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Comunicação e Escrita

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unidade 
3
Ângela Kroetz dos Santos
Gilberto Fonseca
LINGUAGEM
Comunicação e
A Articulação da Escrita
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem 
foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com 
um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, 
realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com 
certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL 
Estudar os principais elementos necessários à adequada articulação da 
escrita, com o objetivo de elaborar frases, parágrafos e textos coesos e 
coerentes, que garantam uma comunicação efetiva e crítica a partir do uso 
lógico e dinâmico da língua.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Refletir sobre a escrita como processo emancipatório dos sujeitos;
• Refletir sobre a escrita na contemporaneidade;
• Compreender os conceitos de coesão e coerência;
• Estudar os articuladores textuais;
• Estudar a estrutura da frase, do parágrafo e do texto;
• Buscar estratégias dinâmicas de escrita textual, com foco no texto 
argumentativo;
• Organizar esquemas de texto que facilitem a escrita textual.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você tem dificuldade de escrever? 
2. Acredita que, por vezes, lhe falte “inspiração” para redigir um texto? 
3. O que você pode fazer para melhorar a sua escrita?
unidade 
3
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca70
3.1 Introdução
Você já se percebeu em uma situação em que precisava escrever e, mesmo cheio 
de ideias e argumentos sobre um assunto, teve dificuldades de colocá-los no 
papel? Ou, ainda, as ideias lhe faltaram e você acreditou não estar “inspirado” 
para escrever? Você não é o único que passou (ou passa) por isso! No entanto, 
ao contrário do que muitos pensam, a escrita não depende de uma “inspiração” 
que surge como um passe de mágica. Escrever é mais uma das muitas atividades 
humanas que requerem treino para serem bem executadas.
Uma escrita coesa, precisa, coerente e sem erros graves é uma habilidade que 
se espera de qualquer profissional. Isso reforça, mais uma vez, a ideia de que 
o domínio da língua é determinante para o bom desempenho dos sujeitos em 
qualquer profissão. No capítulo anterior, você pôde perceber que para interpretar 
é necessário ampliar o repertório cultural e comunicativo, o que acontece por 
meio da leitura e das experiências culturais a que você tem acesso. Você também 
foi estimulado a notar que a leitura estende a capacidade de compreender as 
estruturas linguísticas que constituem os diversos gêneros.
A boa notícia é que, para escrever bem, os pré-requisitos são os mesmos! 
Ao desenvolver a habilidade de interpretar, você aprimora a capacidade de 
escrever, visto que os elementos necessários para essas duas atividades são 
similares: reconhecer estruturas linguísticas e textuais, aprimorar práticas 
culturais e desenvolver a fluência. Assim, novamente, quanto mais você lê, 
maior é o seu repertório para escrever, visto que a escrita demanda, igualmente, 
conhecimento de mundo. Com isso, entende-se que escrever não é algo que se 
realiza do nada. É preciso ter o que dizer, e só tem o que dizer quem sabe o que 
acontece, quem lê, quem se relaciona, quem interage. 
Nesta unidade, você é convidado a refletir sobre a escrita e sobre a sistematização 
de textos argumentativos. Expressar-se adequadamente pela escrita é 
fundamental para a sua carreira, como também é imprescindível que você saiba 
defender logicamente um pensamento, utilizando argumentos plausíveis para 
defender suas posições. Independente da dificuldade que você sinta ao escrever, 
seja em termos de criação ou de organização, algumas práticas simples podem 
qualificar muito o seu texto. Vamos conhecê-las?
 A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 71
Na Figura 3.1, está contemplada a sequência didática da Unidade 3.
Figura 3.1 – Sequência Didática.
Fonte: Elaborado pelos autores.
A escrita na
contemporaneidade
Estruturas 
Básicas da
Escrita
A Construção
do Texto
Argumentativo
Estrutura do
Texto
Argumentativo
Elementos
de Coesão
e Coerência
Texto e
Fatores de
Textualidade
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca72
3.2 A Escrita na Contemporaneidade
Para que você entenda o valor da escrita na contemporaneidade, é interessante 
retomar a origem da escrita, já contemplada na Unidade 1, verificando o quanto 
ela contribuiu para que chegássemos à era tecnológica. Você se lembra de que 
a escrita fomentou o desenvolvimento das civilizações por meio da transmissão 
do conhecimento pelos séculos afora? Recorda-se de que falamos sobre o fato de 
a sociedade ter passado de uma dimensão oral para uma perspectiva de escrita, 
transformando hábitos sociais antes voltados à oralidade?
Por meio desse histórico, entendemos a significativa importância que o texto 
adquire na vida contemporânea. É possível dizer, como explora a reportagem 
que analisamos na Unidade 2, que nunca se escreveu tanto quanto hoje, muito 
embora a escrita moderna seja fragmentada e reduzida a frases curtíssimas 
redigidas em smartphones. É inegável que a tecnologia impôs novas formas 
de nos relacionarmos com a escrita, mas, apesar disso, é essencial que você 
tenha o domínio da língua escrita padrão (assim como de suas variações), 
visto que ela empodera o sujeito e pode permitir ou negar o seu acesso a 
determinados círculos.
Nas próximas seções, você aprofundará o seu conhecimento acerca da escrita e 
de suas propriedades, iniciando pelas formas mais elementares: a frase e o 
parágrafo. Adicionalmente, verificará breves tópicos de sintaxe. Contudo, esse 
aspecto não será aprofundado, uma vez que o objetivo desta unidade é, 
primordialmente, que você exercite a escrita.
SINTAXE é a “parte da gramática que estuda as palavras enquanto elementos 
de uma frase, as suas relações de concordância, de subordinação e de 
ordem”. (HOUAISS, 2009, p. 1751).
GLOSSÁRIO
 A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 73
3.3 Estruturas Básicas da Escrita: 
Frase e Parágrafo
Você sabe que a frase é a estrutura básica da comunicação humana? Sempre 
que você fala ou escreve, junta as palavras em frases, para que formem sentido 
e comuniquem o que você quer expressar. A palavra possui significado por si 
só, mas é apenas na sua interação com outros termos, em uma frase, e na sua 
inserção em um contexto comunicativo, que ela adquire valor.
Como exemplo, podemos citar a palavra trabalho. Se consideramos o termo 
isoladamente, talvez você imagine que estejamos falando do substantivo 
trabalho (O trabalho estava bastante difícil.), mas é possível que nossa 
intenção tenha sido utilizar o verbo (Eu trabalho todos os dias da semana.). 
Perceba que é o contexto que determina o sentido por meio da interação 
que existe entre os termos. Observe que tomando a palavra isoladamente, 
ela admite mais de um significado, já dentro da frase, na maioria da vezes, 
apenas um sentido é possível.
Uma frase é um enunciado que possui sentido completo. Existem diferentes 
tipos de frases: as frases nominais (formadas apenas por substantivos, adjetivos 
etc), as orações (apresentam um verbo) e os períodos (apresentam mais de um 
verbo). No exemplo a seguir, você pode visualizar a estrutura básica de uma 
oração, a saber, a divisão entre sujeito e predicado (formado por verbo e/ou 
complementos):
A empresa em que João trabalha concedeu férias coletivas
SUJEITO (quem pratica a ação) A empresa em que João trabalha
VERBO (a ação) concedeu
COMPLEMENTO (complementa o 
verbo: concedeu o que?) férias coletivas
Quando temos um conjunto de frases que “conversam entre si”, reconhecemos 
um parágrafo. Um parágrafo, por sua vez, pode ter sentido completo ou 
também depender da relação com outros parágrafos para expressar uma 
ideia global. A reunião de vários parágrafos encadeados é um texto. Com 
isso, você pode perceber que o mecanismo de articulação da língua funcionacom o agrupamento de palavras em frases, de frases em parágrafos, e de 
parágrafos em textos.
DESTAQUE
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca74
Parece simples, mas nem sempre é. Muitas pessoas têm dificuldade de escrever 
e de articular logicamente as ideias por desconhecerem os mecanismos de 
encadeamento da língua. Se esse é o seu caso, para facilitar a sua prática, você 
precisa começar pelo princípio: aprender a construir boas frases, seguir para 
bons parágrafos para, por fim, construir bons textos.
Então, vamos seguir esse caminho e falar sobre a construção de frases. 
Um erro comum é a elaboração de frases muito extensas. Frases longas podem 
comprometer a argumentação, enquanto frases curtas demais podem fragmentar 
o texto. Veja exemplos dessas ocorrências:
FRASE LONGA FRASES FRAGMENTADAS CONSTRUÇÃO IDEAL
A indústria de alimentação 
abrange as empresas de 
alimentos e bebidas e verifica-se 
que o setor apresentou aumento 
do faturamento tanto para o 
mercado interno, quanto para 
o mercado externo, entre 2012 
e 2014, mas o desempenho 
positivo da indústria brasileira e 
do setor de alimentos foi afetado 
pelo cenário da economia do 
Brasil, em 2015 o PIB apresentou 
uma retração de 3,8%, enquanto 
que em 2016 essa retração foi de 
3,6%, em função do encolhimento 
da economia a indústria de 
transformação apresentou queda 
de 5,2% em 2016 e a produção 
física da indústria de alimentação 
teve resultado de queda de 1% 
no mesmo ano, as empresas em 
geral e o setor de alimentos, em 
particular, precisaram se tornar 
mais competitivos.
A indústria de alimentação 
abrange as empresas de 
alimentos e bebidas. Verifica-
se que o setor apresentou 
aumento do faturamento. Isso no 
mercado interno e no mercado 
externo, entre 2012 e 2014. 
Mas o desempenho positivo da 
indústria brasileira e do setor de 
alimentos foi afetado pelo cenário 
da economia do Brasil. Em 2015 
o PIB apresentou uma retração 
de 3,8%. Enquanto que em 
2016 essa retração foi de 3,6%, 
em função do encolhimento 
da economia. A indústria de 
transformação apresentou queda 
de 5,2% em 2016. A produção 
física da indústria de alimentação 
teve resultado de queda de 1% 
no mesmo ano. As empresas em 
geral e o setor de alimentos, em 
particular, precisaram se tornar 
mais competitivos.
A indústria de alimentação, 
que abrange tanto empresas 
de alimentos quanto de 
bebidas, apresentou aumento 
do faturamento nos mercados 
interno e externo entre 2012 e 
2014. Contudo, o desempenho 
positivo do setor foi afetado pelo 
cenário econômico brasileiro, 
considerando que o PIB sofreu 
retração de 3,8% em 2015 e 
de 3,6% em 2016. Em função 
da recessão da economia, a 
indústria de transformação 
apresentou queda de 5,2% 
em 2016, e a produção física 
da indústria de alimentação 
caiu 1% no mesmo ano. Nesse 
contexto, as empresas, em 
geral, e o setor de alimentos, em 
particular, precisaram se tornar 
mais competitivos.
Veja que, na frase longa, há apenas um ponto final. As muitas informações estão 
sobrepostas, distanciando-se do objetivo da argumentação. O leitor perde o “fio 
da meada”, e não consegue prestar atenção à condução das ideias. Já a segunda 
sequência é uma sucessão de frases entrecortadas, sendo que algumas relações 
entre elas se perdem. O texto ideal é o que apresenta frases não tão extensas, 
e igualmente não tão cortadas. Nesse formato, cada frase trabalha uma ideia, 
ou seja, tem-se o cuidado de manter os elementos da frase padrão (sujeito – 
verbo – complemento). Na proposta, você facilmente identifica quem é o sujeito 
(quem pratica a ação), diferentemente da frase longa, em que tal definição não 
é precisa. Assim, lembre-se de jamais construir frases tão longas quanto a do 
exemplo, porque elas dificultam, e muito, o entendimento do leitor.
 A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 75
Começamos falando em frase, mas logo avançamos ao parágrafo, uma vez que 
transformamos a frase única do exemplo em um parágrafo. O que podemos 
perceber ao analisar mais precisamente o parágrafo que construímos? Vejamos:
Figura 3.2 – A composição do parágrafo.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Quando analisamos frase a frase, parece que tudo se torna mais claro, 
e compreendemos melhor o processo de construção. Existe uma lógica que 
permeia a ligação dos elementos que compõem o parágrafo. A estrutura da 
Figura 3.2 permite compreender que o parágrafo é uma unidade constituída 
por uma oração que desenvolve uma ideia central, a qual se agregam outras 
orações que apresentam ideias secundárias, decorrentes da ideia central e a ela 
relacionadas pelo sentido.
Guimarães (2011) apresenta a noção de que o parágrafo é construído a partir de 
um Tópico Frasal, ou seja, de uma ideia núcleo, que seria a principal informação 
do parágrafo, sendo que as demais ideias são apenas um desdobramento do que 
foi expresso no tópico. De acordo com a autora, a estrutura do parágrafo-padrão 
seria a seguinte:
Parágrafo padrão = Tópico Frasal + desenvolvimento + conclusão
A indústria de alimentação, que abrange tanto
empresas de alimentos quanto de bebidas,
apresentou aumento do faturamento nos
mercados interno e externo entre 2012 e 2014.
Contudo, o desempenho positivo do setor foi
afetado pelo cenário econômico brasileiro,
considerando que o PIB sofreu retração de 
3,8% em 2015 e de 3,6% em 2016.
Em função da recessão da economia, a indústria 
de transformação apresentou queda de 5,2% 
em 2016, e a produção física da indústria de 
alimentação caiu 1% no mesmo ano.
Nesse contexto, as empresas, em geral, e o 
setor de alimentos, em particular, precisaram 
se tornar mais competitivos.
Fase 1 Apresenta um fato
Fase 2
Fase 3
Fase 4
O desempenho do setor de 
alimentos foi afetado com 
a queda do PIB.
Apresenta um 
contraponto ao fato
Os números confirmam
o desempenho negativo 
do setor de alimentos.
Explica
contraponto 
As empresas do setor setor 
precisam ser competitivas 
para contornar a crise.
Conclui o
pensamento
O setor de alimentos 
cresceu entre 2012 e 2014.
“Enunciando logo de saída a ideia-núcleo, o tópico frasal garante de antemão 
a objetividade, a coerência e a unidade do parágrafo, definindo-lhe o propósito 
e evitando digressões”. (GARCIA, 1983).
DESTAQUE
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca76
Conforme Garcia (2003), há diferentes tipos de tópico frasal, adequados a 
diferentes estilos de escrita. O autor destaca três tipos, conforme disposto na 
Figura 3.3:
Figura 3.3 – Tipos de tópico frasal.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Veja, no Quadro 3.1, um exemplo de cada tipo. O tópico frasal de cada parágrafo 
está destacado em negrito:
Quadro 3.1 – Tipos de tópico frasal.
Declaração inicial Definição Divisão
A escrita é uma atividade 
desafiadora para muitos. De fato, 
parece haver resistência à escrita 
em várias áreas do conhecimento, 
mesmo nas humanas. Um ponto 
que determina essa realidade é 
a ineficiência da leitura, muitas 
vezes realizada sem atenção ou a 
partir de fontes duvidosas.
Originalmente, liderar significa 
conduzir. Assim, o líder é aquele 
que conduz um determinado 
grupo, como fizeram Júlio 
César, Martin Luther King e 
Gandhi ao longo da história. 
Nessa perspectiva, conforme 
Maximiano, a liderança sempre 
está relacionada a pessoas, e 
diz respeito a tarefas que elas 
realizam quando são responsáveis 
por um grupo.
Nos EUA existem dois segmentos 
políticos, a saber, o democrata 
e o republicano. A maior 
diferença entre eles diz respeito 
às ideologias, que são a base 
de construção de um governo. 
Enquanto os democratas são de 
centro-esquerda, os republicanos 
têm ideias de direita. Assim, a 
forma de atuação desses grupos 
políticos é totalmente contrária.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Até aqui, você refletiu sobre a escrita de frases e parágrafos, conhecendo 
algumas particularidades de estrutura. Vamos, agora, avançar nossa reflexão 
em direção ao texto e aos fatores de textualidade, que sãoas características que 
fazem com que um texto seja, de fato, um texto.
DECLARAÇÃO INICIAL
Faz uma declaração
genérica (ampla)
que será explicada
DEFINIÇÃO
Apresenta um 
conceito
que será
 desenvolvido nas 
frases seguintes
DIVISÃO
Divide o tópico
em conceitos
que serão
explicados nas
frases seguintes
 A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 77
NOÇÕES DE USO DA VÍRGULA
Para escrever melhor, é importante que você tenha noção de como empregar 
a vírgula. A vírgula é um elemento de pontuação que contribui muito para a 
coesão textual.
Tanto o sujeito quanto o predicado (verbo + complemento) são chamados termos 
essenciais porque formam a estrutura básica da oração. Por isso, a ligação entre 
esses termos não pode ser interrompida por uma vírgula.
No entanto, em algumas ocasiões, o uso da vírgula (ou de vírgulas) é permitido. 
Veja as possibilidades:
 a) Quando se intercalam termos entre o sujeito e o predicado:
A intercalação de termos entre o sujeito e o predicado deve ser marcada por 
vírgulas. É indispensável que, nesses casos, haja uma vírgula antes e outra depois 
do termo intercalado.
Exemplo: Os alunos, ontem à noite, apresentaram o seminário.
Sujeito Os alunos
Predicado apresentaram o seminário
Termo Intercalado ontem à noite
b) Quando vários termos formam um sujeito composto:
Exemplo: Ana, Carlos, Joana e Sandra fazem parte da comissão de formatura.
c) Quando há adjunto adverbial deslocado:
O adjunto adverbial é um termo acessório da oração. Trata-se da função sintática 
exercida por um advérbio, denotando alguma circunstância sobre o fato expresso 
pelo verbo ou intensificando o sentido de um verbo, advérbio ou adjetivo.
Exemplo 1: Naquela tarde, professores, tutores e alunos celebraram o sucesso da 
disciplina.
Sujeito professores, tutores e alunos
Predicado celebraram o sucesso da disciplina
Termo Intercalado naquela tarde
Exemplo 2: De repente, todos foram surpreendidos com uma festa.
Sujeito todos
Predicado foram surpreendidos com uma festa
Termo Intercalado de repente
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca78
3.4 Texto e Fatores de Textualidade
Quando você domina a redação de um parágrafo, boa parte da dificuldade de 
escrever já foi vencida. A Figura 3.4 evidencia o desafio do texto:
Figura 3.4 – Os desafios do texto.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Você já refletiu sobre quais são as características de um bom texto? E quais 
são os elementos que fazem um texto ser um texto? Como já observamos, um 
texto não é um amontoado aleatório de frases, mas um conjunto preciso e bem 
articulado de orações que interagem entre si para produzir sentidos. Os elementos 
que permitem essa boa articulação são chamados de fatores de textualidade. 
São eles: coesão, coerência, informatividade, intencionalidade, aceitabilidade, 
situacionalidade e intertextualidade.
A coesão se refere ao uso que você faz da língua para construir um texto. Trata-
se do emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais, da concordância, 
dos tempos e modos verbais, das conjunções, das substituições e reiterações etc. 
Escrever parágrafos
que se conectam
internamente
Integrá-los em
um todo, de modo
que façam
sentido entre si
Desafio
do texto
LÉXICO: é o conjunto de palavras que as pessoas de uma determinada língua 
têm à sua disposição para expressar-se, oralmente ou por escrito. Pode ser 
definido como o acervo de palavras de um determinado idioma.
GLOSSÁRIO
 A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 79
A coerência corresponde ao “como” você diz. Relaciona-se ao domínio dos 
mecanismos necessários para alcançar os objetivos do texto. Nesse sentido, 
refere-se aos conceitos dispostos no texto (aspectos semânticos, lógicos e 
cognitivos). (ANTUNES, 2005). O texto faz sentido? É lógico? Essa dimensão 
diz respeito não só ao autor, mas também ao leitor, que deve ter subsídios para 
compreender o texto.
A informatividade relaciona-se ao fato de você “ter o que dizer”. Ao escrever, 
você deve fazer o texto progredir, trazendo informações novas na medida em 
que avança. Estas devem sustentar a tese, comprovando os raciocínios que você 
procura expor. Esse critério revela o grau de conhecimento do autor, e determina 
o interesse que o leitor terá no texto. Se um texto não acrescenta nada, se só traz 
o óbvio, o leitor pode não se interessar por ele. 
A intencionalidade pode ser entendida como o que você quer transmitir com 
o texto. Diz respeito às intenções de quem escreve, e está ligada à aceitação do 
texto pelo leitor. 
A aceitabilidade tem foco voltado ao leitor, que aceita o texto quando o 
compreende e consegue interagir com ele.
A situacionalidade determina que você, enquanto autor, deve considerar o 
interlocutor, o ambiente em que este se encontra e o assunto abordado, adequando 
a linguagem à situação comunicativa. Se a situação é formal, você deve ter mais 
cuidado com a escolha das palavras e com a organização textual como um todo. 
Por fim, a intertextualidade, já estudada na Unidade 2, pressupõe que todo 
texto remete a outro ou a vários textos, já que todo o conhecimento humano 
sempre advém de um saber anterior, configurando uma cadeia dinâmica de 
relações. 
A Figura 3.5 sintetiza os fatores de textualidade:
Figura 3.5 – Fatores de textualidade.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Coesão Coerência
Aceitabilidade Situacionalidade Intertextualidade
Informatividade Intencionalidade
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca80
Os fatores de textualidade contemplam todas as dimensões de um texto, sejam 
linguísticas ou interacionais, tornando-se elementos indispensáveis a um 
bom texto. De todos esses aspectos, vamos enfatizar a coesão e a coerência, 
estudando-os mais detalhadamente.
3.4.1 A Coesão
Você sabe a diferença entre coesão e coerência? Embora os dois conceitos 
contribuam para uma boa organização textual, a coesão é focada nos elementos 
linguísticos e a coerência no sentido. A coesão atua, pois, na materialidade do 
texto, e a coerência em um nível mais ideológico (de ideias). Por fim, enquanto 
a coesão depende do autor, a coerência depende dos dois interlocutores (autor e 
leitor).
Vamos explicar. Um texto é formado por várias frases e alguns parágrafos, e 
todos precisam estar articulados entre si. A adequada articulação dos termos 
indica coesão, e a adequada articulação das ideias caracteriza a coerência. É 
claro que esses dois fenômenos são interdependentes.
Na língua, os elementos que possibilitam interligar palavras, frases e parágrafos 
são chamamos de “articuladores textuais”. Esses articuladores são as preposições, 
os advérbios e as conjunções. A Figura 3.6 apresenta tais conceitos.
Figura 3.6 – Articuladores textuais.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Preposição
Estabelece relações 
entre dois ou mais 
termos de uma frase. 
Só tem sentido 
no contexto.
Exemplos: 
de, do (de+o), da (de+a)
por, pelo (por+o)
em, no (em+o), etc
Conjunção
Liga duas ou mais 
ideias, garantindo a 
continuidade do 
sentido do texto
Exemplos: 
mas, porque, pois, logo, 
embora, conforme, etc.
Advérbio
Modifica um verbo, 
um adjetivo ou uma 
oração inteira, indicando 
uma circunstância 
(tempo, lugar, modo, 
intensidade)
Exemplos: 
aqui, certamente, 
bastante, apenas, 
bem, etc.
 A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 81
Vamos verificar, no Quadro 3.2, um exemplo (PLATÃO; FIORIN, 2006) de como 
a coesão se efetiva em um texto argumentativo a partir do uso de preposições, 
advérbios e conjunções:
Quadro 3.2 – Análise das relações de coesão de um texto.
TEXTO COESÃO
Preposições
COESÃO
Advérbios
COESÃO
Conjunções
No início do século, a Paulista era a 
avenida mais espaçosa DA cidade, 
com pistas separadas para bondes, 
carruagens e cavaleiros. Também 
era a mais bela, COM quatro fileiras 
DE magnólias e plátanos. Era um fim 
DE mundo, NO final DA ladeira DA 
Consolação. Lá residiam imigrantes 
recém-enriquecidos: Martinelli, 
Crespi, Matarazzo, Von Bullow. 
Depoisdisso, lá PELOS anos 50 e 60, 
o acelerado processo DE urbanização 
DA cidade varreu dali os 24 casarões 
DA avenida. No seu lugar, surgiram 
prédios, alguns enquadrados entre 
os mais modernos do mundo, como 
o Citibank e o Sudameris.
Já completamente ladeada DE prédios 
DE porte, a recente inauguração do 
metrô lhe conferiu novo charme. COM 
todos esses antecedentes, ela é hoje, 
apesar DAS contradições, a avenida 
mais moderna, dinâmica e nervosa 
DA cidade, eleita PELOS moradores o 
mais fiel retrato DE São Paulo.
São os elementos 
destacados em caixa 
alta: 
DA, DE, COM, NO, 
PELOS.
Por exemplo:
[...] fileiras DE 
magnólias: especifica 
o tipo de fileiras;
[...] NO final DA 
ladeira: ‘no’ indica 
local e ‘da’ especifica 
de que tipo de final 
se trata.
São os elementos 
sublinhados:
Por exemplo:
[...] No início do 
século: especifica 
circunstância de 
tempo;
No seu lugar, 
[...]: especifica 
circunstância de 
lugar;
Já completamente 
ladeada [...]: 
especifica 
circunstância de 
modo
[...] avenida 
mais moderna: 
especifica 
circunstância de 
intensidade.
São os elementos 
hachurados:
Por exemplo:
e: especifica ideia de 
adição;
também: especifica 
ideia de adição;
depois: especifica 
ideia de tempo;
apesar: especifica 
ideia de concessão
Fonte: Elaborado pelos autores.
No texto acima, você pode perceber que há uma série de elementos que 
proporcionam a interação entre substantivos e verbos. Eles orientam a 
argumentação, indicando o tempo, o espaço e as circunstâncias do texto.
Em relação às conjunções, terceiro elemento de coesão mencionado na Figura 
3.6, são classificadas de acordo com a ideia/relação que estabelecem no texto. 
Conforme Goulart e Both (2015), para saber a ideia que um conector articula, é 
preciso sempre voltar ao texto e não simplesmente decorar seu sentido. A seguir, 
na Figura 3.7, veja a relação das principais conjunções e suas respectivas relações:
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca82
Figura 3.7 – Conjunções.
Fonte: Elaborado pelos autores.
CONJUNÇÕES
Veja as principais conjunções da língua e os 
sentidos que elas estabelecem
E, nem, ainda, também, além disso, não só... mas também, 
tanto... quanto
Exemplo: NÃO SÓ era bonita, COMO TAMBÉM culta.
Adição
Ou, ou... ou, ora... ora, ora, seja... seja, quer... quer
Exemplo: A festa seria OU no natal OU no ano novo.Alternância
Mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto
Exemplo: Estou com dor, MAS não vou tomar remédios. Oposição
Logo, portanto, com isso, assim, dessa forma, então, pois, por 
conseguinte
Exemplo: Vou à festa. LOGO, sairei mais cedo do trabalho
 Conclusão
Ainda que, embora, mesmo que, conquanto, a despeito de
Exemplo: EMBORA esteja atrasado, vou tomar um café.Concessão
Tanto que, a ponto de, tal que, tão que
Exemplo: Chorou TANTO QUE borrou a maquiagem.
Consequência
Porque, pois
Exemplo: Vou à festa PORQUE fui convidado pelo meu 
melhor amigo.
 Explicação
Já que, como, uma vez que, porque, porquanto, como, 
visto que, por isso, como
Exemplo: COMO cheguei cedo, trabalhei mais.
 Causa
Se, caso, desde que, a não ser que
Exemplo: SE eu chegar cedo, conseguirei um bom lugar. Condição
Como, assim como, tal qual, do que, tão que, mais... do que, 
menos... do que, tanto... quanto
Exemplo: Ela era bonita COMO a mãe.
 Comparação
Para, para que, a fim de que, com o intuito de
Exemplo: Ele bebia PARA esquecer a dívida. Finalidade
À medida que, à proporção que, ao passo que
Exemplo: À MEDIDA QUE crescia, tornava-se menos tímido Proporção
Quando, enquanto, depois que, desde que, logo que, assim 
que, sempre que
Exemplo: No trem, ENQUANTO dormia, ele foi assaltado.
 Tempo
Como, conforme, consoante, de acordo com, segundo, para
Exemplo: COMO disse o presidente, não haverá aumento de 
salário.
Conformidade
 A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 83
Até aqui, falamos da coesão que se estabelece por meio de preposições, advérbios 
e conjunções. Há, ainda, outras formas de coesão, como as pronominalizações, 
as substituições vocabulares e as elipses, que tornam o texto mais enxuto e 
não repetitivo. Tais recursos acontecem sempre que algum elemento do texto 
é retomado com uso de outra palavra, ou quando algum termo é suprimido. 
Leia a resenha abaixo e após, no Quadro 3.3, observe a definição e exemplos de 
pronominalização, substituição vocabular e elipse.
Em Amor Líquido, Zygmunt Bauman aborda a fragilidade das 
relações, utilizando um texto sério, sem ser sisudo e também sem 
levá-lo a um cientificismo desnecessário, deixando claro que seu 
livro não tem por objetivo compreender o amor em seu âmago, 
mas considerar seus efeitos e as mutações na forma de vê-lo nesses 
tempos. O olhar do autor perturba o leitor, pois o coloca diante de um 
espelho e o faz enxergar cicatrizes que se procura esconder ou, ao 
menos, disfarçar. Bauman não tem receio de apontar a ambiguidade 
do “líquido cenário da vida amorosa”, que oscila entre o céu e o 
inferno. Mostra que, ao mesmo tempo em que tudo fazemos para 
fugir da solidão, não queremos vínculos permanentes, porque não 
há certeza de que faremos a escolha certa, de que a pessoa que 
partilhará do nosso dia a dia não nos fará sofrer, ou ainda, de que 
nos comprometendo com ela, não estamos abrindo mão de outra, 
ainda melhor, com mais qualidades, que nos tornaria ainda mais 
felizes ou satisfeitos. Não queremos desperdiçar tempo nem energia 
em uma relação que possa não trazer resultado algum. O que se 
quer é, com o mínimo de esforço, obter o máximo de satisfação. 
A fórmula testada e aprovada é bem-vinda, mas mesmo esta, não é 
garantida. [...] (FONSECA, 2010).
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca84
Quadro 3.3 – Análise das relações de coesão de um texto.
RECURSO O QUE É? EXEMPLO OBSERVAÇÃO
Pronominalização Quando se usa 
um pronome 
para retomar um 
referente. Esse 
pronome pode ser 
de qualquer tipo 
(reto, oblíquo, 
demonstrativo, 
possessivo, relativo, 
indefinido, de 
tratamento)
O olhar do autor 
perturba o leitor, pois 
O coloca diante de 
um espelho e O faz 
enxergar cicatrizes 
que se procura 
esconder ou, ao 
menos, disfarçar.
 
Em Amor Líquido, 
Zygmunt Bauman 
aborda a fragilidade 
das relações, 
utilizando um texto 
sério, sem ser 
sisudo e também 
sem levá-LO a 
um cientificismo 
desnecessário, 
deixando claro que 
SEU livro [...]
O pronome oblíquo O 
retoma O LEITOR nas 
duas ocorrências.
 
O pronome oblíquo 
LO retoma TEXTO;
O pronome 
possessivo SEU 
retoma Zygmunt 
Bauman
Substituição 
Vocabular
Quando se usa uma 
palavra ou expressão 
com o mesmo 
sentido para retomar 
um elemento.
Em Amor Líquido, 
Zygmunt Bauman 
aborda a fragilidade 
das relações, 
utilizando um texto 
sério, sem ser sisudo 
e também sem levá-
lo a um cientificismo 
desnecessário, 
deixando claro que 
seu LIVRO [...]
A palavra “livro” 
retoma o nome 
da obra, “Amor 
Líquido”.
O recurso permite 
não repetir os 
mesmos termos.
Elipse Quando se suprime 
a referência direta, 
porque pelo contexto 
é possível inferir o 
referente
Bauman não tem 
receio de apontar 
a ambiguidade do 
“líquido cenário da 
vida amorosa”, que 
oscila entre o céu e 
o inferno. MOSTRA 
que, ao mesmo 
tempo em que tudo 
fazemos para fugir 
da solidão [...]
Na segunda frase, 
o nome “Bauman” 
não é repetido. Ao 
utilizar só o verbo 
(MOSTRA), recorre-
se ao recurso da 
elipse.
Fonte: Elaborado pelos autores.
 A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 85
Nesta seção, você estudou os elementos de coesão que contribuem para uma boa 
articulação textual. Na sequência, verificará aspectos de coerência, fechando o 
ciclo de estudos acerca dos fatores de textualidade.
3.4.2 A Coerência
De acordo com Garcia (2003, p. 287), a coerência, “do latim cohaerens, entis: 
o que está junto ou ligado, consiste em ordenar e interligar as ideias de maneira 
clara e lógica e de acordo com um plano definido”. O autor aindaressalta que
sem coerência é praticamente impossível obter-se [...] unidade 
e clareza. Ela é, por assim dizer, a “alma” da composição. 
Os organismos vivos, os próprios mecanismos, só funcionam 
quando suas partes componentes se ajustam, se integram numa 
unidade. Podem-se reunir as mil e uma peças de um aparelho de 
televisão, mas o conjunto só funcionará quando todas estiverem 
adequadamente ajustadas e conectadas segundo o esquema de 
montagem. (GARCIA, 2003, p. 287).
Com isso, evidencia-se a relevância de as ideias estarem adequadamente 
dispostas a fim de não comprometer o todo de um texto. As frases do Quadro 
3.4 evidenciam exemplos de coerência e incoerência:
Quadro 3.4 – Coerência x Incoerência.
FRASES COERENTES FRASES INCOERENTES
A festa estava ótima e, dessa forma, voltei 
muito tarde
A festa estava ótima, porém voltei muito 
tarde.
Gosto de café, por isso comprei vários tipos, 
produzidos em vários estados brasileiros.
Gosto de café, por isso comprei biscoitos.
Gosto de café, embora prefira chá. Prefiro café, embora prefira chá.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Zygmund Bauman (1925-2017) foi um grande pensador da modernidade, 
analisando temas fundamentais para a compreensão das relações afetivas da 
atualidade. O filósofo aborda a sociedade por meio do conceito de liquidez. 
Sua obra Amor Líquido é um best-seller. Leia a entrevista do autor à Revista 
Cult (Ago, 2009) em: http://gg.gg/cw8vv.
SAIBA MAIS
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca86
Você percebe a diferença que há entre cada par de frases acima? É possível 
entender que há coisas que não podem ser ditas porque não fazem sentido, 
não é mesmo? A incoerência pode existir tanto no nível frasal (como nos 
exemplos acima) quanto no textual. Um exemplo de incoerência textual é quando 
o autor defende um ponto de vista e, mais adiante, no mesmo texto, muda de 
perspectiva, passando a sustentar uma ideia contrária.
Assim, em termos de coerência textual, qual você acha que é o maior erro que 
se pode cometer?
Quando se escreve sem planejamento, lançando as ideias no papel na medida em 
que elas vêm à mente, sem um raciocínio lógico e uma organização precisa, 
permite-se a ocorrência de lapsos e deslocamentos de sentidos prejudiciais à 
coerência e clareza do texto. Para evitar esses problemas, é necessário que você 
execute um plano para colocar os pensamentos em uma ordem adequada ao 
propósito da comunicação. “Ordem e transição constituem os principais fatores 
da coerência”. (GARCIA, 2003, p. 287). Na seção 3.6 abordamos o planejamento 
do texto para que você entenda melhor como projetar um texto coerente.
Leia o poema a seguir:
Subi a porta e fechei a escada. 
Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.
Desliguei a cama e deitei-me na luz.
Tudo porque
Ele me deu um beijo de boa noite...
(Autor anônimo)
 
O que podemos dizer sobre esse texto? Ele é incoerente?
Percebe-se que vários elementos estão trocados no texto. No entanto, o poema não 
é incoerente. A aparente incoerência, que se desfaz com os dois últimos versos, 
é um recurso estilístico que dá ao texto um sentido próprio. Assim, a leitura do poema 
reforça o que você já estudou: a importância de olhar além do texto, entendendo os 
sentidos, por vezes, escondidos nas entrelinhas.
 A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 87
3.5 Estrutura do Texto Argumentativo
Como já sinalizamos, o foco de estudo desta unidade é o texto argumentativo. 
O tipo textual dissertativo-argumentativo é caracterizado, entre outros elementos, 
pela existência de argumentos que defendem determinado posicionamento. 
A estrutura clássica consiste em introdução, desenvolvimento e conclusão.
A introdução é a parte do texto que apresenta a tese, a ideia central, o ponto de 
vista principal a ser desenvolvido. O desenvolvimento consiste na argumentação, 
no desenrolar da ideia central apresentada. Para que o desenvolvimento seja 
coerente, é preciso selecionar, dentre muitas possibilidades, argumentos que 
permitam defender a tese escolhida. Por fim, a conclusão é a parte final da 
produção escrita, na qual o ponto de vista é reafirmado e/ou é oferecida uma 
possível solução para a problemática apresentada.
A Figura 3.8 apresenta um esquema de estrutura do texto argumentativo.
Figura 3.8 – Estrutura do Texto Argumentativo.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Macroestrutura do Texto Dissertativo
Estabelecer uma cadeia
lógica entre as três
partes comunicantes
Divisão básica
das três partes
comunicantes
Introdução
Título
1
1
2
2
3
3
1 2 3
Introdução
ConclusãoConclusão
Desenvolvimento
Desenvolvimento
argumentos
1,2 e 3
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca88
Em termos formais, é fundamental a presença de título. Este deve ser significativo, 
sinalizando a essência do texto. Espera-se que o texto argumentativo seja 
composto por pelo menos 3 parágrafos (1 de introdução, 1 de desenvolvimento 
e 1 de conclusão), mas o ideal é que, no desenvolvimento, seja estruturado um 
parágrafo para cada um dos argumentos escolhidos.
Nesta seção abordamos breves pontos sobre a estrutura do texto argumentativo. 
A seguir, para finalizar esta unidade, mostramos a você uma forma prática de 
construir um texto. Trata-se de um passo a passo, que pode facilitar, e muito, 
a sua escrita.
Evite escrever parágrafos com uma frase única em textos argumentativos. 
Essa prática é recorrente entre os estudantes e, algumas vezes, até entre 
escritores. Mas qual é o problema?
Um parágrafo é uma reunião de frases que articulam sentido entre si. Um 
parágrafo não é uma frase, mas um conjunto de frases. Em uma única frase, 
não se conclui toda a argumentação que um parágrafo requer, até porque, de 
acordo com a estrutura que estudamos, um parágrafo deve ter tópico frasal, 
desenvolvimento e conclusão internos.
É claro que em textos mais livres, como crônicas e narrativas, essa prática 
pode ser utilizada como recurso estilístico.
DICA
 A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 89
3.6 A Construção do Texto Argumentativo: 
Passo a Passo
Você se recorda do esquema de leitura que construímos na Unidade 2? Naquela 
ocasião, partimos de um texto já escrito, e selecionamos as partes mais relevantes 
para construir um esquema que funcionasse como resumo da reportagem 
“A Era da Burrice”.
Para elaborar um texto argumentativo, você pode fazer um exercício 
muito semelhante, usando a mesma metodologia, mas de modo inverso. 
Nessa perspectiva, você vai partir de um esquema, construído sob orientação 
de algumas perguntas norteadoras, para chegar a uma espécie de “esqueleto do 
texto”. Vamos ver como isso funciona? Na Figura 3.9, estão algumas perguntas 
que podem nortear a construção do texto que vamos compor.
Figura 3.9 – Questões norteadoras da escrita.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Sobre o que vou falar?Tema
Qual é o problema que existe em relação 
ao tema?Problema
Qual é o primeiro argumento que sustenta 
o que quero dizer?Argumento 1
Quais são os demais argumentos que 
justificam o que quero dizer?Argumento 2
Quais são os contrapontos daquilo que 
defendo?Contraponto
Considerando o tema e os argumentos 
expostos, o que é possível concluir?Conclusão
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca90
Para executar o nosso “esqueleto de texto”, vamos, inicialmente, responder às 
perguntas acima. Para tanto, vamos utilizar a proposta do Enem 2017, cujo tema 
foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. Na Figura 
3.10 vamos elaborar um esquema que dê conta do assunto proposto:
Figura 3.10 – O esqueleto do texto.
Fonte: Elaborado pelos autores.
A partir do esquema acima, é possível desenvolver muito mais facilmente um 
texto. Claro que cada um dos tópicos apresentados precisa ser desmembrado 
e detalhado, mas a sequência textual já está elaborada. Vamos ver o texto que 
poderia resultar desse esquema?
Desafios para a formação educacional de surdos 
no BrasilTemaDificuldades da formação educacional de surdos 
no Brasil, com queda de matrículas desses alunos 
na educação básica
Problema
O estado é omisso para com a formação de 
surdos
Poucas escolas são adeptas ao uso de libras
Argumento 1
Existe preconceito da sociedade para com os 
surdos
Os deficientes são vistos como pouco capazes
Argumento 2
Iniciativas de apoio à cultura surda que existemContraponto
Atuação maior do Estado
Atuação maior da iniciativa privadaConclusão
 A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 91
A formação educacional de surdos encontra, no 
Brasil, uma série de empecilhos. Essa tese pode ser 
comprovada por meio de dados divulgados pelo Inep, os 
quais apontam que o número de surdos matriculados em 
instituições de educação básica tem diminuído ao longo 
dos últimos anos. Nesse sentido, algo deve ser feito para 
alterar essa situação, uma vez que milhares de surdos 
de todo o país têm o seu direito à educação vilipendiado, 
confrontando, portanto, a Constituição Cidadã de 1988, 
que assegura a educação como um direito social de todo 
o cidadão brasileiro
Introdução
O tópico frasal apresenta o tema 
e o problema. A 2º frase explica o 
tópico. A 3º frase fecha a ideia.
Em primeira análise, o descaso estatal com a formação 
educacional de deficientes auditivos mostra-se como 
um dos desafios à consolidação dessa formação. Isso 
porque poucos recursos são destinados pelo Estado 
à construção de escolas especializadas na educação 
de pessoas surdas, bem como à capacitação de 
profissionais para atenderem às necessidades especiais 
desses alunos. Ademais, poucas escolas são adeptas 
do uso de libras, segunda língua oficial do Brasil, a 
qual é primordial para a inclusão de alunos surdos 
em instituições de ensino. Dessa forma, a negligência 
do Estado, ao investir minimamente na educação de 
pessoas especiais, dificulta a universalização desse 
direito social tão importante.
Desenvolvimento
O tópico frasal apresenta o 
argumento 1 (descaso estatal com 
a formação de surdos). 
A 2º frase explica o tópico, o porquê 
do descaso. A 3º frase apresenta 
um desdobramento do argumento 1 
(pouca adesão escolar a libras). 
A 4º frase conclui a ideia.
Em segunda análise, o preconceito da sociedade com os 
deficientes apresenta-se como outro fator preponderante 
para a dificuldade na efetivação da educação de pessoas 
surdas. Essa forma de preconceito não é algo recente 
na história da humanidade: ainda no Império Romano, 
crianças deficientes eram sentenciadas à morte, sendo 
jogadas de penhascos. O preconceito ao deficiente 
auditivo, no entanto, reverbera na sociedade atual, 
calcada na ética que considera inúteis pessoas que, 
aparentemente menos capacitadas, têm pouca serventia 
à comunidade, como é caso de surdos. Os deficientes 
auditivos, desse modo, são muitas vezes vistos como 
pessoas de menor capacidade intelectual, sendo 
excluídos pelos demais, o que dificulta aos surdos não 
somente o acesso à educação, mas também à posterior 
entrada no mercado de trabalho.
Desenvolvimento
O tópico frasal apresenta o 
argumento 2 (preconceito da 
sociedade). As frases 2 e 3 
explicam o porquê do preconceito e 
a origem dele. A 4º frase conclui a 
ideia, trazendo as consequências
do preconceito contra os surdos.
Nesse sentido, urge que o Estado, por meio de envio 
de recursos ao Ministério da Educação, promova a 
construção de escolas especializadas em deficientes 
auditivos e a capacitação de profissionais para atuarem 
não apenas nessas escolas, mas em instituições de ensino 
comuns também, objetivando a ampliação do acesso 
à educação aos surdos e assegurando a eles, por fim, 
um direito garantido constitucionalmente. Outrossim, 
ONGs devem promover, através da mídia, campanhas 
que conscientizem a população acerca da importância 
do deficiente auditivo para a sociedade, enfatizando 
em mostrar a capacidade cognitiva e intelectual do 
surdo, o qual seria capaz de participar da população 
economicamente ativa (PEA), como fosse concedido a 
este o direito à educação e à equidade de tratamento, por 
meio da difusão do uso de libras. Dessa forma, o Brasil 
poderia superar os desafios à consolidação da formação 
educacional de surdos.
Conclusão
O tópico frasal amarra as ideias 
apresentadas nos parágrafos 
anteriores propondo uma solução 
ao problema. A frase 2 apresenta 
uma segunda possibilidade de 
solução. A última frase retoma e 
conclui as ideias anteriores
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca92
O texto acima foi redigido por uma estudante do Piauí para o Enem 2017. 
A redação em questão foi avaliada com a nota máxima. Procuramos explicar o 
desenvolvimento de cada parágrafo a fim de que você perceba como a trama do 
texto constitui sentidos, progredindo a cada nova frase composta.
É importante destacar que nem sempre o texto que você vai escrever admitirá 
todas as questões trazidas na Figura 3.9. No texto que você acabou de analisar, 
o item “Contraponto” não foi desenvolvido. Isso significa que o texto poderia 
ter mais um parágrafo trazendo boas práticas que são realizadas no Brasil em 
relação às pessoas surdas. Um outro exemplo nesse sentido poderia ser um texto 
sobre a maioridade penal, que permite tanto uma posição contrária quanto uma 
opinião favorável ao tema. Esse tipo de texto requer o contraponto, ou seja, 
que você relate fatores favoráveis e contrários a uma posição.
Para finalizar esta unidade, desafiamos você a criar novos esquemas e 
a desenvolver textos a partir de temas de seu interesse ou então a partir de 
temáticas trazidas pelas disciplinas que você está cursando. Lembre-se de que a 
escrita também requer exercício para ser aprimorada.
 A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 93
SÍNTESE DA UNIDADE
Neste capítulo, você refletiu sobre a escrita e sobre a importância de redigir 
textos coesos e coerentes a fim de que o processo de comunicação seja eficaz. 
Nesse contexto, foram estudadas as estruturas básicas da escrita, a saber, 
a frase e o parágrafo. Para facilitar o seu aprendizado, comparamos frases ideais 
com estruturas deficitárias. No que diz respeito à construção de parágrafos, 
estudamos o tópico frasal, para que você pudesse compreender melhor o ponto 
de partida para redigir um parágrafo.
A seguir, você foi conduzido a refletir sobre as características de um bom texto, 
estudando os elementos que permitem a articulação textual: coesão, coerência, 
informatividade, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade e 
intertextualidade. Dentre esses aspectos, nosso foco de análise recaiu sobre 
a coesão e a coerência. Você pôde compreender que a coesão é constituída 
na materialidade do texto, ou seja, a partir do uso de articuladores textuais, 
e que a coerência se projeta em um nível ideológico, ou seja, a partir das ideias 
desenvolvidas no texto.
Você ainda observou, brevemente, a estrutura do texto argumentativo, 
e acompanhou o desenvolvimento de um passo a passo que problematiza a 
construção desse tipo de texto. A partir desse “esqueleto textual”, objetivamos 
facilitar o seu processo de redação daqui em diante. Esperamos que você utilize 
esses recursos sempre que produzir trabalhos acadêmicos ou redigir e-mails, 
relatórios e demais textos em seu ambiente profissional.
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca94
REFERÊNCIAS
ANTUNES, I.: Lutar com palavras: Coesão e Coerência. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2005.
FONSECA, G. Resenha: Amor Líquido. Porto Alegre, 2010. Não publicado.
GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna: aprender a escrever, aprendendo 
a pensar. 23.ed. Rio de Janeiro –RJ Ed. FGV, 2003.
GOULART, C. R.; BOTH, Joseline Tatiana. Interpretação e compreensão de textos. In: 
AIUB, T N. (Org). Português: práticas de leitura e escrita. Porto Alegre: Penso, 2015.
GUIMARÃES, T. C. Comunicação e Linguagem. São Paulo: Pearson, 2011.
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 
2009.
PLATÃO,F.; FIORIN, J. L. Lições de Texto: Leitura e Redação. 5. ed. São Paulo: 
Ática, 2006.
O Texto em Ação
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem 
foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com 
um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, 
realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com 
certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL 
Estudar alguns gêneros textuais acadêmicos, orais e escritos, a fim de 
instrumentalizar os estudantes para que possam organizar, articular, 
redigir e apresentar ideias.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Estudar gêneros textuais acadêmicos escritos, como a resenha, o 
resumo, o ensaio, o mapa mental e a apresentação, e orais, como o 
seminário;
• Reconhecer características dos textos supracitados e entender os seus 
processos de construção;
• Elencar e problematizar alguns erros comumente encontrados em textos 
escritos.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você conhece os principais gêneros do contexto acadêmico?
2. Você já escreveu um ensaio, uma resenha? 
3. Ou já organizou um roteiro para apresentar oralmente?
unidade 
4
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca98
4.1 Introdução
Nas unidades que você estudou até aqui, seguimos um percurso que se iniciou 
com as noções do processo comunicativo e seus elementos, passando pelas 
funções da linguagem e pelos gêneros textuais. Depois, seguimos nossa reflexão 
com foco na leitura e na compreensão textual, entendendo que esse processo é 
inerente a todas as atividades em que o homem se envolve. A seguir, passamos 
pelos elementos necessários à articulação da escrita, com vistas a uma construção 
textual coesa e coerente.
A proposta, agora, é discutir alguns gêneros textuais muito usuais na academia. 
Ao longo de sua graduação, você terá contato com textos orais, como seminário 
e palestra, e escritos, como texto argumentativo, resenha, resumo, apresentação 
de trabalho e outros dessa natureza, por meio dos quais você poderá articular 
e sistematizar o conhecimento teórico adquirido nas disciplinas. Nesse sentido, 
vamos problematizar, nesta unidade, caraterísticas dos gêneros supracitados, 
mostrando, inclusive, o processo de construção de alguns deles. Além disso, 
também apresentamos uma relação de problemas usualmente encontrados em 
redações e trabalhos de estudantes universitários. O objetivo é que você possa 
usar esse material como um manual de consulta, recorrendo a ele em caso de 
dúvidas sobre algumas formas gramaticais da língua.
Na Figura 4.1, está contemplada a sequência didática da Unidade 4.
Figura 4.1 – Sequência Didática.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Resenha
Resumo
Problemas 
Gramaticais 
Recorrentes
Seminário
Apresentação
Mapa Mental
Ensaio
O Texto em Ação | UNIDADE 4 99
4.2 Gêneros Acadêmicos
Você conhece os gêneros textuais que fazem parte do mundo universitário? 
Há uma série de textos, de caráter mais formal, que são empregados para 
organizar e divulgar o pensamento. Conforme apresentado na Unidade 1, 
pertencem ao domínio textual “acadêmico” ou “instrucional” os gêneros artigo 
científico, relatório, resumo, resenha, tese/dissertação, mapa mental, manual de 
ensino, ata de reunião, prova, seminário, palestra, aula dialogada, entre outros. 
Dentre estes, selecionamos e apresentamos aqueles que julgamos ser mais 
relevantes na sua trajetória no ensino superior. Vamos aprender a elaborá-los?
4.2.1 Resenha
Mesmo que você imagine não saber o que é uma resenha, provavelmente já 
teve contato com um texto desse gênero. A resenha é um texto objetivo, 
que tem como característica principal apresentar, de maneira breve, uma 
apreciação crítica sobre determinado assunto, na maioria das vezes ligado ao 
meio cultural (livros, peças de teatro, filmes).
Uma resenha é composta por uma parte descritiva (apresentação da obra em si) 
e por uma parte crítica (juízo de valor sobre a obra). O texto deve se valer de 
um vocabulário simples e objetivo, mas não superficial. É preciso que a crítica 
seja amparada por argumentos convincentes que justifiquem o ponto de vista do 
autor, seja ele positivo ou negativo, sobre a obra resenhada.
A seguir, você pode observar um exemplo de resenha, postada em um site 
direcionado a esse tipo de publicação. A resenha é sobre o seriado americano 
Friends (1994-2004).
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca100
Resenha | Friends
Friends, seriado criado por David Crane e Marta Kauffman, é estrelado por Jennifer 
Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc, Matthew Perry e David 
Schwimmer. Essa série, de grande sucesso no mundo todo, conta a história dos 
amigos Rachel, Monica, Phoebe, Joey, Chandler e Ross, e foi pensada para atingir 
um público que não necessariamente queria decifrar citações. A proposta é fazer 
uma crônica mais ou menos desajeitada e sem muitas pretensões sobre o cotidiano 
de seis amigos que viviam em Nova York. A pauta é a mais popular possível: sexo, 
amor, relacionamentos, carreira, amizade.
O ingrediente elementar da série é a aproximação com o público, que começa já na 
abertura, embalada pela canção I’ll Be There For You, dos The Rembrandts, com 
os seis protagonistas dançando e se divertindo em torno de uma fonte. Não só a 
música, mas também o formato de clipe musical, levam o espectador para perto 
dos personagens, fazendo valer a temática da amizade e a emoção necessária para 
fidelizar o público.
Os roteiros das 3 primeiras temporadas são mais estruturados na psicologia dos 
protagonistas, marcando o território de cada um e plantando os futuros “pequenos 
arcos” da 4ª temporada e os “grandes eventos” das 6 temporadas finais, como os 
casamentos de Ross; as conquistas na vida de cada um dos friends; os desenlaces 
do romance Ross-Rachel; o romance Monica-Chandler; a gravidez de Phoebe, os 
preparativos para o final do show. É impressionante que esses blocos são colocados 
de forma mais ou menos espalhada ao longo de uma década e, quando as coisas 
começam a se organizar para a despedida, já em meados da 9ª Temporada, essas 
mesmas pontas são amarradas com inteligência e precisão.
A despeito de todo crescimento dos personagens, os textos da temporada final não 
negam as origens humildes, a ingenuidade dos “vinte e tantos anos” e os sonhos 
do passado de cada um. Com o maior respeito ao público e cientes do legado que 
deixariam, Crane e Kauffman prepararam um término emotivo, fechando a contento 
o ciclo aberto em 1994 e terminando o programa com um novo começo, um capítulo 
diferente na vida dos personagens.
Mas não só de boa estrutura nos roteiros que sobrevive Friends. Mesmo em se 
tratando de uma série menos exigente em termos de conhecimentos culturais, 
isso não significa que ela é um clímax eterno de “piadas sobre qualquer coisa”. 
O show tem o mérito de trabalhar temas transversais de enorme importância, como 
a igualdade de gêneros, a sexualidade, a ciência, a arte e questões familiares que, 
ganharam versões simpáticas, criativas, engraçadas e bem representadas pela 
excelente química do grupo em cena.
As indicações culturais e a exposição de itens da cultura pop por meio de pôsteres, 
nomes de personalidades ou artistas, citações de grandes obras da literatura, teatro, 
cinema ou eventos históricos são os “pontos nerd” que os mais atentos podem 
perceber e admirar na série. Já nos primeiros episódios há citações, homenagens 
O Texto em Ação | UNIDADE 4 101
4.2.2 Resumo
O resumo é um gênero textual muito comum, que requer duas habilidades básicas: 
síntese e objetividade. O produto final é um texto em que são apresentados os 
pontos essenciais, as ideias ou os fatos principais que foram desenvolvidos no 
decorrer de um outro texto. Tudo isso é exposto de forma abreviada, sempre 
respeitando uma ordem cronológica do que aparece no original a ser resumido.
A capacidadede resumir informações está relacionada à habilidade de 
compreensão. Assim, para resumir, é preciso separar o que é ideia primária 
do que é informação secundária, selecionando o que é mais importante e 
descartando o que é acessório. Vamos fazer um exercício, resumindo a resenha 
apresentada no tópico anterior? Nosso objetivo será reduzir o texto a um único 
parágrafo.
ou representações simbólicas de Pinóquio (1940), Psicose (1960), A Noviça Rebelde 
(1965), Banzé no Oeste (1974), O Poderoso Chefão (1990), Sociedade dos Poetas 
Mortos (1990) e O Silêncio dos Inocentes (1991), de modo que se constata que a 
ideia dos produtores é citar sucessos cinematográficos e a cultura pop para prender 
o público com algo familiar.
Friends é uma daquelas produções artísticas que nunca enjoam e sempre farão parte 
dos preferidos do público. A série não apenas marcou uma mudança na estrutura de 
produção televisiva, mas conseguiu conquistar públicos distintos e estabelecer um 
novo padrão para as séries de comédia que a sucederam. Na maioria das vezes, os 
enredos de Friends riam do material que traziam à tona, mas, em outros momentos, 
expunham questões de uma forma mais filosófica, humana, analítica, o que não era 
a base da série, mas esteve presente em alguns icônicos episódios ao longo dos 10 
anos em que o programa se manteve no ar, especialmente no capítulo de despedida, 
que fez muita gente chorar, falar sobre o que acontecia com os personagens e imitá-
los.
Fonte: Adaptado de http://gg.gg/cw93o.
Friends é uma premiada sitcom americana. Sitcom, a abreviação de situation 
comedy, trata-se de uma “comédia de situação”, encenada por personagens 
comuns que retratam ambientes do cotidiano como família, grupo de amigos, 
local de trabalho. Emissora: NBC • Episódios: 236 • Duração média de cada 
episódio: 22 min.
SAIBA MAIS
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca102
Resumo | Friends
Friends, criado por David Crane e Marta Kauffman, aborda o cotidiano dos amigos 
Rachel, Monica, Phoebe, Joey, Chandler e Ross em Nova York. A pauta é a mais 
popular possível: sexo, amor, relacionamentos, carreira, amizade. As 3 primeiras 
temporadas estruturam a psicologia dos protagonistas, preparando o cenário para 
os “grandes eventos” da trama, como os casamentos de Ross; as conquistas na 
vida de cada um; os desenlaces do romance Ross-Rachel; o romance Monica-
Chandler, a gravidez de Phoebe. Na 9ª temporada, essas pontas são amarradas 
com inteligência e precisão. Os textos da temporada final não negam as origens 
humildes, a ingenuidade dos vinte anos e os sonhos de cada um, fechando o ciclo 
da série com um novo começo, um capítulo diferente na vida dos personagens. 
Mas não só de boa estrutura nos roteiros sobrevive Friends. Mesmo sendo menos 
exigente em termos de conhecimentos culturais, a série não se restringe a “piadas 
sobre qualquer coisa”, mas trabalha temas importantes como igualdade de gêneros, 
sexualidade, ciência, arte e questões familiares, em versões simpáticas, criativas 
e engraçadas. Friends marcou uma mudança na estrutura de produção televisiva, 
estabelecendo um novo padrão para as séries de comédia que a sucederam. Na 
maioria das vezes, os enredos riam do material que traziam à tona, e em outros, 
expunham questões de uma forma filosófica, humana e analítica, especialmente no 
capítulo de despedida, que fez muita gente chorar, falar sobre os personagens e 
imitá-los.
Fonte: Elaborado pelos autores
Para escrever, também é importante saber parafrasear.
Parafrasear é reescrever um texto com outras palavras. Paráfrase deriva do latim 
(paraphrasis), cujo significado é "maneira adicional de expressar-se".
Vamos ver um exemplo de paráfrase originado do texto anterior?
TEXTO ORIGINAL TEXTO RESUMIDO E PARAFRASEADO
Mesmo em se tratando de uma 
série menos exigente em termos de 
conhecimentos culturais, isso não 
significa que ela é um clímax eterno 
de “piadas sobre qualquer coisa”. 
O show tem o mérito de trabalhar temas 
transversais de enorme importância, 
como a igualdade de gêneros, a 
sexualidade, a ciência, a arte e questões 
familiares que, ganharam versões 
simpáticas, criativas, engraçadas e bem 
representadas pela excelente química 
do grupo em cena.
Em relação a conhecimentos culturais, 
a série é menos exigente, embora não 
se restrinja a “piadas sobre qualquer 
coisa”. Ao contrário, trabalha temas 
importantes como igualdade de 
gêneros, sexualidade, ciência, arte 
e questões familiares, em versões 
simpáticas, criativas e engraçadas.
O Texto em Ação | UNIDADE 4 103
4.2.3 Ensaio
O ensaio é um tipo de texto discursivo argumentativo expositivo livre de 
convenções. Nele, o autor pode se manifestar sobre qualquer assunto, sendo 
mais comum a abordagem de temas ligados à política, economia, cultura e ética.
Por não ter fronteiras bem demarcadas com os outros gêneros, o ensaio é 
assim rotulado pelos próprios escritores. Seu principal objetivo é refletir sobre 
algo de forma crítica e apresentar, na maioria das vezes, conclusões originais, 
fundamentadas essencialmente em um raciocínio lógico e na defesa de um ponto 
de vista, apoiando-se na retórica e na persuasão para fins didáticos. Abaixo, 
você pode visualizar um exemplo de ensaio.
Ao utilizar a ideia de um autor a par tir de um livro ou site, o ideal é 
sempre parafrasear o autor. Isso significa que, em vez de copiar na 
íntegra o que o autor diz, deve-se interpretar o tex to e reescrevê-lo 
com as próprias palavras. Mas cuidado! Mesmo parafraseando, é 
necessário mencionar a autoria. 
DICA
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca104
ESCRITA: O MAIS FINO INVÓLUCRO DO PENSAMENTO
A escrita é uma atividade desafiadora para os mais diversos públicos. Um dos pontos 
que determina essa realidade é a ineficiência da leitura, muitas vezes realizada de 
forma fragmentada ou a partir de fontes duvidosas. Não menos importante é a falta 
de exercício da escrita, o que equivale a dizer que só escreve bem quem pratica essa 
atividade e quem atribui importância a ela. Mas afinal, para que escrever?
Vários são os motivos que colocam a escrita como uma atividade fundamental ao 
homem. Dela depende o registro da história e o desenvolvimento da ciência, que 
só progride pelo compartilhamento do que já foi descoberto. Igualmente, a escrita 
é essencial à comunicação de um povo e à inter-relação entre as diversas culturas. 
Em um nível mais intimista, entretanto, as razões da escrita são a expressão do 
sentimento e a organização do pensamento.
Clarice Lispector, ao dizer que “devemos modelar nossas palavras até se tornarem 
o mais fino invólucro dos nossos pensamentos”, atribui importância subliminar 
às palavras, considerando que elas são constituidoras da subjetividade humana. 
Assim, cada homem expressa, na escrita, experiências de vida e percepções únicas, 
constituindo uma riqueza que ninguém pode repetir. Nesse contexto, a escrita é 
sentimento, é um revelar-se a si mesmo do escritor, é a expressão daquilo que cada 
ser humano tem de mais “seu”.
Se a expressão do sentimento não depende exclusivamente da escrita, visto que 
também pode ser feita oralmente, a organização do pensamento é mais efetiva 
quando realizada pela escrita. Nesse aspecto, nada substitui o registro gráfico, que 
pode ser refeito, reorganizado e postergado. Quando se escreve, reflete-se sobre o 
pensamento e visualizam-se possibilidades que a fluidez da oralidade não permite 
alcançar. Além disso, depois de repousar por um tempo, o texto mostra novas 
perspectivas, que proporcionam aprimorar ainda mais as intenções originais.
Dessa forma, pode-se comparar a escrita a uma obra de arte, que deve ser executada 
manualmente, com primor e sem pressa, com base em reflexões mais apuradas 
do mundo e da cultura. Por esse motivo, escrever não é algo que se realiza do 
nada. É preciso saber o que dizer, sobretudo ter o que dizer. E só tem o que dizer 
quem sabe o que acontece, quem lê, quem escutaos outros, quem vive. Assim, 
pode-se refletir que a escrita é uma ação essencialmente humana, como também 
são fundamentalmente humanas atitudes como pensar, intercambiar experiências, 
expor sentimentos, escutar e se relacionar.
Fonte: SANTOS (2014).
SUBLIMINAR: o que os sentidos humanos não conseguem perceber de 
forma consciente, atingindo o subconsciente.
GLOSSÁRIO
O Texto em Ação | UNIDADE 4 105
4.2.4 Mapa Mental
Um mapa mental é um tipo de resumo do resumo, em forma de esquema, 
construído com palavras ou expressões que se interligam de acordo com o 
sentido que apresentam em um texto ou em um tópico de conteúdo. Pode ser 
construído a partir de um texto ou de relações que se estabelecem livremente a 
partir de um dado tema.
O mapa mental auxilia a imaginar uma sequência lógica da escrita e pode ser 
utilizado para fins de estudo, já que ativa vários pontos importantes do raciocínio 
para a aprendizagem de conteúdos e retenção de informações.
Para que você entenda o que é um mapa mental, vamos construir um a partir do 
ensaio discutido no tópico anterior. Veja na Figura 4.2:
Figura 4.2 – Exemplo de Mapa Mental.
Fonte: Elaborado pelos autores.
O termo ensaio, foi utilizado pela primeira vez no século XVI pelo filósofo e 
humanista francês Michel de Montaigne (1533-1592) com a publicação de 
sua obra “Les Essais” (Os Ensaios), em 1580.
SAIBA MAIS
Escrita
Desafios
Pressupõe leitura, 
escuta e vivências
Falta do exercício da escrita
Registrar a história
Comunicar-se
Ineficiência da Leitura 
Por que escrever?
Refletir sobre as ideias
Reorganizar as ideias 
Organizar o pensamento
Expressar o sentimento
Constituir a subjetividadeVizualizar novas possibilidades
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca106
No mapa mental acima, você pode observar que as ideias principais referentes à 
escrita, apresentadas no texto, foram ligadas ao tema principal, e as ideias 
decorrentes foram ligadas cada qual à sua origem, em um esquema hierárquico. 
Isso significa que, para produzir um mapa mental a partir de um texto, 
as relações estabelecidas nele devem ser respeitadas. No entanto, um mapa 
mental não precisa ter origem em um texto, podendo caracterizar-se como um 
brainstorm de ideias acerca de um assunto.
Vamos mostrar um exercício de Mapa Mental que foi aplicado aos alunos da 
disciplina de Leitura, Produção e Revisão de Textos, em 2018. A instrução era 
a seguinte: 
Brainstorming significa tempestade de ideias. Trata-se de uma dinâmica que 
pressupõe colocar no papel todas as ideias que vem à mente sobre o assunto 
em pauta.
GLOSSÁRIO
O Texto em Ação | UNIDADE 4 107
Veja um Mapa elaborado a partir da motivação acima:
Figura 4.3 – Mapa Mental elaborado.
Fonte: Elaborado por estudantes da disciplina de Leitura, Produção e Revisão de Textos.
“Estude, meu filho!”
Esse conselho, dado pela sua mãe ainda enquanto você era criança, talvez seja a melhor 
lição que você possa ter recebido em sua vida. Dados apresentados pela Fundação 
Getúlio Vargas mostram a diferença que os anos de estudo podem representar no seu 
crescimento profissional: para cada ano estudado, o salário do trabalhador aumenta, em 
média, 15%. Observe que o tempo médio de permanência de um brasileiro no ambiente 
escolar não ultrapassa os 8 anos (isso quer dizer que a formação média é inferior ao 
ensino fundamental, que é de 9 anos). É claro que hoje o acesso ao ensino superior/
profissionalizante está mais facilitado. Milhões de brasileiros estão matriculados em 
faculdades ou em universidades, mas boa parte deles não conclui a formação, o que 
faz com que, em algumas áreas, haja uma escassez de mão de obra. Ou ainda, que a 
mão de obra disponível não seja tão qualificada quanto necessário. “Estude, meu filho!”. 
Forme-se e estude mais ainda. Boa parte dos que investem seu tempo e/ou dinheiro 
em cursos de pós-graduação têm um aumento de mais de 66% em seus salários. 
Isso sem falar no ganho pessoal que o estudo promove. Quem estuda aprende mais. 
Parece uma obviedade, mas muita gente esquece disso. O estudo amplia as fronteiras 
do conhecimento, desenvolve e aprimora o senso crítico. E liberta. Ninguém continua 
sendo o mesmo depois de conhecer. Que tal pensar nisso?
A partir da leitura do texto acima, com o objetivo de aprimorar o seu conhecimento 
pessoal, elabore um MAPA MENTAL apresentando estratégias de estudo que envolvam:
a) EDUCAÇÃO FORMAL (ensino superior e leituras técnicas que envolvam a sua área 
profissional);
b) EDUCAÇÃO INFORMAL (aprendizados práticos, culturais e do dia a dia)
Formal Informal
Escola/Faculdade
Orientação
SabedoriaExercícios
Formação
Livros Didáticos
Professores
Respeito
Amor
Educação
Educação
Família
Sociedade
Palestras
Cinema Seminários
Peças Teatrais
Exposições Culturais
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca108
Observe que o texto base apenas motivou a elaboração do segundo mapa, 
mas não foi o tema central, como no primeiro exemplo. Assim, o mapa foi 
construído a partir de ideias sobre o assunto que vieram à mente do aluno que o 
construiu.
4.2.5 Seminário e Apresentação de Trabalho
Figura 4.4 – Tirinha Calvin.
Fonte: http://gg.gg/cwqo0.
A tirinha da Figura 4.4 mostra o personagem Calvin tentando fugir de uma 
apresentação oral. É muito comum o fato de falar em público causar um 
desconforto e até mesmo um sentimento de desespero em quem precisa fazer 
um exposição oral ou apresentar um trabalho. Se isso acontece com você, saiba 
que é possível minimizar esses sentimentos apenas com uma boa preparação. 
Quem lê sobre o assunto que vai abordar e se prepara adequadamente para falar, 
pode até ficar inseguro, mas terá grande chance de se sair bem. Dessa forma, 
é evidente que você precisa montar um roteiro e ensaiar aquilo que vai apresentar. 
Mesmo em uma situação simples e talvez não tão formal, saber o que dizer faz 
toda a diferença.
O Mapa Mental é um diagrama simplificado que conecta informações em 
torno de um tema central.
Você pode imaginá-lo como uma árvore cujos galhos consistem em 
informações concisas que saem de um eixo principal. Esse recurso é uma 
ferramenta poderosa para a memorização e o aprendizado. Recomenda-se a 
construção de Mapas Mentais utilizando o Go Conqr.
Acesse em: http://gg.gg/cw97q.
SAIBA MAIS
O Texto em Ação | UNIDADE 4 109
O seminário é um gênero oral expositivo cujo objetivo é apresentar um estudo/
pesquisa/dados a um determinado público a fim de compartilhar um saber. 
No contexto de sala de aula, muitas vezes você fará uso dessa prática, expondo 
um conhecimento adquirido em uma pesquisa aos colegas e ao tutor/professor. 
Para conduzir um seminário, o orador precisa conhecer o assunto, organizar um 
esquema de apresentação, ter postura, cuidar de gestos, tom de voz e fluência da 
fala, além de usar formalmente a língua.
Veja, a seguir, alguns pontos que norteiam o planejamento de um roteiro de 
exposição oral. A Figura 4.5 dispõe os passos quanto à elaboração de conteúdo:
Figura 4.5 – Planejamento de um roteiro de exposição oral.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Com base nos passos apresentados anteriormente, vamos elaborar uma 
apresentação de trabalho a partir do tema “O fracasso como professor”.
Certamente você já assistiu uma palestra de alguém bem sucedido que 
apresentou fórmulas de como obter sucesso e tornar-se uma pessoa de destaque 
em determinada área. Aproveitamos a matéria publicada na revista Galileu, 
sessão Novas Ideias, para propor uma visão diferente sobre o fracasso. Leia a 
matéria para compreender a sequência da nossa apresentação.
Definir o tema e os 
objetivos do trabalho
Pesquisar o assunto em referências
diversas ( jornais,livros,internet,
revistas e especializadas, vídeos,etc.)
Produzir um esquema com
informações sucintas que
norteiam o discurso
Enriquecer o conteúdo com 
recursos audiovisuais e
 imagens condizentes ao tema
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santose Gilberto Fonseca110
Os fracassados são os melhores professores
Ouvir palestras de pessoas bem-sucedidas não vai trazer nada de útil para o seu 
dia a dia
Cass Phillips
O fracasso é inevitável, enquanto o sucesso só acontece de vez em quando. 
Então, por que continuamos tentando aprender apenas a partir de experiências 
bem-sucedidas? Em todas as conferências para empreendedores, você escuta 
palestrantes se vangloriando dos passos certeiros que deram. Mas será que isso 
é realmente útil? As palestras podem ser inspiradoras mas, na maioria das vezes, 
você não consegue replicar aquela experiência, já que há diversos fatores diferentes 
do que você tem na vida real. Se quisermos aprender algo útil, precisamos — em 
vez de escutar as histórias onde tudo deu certo — ouvir os fracassos retumbantes 
e dar voz às pessoas que fizeram tudo errado. 
Primeiro, porque dentro do sucesso há uma boa parcela de sorte. Já o fracasso 
está mais relacionado com as escolhas que você realmente tem de fazer a cada dia. 
Uma boa parte do sucesso se deve a pessoas que você conheceu, um determinado 
momento propício do mercado ou a uma série de fatores que não se repete. Já 
as falhas sempre estarão presentes em algum ponto do seu caminho, mesmo em 
empreendimentos bem-sucedidos. Quando você se depara com elas, é importante 
saber como outras pessoas se recuperaram rapidamente depois de errar feio. 
Minha experiência de fracasso numa start-up me ensinou que, para corrigir erros, 
precisamos fazer pequenas modificações rápidas em vez de mudar todo o projeto. 
Se mudarmos tudo, é impossível saber exatamente o que foi feito corretamente. 
Um exemplo de como lidar com as falhas vem da empreendedora Janice Fraser. 
Depois de fundar uma start-up bem-sucedida, ela começou uma segunda companhia, 
a Emmet Labs. Mesmo com muito investimento e atraindo alguns clientes, a ideia 
deu errado. Na época, ela escreveu um e-mail para os investidores reconhecendo os 
erros (inclusive os que foram de seus funcionários, pois foi ela quem os contratou) 
e citando as lições que aprendeu. Cada um dos investidores respondeu que voltaria 
a financiar uma nova start-up de Janice. A partir daí ela abriu uma nova empresa — 
que deu certo —, a LUXr. Essa atitude pode inspirar muitos a sair do limbo, e cada 
empreendedor que falhou tem uma lição para ensinar. 
Além das lições de como se virar frente ao fracasso, ouvir como tudo deu errado 
para alguém pode ser encorajador. Veja o exemplo de Mark Levchin, que teve 4 start-
ups falidas e ficou com o nome sujo antes de se tornar um dos fundadores do Pay-
Pal. Quando você se depara com histórias como a dele e vê que dá para se recuperar 
(o Pay-Pal foi vendido por US$ 1,5 bilhão ao Ebay), há sempre mais esperança de 
que as coisas melhorem. 
Por mais paradoxal que pareça, a ideia de aprender com o fracasso tem sido 
bem-sucedida. A conferência dos fracassados está no nosso terceiro ano em San 
Francisco, temos uma edição programada para Paris e contatos para trazer a ideia 
ao Chile, Brasil e Cingapura. 
Cass Phillips é produtora-executiva da failcon, conferência em san francisco em que 
empreendedores falidos dividem suas experiências. 
Texto disponível em: http://gg.gg/cw98l.
O Texto em Ação | UNIDADE 4 111
O objetivo da apresentação é entender que aprender com os nossos erros 
(e os dos outros, claro) pode ser muito mais interessante do que seguir fórmulas 
prontas, que muitas vezes são impossíveis de replicar. Veja alguns exemplos a 
seguir:
1. Prefira fundo branco nos seus slides (a menos que exista um excelente 
motivo para usar alguma cor), pois o branco vai iluminar melhor a sala e 
ajudar na leitura dos textos. Apresente seu trabalho, dê um título a ele e 
assuma a autoria.
Os fracassados são os
melhores professores
Por (nome do apresentador)
O sucesso é ir de
fracasso em fracasso
sem perder entusiasmo.
 Winston Churchill
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca112
2. Uma boa maneira de começar é partir de uma vivência particular, de uma 
história sobre uma personalidade ou a partir de uma contextualização. 
Prefira textos curtos e priorize as imagens.
3. Defina seu tema e a forma como você irá abordar o assunto, permita a seu 
público entender o caminho que você irá percorrer.
4. Todo mundo gosta de ouvir histórias, capriche na narrativa e utilize os 
recursos visuais em momentos estratégicos. Nessa parte da apresentação o 
objetivo foi apresentar a história da terceira vez que o homem pisaria a Lua. 
A missão Apollo 13 partiu rumo ao espaço em 11 de abril de 1970 e, depois 
Segundo o dicionário, fracasso, 
refere-se ao estado ou condição de 
não atingir um objetivo desejado 
ou pretendido. Pode ser visto como 
o oposto de sucesso.
- Huston, nós temos um
 problema.
O Texto em Ação | UNIDADE 4 113
de 47 horas de uma viagem tranquila, uma pane comprometeu a missão. 
Felizmente, o fracasso em chegar até o satélite espacial foi transformado 
em sucesso, ao trazer os astronautas vivos à Terra.
5. Os exemplos de sucesso podem ser inspiradores mas, na maioria das vezes, 
replicar aquela experiência é impossível, já que há diversos fatores 
diferentes do que você tem na vida real. Para aprender algo útil, precisamos 
ter contato com fracassos retumbantes e escutar as pessoas que fizeram 
tudo errado.
Ayrton Senna
GP Brasil 1991
Cair para levantar!
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca114
6. Aqui usamos exemplos particulares de quem aprendeu com os erros, Cass 
Phillips, a autora do artigo, cita Mark Levchin, que teve 4 start-ups falidas 
e ficou com o nome sujo antes de se tornar um dos fundadores do Pay-Pal. 
Quando você se depara com histórias como a dele e vê que dá para se 
recuperar (o Pay-Pal foi vendido por US$ 1,5 bilhão ao Ebay), há sempre 
mais esperança de que as coisas melhorem.
7. Traga uma novidade para o seu público. Guarde uma carta na manga para 
quando estiver perto da conclusão. Aqui apresentamos a FailCon, uma 
conferência de fracassados que já teve edições em vários países e que, em 
breve, terá sua versão brasileira.
Conferência dos Fracassados
Eleito o melhor vídeo
 motivacional de 2015.
O Texto em Ação | UNIDADE 4 115
8. Conclua em grande estilo! Guarde seu melhor para o final. Aqui, terminamos 
com um vídeo que entendemos que dialoga muito com o assunto abordado. 
9. Deixe espaço para perguntas e apresente uma maneira de seu público 
entrar em contato.
10. Dica final: fuja das canetas laser, das animações (a menos que as considere 
importante para apresentar as suas ideias). Lembre-se: menos é mais! Os 
slides são um recurso e não devem carregar toda a responsabilidade da 
apresentação.
Visualize o vídeo em http://gg.gg/cw9ab.
VÍDEO
Seu nome aqui
Email ou telefone
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca116
Agora que você sabe elaborar uma apresentação, na Figura 4.6 mostramos 
pontos que você deve observar durante a apresentação oral:
Figura 4.6 – Pontos a observar na comunicação oral.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Ensaiar previamente
a apresentação
Considerar as características do público-alvo,
como faixa etária, tipos de interesse, 
expectativas e conhecimentos prévios
Usar linguagem formal, evitando hábitos 
da oralidade como: Né? Tipo assim, Ahnn...
Atentar para a postura: evitar gestos
execessivos, manter o tom de voz em ritmo
 bem articulado e não monótono,
permanecer de frente para a plateia
Para verificar um exemplo de apresentação de conferência, 
assista ao vídeo da romancista Chimamanda Adichie, 
no qual ela pontua os perigos de ouvirmos apenas uma 
história sobre outra pessoa ou país, não observando a 
sua diversidade. A apresentação foi realizada no TED 
conference, evento sem fins lucrativos destinado à 
disseminação "ideias que merecem ser disseminadas". 
Acesse no link: http://gg.gg/cw9b5.
VÍDEO
O Texto em Ação | UNIDADE 4 117
4.3 Dúvidas Gramaticais Recorrentes

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