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[Digite texto] Curso de Educação Infantil (Características e Singularidades) MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada 49 Tópico 3. Educar: um ato de amor e responsabilidade 3.1 A missão do educador Disponível em: <www.unioeste.br/.../projeto/desenhos/educar3.jpg>. A etimologia do verbo Educar informa que se trata de um verbo de origem latina, que possui dois radicais, sendo eles: EDUCARE= criar, amamentar; EDUCERE= levar para fora, fazer sair, dar à luz. Dessa forma, temos a noção de que EDUCAR é “conduzir de um estado a outro”. Poderíamos, então, nos questionar: desejamos conduzir nossas crianças para onde? Que ESTADO é esse que queremos contribuir para conduzir esses alunos? Para o filósofo e educador José Carlos Libâneo (1996, p.97). EDUCAR “é conduzir de um estado a outro, é modificar numa certa direção o que é suscetível de educação”. Acreditamos, assim, que é possível a mudança, que depende de nós, educadores, transformar, modificar efetivamente as condições históricas em que estamos inseridos. Disponível em: <www.uniblog.com.br/img/posts/imagem24/245272.gif>. 50 Uma pessoa somente se identifica a partir de uma opção radical da sua vida. Radical no sentido de “Raiz”. Nós somos obrigados a fazer escolhas a todo o momento em nossa vida. A opção de vida é algo muito profundo. É a resposta à pergunta: “Onde está o seu coração?” “Onde é que você colocou, assentou o núcleo do seu ser?” A identidade se estabelece, portanto, numa linha de núcleo, de centro. Como nos diz o Evangelho: “Onde está o teu tesouro, lá está o teu coração” (BÍBLIA, N. T. Mateus, 6:21). Onde está nossa opção de vida (nosso tesouro) lá está o nosso coração (o centro do nosso ser e, portanto, a nossa identidade). Eu sou aquilo que meu coração é, aquilo que está escondido no mais íntimo do meu ser. Outro ponto importante é a QUALIDADE DA PRESENÇA DO EDUCADOR. Estar presente não significa apenas “estar aí”, “estar perto de alguém”. É a qualidade do tempo em que você está perto de alguém que conta, o que realmente importa. Não é a quantidade de tempo, mas a qualidade. É a qualidade dos nossos atos que valoriza o tempo. É essa presença/qualidade que deve ser a marca do educador. Presença que é compromisso e atuação. Presença que se traduz numa construção positiva da existência, que assume o tempo como um valor profundo, na sua tríplice dimensão de PASSADO, PRESENTE e FUTURO. Finalmente, queremos destacar um ponto importantíssimo na Educação: A PAIXÃO DO EDUCADOR. Fausto Brito (1986) professor e sociólogo mineiro, companheiro de Roberto Freire, dizia: “somos apaixonados, não de nascença, mas por opção”. Para ele, a paixão de viver é trazer as utopias para o presente e recriá-las permanentemente, transformando o futuro em algo incerto, mas também fascinante. Mas para isso, é preciso que o nosso amor seja de jardineiro, não de botânico. 51 Disponível em: <oblogdalibelua.blogs.sapo.pt/arquivo/jardim-f...>. O botânico é aquele que estuda as plantas, conhece suas características exteriores e interiores, disseca-as, classifica-as e reconhece cada uma pelo seu nome científico. Para estudá-las, cria-as em estufas ou as coloca em arquivos de plantas secas. Sua relação com elas é a do cientista lidando com seu objeto de conhecimento. Já o jardineiro não tem o conhecimento do cientista, mas conhece suas plantas pelo nome, cuida delas, percebe quando precisam de água ou de adubo e deixa que cresçam livremente, sujeitas ao bom e ao mau tempo. Sua relação é pessoal – para o jardineiro, as plantas são seres vivos em crescimento. Isso quer dizer que o ato de ensinar cria uma situação que propicia, muitas vezes, o autoritarismo, a imposição de uma vontade sobre a outra. Mas não é esse o verdadeiro papel do educador. O educador autêntico deve ensinar à criança o desenvolvimento de sua espontaneidade, naturalmente livre, e do seu espírito crítico, naturalmente aguçado. É possível ser EDUCADOR sem ser AUTORITÁRIO. Aí temos, então, um professor apaixonado. Um professor que cria para si uma pedagogia livre e criativa, com um entusiasmo que contagia seus 52 alunos, que consegue manter uma relação professor/aluno que se aproxima do amor, que dá liberdade para que o conhecimento cresça. 3.2. O Profissional da Educação Infantil O conceito de infância foi se modificando com o passar dos anos e com ele também mudou o conceito da Educação Infantil. Inicialmente, as instituições que atendiam as crianças de zero a seis anos tinham um caráter assistencial e eram dedicadas às classes populares. Não havia uma preparação específica para os profissionais que atendiam essas crianças, e as pessoas que cuidavam dessas crianças tinham a função de apenas acompanhá-las, para que pudessem comer, brincar e não se machucar. Com o passar do tempo, as instituições particulares passaram também a atender crianças nessa faixa etária. Há nesse processo uma mudança radical no olhar sobre a criança. Ela passa a ser vista como o adulto de amanhã, e a educação a ela oferecida passa a ter um caráter compensatório. As instituições receberam diversas críticas por esse atendimento. “A crítica à educação compensatória trouxe à tona seu caráter assistencialista, discriminatório” (Khulmann Jr.1998, p.182). Depois disso, percebeu-se a importância do trabalho cognitivo e motor no currículo da Educação Infantil. Disponível em: <www.camboriu.sc.gov.br/.../dep_238328382.jpg>. 53 Diante dessas mudanças históricas e culturais relacionadas à infância e a sua educação, a formação dos profissionais que trabalham com essa faixa etária também passou por modificações. O profissional da educação infantil surge sem qualquer exigência de qualificação, e apenas a partir dessas mudanças sociais significativas que influenciaram reformas no sistema educacional é que a sua formação passou a ser discutida. Nos últimos cinco anos, essa preocupação se intensificou e as propostas de formação do educador opõem-se àquelas que não se preocupavam com o atendimento indissociável de cuidado e educação. Hoje, existe um duplo objetivo no trabalho da educação infantil, o de educar e cuidar, sem que um se sobreponha ao outro. Nesse sentido, é necessário que as instituições educativas responsáveis pelas crianças de zero a seis anos se conscientizem de que são diferentes das instituições escolares, tanto pelo seu objeto que é a criança e não o sujeito escolar – aluno, como pela definição de suas funções que são diferentes das da pedagogia escolar. A função das instituições da educação infantil é, portanto, desenvolver atividades complementares e indissociáveis ligadas ao cuidado e à educação da criança, sem tentar se assemelhar ou se confundir com a escola ou com a casa da criança. Para isso, devem levar em consideração os eixos que fundamentam o trabalho, que contribuem para delimitar melhor a especificidade destas instituições de Educação Infantil, quais sejam: a linguagem, as interações, o brinquedo e a organização do tempo e do espaço. A escolha destes eixos tem por suporte a compreensão de que a especificidade da faixa etária das crianças que frequentam as instituições de Educação Infantil requer um trabalho educativo, de caráter intencional, cujos objetivos centrais são o desenvolvimento infantil e a viabilização de relações educativas, interpessoais e com a cultura das crianças com o conhecimento sem que isso signifique considerá-lo sem sua feição escolar.Diante desses pressupostos em ralação à realidade do trabalho da educação infantil, devemos considerar o perfil do profissional que atenderá a 54 essa faixa etária. Além disso, temos que observar os preconceitos e os tabus instituídos a esses profissionais no decorrer de sua história. Ao contrário do que muitos pensam, o educador que atende a essa faixa etária deve ter uma formação profissional sólida no que se refere às teorias das concepções da infância e da criança, dos processos de ensino- aprendizagem e da própria profissão que irá exercer. Além disso, este profissional deve manter algumas práticas domésticas femininas no sentido de ter um cuidado físico e psicológico com a criança, além da intencionalidade pedagógica inerente à educação. Talvez seja por essas características fortes do profissional da educação infantil que notamos em sua maioria o sexo feminino. Parece que a instituição transita entre o espaço escolar e o espaço doméstico e a profissão guarda o traço de ambiguidade entre a função materna e a função docente. A constatação de que esta profissão tem sido marcada por uma naturalização do feminino quando é enfatizado o predomínio de mulheres como profissionais destas instituições significa a compreensão de que a categoria gênero é uma dimensão decisiva da organização da igualdade e da desigualdade em nossa sociedade, já que “as estruturas hierárquicas repousam sobre percepções generalizadas da relação pretensamente natural entre masculino e feminino” (SCOTT, 1990, p.18). Em relação a isso, Guiomar Namo de Mello (1982, p.132) afirma: “É fora de dúvida que o magistério, assim como as demais profissões na área das Ciências Humanas, exige um relacionamento mais próximo com pessoas e consequentemente reveste-se de características especiais”. Dessa forma, quando pensamos na Educação Infantil, remetemo-nos à afetividade como fundamental no relacionamento da criança de zero a seis anos para a construção do saber. É claro que não podemos nos apegar a uma visão estereotipada de que o homem não tenha afetividade. O número de mulheres da educação infantil é um dado real, o que não significa uma teoria de que essa é uma profissão exclusivamente feminina. 55 3.2.1. As especificidades do professor da Educação Infantil em comparação com outros níveis de aprendizagem Até a década de 90, os profissionais da Educação Infantil não eram denominados professores, tendo em vista a falta de qualificação na área da docência. Quando o conceito de Educação Infantil incorporou o desenvolvimento da cognição, e não mais um simples cuidado físico, essa denominação teve de ser modificada. A partir daí, os profissionais da educação infantil travam um longa luta por valorização e reconhecimento enquanto profissionais da educação. Esse reconhecimento implicaria a sua valorização quanto à remuneração, à carga horária de trabalho condizente com o título, o plano de carreira e quanto à garantia dos demais direitos trabalhistas como férias e aposentadoria, entre outros. Uma das preocupações dos estudiosos da Educação Infantil era a nomeação do profissional dessa área: educador, professor de Educação Infantil e técnico da Educação Infantil foram algumas das sugestões. As divergências sobre a denominação foram abrandadas com a LDB 9394/96, que estabeleceu a função docente para toda a educação básica, atendendo, desse modo, a uma reivindicação de parte significativa do movimento docente e dos profissionais da área da educação infantil, que defendiam a denominação de professor tanto para o profissional da creche como para o da pré-escola. Além dos aspectos relacionados ao reconhecimento desses profissionais, acreditava-se também que tanto a atuação na creche como na pré-escola exigia profissionais qualificados, uma vez que ambos os espaços passavam a ser reconhecidos como educativos e mais tarde passam a integrar o sistema de ensino. Assim o [...] profissional que poderia dar conta desta função pedagógica apregoada era sem dúvida o professor, pois além de já possuir um estatuto legitimado de profissional da educação, sua presença crescia em instituições de atendimento à faixa de quatro a seis anos. Por que não trazê-lo para trabalhar com crianças de zero a três anos? Se tanto creche como pré-escola eram consideradas, na prática, 56 espaços pedagógicos, nada mais natural que o professor fosse seu agente (OSTETTO, 1997, p. 14). Segundo Oliveira-Formosinho (2002a, p. 44), a docência na educação infantil apresenta aspectos similares e também diferenciadores da docência dos demais níveis de ensino. A autora caracteriza alguns aspectos da singularidade da docência na educação infantil, que se dá em função: I) das características das crianças pequenas ou da “globalidade, vulnerabilidade e dependência da família”, que exige que o professor a leve em conta como um todo indissociável (em seus aspectos afetivo, cognitivo e social biológico). Isso exige do professor de Educação Infantil um conhecimento veiculado em sua formação que leve em conta a ‘vulnerabilidade’ social das crianças e, por outro lado, reconheça as suas “competências sociopsicológicas que se manifestam desde a mais tenra idade.” (DAVID, 1999 apud OLIVEIRA- FORMOSINHO, 2002, p. 46); b) da amplitude e diversidade de seu papel, abrangendo o educar e o cuidar, responsabilizando-se pela criança de forma integral, pelas suas necessidades e sua educação, que envolvem “a diversidade de missões e ideologias, a vulnerabilidade da criança, o currículo integrado, o foco na socialização, a relação com os pais, as questões éticas que relevam da vulnerabilidade da criança o currículo integrado” (DAVID, 1999 apud OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2002, p. 46). Há, assim, na educação da infância uma interligação profunda entre “educação e ‘cuidados’, entre função pedagógica e função de cuidados e custódia” (OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2002, p. 47); c) da necessidade de estabelecer uma “rede de interações alargadas” com as crianças e os diferentes profissionais das instituições (psicólogos, assistentes sociais, profissionais da saúde, etc.) e com as famílias, integrando “desde o interior do microssistema que é a sala de educação de infância até a capacidade de interação com todos os outros parceiros e sistemas” (OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2002, p. 48); 57 d) da integração e interação “entre o conhecimento e a experiência, [...] entre os saberes e os afetos”, como centrais da docência na educação infantil como uma profissão que se sustenta na “integração do conhecimento e da paixão” (OLIVEIRAFORMOSINHO, 2002, p. 48-49). 3.2.2. A missão do Professor da Educação Infantil Em vários documentos legais podemos encontrar as diversas funções atribuídas ao professor da Educação Básica, estendendo-se aos professores da Educação Infantil. Entre elas, destacaremos algumas que merecem atenção para que o trabalho do educador dessa faixa etária possa melhorar seu trabalho e refletir sobre suas atitudes diante de sua clientela – as crianças de zero a seis anos. Em primeiro lugar, o professor deve garantir à criança o direito de aprender e de se desenvolver. Essa é uma função muito enfatizada em vários documentos legais, sendo então considerada a principal missão do professor. Disponível em: <www.escolaterramater.com.br/educinfmovi mento>. Nesse sentido, cabe ao educador promover situações por meio de estratégias didáticas que possibilitem o crescimento intelectual e afetivo de seus educandos. Deve também atuar coletivamente, por meio de um trabalho em equipe, cooperando na elaboração do projeto educativo e curricular, desenvolvendo a competência docente, partilhando e desenvolvendo a prática como professor. 58 Quanto a isso, o Ministério da Educação afirma que o professor da educação infantildeve: Organizar situações de aprendizagem adequadas à criança de quatro a seis anos a partir da compreensão de que vivem um processo de ampliação de experiências com relação à construção das linguagens e dos objetos de conhecimento, considerando o desenvolvimento, em seus aspectos afetivo, físico, psicossocial, cognitivo e linguístico (MEC/SEMTEC, 2000, p. 73). Pensando especificamente nas crianças da Educação Infantil, sabemos que a forma mais adequada de propiciar o aprendizado é por meio de [...] situações do cotidiano, quando a criança desenha, pinta, observa uma flor, assiste a um vídeo, brinca de faz de conta, manipula um brinquedo, explora a areia, coleciona pedrinhas, sementes, conversa com amigos ou com o próprio professor (MEC/SEMTEC, 2000, p. 73). Isso irá caracterizar a forma com que a criança constrói conhecimento por intermédio de experiências ampliadas. Cabe também ao professor, trabalhar com a diversidade, o que significa reconhecer e considerar as diferenças de cada criança para acionar conhecimentos múltiplos capazes de responder de forma apropriada às diferentes questões que surgem nesse cotidiano. Disponível em: <www.caceres.mt.gov.br/imagens/not01_1120>. Outra função atribuída ao professor da Educação Infantil é articular a relação da instituição de ensino com a família e a comunidade, de forma articulada, de modo a promover a interação entre as partes. A intenção deve ser a de formar parcerias e o professor deve atuar como elo de comunicação e de participação. Essa relação professor-família-comunidade tem como princípio básico assegurar à criança um ambiente harmonioso. A criança requer olhar atento e 59 ações comprometidas e articuladas por parte dos adultos que com ela convivem, quer no espaço institucional, quer no familiar, exercendo funções distintas. Cabe também ao professor da Educação Infantil educar e cuidar da criança de zero a seis anos. Essa função é bastante enfatizada em alguns documentos. Considera-se que a integração entre o educar e o cuidar é um “avanço significativo [...] que pode e deve ser estendido às demais etapas da escolaridade” (MEC/SEF, 1998, p. 54). Disponível em: <www.caceres.mt.gov.br/imagens/not01_1120>. O educar deve ser considerado essencial no desenvolvimento integral da criança, das “suas múltiplas capacidades” e da construção de uma autoimagem positiva. O cuidar da criança, além de ser tratado junto com o educar, é também enfatizado separadamente como fator de humanização. Essas duas ações, porém, não devem ser vistas separadamente pelo educador, mas como complementares no processo de crescimento físico e cognitivo da criança, que também não acontecem separadamente. Num espaço em que o educar e o cuidar se dão de forma indissociável “a relação não é de domínio sobre, mas de convivência. Não é pura intervenção, mas interação e comunhão” (BOFF, 1999, p. 95). Para que isso ocorra de forma efetiva, o professor da Educação Infantil deve construir vínculos de interação com a criança, percebendo-a como um ser competente e capaz de estabelecer trocas sociais com outras crianças ou 60 mesmo com os adultos. Tudo isso por meio de uma rede complexa de vínculos afetivos. Para que se realize essa comunicação é preciso abertura por parte do professor para as múltiplas linguagens das crianças e para o lúdico, características da cultura infantil que permeiam todas as suas manifestações. Enfim, cabe ao profissional da Educação Infantil levar em conta não apenas as características das crianças, mas, sobretudo, reconhecer as [...] necessidades infantis peculiares, bem como compartilhar uma consciência social contemporânea sobre o que se define como direitos das crianças de 0 a 6 anos (CAMPOS M.; ROSEMBERG, 1995 apud MACHADO, 1998). 3.2.3 O trabalho em equipe e as atitudes e comportamentos de um educador da Educação Infantil Disponível em: <bp3.blogger.com/.../s320/t%2520(10).jpg>. 3.2.3.1 Algumas máximas são indispensáveis para o trabalho em equipe: I – Qualidade de Ensino; II – Bom relacionamento Escola-família; professor-aluno; professor- professor; III - Escola como um lugar amado pelo aluno; IV – Transparência total; 61 V – Responsabilidade e eficiência; VI – Propostas de soluções; VII – Escola como espaço de alegria e cooperação; VIII – Trabalho coletivo e cooperativo; IX – Cada um e todos somos o espelho da escola; X – Tolerância é uma qualidade de amigo; XI – Ser mais que escola, ser família. 3.2.3.2 Atitudes e comportamentos de um educador: Algumas atitudes são indispensáveis para o bom andamento e sucesso de nossa escola, e nós as exigimos de todos os educadores: I – Seja um espelho positivo da escola; II – Seja um incentivador de expressões; III – Seja o porto seguro para a criança; IV – Seja uma pessoa feliz com sua profissão; V – Faça a diferença; VI – Participe, opine e procure soluções; VII – Acate as críticas e reflita sobre elas para melhorar; Disponível em: <pwp.netcabo.pt/jmmg/grito.gif>. 62 VIII – Não grite, não agrida, não amedronte EM HIPÓTESE ALGUMA! O respeito se conquista com amor e não pelo medo; IX – Esqueça a imagem do aluno ideal; X – Observe a criança com atenção; Disponível em: <www.escolaartedecrescer.com.br/escola-acao.jpg>. XI – Converse com os mais agitados e ouça suas razões; XII – Não rotule o aluno em hipótese alguma; XIII – Crie situações, brinque, seja criativo e dinâmico; XIV – Diferencie bastante suas aulas; Disponível em: <www.ima-rs.com.br/.../DSC00178.JPG&w=400>. 63 XV – Procure fazer contratos de regras e comportamentos; XVI – Cumpra os contratos e faça com que as crianças também cumpram; XVII – Não considere a indisciplina um ataque pessoal; XVIII – Faça valer sua autoridade, sem ser autoritário e sem perder o afeto; XIX – Quando for preciso chamar a atenção, aproxime-se do aluno, fique na altura dele e fale com carinho; XX – Não desanime. A aprendizagem é um processo gradativo e exige investimento. Você terá que repetir várias vezes o discurso para o mesmo aluno. Disponível em: <winxclub01.nireblog.com/.../files/professora.gif>. 3.3. Elos de afetividade Quando o professor se propõe a ensinar, e os alunos a aprender, uma corrente de elos de afetividade vai se formando e o cumprimento das atividades passa a fazer sentido para todos. Sem vínculos afetivos, a aprendizagem significativa não ocorre. É somente agindo assim que muitos professores se transformam em modelos para as crianças e serão por elas lembrados pelo resto da vida. 64 3.4. Ética Profissional Estamos num processo de evolução individual, social e cultural: não somos seres estáticos, mas dinâmicos. A vida humana é convívio. É justamente na convivência, na vida social e comunitária, que o ser humano se descobre e se realiza enquanto um ser moral e ético. A convivência parte da necessidade: física, afetiva, financeira e espiritual. Essa convivência, porém, gera conflito e dúvidas em relação ao comportamento, ao juízo de valor e às ações adequadas diante das situações. Diante disso, devemos lembrar daquela frase célebre de Thomas Morus: “Nenhum homem é uma ilha” (MORUS, 1516 ). Disponível em: <www.inovavox.com/.../2007/11/ilha-deserta.jpg>. A Ética e a moral podem ajudar os seres humanos a minimizar seus conflitos. Há, no entanto, algumas diferenças entre esses conceitos que devem ser analisados. Ética, palavra proveniente do grego ethos, significa analogamente “modo de ser” ou “caráter”. Além disso, pode ser entendida como teoria ou ciência do comportamento moral dos homens: “A ética é teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência ou forma de comportamento dos homens, o da moral, considerado porém na sua totalidade,diversidade e variedade” (VAZQUEZ, 2005). 65 Já o conceito de moral tem sua origem na língua latina mos ou mores significando “costumes”, no sentido de conjunto de normas e regras adquiridas por hábito. Conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão. Ação “reguladora” no desempenho das profissões, fazendo com que o profissional respeite seu semelhante no exercício da sua profissão. Responsabilidades individuais e sociais, estabelecendo uma relação entre “o fazer” e “o agir”. A Ética profissional inicia-se com a reflexão. Quando escolhemos a nossa profissão passamos a ter deveres profissionais obrigatórios. Ética profissional é refletir sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão e deve ser iniciada antes da prática profissional. Ser um profissional ético nada mais é do que ser profissional mesmo nos momentos mais inoportunos. Para ser uma pessoa ética, devemos seguir um conjunto de valores. Ser ético é proceder sem prejudicar os outros. Algumas das características básicas de como ser um profissional ético é ser bom, correto, justo e adequado. É ter atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando a atividade é exercida solitariamente em uma sala, ela faz parte de um conjunto maior de atividades que dependem do bom desempenho desta. É necessário também manter uma postura próativa, ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que foram dadas, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja temporário. O educador contemporâneo precisa encontrar-se, empenhando-se em formar uma comunidade, em contribuir para o desenvolvimento integral dos estudantes, em promover a sua autoformação. A identidade do professor pode ser construída de forma positiva por duas vias: 1) possuir virtudes morais; 2) possuir virtudes intelectuais. 66 O professor de hoje não tem tempo para refletir sobre o seu lugar na sociedade, porque a sociedade também não tem tempo para ele e, sobretudo, porque a sociedade pós-industrial nem sequer reconhece a nobreza e a complexidade do seu trabalho. A ética do professor pode ser desenvolvida quando procura ter coragem que o inspira a enfrentar as dificuldades por uma questão de honra e dignidade profissional; convencer-se a si próprio a agir positivamente; lutar por vencer o imobilismo e a ineficácia da pedagogia pós-moderna (a pedagogia da compaixão, a pedagogia da diferença, a pedagogia dos afetos, a pedagogia da tolerância); aprender a libertar-se das próprias definições da sua personalidade profissional para poder afirmar a sua identidade. O professor é tão inseparável das coisas como é inseparável de si próprio; o professor e o mundo são postos conjuntamente, como esferas distintas entre si, mas inseparáveis uma da outra, tão inseparáveis como a consciência da nobreza da sua condição. A pós-modernidade traz alguns desafios para a educação. Em primeiro lugar, não se pode mais considerar que nossos saberes são absolutos; antes, são conhecimentos provisórios, embora nosso empenho seja sempre em chegar à verdade. Portanto, ao invés do dogmatismo e arrogância intelectual, devemos desenvolver a modéstia e a tolerância. Em segundo lugar, deve-se respeitar muito mais a individualidade de cada aluno. Não valem mais os métodos de igualação, que reduziam todas as diferenças e as características peculiares de cada aluno numa visão geral. Vale sim o jeito próprio de pensar, os valores pessoais, as escolhas de cada um, os interesses particulares. Cabe aos educadores preparar o educando para a incerteza, para os novos desafios, para a busca constante de aprimoramento: mais do que ensinar respostas prontas para tudo, deve-se ensinar que as respostas que temos são sempre tentativas provisórias. Mais do que saber respostas de cor, é preciso aprender a fazer novas perguntas e a buscar respostas sempre 67 novas. Estamos num processo de evolução individual, social e cultural: não somos seres estáticos, mas dinâmicos. ---------- FIM DO MÓDULO III ----------
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