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Saúde Coletiva Caso SI 1 I. Diferenciar a triagem de acolhimento e descrever a dinâmica de funcionamento do acolhimento. Introdução O acolhimento com base na classificação de risco é uma prática necessária pois existem usuários que procuram desordenadamente os serviços de saúde (vão em prontos socorros para atendimentos de rotina por exemplo), além de existirem trabalhadores insatisfeitos com a pressão crescente por atender muitos pacientes tendo pouco tempo para fazer isso. Essa situação resulta em custos elevados, uma grande demanda, saturação dos serviços de saúde, insatisfação por parte dos trabalhadores e usuários além da possível violência contra os trabalhadores. Como já se sabe, a atenção primária de saúde é a porta de entrada da população no SUS e ela deve estar apta para lidar tanto com a demanda agendada (condições crônicas) quanto com a demanda espontânea (condições agudas). Por essa grande demanda, deve-se utilizar critérios qualificados com base no sofrimento dos pacientes para direcionar o atendimento. NÃO são aceitos os seguintes critérios para o atendimento: ordem de chegada, atendimento somente se agendado e um dia mensal para agendamento. Acolhimento O acolhimento é a recepção do usuário com uma escuta qualificada e coordenada (determina-se alguns limites) que apresenta articulações com outros serviços de saúde para dar continuidade ao atendimento. Esse atendimento precisa de um protocolo para acontecer e promove uma melhor relação entre médico e paciente. O acolhimento está pautado na lógica da inclusão, ou seja, não exclui ninguém, mas atende a todos de acordo com as suas necessidades. O acolhimento não dispensa um protocolo pré-estabelecido para poder estratificar as prioridades clínicas. Triar X Acolher Triar é a realização de uma avaliação rápida para priorizar os atendimentos (concepção militar) por meio da escolha de quem deve ser atendido. Nessa prática o médico só é responsável por quem ele atende. Essa prática segue uma lógica de exclusão, gera recusas no atendimento e tem um foco na doença e no procedimento. O acolhimento é o procedimento em que existe uma responsabilização do médico por todos os pacientes, sendo ele responsável por oferecer alguma resposta a todos os que procuram ajuda, e não somente por aqueles que ele atendeu. O acolhimento segue, então, a lógica da inclusão, onde se tem um atendimento responsável que visa gerar respostas para todos. Existe um foco no indivíduo e em suas necessidades, por isso se estratifica o atendimento de acordo com prioridades clínicas. Processo do Acolhimento 1.° Usuário procura o serviço de saúde. 2° É recebido pelos funcionários da recepção ou estagiários e encaminhados para a confecção da ficha de atendimento. 3° Logo após isso, é encaminhado ao setor de classificação de risco, onde é acolhido pelo auxiliar de enfermagem e/ou enfermeiro que, utilizando informações de escuta qualificada e da tomada de dados vitais, sinais e sintomas, se baseia no protocolo e classifica o usuário. *É importante ter uma boa gestão da sala de espera para que se acompanhe os pacientes caso eles piorem O acolhimento com classificação de risco (ACCR) é um instrumento reorganizador dos processos de trabalho na tentativa de melhorar e consolidar o SUS. Os descritores gerais que ajudam a identificar prioridades clínicas são o risco de morte (como em choque ou comprometimento de vias aéreas), a dor, hemorragia, estado de consciência diminuído e a temperatura (a partir de 37,8°C já é febre, e a partir de 38,5°C já é febre alta). O protocolo de Manchester é a uma escala de classificação de risco. Essa classificação possibilita a ampliação da resolutividade ao incorporar critérios de avaliação de riscos. Para a elaboração de classificação dividiu-se em 5 as prioridades de atendimento: vermelho, laranja, amarelo, verde e azul. Na APS a escala é adaptada, então pacientes não-urgentes podem ser agendados e pacientes pouco urgentes podem ser atendidos em outro turno. VERMELHO: Emergência. São aqueles pacientes que precisam de atendimento imediato e tem prioridade absoluta, podendo ser referenciado para um PS ou UPA com o transporte realizado por ambulância. São exemplos de emergência casos de obstrução do trato respiratório, estado . de choque, dor severa, confusão mental, hemorragia grande, febre alta (acima de 38°C). AMARELO: Muito urgente. Necessitam de atendimento quase imediato mas podem esperar (tolerância de 10 minutos a 50 minutos). É uma queixa aguda, dor moderada, pequena hemorragia, vômitos persistentes, febre moderada ou baixa. VERDE: Pouco Urgente. Podem aguardar atendimento ou serem encaminhados para outros serviços de saúde (120 minutos de tolerância). São exemplos a dor leve, vômitos, estado febril. Idosos (+ de 60 anos) e deficientes físicos são sempre classificados a partir da categoria verde AZUL: Não Urgente. Podem aguardar atendimento ou serem encaminhados para outros serviços de saúde (240 min no PS). São exemplos a consulta de acompanhamento, receitas, curativo, vacina, etc. SÃO PRIORIDADES: Crianças, idosos, deficientes físicos e mentais, acamados, com dificuldade de locomoção, gestantes, escoltados ou envolvidos em ocorrência policial, vítimas de abuso sexual e pacientes que retornam em menos de 24h sem melhora. Se tivermos situações iguais, ou seja, pacientes na mesma cor, priorizar a idade. A ordem de prioridade é: crianças, idosos, gestantes/deficiente.
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