Atividade física, exercício, esporte e inclusão social

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Atividade física, exercício, esporte e inclusão social
Prof.ª Grace Guindani Vidal
Descrição
Você vai entender a conceituação e diferenciação de atividade física,
exercício adaptado e esporte adaptado e sua influência como
ferramentas de inclusão social.
Propósito
A fundamentação teórica acerca da utilização da atividade física,
exercício adaptado e esporte adaptado como ferramentas de inclusão
social é fundamental para o domínio técnico do profissional de
educação física, além do entendimento sobre suas possibilidades de
atuação no mercado de trabalho – esporte, lazer, setor privado e setor
de ensino.
Objetivos
Módulo 1
Atividade física e exercícios adaptados na
inclusão social
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Reconhecer os conceitos relacionados à atividade física e ao
exercício adaptado para a inclusão social.
Módulo 2
Políticas de acesso à saúde e inclusão social
Identificar o papel da atividade física e os exercícios adaptados na
inclusão social e no acesso à saúde.
Módulo 3
O esporte adaptado como meio de inclusão
social
Reconhecer a base conceitual de esportes adaptados e sua utilização
como ferramenta de inclusão social.
Introdução
Atualmente, a sociedade se depara com o paradigma da
perspectiva inclusiva. Porém, ainda existem diversas barreiras
para que a inclusão de fato saia do campo da teoria e das
políticas para ações que realmente possam concretizar essa
necessidade pungente no mundo atual.
Nesse cenário, a atividade física se apresenta como um potente
contribuinte, não apenas como ferramenta de inclusão, mas
também de promoção e acesso à saúde para pessoas com
deficiência e mobilidade reduzida. Sendo assim, a educação
física é a área requisitada para essa finalidade, desde a formação
de profissionais capacitados até sua atuação, que atinge diversas

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camadas da sociedade: ensino, setor privado em academias,
clubes, sistema público de saúde e governo.
Ao longo do nosso estudo, abordaremos a contextualização das
atividades físicas, exercícios e desportos adaptados na inclusão
social e promoção da saúde, além de orientações legislativas
vocacionadas a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida e
das possibilidades de exercício do profissional de educação
física no setor da saúde, educação, área social e desporto.
1 - Atividade física e exercícios adaptados na inclusão social
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos relacionados à atividade
física e ao exercício adaptado para a inclusão social.
Conceituação e legislação
Os benefícios de um padrão de vida fisicamente ativo são largamente
difundidos na literatura, e comprovam seu impacto no ser humano, em
todas as faixas etárias, não somente no aspecto físico, mas também no
social e no psicológico. Todo e qualquer movimento com gasto
energético traz benefícios à saúde, desde atividades físicas utilitárias,
até programas de treinamento físico controlados e com objetivo
definido. É evidente a relevância da atividade física e do treinamento
físico como ferramentas de promoção da saúde, pois, com uma
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população mais ativa, milhares de mortes por ano poderiam ser
evitadas.
Outro aspecto primordial desenvolvido através de práticas físicas é a
inclusão social. É daí que surge o termo adaptado, que diz respeito a
qualquer atividade motora adequada e ajustada conforme
necessidades, características e capacidades de indivíduos que
apresentem limitações – deficiências, problemas de saúde e
envelhecimento.
O foco é identificar e compreender a demanda do
indivíduo para oportunizar sua socialização e
consequente implemento da condição física,
integração e desenvolvimento das habilidades
psicológicas e sociais, por meio de práticas inclusivas.
Em primeiro lugar, é fundamental relembrarmos a diferença entre
atividade física e exercício. Para isso, podemos partir de uma afirmação
clássica: todo exercício físico é uma atividade física, mas nem toda
atividade física é um exercício. Vejamos:
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Atividade física
É todo e qualquer
movimento contínuo
que implique gasto
energético, ou seja,
atividades não
programadas, como
subir escadas, limpar a
casa, entre outras. A
atividade física pode ser
classificada em quatro
distintos domínios: de
tempo livre, de
deslocamento, de
estudo ou trabalho e de
tarefas domésticas. E,
além disso, apresenta
diferentes graus de
esforço físico: leve,
moderado e vigoroso
(MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2021).
Exercício físico
É uma atividade
previamente planejada,
estruturada e repetitiva,
com definição de
volume e intensidade, e
que pode integrar um
treinamento ou uma
prática esportiva. Um
programa de exercícios
também possui
objetivos definidos e
visa manter ou
implementar as
capacidades físicas,
como aptidão
cardiorrespiratória,
força, flexibilidade e
equilíbrio. Sua
prescrição deve ser
realizada por um
profissional de
educação física
(MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2021).
Com o domínio desses conceitos, podemos, então, partir para o ponto
central da discussão: as atividades físicas e exercícios podem ser
praticados por todos?
Resposta
Não só podem como devem ser praticados por todos. É esse ponto que
vamos explorar em relação às atividades físicas e aos exercícios
adaptados e sua conectividade no acesso à saúde e inclusão social.
Mas afinal, qual a definição de atividades físicas e exercícios
adaptados?
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São atividades adequadas às necessidades e especificidades de
indivíduos que apresentem deficiências ou algum tipo de limitação
física, motora ou psicológica, e que podem ser trabalhadas de forma
adaptada, sendo realizada isoladamente ou em grupo específico, ou de
maneira inclusiva, na qual todos (pessoas com e sem limitações)
realizam em conjunto a atividade modificada.
Ambas as práticas são essenciais para essas populações, pois
desenvolvem a autoconfiança e liberdade, a integração e socialização, e
o aprimoramento do desempenho físico e intelectual.
Vamos compreender melhor a diferença entre integração e inclusão:
Integração
Refere-se ao viés
sociológico, no qual os
indivíduos ou grupos
são introduzidos em
contextos sociais com
padrões e normas
Inclusão
Refere-se à equidade
entre diferentes
indivíduos, ou seja, a
modificação de um
comportamento social
para proporcionar que

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gerais. Parte de um
esforço unilateral e da
necessidade da pessoa
diferenciada de se
tornar parte daquilo que
já é normatizado e
disciplinado em acordo
com a maioria.
indivíduos com
limitações tenham suas
necessidades supridas
de maneira eficaz e
direcionada.
Vejamos essas diferenças na imagem:
Os primeiros registros de atividades adaptadas datam do pós 2ª Guerra
Mundial, em que algumas práticas foram adequadas para a reabilitação
de soldados que adquiriam lesões permanentes nos conflitos. A partir
desse momento, a área da educação física passou a ser considerada
para o auxílio na reabilitação de indivíduos com deficiências.
Para Castro (2005), a atividade física adaptada (AFA) deve ter sua
organização norteada em interesses, capacidades e limitaçõesde
indivíduos com deficiências, por meio de programas diversificados que
contemplem atividades desenvolvimentistas, jogos, atividades rítmicas
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e expressivas. Essa definição se refere a um cenário mais restrito, que
contempla apenas indivíduos com deficiência física e mental, e não ao
espectro de qualquer pessoa que apresente limitações ou dificuldades,
como, por exemplo, idosos e mulheres grávidas.
Sob o ponto de vista da inclusão e do acesso à saúde, segundo Tejeros,
Vaillo e Rivas (2012) a atividade física adaptada é constituída de
conhecimentos interdisciplinares para a identificação e solução das
diferenças individuais em atividade física, de forma a adequá-las aos
diferentes contextos.
A atividade física adaptada abrange e possibilita todas as formas de
participação desportiva de qualquer pessoa, mesmo daquelas com
limitações da capacidade de movimento, independentemente do
objetivo da atividade (se é educativa, recreativa, competitiva ou
terapêutica).
Logo, sob essa ótica, a atividade física e exercícios adaptados
apresentam maior abrangência. Ou seja, essas práticas não somente
visam atender a pessoas com deficiência, mas também indivíduos que
possam apresentar alguma desvantagem diante de outros.
Exemplo de corrida Inclusiva.
Mas você sabe qual é a correta terminologia para a definição desses
indivíduos?
Atualmente, a OMS passou a adotar a duas distintas classificações para
a descrição dos estados de saúde:

Classi�cação Internacional de Doenças (CID-
11)

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Classi�cação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)
A CIF é aquela que aborda questões relacionadas a pessoas com
deficiência e mobilidade reduzida, e possui os seguintes componentes
que a norteiam. Segundo a OMS, essas questões abrangem (OMS, 2003,
p. 9):
Funções corporais
São as funções fisiológicas ou psicológicas dos sistemas do
corpo.
Estruturas corporais
São as partes anatômicas do corpo, tais como órgãos,
membros e outros componentes.
De�ciências
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São questões na função ou estrutura corporal, tais como
desvio ou perda significativos.
Funcionalidade
É referente a todas as funções do corpo e ao desempenho de
tarefas ou ações como um termo genérico.
Incapacidade
É um termo genérico para deficiências, limitações de atividades
e restrições à participação, com os qualificadores de
capacidade ou desempenho.
Conforme Di Nubila e Buchalla (2008) afirmam:
A CIF foi desenvolvida ao longo de
duas décadas que compõem o pano
de fundo de importantes mudanças
de concepções e no modelo da
classificação, com a aprovação e
publicação de documentos de
extrema relevância para o
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movimento de direitos das pessoas
com deficiência no mundo.
(DI NUBILA; BUCHALLA, 2008, p. 333)
Por meio desses consensos e estudos, é possível estabelecer com
maior clareza os grupos de indivíduos, sem o uso de linguagens
pejorativas ou preconceituosas. Termos como “portadores de
deficiência” ou “portadores de necessidades especiais”, por exemplo,
não são mais utilizados.
O correto é o uso do conceito e terminologia pessoa com
de�ciência (PcD) para caracterização dessas pessoas.
Tal definição foi estruturada na Convenção da Organização das Nações
Unidas sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, e internalizada em
nosso ordenamento jurídico, com equivalência de Emenda
Constitucional por meio do Decreto nº 186, de 09 de julho de 2008.
Atenção!
É essencial a ampliação de conhecimentos no âmbito das ciências
biológicas e humanas acerca das deficiências para a compreensão de
condições impostas por limitações físicas ou sensoriais, definitivas ou
transitórias, e de que essas características não tornam aquele indivíduo
necessariamente “incapaz”. A deficiência se refere a uma limitação
física, intelectual, visual ou auditiva que impacta a realização de
atividades e que pode ser de nascimento ou adquirida.
No Brasil, de acordo com o artigo 2º da Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/15), também denominada
Estatuto da Pessoa com Deficiência, e também consoante à Convenção
da ONU, a pessoa com deficiência é definida como:
Aquela que tem um impedimento de
longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, o
qual, em interação com uma ou
mais barreiras, pode obstruir sua
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participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.
(LEI Nº 13.146/2015)
Já em seu artigo 3º, inciso IX, podemos verificar a definição de pessoa
com mobilidade reduzida:
Aquela que tenha, por qualquer
motivo, dificuldade de
movimentação, permanente ou
temporária, gerando redução efetiva
da mobilidade, da flexibilidade, da
coordenação motora ou da
percepção, incluindo idoso,
gestante, lactante, pessoa com
criança de colo e obeso.
(LEI Nº 13.146/2015)
Base conceitual para a educação
física inclusiva
Neste vídeo, identificaremos os conceitos básicos e a legislação
relacionada às pessoas com deficiência.
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Diferenciando PcD e pessoas com
mobilidade reduzida
Com os conceitos devidamente pontuados, é importante abordar de
maneira mais genérica a estratificação de PcD, para que você possa ter
um melhor domínio e clareza sobre o assunto.
O termo PcD pode ser classificado em cinco distintas categorias:
 De�ciência física
É caracterizada pela dificuldade de mobilidade,
podendo ser de diversos tipos e com origens
variadas, por exemplo, amputação, malformação
congênita, nanismo, paraplegia e tetraplegia, por
exemplo.
 De�ciência intelectual
É definida com qualquer grau (leve, moderado,
severo ou profundo) de comprometimento ou perda
da capacidade intelectual, e pode afetar a
capacidade de comunicação, adaptação, controle
das emoções, interação social, aprendizagem ou
capacidade para o trabalho – como observa-se em
algumas síndromes: Angelman, Asperger, Down,
Tourette, entre outras.
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 De�ciência visual
É a perda completa ou parcial da visão, e pode ser
subdividida em: cegueira (comprometimento da
capacidade de leitura – perda total ou parcial da
visão); baixa visão (quando em um dos olhos ainda
se conserva alguma capacidade visual – pelo
menos 30% de perda da capacidade visual); e visão
monocular (cegueira em apenas um dos olhos).
 De�ciência auditiva
É caracterizada pela perda total ou parcial (de pelo
menos 41 decibéis) da capacidade de audição e
pode ser classificada em unilateral, quando há dano
em somente um dos ouvidos, e bilateral, quando a
perda de audição afeta os dois ouvidos.
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Para a população de mobilidade reduzida, é relevante a definição de
algumas ocorrências de maior prevalência, como idosos, gestantes e
obesos.
Idoso é todo indivíduo com idade de sessenta anos ou mais, conforme
consolidado pelaOMS e, em nosso país, segundo o Estatuto do Idoso:
É instituído o Estatuto do Idoso,
destinado a regular os direitos
assegurados às pessoas com idade
igual ou superior a 60 (sessenta)
anos.
 De�ciência múltipla
É caracterizada pelo conjunto de duas ou mais
deficiências associadas, podendo ser física,
sensorial, mental, emocional ou de comportamento
social.
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(LEI Nº 10.741/2003)
Já a gestante, é definida pelo Ministério da Saúde (2021) como:
Um evento resultante da fecundação
do óvulo (ovócito) pelo
espermatozoide. Habitualmente,
ocorre dentro do útero e é
responsável pela geração de um
novo ser. Durante o período da
gestação, o corpo vai se modificar
lentamente, preparando-se para o
parto e para a maternidade. A
gestação (gravidez) é um fenômeno
fisiológico e, por isso mesmo, sua
evolução se dá, na maior parte dos
casos, sem intercorrências.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021, n. p.)
Geralmente, tem duração de 37 a 42 semanas, e pode ser gravidez única
ou múltipla (gemelar), constituir uma gestação de risco habitual ou alto
risco, além de provocar alterações temporárias como: aumento do sono
e fome, cansaço acentuado, aumento da frequência urinária, entre
outros. Além disso, a gestante pode apresentar outras complicações,
como hipertensão e diabetes.
O Ministério da Saúde define que:
A obesidade é o acúmulo excessivo
de gordura e, por consequência, seu
determinante mais imediato é o
balanço energético positivo. O
balanço energético pode ser
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definido como a diferença entre a
quantidade de energia consumida e
a quantidade de energia gasta na
realização das funções vitais e de
atividades em geral. O balanço
energético positivo acontece
quando a quantidade de energia
consumida é maior do que a
quantidade gasta.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006, p. 19)
O sobrepeso e a obesidade podem ser classificados em quatro
categorias, conforme o índice de massa corporal (IMC):
Sobrepeso (IMC entre 25,0 e 29,9 kg/m2).
Obesidade I (IMC entre 30,0 - 34,9 kg/m2).
Obesidade II (IMC entre 35,0 - 39,9 kg/m2).
Obesidade III (IMC igual ou maior que 40,0 kg/m2).
Indivíduos obesos apresentam maior possibilidade de desenvolvimento
de doenças, como hipertensão, diabetes, além de problemas
respiratórios, de mobilidade, ou de sensibilidade nas articulações, por
exemplo.
As definições que apresentamos dizem respeito ao contexto social,
porém, no contexto da saúde, de acordo com a OMS (2003),
incapacidade (disability) é um termo abrangente, tanto para deficiências
(impairments) como para limitações em atividades e restrições à
participação.
As práticas adaptadas são uma ferramenta motriz,
tanto para o desenvolvimento da inclusão social como
na implementação do acesso à saúde.
Consequentemente, indivíduos que são incluídos e
com “sentimento de pertencimento” se tornam mais
confiantes e seguros, e isso se reflete em sua saúde
mental, nos aspectos social e psicológico.
Além disso, pessoas fisicamente ativas atenuam os riscos de
desenvolvimento de doenças, como diabetes, hipertensão e depressão,
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além de aumentar o fortalecimento muscular, flexibilidade, aptidão
cardiorrespiratória, dentre outras capacidades físicas que possuem
reflexo, tanto na condição física como no bem-estar de seus praticantes.
Assim, é possível inferir que essas áreas são complementares, no
sentido em que a inclusão social proporciona mais acesso à saúde e
tem por consequência indivíduos mais saudáveis em todas as esferas
(física, psicológica e social).
Para Rodrigues (2006), as práticas físicas adaptadas objetivam
oportunizar alegria e prazer aos seus participantes.
A alegria é um elemento essencial dessas atividades para a superação
de limites impostos pelas deficiências.
Por fim, as atividades físicas e os exercícios adaptados,
independentemente de terem foco educativo, terapêutico, competitivo
ou recreativo, podem evitar o isolamento e as atitudes antissociais de
pessoas com deficiência, incapacidades e desvantagens, físicas ou
mentais. E, embora ainda seja uma área em desenvolvimento e
implementação, tem caráter relevante para uma sociedade inclusiva.
Pessoa com de�ciência x Pessoa com
mobilidade reduzida

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Neste vídeo, faremos a diferenciação entre PcD e pessoa com
mobilidade reduzida, por meio da explicação das cinco categorias de
PcD, da definição de gestante, da definição dos indivíduos obesos no
contexto, entre outros fatores.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Os idosos podem ser enquadrados como grupo de pessoas com
mobilidade reduzida e, por isso, reconhecê-los de forma conceitual
possibilita a criação de políticas públicas para a sua inclusão.
Sendo assim, assinale a opção que, conforme a Organização
Mundial da Saúde (OMS) e o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de
2003), indica a faixa etária que diz respeito à pessoa idosa.
A Indivíduos com 75 anos ou mais.
B Indivíduos entre 60 anos e 80 anos.
C Indivíduos com 60 anos ou mais.
D Indivíduos com 80 anos ou mais.
E Indivíduos entre 75 anos e 100 anos.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Conforme a OMS, em nosso país, segundo Política Nacional do
Idoso – instituída pela Lei Federal 8.842/ 94 – e Estatuto do Idoso –
Lei 10.741, de 2003, é considerado idoso todo o indivíduo com 60
anos ou mais. Tal definição está explícita no estatuto, em seu art.
1º: “É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos
assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos”.
Questão 2
Tendo em vista a necessidade de extinguir termos pejorativos e
excludentes, instituiu-se uma nomenclatura para referir-se a
pessoas que possuem deficiência física e intelectual, entre outras.
Assinale a opção que apresenta de forma correta essa
nomenclatura:
Parabéns! A alternativa E está correta.
A correta terminologia “pessoas com deficiência” consta em nosso
ordenamento jurídico no Estatuto da Pessoa com Deficiência (art.
2º da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Lei nº
13.146/15).
A Pessoas portadoras de necessidades especiais.
B Deficientes com necessidades especiais.
C Pessoas com necessidades especiais.
D Pessoas portadoras de deficiência.
E Pessoas com deficiência.
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2 - Políticas de acesso à saúde e inclusão social
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o papel da atividade física e dos
exercícios adaptados na inclusão social e no acesso à saúde.
O papel da educação física inclusiva
As políticas governamentais devem propor o desenvolvimento da
educação inclusiva como uma política sistêmica, na qual se vise não
apenas um consenso, no que tange princípios gerais, mas também
ações para que esses princípios sejam postos em prática, por meio da
igualdade de oportunidades, aprendizagem, socialização, formação para
o exercício da cidadania e preparo para inserção no mercado de
trabalho, a fim de ultrapassar a barreira da universalidade x a
particularidade.
Outro ponto crítico para as pessoas com deficiência e aquelas com
mobilidade reduzida é a questão daacessibilidade arquitetônica. Veja,
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porém, que uma questão não anula a outra, pelo contrário, devem ser
complementares, contínuas e simultâneas. Como desenvolver a
inclusão sem acessibilidade pedagógica, de comunicação e
informação?
Antes, é importante que se entenda o conceito de acessibilidade. Ela é
definida na legislação brasileira, por meio do Decreto nº 5.296, de 2 de
dezembro de 2004, como:
a condição para utilização, com
segurança e autonomia, total ou
assistida, dos espaços, mobiliários e
equipamentos urbanos, das
edificações, dos serviços de
transporte e dos dispositivos,
sistemas e meios de comunicação e
informação, por pessoa com
deficiência ou com mobilidade
reduzida.
(DECRETO Nº 5.296/2004)
Na imagem a seguir, podemos conhecer os símbolos adotados
universalmente para a acessibilidade:
Símbolos da acessibilidade de PcD e pessoas com mobilidade reduzida.
Portanto, há uma necessidade evidente e crescente de que PcD e
pessoas com limitações e desvantagens participem inclusivamente de
atividades de educação física, desportos e lazer, pois impactam
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positivamente no seu processo de autoimagem e na sua valorização
pela sociedade.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, em
seu art. 59, determina que os sistemas de ensino devem assegurar aos
estudantes currículo, métodos, recursos e organização específicos para
atender às suas necessidades; assegura a
terminalidade específica àqueles
que não atingiram o nível exigido
para a conclusão do ensino
fundamental, em virtude de suas
deficiências”; e garante a
“aceleração de estudos aos
superdotados para conclusão do
programa escolar.
(LEI Nº 9.393/1996)
Essa lei é norteada pela Constituição Federal de 1988, que traz em seu
texto como um dos princípios fundamentais o de promover o bem de
todos, sem que haja preconceito sobre origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação, e que também define a
educação como um direito de todos, para avaliar o pleno
desenvolvimento da pessoa, além de garantir a igualdade de condições
de acesso e permanência na escola (BRASIL, 1988).
Na década de 90, com a Declaração Mundial de Educação para Todos
(1990) e a Declaração de Salamanca (1994), estimulou-se a elaboração
das políticas públicas da educação inclusiva. No Brasil, isso ocorreu
pela Política Nacional de Educação Especial.
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Para Mamedes et al. (2021), as diretrizes da Política Nacional de
Educação Especial garantem os direitos da educação inclusiva, que
transcorre todos os níveis, etapas e modalidades, disponibiliza
atendimento educacional específico, viabiliza recursos e serviços, além
de conduzir seu emprego no processo de ensino aprendizagem de
turmas ordinárias do ensino regular.
Em 2016, entrou em vigor o marco regulatório da inclusão no Brasil, a
Lei Brasileira da Inclusão (LBI), Lei nº 13.146/2015, para garantir a
igualdade civil de pessoas com deficiência com o restante da
população, assegurando seu direito, assim como para os demais
cidadãos, de frequentar escolas, clubes e academias.
Já no cenário das práticas físicas, em 1978, foi estabelecido na Carta
Internacional de Educação Física e do esporte da UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura), que é um direito fundamental de todos a prática de educação
física e que os programas devem priorizar aos grupos menos
favorecidos no cerne da sociedade.
Surge a educação física adaptada (EFA), com o
objetivo de assessorar no desenvolvimento de novas
habilidades e modificar a realidade de pessoas com
limitações, desvantagens e PcD, proporcionando um
novo meio de aquisição de aptidões motoras para suas
funções diárias.
Portanto, a educação física adaptada é uma área segmentada da
educação física, que adequa metodologias de ensino para o
atendimento às características do indivíduo e suas limitações e, dessa
forma, os profissionais devem estar preparados, não apenas para
ensinar, mas também para compreender como esses indivíduos
aprendem.
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A amplitude alcançada pelas práticas corporais frente à sociedade pode
ser justificada por sua diversidade de opções na criação e adaptação de
exercícios para determinadas especificidades de indivíduos com
deficiência ou limitações ou desvantagens, sendo a escola um dos
locais mais apropriados para a concretização dessas atividades, por
tratar-se de um ambiente orientador de opiniões e personalidades, o que
influencia direta e indiretamente na formação dos cidadãos.
Resumindo
Da mesma forma que qualquer outra disciplina no âmbito escolar, o
cerne principal da educação física é garantir uma educação acessível a
todos, independentemente de deficiências, limitações e desvantagens,
físicas ou mentais.
Dentro do contexto escolar, portanto, a educação física adaptada é
subdividida em:
Educação física adaptada
Nesta modalidade, alunos com deficiências, limitações ou
desvantagens praticam as atividades separadamente do grande
grupo, o que promove a integração desses indivíduos, assim
como a possibilidade de desenvolver suas habilidades físicas por
meio da adequação das práticas às suas necessidades. Por
exemplo: a prática do futebol de 5 por cegos.
Prática do futebol de 5 por cegos.
Educação física inclusiva
Nesta modalidade, as atividades são praticadas por todos, mas
são adaptadas às demandas daqueles que possuem deficiências
ou limitações. O objetivo é trabalhar o sentimento de
pertencimento e bem-estar, além de promover o entendimento
sobre o quanto é importante o respeito às diferenças. As
atividades inclusivas possibilitam que indivíduos com
deficiências e limitações se sintam capazes, seguros e atuantes
na sociedade, por meio de seu desenvolvimento afetivo, cognitivo
e psicomotor. Por exemplo: um pique ou competição no qual
pessoas com deficiência participem junto aos demais alunos.
Práticas Corporais – Educação Física Inclusiva.
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Dos Santos e Pianca (2016) afirmam que a educação física é essencial
para o implemento da saúde e qualidade de vida da população e que
deve ser adequada às demandas de cada um, sendo deficiente ou não, o
que reflete uma provocação contínua para os profissionais da área.
Na área escolar, a estruturação do plano pedagógico e das aulas é o
primeiro passo para o processo de inclusão de PcD. O professor deve
observar e compreender a heterogeneidade das turmas para
desenvolver atividades prazerosas, e que propiciem vivências positivas
pelos alunos.
Atenção!
Cada tipo de deficiência ou limitação exigirá um grau de flexibilização
das aulas de educação física e, portanto, é fundamental que o professor
esteja preparado e informado (literatura científica e parentes) acerca do
aluno que apresente alguma particularidade, para que possa incentivar
sua participação ativa e oportunizar vivências de movimentos que se
adequem às suas necessidades e características, de maneira a
promover seu desenvolvimento global.
Outra ação que pode auxiliar no aprimoramento da atuação do
profissional de educação física é a articulação com a rede dos
professores da educação especial, visando o compartilhamento e busca
de soluções conjuntas. Além disso, a depender da diversidade e
complexidadeda turma, pode ser considerada a introdução do auxiliar
de professor ou o facilitador, que tem por objetivo prover um suporte
especial para crianças com deficiência ou mobilidade reduzida e, ao
mesmo tempo, assegurar que esse apoio não isole esses indivíduos dos
outros alunos. Em escolas que não possuam suporte especial, cabe ao
professor a criação de atividades nas quais os próprios alunos
contribuam para essa prática inclusiva.
Dessa forma, o professor de educação física deve buscar constante
preparo e capacitação, a fim de trabalhar conteúdos e práticas
estimulantes que contribuam para o desenvolvimento de seus alunos,
independentemente das limitações e diferentes níveis de aprendizagem.
Exemplo
No caso de uma criança obesa, é extremamente necessária a vivência
positiva por meio de práticas corporais realizadas de forma inclusiva no
grande grupo. Isso fará com que essa criança crie um vínculo que possa
vir a proporcionar hábitos saudáveis e uma possível mudança de
comportamento em relação a sua saúde. Por outro lado, os demais
alunos têm a possibilidade de, com esse convívio, formatar atitudes
construtivas, de respeito, aceitação e solidariedade, o que acaba por
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impactar também na experiência da PcD ou mobilidade reduzida,
especialmente nos domínios emocional, social, e psicossocial.
É preciso ultrapassar a barreira da teoria e desenvolver práticas efetivas
para a inclusão desse público nas aulas de educação física, cientes de
que serão enfrentadas muitas dificuldades ao longo desse processo,
mas também compreendendo que é por meio do movimento que o
indivíduo se correlaciona com o meio ambiente para atingir seus
objetivos.
Diferenciando educação física
inclusiva e adaptada
Neste vídeo, compreenderemos as diferenças e aplicações da educação
física adaptada e da educação física inclusiva, por meio de alguns
questionamentos, como: de que forma a proposta por parte de líderes
governamentais de desenvolver a educação inclusiva como uma política
sistêmica ajuda na prática? A acessibilidade arquitetônica é um ponto
crítico para as pessoas com deficiência? Por quê?
Acessibilidade para atividade física e
exercício adaptado
Além do cenário escolar, existem outros ambientes nos quais há a
possibilidade de desenvolvimento de atividades adaptadas e atuação do
profissional de educação física, como academias, clubes e espaços
públicos.
Um fator responsável por essas ações de inclusão social, é adequada
formação de profissionais da área, que deve prover a qualificação
imperativa em relação ao trabalho com a diversidade dos seres

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humanos e desenvolver a capacidade analítica necessária para
aspectos complexos que integram o processo inclusivo das pessoas
com deficiência no contexto da prática de atividade física, sendo capaz
de promover ações que diminuam esses obstáculos.
Apesar de, durante a última década, terem ocorrido atualizações nesse
sentido, no currículo mínimo dos cursos de graduação de educação
física, ainda existe um lastro a ser preenchido para a concretização da
adequação de espaços e total acessibilidade de PcD e pessoas com
mobilidade reduzida. Isso engloba ambientes de práticas físicas, como
espaços e clubes.
A realidade da maior parte de academias e clubes ainda destoa do
previsto nas normativas para PcD e pessoas com limitações e
desvantagens, mas essas restrições estruturais muitas vezes não
impedem a realização de atividades para idosos, obesos e gestantes,
porém, deficiências leves podem dificultar essa vivência.
Academia para pessoas com deficiência.
Assim, através do programa do Governo Federal, chamado Academia da
Saúde, os governos estaduais e municipais de diversas partes do Brasil
iniciaram o processo de implementação do programa Academia Pública
Inclusiva que, além de promover a inclusão e o acesso à saúde de PcD e
pessoas com mobilidade reduzida, também pode servir de modelo para
o setor privado.
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Os equipamentos de musculação para o público dessas academias
apresentam biomecânica diferenciada e conforto ao usuário e, assim,
além de motivado pela questão da acessibilidade, o usuário tem a
sensação de liberdade, capacidade e segurança. Outro aspecto
relevante é que, quando são devidamente orientados e supervisionados
por profissionais de educação física, esses exercícios podem impactar
significativamente no implemento das capacidades físicas, postura,
mobilidade e independência nas atividades da vida diária da pessoa
com deficiência física e mobilidade reduzida.
Nesse sentido, um grande passo para difundir programas de atividades
físicas e exercícios adaptados voltados para inclusão e acesso à saúde
foi a implementação da Resolução nº 218/97, que tornou o profissional
de educação física integrante da área da saúde.
Assim, sua atuação junto ao sistema público de saúde se dá por meio
de sua integração nas equipes dos núcleos ampliados de saúde da
família e atenção básica (NASF-AB), com o objetivo de um exercício
mais próximo da população local, além de promover a ramificação das
ações da estratégia de saúde da família (ESF), que é parte componente
da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB).
Embasada na estratégia global de alimentação saudável e atividades
físicas definidas pela OMS, a atividade física foi destacada entre as
ações prioritárias do Sistema Único de Saúde (SUS), o que impulsionou
a criação, em 2021, do Guia de Atividade Física para a População
Brasileira, documento criado para auxiliar os profissionais e gestores na
promoção da atividade física (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021).
Guia de Atividade Física para a População Brasileira.
No contexto da atenção primária à saúde (APS), em relação à inclusão e
promoção da saúde, o profissional de educação física deve se nortear
por princípios didático-pedagógicos, como: esclarecimento,
desconstrução, dialogicidade, cogestão, cooperação, organização
participativa e emancipação. Esse perfil está alinhado com suas
definições de reponsabilidades junto aos NASF-AB:
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Desenvolver atividades físicas e
práticas corporais junto à
comunidade... incentivar a criação
de espaços de inclusão social, com
ações que ampliem o sentimento de
pertinência social nas comunidades
por meio da atividade física regular,
do esporte e lazer, das práticas
corporais; contribuir para a
ampliação e a valorização da
utilização dos espaços públicos de
convivência como proposta de
inclusão social e combate à
violência.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009, p.138)
Essas responsabilidades estão alinhadas com a conceituação mais
ampla de práticas corporais (atividades físicas), na Política Nacional de
Promoção da Saúde (PNPS), que as define como:
expressões individuais e coletivas
do movimento corporal advindo do
conhecimento e da experiência em
torno do jogo, da dança, do esporte,
da luta e da ginástica. São
possibilidades de organização,
escolhas nos modos de relacionar-
se com o corpo e de movimentar-se,
que sejam compreendidas como
benéficas à saúde de indivíduos e de
coletividades, incluindo caminhadas
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e práticas lúdicas, esportivas e
terapêuticas.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006, p. 42)
Assim, nos NASF-AB, diferentes grupos de pessoas podem ser
acessados para a promoçãoda saúde, desde crianças até idosos.
Portanto, nesse ambiente, devem ser proporcionadas experiências
positivas de vivência corporal e socialização por meio da inclusão que,
por consequência, resultarão em melhora da qualidade de vida,
diminuição do sedentarismo e implemento do estado de saúde dos
indivíduos com deficiência ou mobilidade reduzida (obesos, PcD, idosos
e gestantes, por exemplo).
Nesses espaços, o profissional de educação física será responsável por
prescrever a atividade física, orientar e informar sobre seus benefícios, a
intensidade de execução, postura correta, respiração, entre outros
parâmetros, a depender do público e da atividade proposta. Também
deve promover atividades adaptadas em grupos que visem à inclusão e
à socialização dos participantes, de modo a difundir a promoção da
saúde e estimular a adoção de um estilo de vida saudável.
Essa pulverização do acesso à atividade física e aos exercícios
adaptados para públicos diferenciados também tem efeito positivo
sobre a autoestima, autoconceito, imagem corporal, funções cognitivas
e socialização, podendo diminuir níveis de estresse, ansiedade e
consumo de medicamentos.
Além das políticas e ações que enumeramos, o acesso às práticas
corporais adaptadas ocorre também por programas governamentais.
Exemplo
Na esfera federal, por meio do Programa Academia da Saúde (PAS), e
nas esferas estadual e municipal com o Programa Academia Pública
Inclusiva. Esses programas visam, além da promoção da saúde, à
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otimização de espações públicos, como áreas de inclusão, participação,
lazer e promoção da cultura da paz, ou seja, esses espaços não se
restringem apenas a atividades físicas, seu objetivo é desenvolver uma
concepção ampliada de saúde.
O SUS também estimulou, por meio da Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares (PNPIC), a estruturação e difusão das
práticas integrativas complementares (PICS), que integram técnicas
eficazes e seguras de:
Homeopatia
Medicina tradicional chinesa/acupuntura
Plantas medicinais e �toterapia
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Medicina antroposó�ca e termalismo
social/crenoterapia
No entanto, as ações e os programas de atividades adaptadas para
inclusão social não se limitam ao SUS ou à esfera federal, daí a
relevância de profissionais capacitados e informados para auxiliar e
divulgar para a população as iniciativas que mais se adequem às suas
necessidades.
Outros programas públicos, como Segundo Tempo, Esporte e Lazer na
Cidade, e ações como ruas fechadas para lazer, além de universidades e
instituições como o sistema S (SESC, SESI, SEST/SENAT e SENAC),
secretarias municipais/estaduais de saúde, de esporte e lazer, turismo,
cultura e assistência social também oferecem programas de práticas
físicas para a comunidade e oportunidades, como quadras, pista de
caminhada e outros espaços. Essas iniciativas são essenciais, como
possibilidades que se complementam, no intuito de alcançar e atender
ao maior número possível de indivíduos com e sem deficiências ou
mobilidade reduzida.
Saiba mais
Especificamente para PcD, algumas ONGs, como a Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais (APAE), têm unidades espalhadas por todo o
Brasil.
Por fim, a promoção da inclusão por meio de atividades físicas e
exercícios adaptados tem por objetivo desenvolver a autonomia física e
social de praticantes com deficiência e mobilidade reduzida e difundir
espaços de construções coletivas. Porém, essas ações devem ser
pautadas pela atuação de profissionais de educação física informados,
capacitados e interessados em possibilitar a inclusão desse público, de
maneira autônoma, pelo sistema de educação ou sistema público de
saúde.

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O acesso às atividades inclusivas
Nesse vídeo, demonstraremos os principais projetos de atividade física
inclusiva no Brasil.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Tendo em vista a necessidade de reconhecer todas as
possibilidades para uma educação inclusiva, assinale a opção que
indica qual é a área da educação física que tem por objetivo a
inclusão de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A Educação física inclusiva.
B Educação física para todos.
C Educação física adaptada.
D Educação física exclusiva.
E Educação física intuitiva.
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A subárea da educação física que tem por objetivo a inclusão de
pessoas com deficiência e mobilidade reduzida é a educação física
adaptada (EFA), que visa principalmente oportunizar igualdade de
aprendizagem e socialização, a partir da qual podem ser
desenvolvidas atividades adaptadas e atividades inclusivas.
Questão 2
O professor de educação física cumpre um papel fundamental para
a educação física em atividades para PcD e com mobilidade
reduzida. Nesse sentido, assinale a opção que aponta quais são as
atividades desenvolvidas na educação física Inclusiva:
Parabéns! A alternativa E está correta.
Na educação física inclusiva devem ser desenvolvidas atividades
adaptadas às necessidades de pessoas com deficiência e
mobilidade reduzida, que devem ser realizadas pelo grande grupo,
de maneira que alunos que não apresentem limitações possam
desenvolver valores (respeito, solidariedade e empatia) e que
A
Atividades isoladas do grande grupo, com
adaptação às necessidades de PcD e mobilidade
reduzida.
B
Atividades junto ao grande grupo, sem adaptação às
necessidades de PcD e mobilidade reduzida.
C
Atividades isoladas do grande grupo, sem
adaptação às necessidades de PcD e mobilidade
reduzida.
D
Atividades usuais de uma aula de educação física,
pois alunos com PcD e mobilidade reduzida não
devem se exercitar.
E
Atividades junto ao grande grupo, e adaptadas às
necessidades de PcD e mobilidade reduzida.
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PcD/mobilidade reduzida possam socializar, ter oportunidade de
aprendizagem e aprimoramento motor e desenvolver
autoconfiança.
3 - O esporte adaptado como meio de inclusão social
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a base conceitual de esportes
adaptados e sua utilização como ferramenta de inclusão social.
Paradesporto, paralímpico e inclusão
social
Uma área da educação física que é bastante difundida como um vetor
de inclusão social é o desporto adaptado.
Essa área é baseada em esportes convencionais, mas as modalidades
são adequadas e permitem que pessoas com deficiência e mobilidade
reduzida possam praticá-las.
É o caso das modalidades paradesportivas e paralímpicas, e
competições de nível master para idosos, por exemplo.
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A gama de possibilidades no campo esportivo é bastante ampla e,
dentro do contexto de inclusão social, possibilita o despertar de valores
como disciplina, comprometimento e superação, tornando-se um
caminho de transformação para seus praticantes, desde a iniciação
esportiva até o alto rendimento, e para a sociedade como um todo.
Outro fator que serve como aliado na difusão do esporte adaptado são
as redes sociais, já que esse meio possibilita o diálogo, o acesso à
informação e a divulgação,não apenas da rotina de treinos e
competições dos paratletas e atletas com mobilidade reduzida, mas
também das barreiras enfrentadas por eles, no dia a dia, como cidadãos,
em termos de acessibilidade.
A diferenciação básica conceitual distingue o paradesporto e o esporte
paralímpico da seguinte forma:
Refere-se a todas as modalidades esportivas praticadas por
pessoas com deficiência.
Refere-se às modalidades esportivas praticadas por pessoas
com deficiência, mas àquelas que fazem parte do quadro
Esporte paralímpico 
Paradesporto 
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reconhecido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Assim,
todas as modalidades esportivas praticadas por PcD recebem a
nomenclatura de paradesporto/paradesportiva, e as paralímpicas
integram esse grupo.
Em 1948, em Stoke Mandeville, na Inglaterra, Ludwig Guttman organizou
uma competição para veteranos da Segunda Guerra Mundial com lesão
da medula espinal. Esse movimento impulsionou a organização, pela
primeira vez, no ano de 1960, em Roma, de jogos no estilo olímpico para
atletas com deficiência.
Desde os Jogos Olímpicos de Seul em 1988, os jogos paralímpicos têm
sido realizados no mesmo ano e local das Olimpíadas, prática
assegurada por um acordo firmado em 2001 pelo Comitê Olímpico
Internacional (COI) e o Comitê Paralímpico Internacional (IPC).
Cerimônia de abertura do Jogos Paralímpicos de Tóquio.
Os Jogos Paralímpicos (de verão) de Tóquio 2021, englobaram 22
modalidades esportivas: atletismo – corridas, saltos, lançamentos e
arremessos; basquete em cadeira de rodas; bocha; canoagem; ciclismo;
esgrima em cadeira de rodas; goalball; futebol de 5; halterofilismo;
hipismo; judô; natação – provas de 50 m, 100 m, 200 m e 400 m livre; 50
m e 100 m borboleta; 50 m peito; 50 m e 100 m costas; 150 m e 200 m
medley; revezamentos; parabadminton; parataekwondo; rúgbi em
cadeira de rodas; remo; tênis de mesa; tênis em cadeira de rodas; tiro
com arco; tiro esportivo; triatlo; vôlei sentado.
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Já nas Paralimpíadas de Inverno, são englobadas modalidades como
esqui cross-country; curling em cadeira de rodas; esqui alpino; biatlo;
hóquei no gelo; e snowboard. Sua última edição ocorreu em Pequim, no
ano de 2022. No Brasil, quem administra essas modalidades é o CPB
(Comitê Paralímpico Brasileiro), sendo elegíveis para participação nos
jogos as seguintes deficiências: visual (cegueira e baixa visão), física
(motora) e intelectual.
Curiosidade
Das modalidades citadas, a única que não é adaptada de uma
modalidade esportiva pré-existente é o goalball. Esse esporte foi criado
também após a Segunda Guerra mundial para a reabilitação de
veteranos que perderam sua visão durante os combates.
Modalidade Esportiva – Goalball.
Em relação à categorização dos paratletas em suas modalidades, não
há uma regra uníssona, ou seja, ela será definida de acordo com o
esporte e características da deficiência. Podemos citar como exemplo o
atletismo, no qual os atletas são divididos de acordo com a
funcionalidade na prática esportiva. Podemos citar ainda a canoagem,
na qual a classificação funcional da modalidade divide os competidores
em grupos de acordo com o grau de movimentação dos membros
inferiores, superiores e do tronco. Assim, cada esporte possui um
sistema específico de classificação funcional que objetiva tornar a
competição justa, dentro das diferenças de características das PcD.
O Brasil obteve resultados significativos nos Jogos de Tóquio, sendo o
sétimo colocado no quadro de medalhas entre 84 países participantes,
com uma delegação de 259 atletas, dentre eles atletas-guia, calheiros,
goleiros e timoneiro. Desse total, 236 eram atletas titulares e 226
(95,7%) estão incluídos no Bolsa Atleta – programa do Governo Federal.
Nos Jogos de Inverno de Pequim 2022, o Brasil também fez história
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com uma delegação composta por seis atletas, mesmo não havendo
conquistado nenhuma medalha.
Nessa trajetória de sucesso e conquistas do Brasil no cenário
paralímpico, destaca-se a equipe de futebol, que conquistou medalha de
ouro em todas as edições dos Jogos Paralímpicos, além do resultado
alcançado pelo país durante o Mundial de Natação, de 2022, em
Portugal, marcada como a melhor campanha do Brasil na história,
ocupando a 3ª colocação (19 ouros, 10 pratas e 24 bronzes). Temos
ainda grandes atletas do paradesporto, que fizeram história, a nível
mundial, como Daniel Dias, Carol Santiago e Antônio Tenório.
Resultados tão expressivos no esporte adaptado são reflexo de ações
integradas e complementares de fomento ao paradesporto entre órgãos
governamentais, como:
Ministério da Educação e Ministério da Cidadania
Ministérios por meio da Secretaria Nacional de Esporte Lazer e
Inclusão Social (SNELIS) e Secretaria Nacional de
Paradesporto (SNPAR) – e as Secretarias Estaduais e
Municipais.
CPB
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Entidade que conduz o desporto paralímpico no Brasil.
Instituto de Promoção do Paradesporto (IPP Brasil)
Instituição social criada em 2008 para desenvolver e
potencializar as habilidades das PcD nas suas diversas
vertentes.
A SNPAR, do Ministério da Cidadania, foi criada em maio de 2020 e visa
promover e articular ações paradesportivas que proporcionem o acesso
das pessoas com deficiência à prática esportiva em todas as suas
manifestações, da iniciação ao alto rendimento, em todas as faixas
etárias. A secretaria desenvolve seu trabalho norteada por três eixos –
fomento, visibilidade e capacitação – e viabiliza suas ações através de
programas como:
Promove práticas esportivas, psicomotoras e de lazer para
crianças e adolescentes com autismo.
Viabiliza acesso gratuito e de qualidade a estruturas físicas,
treinamentos e equipes multidisciplinares de saúde para
promover o desenvolvimento do paradesporto de alto
rendimento.
Promove democratização e equidade no acesso ao paradesporto
educacional e à participação das crianças, adolescentes e jovens
com deficiência, além de criar ambientes de iniciação
paradesportiva.
Programa TEAtivo 
Programa Avança Paradesporto do Brasil 
Programa Semear+ Paradesporto 
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Além desses programas, a SNPAR atua também por meio do
desenvolvimento de projetos.
Exemplo
O projeto Rede de Apoio ao Paradesporto, visa a composição de uma
rede integrada por instituições federais de ensino superior para
desenvolvimento e ampliação do paradesporto nas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, impulsionando o cultivo de conhecimento e a
multiplicação de ações em outras localidades. Ademais, entre outras
ações, consta acordo de cooperação com o CPB para concessão de
habilitação em paradesporto aos profissionais dos projetos das
secretarias nacionais da Secretaria Especial do Esporte.
Na outra face do fomento e apoio ao paradesporto em nosso país está o
CPB, entidade que rege o desporto adaptado no Brasil, e que possuí o
centro de treinamento paraolímpico brasileiro, localizado no parque
Fontes do Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, e que tem por missão
difundir o esporte paralímpico no Brasil e assessorar na inclusão da
pessoa com deficiência em nossa sociedade.
Centro de treinamento paralímpico brasileiro.
Além dessa megaestrutura, que é utilizada para treinamentos,
competições, residencialde atletas e controle de desempenho, esse
espaço também é usado para desenvolvimento do projeto Escola
Paralímpica de Esportes, que tem como premissa promover a
introdução de crianças com deficiência física, visual e intelectual na
faixa etária de 10 a 17 anos em treze modalidades paralímpicas:
atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de
cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, tênis de mesa, tiro com
arco, triatlo e vôlei sentado.
Mas se diz, Comitê Paraolímpico ou Paralímpico?
Muitos se perguntam sobre a terminologia correta sobre o esporte
paralímpico. Veja, a seguir, uma nota do Comitê Paralímpico Brasileiro
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(2023):
Em 2011, com a intenção de unificar a
terminologia, o Comitê Paralímpico
Internacional determinou que os Comitê
Paralímpicos Nacionais (NPCs, em inglês)
adotassem o termo paralímpico em vez
paraolímpico – assim assemelhando-se ao
termo em inglês “paralympic”. Desta maneira,
os sete países de língua portuguesa
acataram e alteraram a referência. Assim,
Comitê é Paralímpico Brasileiro, Jogos
Paralímpicos e Paralimpíadas compõem a
padronização que utilizamos para o termo.
(CPB, 2023, n. p.)
O esporte adaptado
Neste vídeo, compreenderemos como o paradesporto, o desporto
paralímpico e a inclusão social se relacionam.
Outros projetos do paradesporto e
paralímpicos
Outro meio de descoberta de jovens talentos se dá por meio das
Paralimpíadas Escolares, maior evento esportivo para atletas
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deficientes em idade escolar (12 a 20 anos) do mundo, e que teve sua
primeira edição realizada em 2006 e já revelou grandes nomes do
paradesporto, como o velocista Alan Fonteles e a saltadora Lorena
Spoladore.
O CPB também conta com os seguintes programas:
Atleta cidadão
Tem por objetivo o desenvolvimento da cidadania do atleta
paralímpico brasileiro, viabilizando que os atletas não apenas
implementem suas potencialidades tecnicamente, mas que
também exerçam a cidadania. Oferece orientação para a vida
diária, formação educacional, por meio de bolsas de estudos,
qualificação técnica para o mercado de trabalho e formação
profissional, além de acompanhamento em todas essas etapas.
Programa Militar Paralímpico (PMP)
Tem por público-alvo os militares das Forças Armadas, policiais
militares, bombeiros militares e agentes de segurança pública de
corporações civis que tenham deficiência física ou visual
elegíveis para as modalidades paralímpicas.
Em termos de estrutura, o CPB amplia suas ações por meio de centros
de referência, que utilizam espaços esportivos já existentes para
oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto
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rendimento. É também responsável por apoiar confederações –
responsáveis por organizar o calendário esportivo de suas modalidades
– por meio do repasse de recursos, apoio a atletas e equipes, além de
exercer o papel de confederação no atletismo, natação, halterofilismo e
tiro esportivo.
Além da atuação no âmbito federal, ações de secretarias estaduais e
municipais também se destacam.
Exemplo
É o caso da Subsecretaria de Estado de Esportes de Minas Gerais
(Subesp), que possui o programa Núcleos de Fomento ao Paradesporto,
que tem como alvo expandir a participação das pessoas com
deficiência nas políticas públicas esportivas e cooperar no processo de
inclusão e autonomia desse público-alvo. A Subesp desenvolve outro
programa para o incentivo de prática de atividades físicas, esportes e
lazer, com foco nas PcD e na difusão de modalidades paradesportivas
no estado, o programa Jogos do Interior de Minas – JIMI Paradesporto.
O Brasil conta com a atuação de entidades para a promoção da inclusão
por meio do esporte adaptado.
Exemplo
Temos o Instituto de Promoção do Paradesporto, que atua em conjunto
com outras entidades que também consagram seus esforços para a
inclusão, e oferecem apoio técnico e treinamentos para o implemento
da gestão e para a operacionalização de projetos e programas. O
instituto também promove a viabilização e implantação de uma
academia exclusiva para PcD e mobilidade reduzida, e colabora em um
programa de desenvolvimento de atletas com deficiência na cidade de
Niterói (RJ), além de ações que ampliam seu alcance, atuando também
no fortalecimento intelectual, psicológico, físico e esportivo de
paratletas.
Por outro lado, as modalidades que não são integrantes do programa
paralímpico, que englobam outras deficiências – intelectual, surdez e
transtorno do espectro autista TEA – têm suas distintas organizações
de administração nacionais e internacionais, além de eventos e
sistemas específicos de classificação funcional.
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A pira Surdolímpica.
A exemplo da Surdolímpiada, o evento polidesportivo mais antigo
depois dos Jogos Olímpicos, realizado desde o ano de 1924, que teve
sua 24ª Edição de verão realizada no Brasil, em 2022. Contempla
diversas modalidades esportivas. A entidade responsável por sua
organização, por não pertencer ao grupo paralímpico, é a International
Committee of Sports for the Deaf (ICSD).
A edição de 2022 teve apoio e incentivo do Governo Federal, por meio do
Ministério da Cidadania e da Confederação Brasileira de Desportos de
Surdos – CBDS, entidade máxima do desporto surdo no Brasil,
subordinada a PanAmerican Deaf Sports Organization (PANAMDES) e a
Confederación Sudamericana Deportiva de Sordos (CONSUDES).
Esse é apenas um dos exemplos de como modalidades não integrantes
do programa paralímpico se organizam para promover e oportunizar a
inclusão social por meio de esportes adaptados, com objetivo de
alcançar o maior número e ramificação de deficiências.
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Como o pro�ssional de educação física pode buscar
capacitação para atuar na área paradesportiva?
O CPB oferece uma gama bastante diversificada de cursos em sua
Academia Paralímpica Brasileira (APB), lançada em 2010. A academia
tem como escopo a formação, habilitação e atualização de profissionais
para atuar nas diversas áreas do esporte paralímpico, como gestão
esportiva, comunicação e marketing, classificação funcional, arbitragem,
treinamentos e outras áreas de interesse do esporte paralímpico.
Outra possibilidade de aprimoramento profissional é por meio dos
cursos oferecidos pelo Conselho Federal de Educação Física, por meio
do programa de capacitação para profissionais paradesportivos, que
tem por objetivo aperfeiçoar o conhecimento de profissionais de
educação física e áreas afins, para que possam adaptar as atividades
estudadas durante a vida acadêmica às PcD e pessoas com mobilidade
reduzida.
Por fim, o paradesporto se apresenta como uma eficiente estratégia
para constituição dos conceitos de inclusão plena da PcD pois, por meio
do desporto, valores e capacidades são rearranjados e o acolhimento
das diferenças se torna natural na sociedade. É por meio de ações
esportivas e de priorização da concepção e execução de políticas de
inclusão que se possibilita o aprimoramento das condições para que as
pessoas com deficiência prosperem de uma circunstância de
“vulnerabilidade” para a independência social.
O paradesporto nos projetos sociais
Neste vídeo, apresentaremos projetos de paradesporto e paralímpicos.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Reconhecer as terminologias relacionadas à atividade profissional é
fundamental para a atuação do professor de educação física. Tendo
em vista a atuação frente às PcDs, assinale a opção que apresenta
como é definido o paradesporto:
Parabéns! A alternativa A está correta.
O conceito de paradesporto é bastante amplo e engloba todas as
manifestações da prática de algum esporte por uma pessoa com
deficiência, independentemente da modalidade escolhida do tipo ou
nível da deficiência.
A
Toda modalidade esportiva praticada por pessoas
com deficiência.
B
Toda e qualquer modalidade esportiva para
cadeirantes.
C
Apenas modalidades do comitê paralímpico
brasileiro.
D
Toda modalidade esportiva praticada por pessoas
com deficiência que seja englobada pelo programa
paralímpico.
E Práticas físicas adaptadas no âmbito escolar.
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Questão 2
A atuação do profissional de educação física em modalidades
paralímpicas tem tido grande notoriedade devido ao evidente
sucesso em eventos internacionais, como os Jogos Paralímpicos
de verão e de inverno. Tendo em vista esses eventos, assinale a
opção que apresenta quantas modalidades paradesportivas estão
incluídas nos Jogos Paralímpicos de verão:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Nos Jogos de Verão, são 22 modalidades: atletismo, badminton,
basquete em cadeira de rodas, bocha, canoagem, ciclismo, esgrima
em cadeira de rodas, futebol de 5, goalball, halterofilismo, hipismo,
judô, natação, remo, rugby em cadeira de rodas, taekwondo, tênis de
mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo
e vôlei sentado.
Considerações �nais
A 10
B 22
C 15
D 26
E 19
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Vimos como as práticas corporais adaptadas – atividade física,
exercício e esportes – podem impactar positivamente ações de inclusão
social e acesso à saúde por pessoas com deficiência e indivíduos com
mobilidade reduzida. Uma vida mais ativa reflete globalmente no ser
humano, especificamente nessa população, e possibilita vivências
corporais que terão como resultado um aprimoramento motor e da
condição física, além de aumento da autonomia e sentimento de
pertencimento, com diminuição de sintomas de ansiedade e depressão.
Ao longo do nosso estudo, abordamos o desenvolvimento de práticas
corporais adaptadas – ensino, setor privado e público – e como essa
oportunidade de vivências, além de estimular as habilidades de
socialização, auxilia no processo de inclusão social, na criação e no
fortalecimento de laços sociais e vínculos.
Assim, é importante ressaltar ainda que o contato com outras pessoas
que vivenciam ou não a mesma condição é um incentivo perfeito para a
saúde mental de PcD e pessoas de mobilidade reduzida, o que fortalece
o sentimento de pertencimento ao grupo e possibilita compartilhar
perspectivas que podem auxiliar no desenvolvimento da resiliência,
frente às situações vivenciadas no cotidiano.
Podcast
Ouça agora a diferença entre atividade física e exercício físico, definição
de PCD, o porquê da utilização dessa terminologia, os tipos de
deficiência e muito mais!
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Confira as indicações que separamos especialmente para você!
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Acesse o site do Comitê Paralímpico Brasileiro e conheça um pouco
mais sobre o desporto paralímpico.
Pesquise o livro Managing the paralympics e veja pontos de vista de
diferentes autores sobre diversos aspectos dos Jogos Paralímpicos.
Disponível na plataforma Researchgate.
Referências
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BRASIL. Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Brasília, 2004.
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