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Clínica Médica I Síndrome da Secreção Inapropriada de ADH ❖ A síndrome da secreção inapropriada de ADH (SIADH) consiste em um diagnóstico diferencial de hiponatremia, que acompanha sintomas psiquiátricos e neurológicos como, crises convulsivas, agitação psicomotora, desorientação, sonolência e coma. ❖ Esse distúrbio decorre da secreção não osmótica do ADH de forma disfuncional na ausência de hiperosmolaridade (déficit hídrico). Em condições normais, o ADH é secretado pela hipófise em resposta ao aumento da osmolaridade sanguínea detectada pelos osmorreceptores hipotalâmicos ou em resposta à hipovolemia, detectada pelos barorreceptores. Dessa forma, ocorre uma maior reabsorção renal de água e redução da diurese com eliminação de urina hipertônica, causando uma hiponatremia dilucional. A hiponatremia consiste na redução dos valores séricos de sódio (abaixo de 135). CLASSIFICAÇÃO DA NATREMIA TEMPO DE INSTALAÇÃO ✓ Hiponatremia aguda: tempo de instalação menor que 48 horas. ✓ Hiponatremia crônica: tempo de instalação de pelo menos 48 horas ou desconhecido. A partir de 48h de instalação, a hiponatremia evolui com desmielinização osmótica caso a correção seja feita em velocidade acima de 12 mEq/L por 24h. TONICIDADE (CÁLCULO FEITO PELA PRESSÃO OSMOLAR ESTIMADA) ✓ Hipotônica: osmolaridade menor que 275. ✓ Isotônica: osmolaridade entre 275 e 295. ✓ Hipertônica: osmolaridade maior que 295. VOLEMIA ✓ Hipervolêmica: aumento do volume extracelular, causando edema, ascite, crepitaç~eos pulmonares ou congestão. ✓ Euvolêmico: volume extracelular normal, sem alterações clínicas. ✓ Hipovolêmico: redução do volume extracelular, causando diarreias, vômitos, hipotensão postural e TEC prolongado. ❖ Sendo assim, uma das causas de hiponatremia hipotônica euvolêmica é a SIADH, uma síndrome que ocorre em pacientes com TCE, neoplasias do sistema nervoso central, neurocirurgias, neoplasias pulmonares, manipulações cirúrgicas e uso de alguns medicamentos (antipsicóticos, fitoterápicos). QUADRO CLÍNICO ❖ Varia de acordo com o grau de hiponatremia, desde um perfil assintomático até quadros neurológicos mais graves, como: ✓ Náuseas e vômitos; ✓ Palidez cutânea; ✓ Sonolênca; ✓ Desorientação; ✓ Agitação psicomotora; ✓ Crises convulsivas; ✓ Coma. Se síndrome neurológica presente (confusão, agitação psicomotora) → solicitar TC de crânio sem contraste. EXAMES COMPLEMENTARES ❖ Como não existe um exame definidor, o diagnóstico de SIADH é feito com a exclusão de outras patologias, como tireoidopatias (solicitar TSH e T4 livre), hipercortisolismo (solicitar cortisol sérico) e infecções (solicitar sorologias de acordo com o quadro específico). Ainda, pode-se solicitar exames de imagem como RX de tórax e TC de crânio. ❖ Por fim, é importante sempre solicitar sódio sérico, osmolaridade plasmática e urinária. Ao solicitar Cálcio sérico, sempre optar pelo Cálcio ionizado ou livre, visto que o Cálcio total está fisiologicamente carreado com a albumina e, em caso de pacientes desnutridos, traduzirá falsa hipocalcemia. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ✓ Hiponatremia hipotônica; ✓ Osmolaridade urinária > 100 (deve ser fixa mesmo com a administração de NaCl); ✓ Sódio urinário > 40 (com o paciente euvolêmico e sem edema); ✓ Função renal, tireoidiana, hepática e adrenal normais; ✓ Ausência de diurético tiazídico (pode causar ou piorar a hiponatremia). TRATAMENTO ❖ Consiste na reposição com solução hipertônica (NaCl 3%) em no máximo 12 mEq/L nas primeiras 24h, seguido de 18 mEq até completar 48h. Ainda, deve ser feita restrição hídrica (máximo de 800ml a 1L por dia) e monitorização do sódio sérico a cada 4 horas (visando evitar a desmielinização osmótica).
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