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Infeccoes do Trato Urinario

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Urgência e Emergência I
Infecção do Trato Urinário 
❖ Consiste na infecção mais comum dentro do Pronto Socorro, sendo muito comum no sexo 
feminino (proporção de 1 homem a cada 6 mulheres). Acomete qualquer nível da via 
urinária, com principal ocorrência devido a via ascendente (a bactéria sobre pela uretra 
até a bexiga ou rim, causando a colonização e infecção posterior), principalmente. 
❖ É principalmente causado pela Escherichia coli (bacilo gram negativo), além de 
Pseudomonas, S. saprophyticus, dentre outros microrganismos. 
CLASSIFICAÇÕES 
❖ Pode ser classificada quando ao sítio de infecção (urina, bexiga ou rim), altura da 
infecção (baixa ou alta) e gravidade da infecção (complicada ou não complicada). 
❖ Uma ITU complicada consiste na presença de uma alteração funcional ou morfológica 
da via urinária, ou quando ocorre em gestantes e homens (pois não é comum). 
❖ Uma bacteriúria assintomática consiste na detecção de bactérias no exame de urina, 
porém sem a expressão clínica e sintomas. É um diagnóstico microbiológico que não 
deve ser tratado, apenas em diabéticos, imunossuprimidos, gestantes, transplantados e 
pré-operatórios (cirurgias urológicas e ortopédicas que envolvem próteses). Para esses 
grupos de risco, devemos solicitar sempre uma urocultura com antibiograma. 
Todo homem deve ser submetido a exame clinico de próstata (para descartar prostatite – dor a palpação na 
próstata associada a disuria indica prostatite). 
CISTITE 
❖ Consiste em uma infecção do trato urinário baixo, que acomete a bexiga urinária e 
geralmente não é complicada (lembrar que em homens, já se deve considerar como 
complicada). Sempre considerar os diagnósticos diferenciais de vaginite e uretrite 
(geralmente acompanham relato de relação sexual previa, prurido e corrimento local). 
Pode haver hematúria em 25% dos casos, sendo possível a realização de sedimento 
urinário (urina 1). 
QUADRO CLÍNICO 
❖ Seu quadro clínico baseia-se em disúria, polaciúria e dor suprapúbica (tríade da cistite), 
na ausência de sintomas sistêmicos. 
DIAGNÓSTICO 
❖ Feito com o quadro clínico do paciente. Quando há a suspeita clínica de cistite em 
mulheres, deve-se solicitar um exame de urina se houver febre, persistência dos sintomas 
por mais de 7 dias, sintomas sistêmicos, imunossupressão (ou diabetes). Em homens, deve-
se solicitar exames para rastreio de IST. 
❖ Ao analisar-se o exame de urina 1, geralmente pode-se encontrar bacteriúria, nitrito 
positivo (se gram negativos) e leucocitúria. Demais achados, como hematúria, podem 
estar presentes. 
Se houver sintomas sistêmicos e de toxemia, como febre e dor em rebordo costal, deve-se pensar em pielonefrite. 
PIELONEFRITE 
❖ Ocorre a tríade clássica associada a febre, Giordano positivo, dor costovertebral, náuseas 
e vômitos. Pode-se solicitar urina tipo 1 + urocultura. 
DIAGNÓSTICO 
❖ É feito com o quadro clínico do paciente associado ao exame de urina 1 + urocultura. 
❖ Os exames de imagem que podem ser solicitados, embora não seja rotina, envolvem USG 
de rins e vias (preferencial para gestantes), uroTC ou uroRNM. Sempre solicitar 24/48h 
após o início do ATB, febre persistente ou persistência dos sintomas (pois após esse 
período, os sintomas devem desaparecer ou amenizar consideravelmente – 
necessitando maior investigação). 
TRATAMENTO GERAL DAS ITU’S 
❖ A bacteriúria assintomática apenas deve ser tratada nos casos excepcionais, sempre 
com o ATB indicado no exame que o paciente trouxer (ou de forma empírica). 
❖ A pielonefrite pode ser tratada com: 
✓ Ciprofloxacino 500mg VO de 12/12h por 7 dias; 
✓ Ciprofloxacino 400mg EV de 12/12h; 
✓ Ceftriaxona 1-2g EV 1x ao dia (pode ser usado em gestantes); 
✓ Amicacina 15mg/kg 1x ao dia. 
O período de tratamento varia de 7 a 14 dias (dependendo da resposta terapêutica do paciente. 
❖ A cistite pode ser tratada com: 
✓ Nitrofurantoína 100mg de 6/6h por 5 dias; 
✓ Norfloxacino 400mg de 12/12h por 3 dias; 
✓ Fosfomicina sachê 3g dose única; 
✓ Sulfametoxazol Trimetropim 160/800mg de 12/12h por 3 dias (se for do posto, tomar 2cp por vez). 
❖ Para gestantes, sempre optar por cefalexina 500mg de 6/6h ou amoxacilina 500mg de 
12/12h por 7 dias.

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