cardíaca em andamento (com ou sem FER, quem mostrará isso é o ecocardiograma). ECG com ritmo sinusal (aparentemente com bloqueio de 1º grau) com BRD e desvio do eixo elétrico para esquerda e para cima (bloqueio divisional anterossuperior E) → Fala a favor de DOENÇA DE CHAGAS. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 18 Ecocardiograma: não invasivo, muito presente, barato e altamente resolutivo. O eco ajuda, pois me dá o tamanho de câmaras, se o ventrículo está dilatado e me da função. Ele confirma ou não presença de fração de ejeção reduzida. Cintilografia miocárdica: não invasivo, é interessante para ir atrás de etiologia, a doença isquêmica. CARDIOMEGALIA. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 19 Ressonância cardíaca: mais moderno, muito interessante, mas pouco disponível. Consegue avaliar função, tamanho, melhor método para avaliar o pericárdio e avalia o miocárdio com a presença de fibrose. R Melhores métodos para analise de IC com etiologia de miocardite. Cateterismo: invasivo, usa uma artéria onde faz o cateterismo a esquerda (estudo das artérias coronárias anatomicamente) ou direita (entro dentro da pulmonar e meço os níveis da pressão pulmonar). Faz em casos selecionados. RM nos mostra áreas de fibrose, de realce, como na miocardite. RM avalia função, dimensões, pericárdio, miocpárdio e etiologia. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 20 CLASSIFICAÇÃO DA IC Paciente com clínica de IC, exame físico de IC e exames diagnósticos dizendo IC, tenho que classificar essa IC. Pode ser classificada conforme a etiologia Segundo os sintomas (classificação funcional): A classificação de NYHA se divide em 4 classes e se vale de sintomas clínicos, basicamente de dispneia, para classificar no ponto de vista de sintomas. Classe I - ausência de sintomas (dispnéia) durante atividades cotidianas. A limitação para esforços é semelhante à esperada em indivíduos normais; Dispneia aos esforços extra habituais. Classe II - sintomas desencadeados por atividades cotidianas; Dispneia aos esforços habituais. Classe III - sintomas desencadeados em atividades menos intensas que as cotidianas ou pequenos esforços; Dispneia aos mínimos esforços, como tomar INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 21 banho, vestir roupa. Classe IV - sintomas em repouso. Quanto a evolução: Em qual estágio o paciente se encontra naquela doença. Estágio A - com fatores de risco, sem alteração estrutural. Todo e qualquer paciente com algum fator de risco para IC. Paciente tem um fator de risco para um dia se tornar portadora de doença cardíaca. A gente trata os fatores de risco para que não tenha evolução. Ex.: todo indivíduo HAS e portador de Doença de Chagas na fase indeterminada. Estágio B - com alteração estrutural (como dilatação, hipertrofia...), sem sintomas. Pode ter algum exame alterado, mas ainda não sente nada, um fator de risco com alteração estrutural. Estágio C - com alteração estrutural, com sintomas prévios ou atuais. Evolução com sintomas. Estágio D – pacientes com IC refratária, que podem ser elegíveis a tratamento avançado. Estágio de transplante cardíaco. 💡 Como escrever: ICFER, etiologia chagásica, estágio C, classe funcional III. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 22 TRATAMENTO DA IC Insuficiencia cardíaca com fração de ejeção reduzida Principais sistemas envolvidos na IC SNAs, sistema renina-angiotensina- aldosterona e Sistema dos peptídeosnatriuréticos. Quando tenho atuação do SNAs atuando, eu tenho aumento de receptores catecolinérgico, fazendo hipervasoconstrição, ativando sistema renina. Então se eu inibir os receptores beta bloqueadores, eu consigo evitar a hiperestimulação desses sistemas. No sistema renina-angiotensina, posso inibir a produção de angiotensina 2, como eu posso bloquear o receptor, com IECA ou BRA. Ou antagonista do receptor mineralocorticoide. Os peptídeos natriuréticos cerebral é produzido nos ventrículos e existe uma enzima chamada neprizilina. A neprizilina é uma enzima que degrada o Tratamento vai ao encontro da FISIOPATOLOGIA!!! Se bloquearmos os sistemas simpático e o renina angiotensina aldosterona, melhoraremos o quadro clínico do pcte ⇒ BB (bloqueia SNA, IECA, BRA e ARM (bloqueia SRAA. Se inibirmos a degradação do BNP, melhoraremos o quadro ⇒ Inibidor da neprisilina Sacubitril) + BRA. Neprisilina é a enzima que degrada BNP e ao inibí-la, o BNP fica mais ativo, aumentando a vasodilatação e a natridiurese. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 23 BNP. O BNP é bom para IC, pois vasodilata e natriurese. Se eu descubro uma droga que inibe a neprizilina, terei o aumento do BNP. Há um ano, foi descoberta a medicação chamada inibidor da neprizilina associada com BRA. Ainda é um remédio muito caro e novo. - BETABLOQUEADORES Todos os 3 medicamentos, são medicações que diminuem a mortalidade por IC. Temos outras medidas que diminuem sintomas: diuréticos, restrição de sal, tto de condições associadas. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 24 3 REPRESENTANTES usadas para reduzir mortalidade: Bisoprolol, carvedilol, succinato de Metoprolol. Associamos com IECA ou BRA para aqueles com IC com FER. Nebivolol poderia ser usado em pctes mais jovens e acima de 70 anos, mas na prática usamos os tres acima mesmo, Contraindicação de Propranolol e atenolol, pois esses dois não reduzem mortalidade. Inibidor do SRAA IECA ou BRA Dar IECA para todo e qualquer paciente com IC com disfunção ventricular, seja sintomático ou não, ou seja, estágio B ou estágio C com fração de ejeção reduzida já tem que tomar (para diminuir mortalidade, com chance de regredir). Adm BRA em indivíduos intolerantes ao IECA. Antagonistas dos receptores mineralocorticoides/ aldosterona Espironolactona ⇒ Inibe a ação da aldosterona Darei para paciente sintomáticos (com FE30% ou com IAM com FE40% que tenha disfunção do ventrículo esquerdo (estágio C que já estejam com uso de beta bloqueador ou IECA/BRA em doses padrão, que mantém os sintomas. Entresto (medicação combinada)= Sacubitril + Valsartana INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 25 O entresto é uma associação do Sacubitril (nome químico do inibidor da neprizilina) e vem combinado o remédio com o Valsartan BRA. Ação em 2 sistemas. Não posso dar IECA ou BRA concomitantemente. Usado em pctes sintomáticos que já estejam em uso de terapia padrão e substituição ao IECA. Insuficiencia cardíaca com fração de ejeção preservada Síndrome clínica em que os pacientes apresentam sintomas e sinais de insuficiência cardíaca com FE normal ou quase normal do VE FEVE50%. Geralmente volumes normais do ventrículo esquerdo e evidência de disfunção diastólica INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 26 A preservada é todo e qualquer paciente que tenha sintomas e sinas de IC ao exame físico (critérios de Framigeran), mas qdo você faz o eco, a fração de ejeção está normal. O problema dele está nas pressões de enchimento do ventrículo esquerdo. Aumenta a pós-carga, aumenta a hipertrofia concentrica, aumenta a pressão diastólica final de dentro do ventrículo esquerdo, aumenta a pressão do átrio esquerdo, aumenta a pressão capilar pulmonar, ativa receptores pulmonares. Ele tem a pós carga estremamente elevada, com a ativação de todos os sistemas renina aldosterona, a ativação de mecanismos vasoconstritores de forma intensa. Por isso, no paciente hipertenso a gente bloqueia renina- angiotensina IECA ou BRA. Tratamento da IC com FEP O tratamento é direcionado as causas que levaram aquele coração a ter hipertrofia, por exemplo a hipertensão arterial. Não vou tratar a IC e sim o fator de risco. O tratamento é direcionado para condições associadas (por exemplo, hipertensão) e sintomas (por exemplo, edema). Não há tratamento que assegure redução da mortalidade, como ocorre na ICFER Cenário fisiopatológico um pouco desconhecido ainda. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 27 Estágio A: Todos os pacientes que tenham qualquer fator de risco em potencial para um dia evoluirem para IC. Todo e qualquer paciente que tenha fator de risco. Impedir evolução. Terapêutica ideal: Trat. HAS, Chagásicos; Trat. dislipidemias; Exercícios regulares; Eliminar o álcool; IECA; Vacinação Estágio B: Assintomáticos com doença estrutural. Tenho que tartar os fatores de risco e olhar como está o coração. Terapêutica ideal: Todas as medidas do Estágio A; IECA nos casos apropriados; Beta-bloqueador Estágio C Sintomáticos com doença estrutural. Tratar os fatores de risco e eliminar os sintomas. Terapêutica ideal: Todas as medidas do Estágio A e B. Drogas: Diureticos, IECA / BRAs, BB, Digital, Dieta e restrição de Na, Ressincronização cardíaca / CDI. Marca-passo em casos selecionados. Tratamento cirúrgico RM / Valvar) Estágio D: Refratários exigindo intervenções especiais. Paciente não melhora e não tem mais o que fazer. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Thaís Garcia CM I 28 Terapêutica ideal: Todas as medidas do Estágio A, B e C, Circulação Assistida, Transplante cardíaco, TX Cardíaco, Inotrópicos como paliativos