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Educação Infantil - Características e Singularidades - Módulo 03

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Curso de 
Educação Infantil 
 
 
 
 
(Características e Singularidades) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada
 
 
 
 
49 
 
 
Tópico 3. Educar: um ato de amor e responsabilidade 
 
3.1 A missão do educador 
 
 
Disponível em: <www.unioeste.br/.../projeto/desenhos/educar3.jpg>. 
 
A etimologia do verbo Educar informa que se trata de um verbo de 
origem latina, que possui dois radicais, sendo eles: EDUCARE= criar, 
amamentar; EDUCERE= levar para fora, fazer sair, dar à luz. Dessa forma, 
temos a noção de que EDUCAR é “conduzir de um estado a outro”. 
Poderíamos, então, nos questionar: desejamos conduzir nossas crianças para 
onde? Que ESTADO é esse que queremos contribuir para conduzir esses 
alunos? 
Para o filósofo e educador José Carlos Libâneo (1996, p.97). EDUCAR 
“é conduzir de um estado a outro, é modificar numa certa direção o que é 
suscetível de educação”. Acreditamos, assim, que é possível a mudança, que 
depende de nós, educadores, transformar, modificar efetivamente as condições 
históricas em que estamos inseridos. 
 
Disponível em: <www.uniblog.com.br/img/posts/imagem24/245272.gif>. 
 
 
 
 
50 
 
Uma pessoa somente se identifica a partir de uma opção radical da sua 
vida. Radical no sentido de “Raiz”. Nós somos obrigados a fazer escolhas a 
todo o momento em nossa vida. A opção de vida é algo muito profundo. É a 
resposta à pergunta: “Onde está o seu coração?” “Onde é que você colocou, 
assentou o núcleo do seu ser?” 
A identidade se estabelece, portanto, numa linha de núcleo, de centro. 
Como nos diz o Evangelho: “Onde está o teu tesouro, lá está o teu coração” 
(BÍBLIA, N. T. Mateus, 6:21). Onde está nossa opção de vida (nosso tesouro) 
lá está o nosso coração (o centro do nosso ser e, portanto, a nossa identidade). 
Eu sou aquilo que meu coração é, aquilo que está escondido no mais íntimo do 
meu ser. 
Outro ponto importante é a QUALIDADE DA PRESENÇA DO 
EDUCADOR. Estar presente não significa apenas “estar aí”, “estar perto de 
alguém”. É a qualidade do tempo em que você está perto de alguém que conta, 
o que realmente importa. Não é a quantidade de tempo, mas a qualidade. É a 
qualidade dos nossos atos que valoriza o tempo. 
É essa presença/qualidade que deve ser a marca do educador. 
Presença que é compromisso e atuação. Presença que se traduz numa 
construção positiva da existência, que assume o tempo como um valor 
profundo, na sua tríplice dimensão de PASSADO, PRESENTE e FUTURO. 
Finalmente, queremos destacar um ponto importantíssimo na 
Educação: A PAIXÃO DO EDUCADOR. Fausto Brito (1986) professor e 
sociólogo mineiro, companheiro de Roberto Freire, dizia: “somos apaixonados, 
não de nascença, mas por opção”. Para ele, a paixão de viver é trazer as 
utopias para o presente e recriá-las permanentemente, transformando o futuro 
em algo incerto, mas também fascinante. Mas para isso, é preciso que o nosso 
amor seja de jardineiro, não de botânico. 
 
 
 
 
51 
 
 
Disponível em: <oblogdalibelua.blogs.sapo.pt/arquivo/jardim-f...>. 
 
O botânico é aquele que estuda as plantas, conhece suas 
características exteriores e interiores, disseca-as, classifica-as e reconhece 
cada uma pelo seu nome científico. Para estudá-las, cria-as em estufas ou as 
coloca em arquivos de plantas secas. Sua relação com elas é a do cientista 
lidando com seu objeto de conhecimento. Já o jardineiro não tem o 
conhecimento do cientista, mas conhece suas plantas pelo nome, cuida delas, 
percebe quando precisam de água ou de adubo e deixa que cresçam 
livremente, sujeitas ao bom e ao mau tempo. Sua relação é pessoal – para o 
jardineiro, as plantas são seres vivos em crescimento. 
Isso quer dizer que o ato de ensinar cria uma situação que propicia, 
muitas vezes, o autoritarismo, a imposição de uma vontade sobre a outra. Mas 
não é esse o verdadeiro papel do educador. O educador autêntico deve ensinar 
à criança o desenvolvimento de sua espontaneidade, naturalmente livre, e do 
seu espírito crítico, naturalmente aguçado. É possível ser EDUCADOR sem ser 
AUTORITÁRIO. 
Aí temos, então, um professor apaixonado. Um professor que cria para 
si uma pedagogia livre e criativa, com um entusiasmo que contagia seus 
 
 
 
 
52 
 
alunos, que consegue manter uma relação professor/aluno que se aproxima do 
amor, que dá liberdade para que o conhecimento cresça. 
 
3.2. O Profissional da Educação Infantil 
 
O conceito de infância foi se modificando com o passar dos anos e com 
ele também mudou o conceito da Educação Infantil. Inicialmente, as 
instituições que atendiam as crianças de zero a seis anos tinham um caráter 
assistencial e eram dedicadas às classes populares. Não havia uma 
preparação específica para os profissionais que atendiam essas crianças, e as 
pessoas que cuidavam dessas crianças tinham a função de apenas 
acompanhá-las, para que pudessem comer, brincar e não se machucar. 
Com o passar do tempo, as instituições particulares passaram também 
a atender crianças nessa faixa etária. Há nesse processo uma mudança radical 
no olhar sobre a criança. Ela passa a ser vista como o adulto de amanhã, e a 
educação a ela oferecida passa a ter um caráter compensatório. As instituições 
receberam diversas críticas por esse atendimento. “A crítica à educação 
compensatória trouxe à tona seu caráter assistencialista, discriminatório” 
(Khulmann Jr.1998, p.182). Depois disso, percebeu-se a importância do 
trabalho cognitivo e motor no currículo da Educação Infantil. 
 
Disponível em: <www.camboriu.sc.gov.br/.../dep_238328382.jpg>. 
 
 
 
 
 
53 
 
Diante dessas mudanças históricas e culturais relacionadas à infância 
e a sua educação, a formação dos profissionais que trabalham com essa faixa 
etária também passou por modificações. O profissional da educação infantil 
surge sem qualquer exigência de qualificação, e apenas a partir dessas 
mudanças sociais significativas que influenciaram reformas no sistema 
educacional é que a sua formação passou a ser discutida. 
Nos últimos cinco anos, essa preocupação se intensificou e as 
propostas de formação do educador opõem-se àquelas que não se 
preocupavam com o atendimento indissociável de cuidado e educação. Hoje, 
existe um duplo objetivo no trabalho da educação infantil, o de educar e cuidar, 
sem que um se sobreponha ao outro. 
Nesse sentido, é necessário que as instituições educativas 
responsáveis pelas crianças de zero a seis anos se conscientizem de que são 
diferentes das instituições escolares, tanto pelo seu objeto que é a criança e 
não o sujeito escolar – aluno, como pela definição de suas funções que são 
diferentes das da pedagogia escolar. 
A função das instituições da educação infantil é, portanto, desenvolver 
atividades complementares e indissociáveis ligadas ao cuidado e à educação 
da criança, sem tentar se assemelhar ou se confundir com a escola ou com a 
casa da criança. Para isso, devem levar em consideração os eixos que 
fundamentam o trabalho, que contribuem para delimitar melhor a especificidade 
destas instituições de Educação Infantil, quais sejam: a linguagem, as 
interações, o brinquedo e a organização do tempo e do espaço. 
A escolha destes eixos tem por suporte a compreensão de que a 
especificidade da faixa etária das crianças que frequentam as instituições de 
Educação Infantil requer um trabalho educativo, de caráter intencional, cujos 
objetivos centrais são o desenvolvimento infantil e a viabilização de relações 
educativas, interpessoais e com a cultura das crianças com o conhecimento 
sem que isso signifique considerá-lo sem sua feição escolar.Diante desses pressupostos em ralação à realidade do trabalho da 
educação infantil, devemos considerar o perfil do profissional que atenderá a 
 
 
 
 
54 
 
essa faixa etária. Além disso, temos que observar os preconceitos e os tabus 
instituídos a esses profissionais no decorrer de sua história. 
Ao contrário do que muitos pensam, o educador que atende a essa 
faixa etária deve ter uma formação profissional sólida no que se refere às 
teorias das concepções da infância e da criança, dos processos de ensino-
aprendizagem e da própria profissão que irá exercer. Além disso, este 
profissional deve manter algumas práticas domésticas femininas no sentido de 
ter um cuidado físico e psicológico com a criança, além da intencionalidade 
pedagógica inerente à educação. 
Talvez seja por essas características fortes do profissional da 
educação infantil que notamos em sua maioria o sexo feminino. Parece que a 
instituição transita entre o espaço escolar e o espaço doméstico e a profissão 
guarda o traço de ambiguidade entre a função materna e a função docente. 
A constatação de que esta profissão tem sido marcada por uma 
naturalização do feminino quando é enfatizado o predomínio de mulheres como 
profissionais destas instituições significa a compreensão de que a categoria 
gênero é uma dimensão decisiva da organização da igualdade e da 
desigualdade em nossa sociedade, já que “as estruturas hierárquicas 
repousam sobre percepções generalizadas da relação pretensamente natural 
entre masculino e feminino” (SCOTT, 1990, p.18). 
Em relação a isso, Guiomar Namo de Mello (1982, p.132) afirma: “É 
fora de dúvida que o magistério, assim como as demais profissões na área das 
Ciências Humanas, exige um relacionamento mais próximo com pessoas e 
consequentemente reveste-se de características especiais”. Dessa forma, 
quando pensamos na Educação Infantil, remetemo-nos à afetividade como 
fundamental no relacionamento da criança de zero a seis anos para a 
construção do saber. É claro que não podemos nos apegar a uma visão 
estereotipada de que o homem não tenha afetividade. O número de mulheres 
da educação infantil é um dado real, o que não significa uma teoria de que 
essa é uma profissão exclusivamente feminina. 
 
 
 
 
 
55 
 
3.2.1. As especificidades do professor da Educação Infantil em 
comparação com outros níveis de aprendizagem 
 
Até a década de 90, os profissionais da Educação Infantil não eram 
denominados professores, tendo em vista a falta de qualificação na área da 
docência. Quando o conceito de Educação Infantil incorporou o 
desenvolvimento da cognição, e não mais um simples cuidado físico, essa 
denominação teve de ser modificada. 
A partir daí, os profissionais da educação infantil travam um longa luta 
por valorização e reconhecimento enquanto profissionais da educação. Esse 
reconhecimento implicaria a sua valorização quanto à remuneração, à carga 
horária de trabalho condizente com o título, o plano de carreira e quanto à 
garantia dos demais direitos trabalhistas como férias e aposentadoria, entre 
outros. 
Uma das preocupações dos estudiosos da Educação Infantil era a 
nomeação do profissional dessa área: educador, professor de Educação Infantil 
e técnico da Educação Infantil foram algumas das sugestões. As divergências 
sobre a denominação foram abrandadas com a LDB 9394/96, que estabeleceu 
a função docente para toda a educação básica, atendendo, desse modo, a uma 
reivindicação de parte significativa do movimento docente e dos profissionais 
da área da educação infantil, que defendiam a denominação de professor tanto 
para o profissional da creche como para o da pré-escola. 
Além dos aspectos relacionados ao reconhecimento desses 
profissionais, acreditava-se também que tanto a atuação na creche como na 
pré-escola exigia profissionais qualificados, uma vez que ambos os espaços 
passavam a ser reconhecidos como educativos e mais tarde passam a integrar 
o sistema de ensino. Assim o 
[...] profissional que poderia dar conta desta função pedagógica 
apregoada era sem dúvida o professor, pois além de já possuir um 
estatuto legitimado de profissional da educação, sua presença crescia 
em instituições de atendimento à faixa de quatro a seis anos. Por que 
não trazê-lo para trabalhar com crianças de zero a três anos? Se 
tanto creche como pré-escola eram consideradas, na prática, 
 
 
 
 
56 
 
espaços pedagógicos, nada mais natural que o professor fosse seu 
agente (OSTETTO, 1997, p. 14). 
 
 
Segundo Oliveira-Formosinho (2002a, p. 44), a docência na educação 
infantil apresenta aspectos similares e também diferenciadores da docência 
dos demais níveis de ensino. A autora caracteriza alguns aspectos da 
singularidade da docência na educação infantil, que se dá em função: 
I) das características das crianças pequenas ou da “globalidade, 
vulnerabilidade e dependência da família”, que exige que o professor a leve em 
conta como um todo indissociável (em seus aspectos afetivo, cognitivo e social 
biológico). Isso exige do professor de Educação Infantil um conhecimento 
veiculado em sua formação que leve em conta a ‘vulnerabilidade’ social das 
crianças e, por outro lado, reconheça as suas “competências sociopsicológicas 
que se manifestam desde a mais tenra idade.” (DAVID, 1999 apud OLIVEIRA-
FORMOSINHO, 2002, p. 46); 
b) da amplitude e diversidade de seu papel, abrangendo o educar e o 
cuidar, responsabilizando-se pela criança de forma integral, pelas suas 
necessidades e sua educação, que envolvem “a diversidade de missões e 
ideologias, a vulnerabilidade da criança, o currículo integrado, o foco na 
socialização, a relação com os pais, as questões éticas que relevam da 
vulnerabilidade da criança o currículo integrado” (DAVID, 1999 apud 
OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2002, p. 46). Há, assim, na educação da infância 
uma interligação profunda entre “educação e ‘cuidados’, entre função 
pedagógica e função de cuidados e custódia” (OLIVEIRA-FORMOSINHO, 
2002, p. 47); 
c) da necessidade de estabelecer uma “rede de interações alargadas” 
com as crianças e os diferentes profissionais das instituições (psicólogos, 
assistentes sociais, profissionais da saúde, etc.) e com as famílias, integrando 
“desde o interior do microssistema que é a sala de educação de infância até a 
capacidade de interação com todos os outros parceiros e sistemas” 
(OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2002, p. 48); 
 
 
 
 
57 
 
d) da integração e interação “entre o conhecimento e a experiência, [...] 
entre os saberes e os afetos”, como centrais da docência na educação infantil 
como uma profissão que se sustenta na “integração do conhecimento e da 
paixão” (OLIVEIRAFORMOSINHO, 2002, p. 48-49). 
 
3.2.2. A missão do Professor da Educação Infantil 
 
Em vários documentos legais podemos encontrar as diversas funções 
atribuídas ao professor da Educação Básica, estendendo-se aos professores 
da Educação Infantil. Entre elas, destacaremos algumas que merecem atenção 
para que o trabalho do educador dessa faixa etária possa melhorar seu 
trabalho e refletir sobre suas atitudes diante de sua clientela – as crianças de 
zero a seis anos. 
Em primeiro lugar, o 
professor deve garantir à criança o 
direito de aprender e de se 
desenvolver. Essa é uma função 
muito enfatizada em vários 
documentos legais, sendo então 
considerada a principal missão do 
professor. 
 
 
Disponível em: 
<www.escolaterramater.com.br/educinfmovi
mento>.
Nesse sentido, cabe ao educador promover situações por meio de 
estratégias didáticas que possibilitem o crescimento intelectual e afetivo de 
seus educandos. Deve também atuar coletivamente, por meio de um trabalho 
em equipe, cooperando na elaboração do projeto educativo e curricular, 
desenvolvendo a competência docente, partilhando e desenvolvendo a prática 
como professor. 
 
 
 
 
58 
 
Quanto a isso, o Ministério da Educação afirma que o professor da 
educação infantildeve: 
Organizar situações de aprendizagem adequadas à criança de quatro 
a seis anos a partir da compreensão de que vivem um processo de 
ampliação de experiências com relação à construção das linguagens 
e dos objetos de conhecimento, considerando o desenvolvimento, em 
seus aspectos afetivo, físico, psicossocial, cognitivo e linguístico 
(MEC/SEMTEC, 2000, p. 73). 
 
Pensando especificamente nas crianças da Educação Infantil, sabemos 
que a forma mais adequada de propiciar o aprendizado é por meio de 
[...] situações do cotidiano, quando a criança desenha, pinta, observa 
uma flor, assiste a um vídeo, brinca de faz de conta, manipula um 
brinquedo, explora a areia, coleciona pedrinhas, sementes, conversa 
com amigos ou com o próprio professor (MEC/SEMTEC, 2000, p. 73). 
Isso irá caracterizar a forma com que a criança constrói conhecimento 
por intermédio de experiências ampliadas. 
Cabe também ao professor, trabalhar com a diversidade, o que 
significa reconhecer e considerar as diferenças de cada criança para acionar 
conhecimentos múltiplos capazes de responder de forma apropriada às 
diferentes questões que surgem nesse cotidiano. 
 
Disponível em: <www.caceres.mt.gov.br/imagens/not01_1120>. 
Outra função atribuída ao professor da Educação Infantil é articular a 
relação da instituição de ensino com a família e a comunidade, de forma 
articulada, de modo a promover a interação entre as partes. A intenção deve 
ser a de formar parcerias e o professor deve atuar como elo de comunicação e 
de participação. 
Essa relação professor-família-comunidade tem como princípio básico 
assegurar à criança um ambiente harmonioso. A criança requer olhar atento e 
 
 
 
 
59 
 
ações comprometidas e articuladas por parte dos adultos que com ela 
convivem, quer no espaço institucional, quer no familiar, exercendo funções 
distintas. 
Cabe também ao professor da Educação Infantil educar e cuidar da 
criança de zero a seis anos. Essa função é bastante enfatizada em alguns 
documentos. Considera-se que a integração entre o educar e o cuidar é um 
“avanço significativo [...] que pode e deve ser estendido às demais etapas da 
escolaridade” (MEC/SEF, 1998, p. 54). 
 
 
 
 
 
Disponível em: <www.caceres.mt.gov.br/imagens/not01_1120>. 
 
O educar deve ser considerado essencial no desenvolvimento integral 
da criança, das “suas múltiplas capacidades” e da construção de uma 
autoimagem positiva. O cuidar da criança, além de ser tratado junto com o 
educar, é também enfatizado separadamente como fator de humanização. 
Essas duas ações, porém, não devem ser vistas separadamente pelo 
educador, mas como complementares no processo de crescimento físico e 
cognitivo da criança, que também não acontecem separadamente. Num 
espaço em que o educar e o cuidar se dão de forma indissociável “a relação 
não é de domínio sobre, mas de convivência. Não é pura intervenção, mas 
interação e comunhão” (BOFF, 1999, p. 95). 
Para que isso ocorra de forma efetiva, o professor da Educação Infantil 
deve construir vínculos de interação com a criança, percebendo-a como um ser 
competente e capaz de estabelecer trocas sociais com outras crianças ou 
 
 
 
 
60 
 
mesmo com os adultos. Tudo isso por meio de uma rede complexa de vínculos 
afetivos. 
Para que se realize essa comunicação é preciso abertura por parte do 
professor para as múltiplas linguagens das crianças e para o lúdico, 
características da cultura infantil que permeiam todas as suas manifestações. 
Enfim, cabe ao profissional da Educação Infantil levar em conta não apenas as 
características das crianças, mas, sobretudo, reconhecer as 
[...] necessidades infantis peculiares, bem como compartilhar uma 
consciência social contemporânea sobre o que se define como 
direitos das crianças de 0 a 6 anos (CAMPOS M.; ROSEMBERG, 
1995 apud MACHADO, 1998). 
 
3.2.3 O trabalho em equipe e as atitudes e comportamentos de um 
educador da Educação Infantil 
 
 
Disponível em: <bp3.blogger.com/.../s320/t%2520(10).jpg>. 
3.2.3.1 Algumas máximas são indispensáveis para o trabalho em equipe: 
I – Qualidade de Ensino; 
II – Bom relacionamento Escola-família; professor-aluno; professor-
professor; 
III - Escola como um lugar amado pelo aluno; 
IV – Transparência total; 
 
 
 
 
61 
 
V – Responsabilidade e eficiência; 
VI – Propostas de soluções; 
VII – Escola como espaço de alegria e cooperação; 
VIII – Trabalho coletivo e cooperativo; 
IX – Cada um e todos somos o espelho da escola; 
X – Tolerância é uma qualidade de amigo; 
XI – Ser mais que escola, ser família. 
 
3.2.3.2 Atitudes e comportamentos de um educador: 
 
Algumas atitudes são indispensáveis para o bom andamento e sucesso 
de nossa escola, e nós as exigimos de todos os educadores: 
I – Seja um espelho positivo da escola; 
II – Seja um incentivador de expressões; 
III – Seja o porto seguro para a criança; 
IV – Seja uma pessoa feliz com sua profissão; 
V – Faça a diferença; 
VI – Participe, opine e procure soluções; 
VII – Acate as críticas e reflita sobre elas para melhorar; 
Disponível em: <pwp.netcabo.pt/jmmg/grito.gif>. 
 
 
 
 
 
62 
 
VIII – Não grite, não agrida, não amedronte EM HIPÓTESE ALGUMA! 
O respeito se conquista com amor e não pelo medo; 
IX – Esqueça a imagem do aluno ideal; 
X – Observe a criança com atenção; 
 
 
Disponível em: <www.escolaartedecrescer.com.br/escola-acao.jpg>. 
 
XI – Converse com os mais agitados e ouça suas razões; 
XII – Não rotule o aluno em hipótese alguma; 
XIII – Crie situações, brinque, seja criativo e dinâmico; 
XIV – Diferencie bastante suas aulas; 
 
Disponível em: <www.ima-rs.com.br/.../DSC00178.JPG&w=400>. 
 
 
 
 
 
63 
 
XV – Procure fazer contratos de regras e comportamentos; 
XVI – Cumpra os contratos e faça com que as crianças também 
cumpram; 
XVII – Não considere a indisciplina um ataque pessoal; 
XVIII – Faça valer sua autoridade, sem ser autoritário e sem perder o 
afeto; 
XIX – Quando for preciso chamar a atenção, aproxime-se do aluno, 
fique na altura dele e fale com carinho; 
XX – Não desanime. A aprendizagem é um processo gradativo e exige 
investimento. Você terá que repetir várias vezes o discurso para o mesmo 
aluno. 
 
Disponível em: <winxclub01.nireblog.com/.../files/professora.gif>. 
 
3.3. Elos de afetividade 
 
Quando o professor se propõe a ensinar, e os alunos a aprender, uma 
corrente de elos de afetividade vai se formando e o cumprimento das 
atividades passa a fazer sentido para todos. Sem vínculos afetivos, a 
aprendizagem significativa não ocorre. É somente agindo assim que muitos 
professores se transformam em modelos para as crianças e serão por elas 
lembrados pelo resto da vida. 
 
 
 
 
 
64 
 
3.4. Ética Profissional 
 
Estamos num processo de evolução individual, social e cultural: não 
somos seres estáticos, mas dinâmicos. A vida humana é convívio. É 
justamente na convivência, na vida social e comunitária, que o ser humano se 
descobre e se realiza enquanto um ser moral e ético. A convivência parte da 
necessidade: física, afetiva, financeira e espiritual. Essa convivência, porém, 
gera conflito e dúvidas em relação ao comportamento, ao juízo de valor e às 
ações adequadas diante das situações. 
Diante disso, devemos lembrar daquela frase célebre de Thomas 
Morus: “Nenhum homem é uma ilha” (MORUS, 1516 ). 
 
Disponível em: <www.inovavox.com/.../2007/11/ilha-deserta.jpg>. 
A Ética e a moral podem ajudar os seres humanos a minimizar seus 
conflitos. Há, no entanto, algumas diferenças entre esses conceitos que devem 
ser analisados. 
Ética, palavra proveniente do grego ethos, significa analogamente 
“modo de ser” ou “caráter”. Além disso, pode ser entendida como teoria ou 
ciência do comportamento moral dos homens: “A ética é teoria, investigação ou 
explicação de um tipo de experiência ou forma de comportamento dos homens, 
o da moral, considerado porém na sua totalidade,diversidade e variedade” 
(VAZQUEZ, 2005). 
 
 
 
 
65 
 
Já o conceito de moral tem sua origem na língua latina mos ou mores 
significando “costumes”, no sentido de conjunto de normas e regras adquiridas 
por hábito. Conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática 
no exercício de qualquer profissão. Ação “reguladora” no desempenho das 
profissões, fazendo com que o profissional respeite seu semelhante no 
exercício da sua profissão. Responsabilidades individuais e sociais, 
estabelecendo uma relação entre “o fazer” e “o agir”. 
A Ética profissional inicia-se com a reflexão. Quando escolhemos a 
nossa profissão passamos a ter deveres profissionais obrigatórios. Ética 
profissional é refletir sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão e 
deve ser iniciada antes da prática profissional. Ser um profissional ético nada 
mais é do que ser profissional mesmo nos momentos mais inoportunos. Para 
ser uma pessoa ética, devemos seguir um conjunto de valores. 
Ser ético é proceder sem prejudicar os outros. Algumas das 
características básicas de como ser um profissional ético é ser bom, correto, 
justo e adequado. É ter atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em 
equipe, mesmo quando a atividade é exercida solitariamente em uma sala, ela 
faz parte de um conjunto maior de atividades que dependem do bom 
desempenho desta. 
É necessário também manter uma postura próativa, ou seja, não ficar 
restrito apenas às tarefas que foram dadas, mas contribuir para o 
engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja temporário. 
O educador contemporâneo precisa encontrar-se, empenhando-se em 
formar uma comunidade, em contribuir para o desenvolvimento integral dos 
estudantes, em promover a sua autoformação. A identidade do professor pode 
ser construída de forma positiva por duas vias: 
 
1) possuir virtudes morais; 
2) possuir virtudes intelectuais. 
 
 
 
 
 
66 
 
O professor de hoje não tem tempo para refletir sobre o seu lugar na 
sociedade, porque a sociedade também não tem tempo para ele e, sobretudo, 
porque a sociedade pós-industrial nem sequer reconhece a nobreza e a 
complexidade do seu trabalho. 
A ética do professor pode ser desenvolvida quando procura ter 
coragem que o inspira a enfrentar as dificuldades por uma questão de honra e 
dignidade profissional; convencer-se a si próprio a agir positivamente; lutar por 
vencer o imobilismo e a ineficácia da pedagogia pós-moderna (a pedagogia da 
compaixão, a pedagogia da diferença, a pedagogia dos afetos, a pedagogia da 
tolerância); aprender a libertar-se das próprias definições da sua personalidade 
profissional para poder afirmar a sua identidade. 
O professor é tão inseparável das coisas como é inseparável de si 
próprio; o professor e o mundo são postos conjuntamente, como esferas 
distintas entre si, mas inseparáveis uma da outra, tão inseparáveis como a 
consciência da nobreza da sua condição. 
A pós-modernidade traz alguns desafios para a educação. Em primeiro 
lugar, não se pode mais considerar que nossos saberes são absolutos; antes, 
são conhecimentos provisórios, embora nosso empenho seja sempre em 
chegar à verdade. Portanto, ao invés do dogmatismo e arrogância intelectual, 
devemos desenvolver a modéstia e a tolerância. 
Em segundo lugar, deve-se respeitar muito mais a individualidade de 
cada aluno. Não valem mais os métodos de igualação, que reduziam todas as 
diferenças e as características peculiares de cada aluno numa visão geral. Vale 
sim o jeito próprio de pensar, os valores pessoais, as escolhas de cada um, os 
interesses particulares. 
Cabe aos educadores preparar o educando para a incerteza, para os 
novos desafios, para a busca constante de aprimoramento: mais do que 
ensinar respostas prontas para tudo, deve-se ensinar que as respostas que 
temos são sempre tentativas provisórias. Mais do que saber respostas de cor, 
é preciso aprender a fazer novas perguntas e a buscar respostas sempre 
 
 
 
 
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novas. Estamos num processo de evolução individual, social e cultural: não 
somos seres estáticos, mas dinâmicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
---------- FIM DO MÓDULO III ----------

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