Prévia do material em texto
EVOLUÇÃO DA DENTIÇÃO PERMANENTE A ortodontia começou a estudar a oclusão em 1899, com Edward Angle. Ele discutiu, primariamente como deveria acontecer a oclusão dita como normal. A oclusão perfeita não existe, precisaria ser de origem puríssima, sem interferência do meio, o que não tem como acontecer, principalmente no Brasil. DENTIÇÃO PERMANENTE Distância intercanino (seta vermelha) no arco superior aumenta 5mm da dentição decídua para a permanente. E no arco inferior aumenta 3mm. Distância intermolar (seta verde) no arco superior aumenta 4mm da decídua para a permanente e 2mm no arco inferior. O arco inferior aumenta um pouco menos para que encaixe feito tampa e caixa de sapato. COMPRIMENTO DOS ARCOS É distância de uma linha média palatina até uma linha que tangencia a face distal dos 2ºPMs. Da dentição decídua para a permanente acontece um encurtamento em aproximadamente 3mm, ele acontece por causa do Leeway Space que sobra e os molares permanentes sofrem uma migração mesial. PERÍMETRO DOS ARCOS Arco que passa tangenciando o sulco principal oclusal dos PMs e as cúspides de caninos e incisivos de um lado ao outro. Encurtamento do ARCO INFERIOR na dentição permanente em aproximadamente 5mm Devido ao deslocamento mesial dos molares permanentes, desgaste interproximal e do posicionamento lingual dos incisivos permanentes. Como já foi dito, nos decíduos se houver troca dessa sequência não tem problema, mas nos permanentes se houver essa troca pode ocorrer encurtamento do perímetro, dentes impactados, apinhamento, entre outras coisas. Para Moyers a ordem favorável tanto para maxila quanto para mandíbula seria essa da tabela. Max. – 1M, IC, IL, 1PM, 2PM, C, 2M Mand. – 1M, IC, IL, C, 1PM, 2PM, 2M OCLUSÃO NORMAL Oclusão Normal: Dentes permanentes corretamente ordenados e alinhados no arco dentário e em harmonia com as forças estáticas e dinâmicas que atuam sobre eles. Oclusão cúspides fossa, contatos interproximais justos e coordenados, saúde periodontal e integridade da ATM. Oclusão Ideal: Não coincide com a normal Hipotética Precisaria ser uma herança puríssima, sem interferência ambiental. OCLUSÃO NORMAL ESTÁTICA AS SEIS CHAVES DE OCLUSÃO: o Andrews ou Angle (não entendi) estudou 120 pares de modelos não tratados ortodonticamente e foi anotando todas as características que coincidiam (oclusão normal). 1. Relação Molar 2. Angulação mesio-distal dos dentes 3. Inclinação vestíbulo-lingual dos dentes 4. Contato interproximal rígido 5. Ausência de rotação dos dentes 6. Curva de Spee Ferreira e colaboradores acresceram mais 4, entendendo que os dentes tem uma relação dinâmica, vamos ver só por curiosidade, só as 6 que vão cair na prova. 7. Conformação dos arcos dentais 8. Guia de Oclusão Dinâmica 9. Equilíbrio Dental 10. Harmonia Facial CHAVE 1 – RELAÇÃO MOLAR Cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior oclui no sulco mesiovestibular do primeiro molar inferior. IMPORTANTE!!! Para que uma oclusão normal aconteça, além da chave de Angle, é preciso que haja o contato da vertente distal da cúspide distovestibular do 1º molar superior com a superfície mesial da cúspide mesiovestibular do 2º molar inferior. Isso pode não acontecer se tiver giroversão. Essas características também precisam estar presentes para a relação molar acontecer: Cúspide lingual do 1ºM superior em relação cúspide-fossa central do 1ºM inferior; Pré-molar: cúspide-ameia pela vestibular e cúspide-fossa pela palatina; Canino: cúspide ligeiramente à mesial da ameia; Incisivos superiores cobrindo incisivos inferiores com linha média coincidente CHAVE 2 – ANGULAÇÃO MESIODISTAL DOS DENTES Angulação é dada pelo eixo vestibular do dente em relação a uma linha perpendicular ao plano oclusal – Angulação positiva. Exemplo: Uma linha que fica passando na incisal dos incisivos e uma linha passando no longo eixo do dente, se esse longo eixo inclinar um pouco para mesial ou distal será chamado de angulação – essa linha do longo eixo vai mudar o seu ângulo em relação a linha que tangencia a incisal. Cada elemento dentário possui uma angulação mesiodistal ideal, resultado de forças oriundas da musculatura mastigatória e que promovem a estabibilização funcional de cada dente em particular e de todo arco em conjunto. CHAVE 3 – INCLINAÇÃO VESTIBULOLINGUAL DOS DENTES Inclinação é o ângulo formado entre o longo eixo do dente e uma linha que passa perpendicularmente ao plano oclusal. Sempre que falarmos na mudança de posição do dente no sentido vestibulolingual estamos nos referindo à inclinação. Cada dente possui uma inclinação específica. Vilain disse que os dentes precisam se implantar no alveolo respeitando essa esfera, e cada dente se traçado o seu longo eixo se encontrariam em um ponto logo acima do násio. Então desse ponto saindo para cada dente seriam as Esferas de Vilain. Os dentes não se implantam nos processos alveolares perpendicularmente, mas obedecem à direção dos raios de uma esfera, cujo centro situa-se a três milímetros para trás do ponto antropométrico Násio (localizado na junção entre osso frontal e nasal). No arco superior a gente percebe uma diferença em relação ao inferior: os molares são implantados quase verticalmente, somente uma leve inclinação para vestibular, e assim segue o 2º e 1º, já os PM são quase perpendiculares. Quando chega no canino e incisivos essa inclinação aumenta no sentido positivo (vestibular). Já no arco inferior é o contrário, os dentes anteriores tem ainda uma inclinação positiva (p/ vestibular), mas quando chega no canino ele fica negativo ele fica praticamente perpendicular no seu alveolo, do 2º PM em diante eles sofrem uma inclinação lingual. Essa inclinação lingual é importante para que ocorra a oclusão certinha do tipo cúspide-fossa cúspide-ameia com os dentes superiores. Arco superior: inclinação positiva Arco inferior: inclinação negativa, com exceção dos incisicos central e lateral. CHAVE 4 – CONTATO INTERPROXIMAL RÍGIDO Quando eu falo em contato interproximal rígido eu to falando que um dente precisa ocluir exatamente naquela disposição do ponto de contato, mas que se eu perder esse ponto de contato uma má-oclusão vai estar estabelecida. Podemos perder esse ponto por vários fatores como cárie, uso de palito dental, giroversão ... Exemplo: se tiver uma cárie e ela não for tratada, vai abrir um espaço nessa interproximal porque vai perder massa dentária, e quanto mais eu deporo a tratar essa cárie mais massa dentária vou perdendo, então vai acontecer uma redução do perímetro do arco, os dentes posteriores a essa cárie acabam migrando e invadindo o espaço. Talvez essa 4ª chave seja a que mais se interligue com as outras especialidades, porque na hora de fazer uma coroa, uma protese fixa, na restauração, precisa devolver o ponto de contato. Em virtude da disposição em arco dos dentes, eles se contatam através das faces proximais. A área de contato deve ser considerada com overdadeira entidade anatomo-fisiopatológica que garante a integridade do periodonto. Posição do ponto de contato de acordo com o grupo dos dentes: Incisivos – terço incisal Canino, PM e M – terço oclusal voltado para a vestibular A ameia palatina é mais profundae a vestibular é mais rasa porque o ponto de contato se encontra exatamente nela. CHAVE 5 – AUSÊNCIA DAS ROTAÇÕES DENTAIS Intimamente ligada com a 4ª chave, se eu tenho um ppnto de contato rígido o dente não rotaciona. Dentes rotacionados alteram o comprimento do arco, o perímetro, a dimensão e as vezes falta espaço para o dente vizinho irromper. Para obetermos uma oclusão normal não pode existir rotações dentais, pois estas modificam a harmonia do arco, alterando suas dimensões,dando como consequência falta de engrenamento correto entre os dentes antagonistas. Essa rotação pode trazer um contato prematuro, traumas oclusais, distpurbios na ATM, entre outros. CHAVE 6 – CURVA DE SPEE Von Spee (1890) – É uma linha curva no sentido ântero-posterior que tangencia as pontas das cúspides vestibulares dos dentes posteriores e as bordas incisais dos incisivos. O ponto mais baixo deve ser na altura da cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior. Às seis chaves, no século seguinte, o Professor Ferreira e seus colaboradores entenderam que essas chaves de Angle e Andrews eram muitos estáticas e precisava dar a elas uma coformação de dinâmica, por isso, eles acrescentaram mais 4 chaves. Obs: se cair em concurso quais são as chaves, elas vão até o da curva de spee. CHAVE 7 – CONFORMAÇÃO DOS ARCOS DENTAIS É a sucessão do cortorno na face vestibular dos dentes, e eles formam um segmento de elipse. Na parte superior cada lado vai formar um segmento de elipse, bem como na parte inferior. A curva descrita pela sucessão dos dentes permanentes configura um segmento de elipse. Estando na conformação ideal, haverá harmonia entre dentes, músculos, ossos refletindo na harmonia facial. Se passar uma linha tangenciando esses dentes vamos ver que o incisivo central está mais para vestibular, o lateral mais para dentro, o canino tem a bossa que dá volume ao arco superior que segue volumoso até a região distal do PM quando, mais uma vez, essa curva sai para contornar os molares superiores. No arco inferior a diferença estpa na região do central e lateral que têm o mesmo volume, eles seguem reto, sai na região de canino por conta da bossa e fica volumoso até a distal do 2º pré e sai novamente para contornar os molares. Percebam que no 2ºM a curva entra um pouco (em sup e inf), essa entrada responde à harmonia do músculo na região posterior → Esse giro lingual acontece para respeitar o anel formado pelo orbicular dos lábios e o constrictor superior da faringe. Elipse (segundo Picosse): Tangencia a vestibular do 2º molar, corta a cúspide do 1º molar, vem cortando a cúspide de 2º e 1º pré e tangencia as incisais dos incisivos, e o mesmo acontece do outro lado. Esse giro para lingual que tem no 2ºmolar é para respeitar a anatomi do orbicular do lábio e constrictor da faringe. CHAVE 8 – GUIAS DE OCLUSÃO DINÂMICA Para existir uma oclusão normal é preciso avaliar os dentes em estática e em dinâmica, os requisitos dinâmicos são os sequintes: Haver estabilidade mandibular com contatos bilaterais simultâneos entre os dentes durante a maxima intercuspidação (em cêntrica); Não deve existir interferência em qualquer dente posterior no lado de trabalho durante os movimentos de lateralidade; Deve haver desoclusão posterior total em movimento de protrusão; Deve haver desoclusão do lado de balanceio nos movimentos de lateralidade. Se isso não acontecer, ao longo do tempo, vai acontecer um trauma oclusal que vai gerar uma perda periodontal. CHAVE 9 – EQUILÍBRIO DENTAL Para o dente fique em equilíbrio nessa oclusão ele precisa estar bem prosicionado para que as forças sejam distribuídas ao longo do seu longo eixo e no ponto de contato, distribuindo para os dentes vizinhos e para o antagonista, formando essa diamante que estamos vendo. Está intimamente associado a fatores harmonicos entre dentes, ligamentos e músculos que atuam em conjunto, asseguram a estabilidade das diferentes posições dos dentes em suas bases ósseas. Qualquer desequilíbrio do sistema ocasiona a perda da olcusão normal. CHAVE 10 – HARMONIA FACIAL Compete ao ortodontista moldar a forma facial mediante a olcusão. Percebam o quanto o dente dele melhorou, primeiro com orto, depois com estética, mesmo que não esteja totalmente equilibrado pois precisa de ortognática. ALTERAÇÕES MATURACIONAIS DA OCLUSÃO NORMAL Em 2018, a professora Daniela Garib com suas alunas, lançaram essa artigo que trouxe a característica de 40 anos de acompanhamento, de como se comporta a oclusão normal diante das alterações da maturação. Pacientes que com 13 anos foram ditos como oclusão normal, respondendo às 6 chaves de Andrews e Angle, foram acompanhados, e 60 anos foi observados overjet, overbite, curva de spee, perímetro, comprimento do arco... Foi escaneado os modelos iniciais com 13, 17 3 60 anos para fazer medidas individuais e retirar as informações. Eles perceberam 2 tempos de alteração: de 13 aos 17 e dos 17 aos 60 anos. O que tem seta vermelha aumentou e o que tem seta verde diminuiu. 13 aos 17: A profundidade palatina é relativamente boa, satisfatório, porque as coroas clínicas também estão em um tamanho satisfatório. E apresenta um apinhamento anterior, característico pela falta de espaço. 17 aos 60: Tamanho MD dos dentes iam diminuindo por fatores diversos como restauração, cárie interproximal, uso de palito, mas provocaram a perda da massa. Largura de canino a canino mandibular reduziu, o que bate com a teoria do envelhecimento dos ossos gnáticos. Consequentemente o perímetro e o comprimento do arco reduzem também, reduz o overbite. Coroa clínica em tamanho bom; apinhamento presente e talvez de forma acentuada por conta da redução madibular