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In�u��ção Oro���q�e�� (I�T) ● procedimento que visa estabelecer controle definitivo da via aérea ● PRINCIPAL tipo de via aérea NÃO cirúrgica ● principais indicações: ○ incapacidade de manter a permeabilidade das vias aéreas ■ principal causa de obstrução VA: língua ○ incapacidade de proteger a via aérea contra a aspiração - principalmente de vômito ○ falha na ventilação e oxigenação - hipoxia e/ou hipocapnia - indicados principalmente por estridor, dispneia, batimento de asa nasal ou de fúrcula e respiração superficial ○ antecipação de piora em pacientes queimados ou pacientes com visível desconforto respiratório que poderão entrar em fadiga da musculatura respiratória ○ procedimentos e cirurgias ○ insuficiência respiratória aguda grave e refratária - pO2 < 60 ○ glasgow < 8 usado para trauma ○ PCR ou instabilidade hemodinâmica grave ● contraindicações: ○ absoluta: transecção (secção transversal) de traqueia ○ obstrução da via aérea - impedindo a visualização e indicando via aérea cirúrgica ○ perda da anatomia facial ou orofaríngeo (ex.: trauma) ● complicações: ○ intubação esofágica não reconhecida ○ hipoxemia ○ hipercapnia ○ SD de Mendelson: pneumonite associada à aspiração de ácido gástrico - pode haver vômito ○ pneumonia ○ trauma nos dentes, lábios e cordas vocais ○ exacerbação de lesão em cervical Méto��� I�T ● SEQUÊNCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO - SRI ○ administração sequencial ou quase simultânea de um agente indutor (analgésico e sedativo) e BNM ○ NÃO ventilar com pressão positiva - dificilmente paciente em jejum - risco de broncoaspiração — pressão positiva: apertar para ventilar com ambu (risco aspiração pois a pressão positiva pode forçar o conteúdo gástrico para cima atingindo vias aéreas) ○ indicação: pacientes que precisam de IOT mas apresentam alto risco de refluxo ou aspiração do conteúdo gástrico ● SEQUÊNCIA ATRASADA DE INTUBAÇÃO ○ drogas NÃO são feitas de maneira sequencial rápida ○ existe delay entre administração das drogas - possibilita boa oxigenação com aumento da reserva expiratória ○ indicação: paciente grave com risco de instabilizar com as drogas da SRI - muito usada para COVID-19 ● SEQUÊNCIA NÃO RÁPIDA DE INTUBAÇÃO ○ administração sequencial (quase simultânea) de indutor e BNM ○ indicação: paciente eletivos em jejum ○ possível ventilar com pressão positiva IS� ● sequência rápida de intubação — diminuir risco de broncoaspiração ● objetivo: obter controle vias aéreas no menor tempo possível ● checklist montar laringoscópio - testar luz ■ cabo ● serve para segurar o equipamento ● instalação de bateria ■ cabeça em formato de lâmina curva (lâmina Macintosh) - existe lâmina reta (Miller) ● possui aba lateral (esquerda) que serve para mover a língua ● possui luz na aba lateral selecionar tubo orotraqueal (tot) adequado - sempre deixar mais 2 tamanhos ■ padrão mulher: 7,5 - 7,0 e 8,0 ■ padrão homem: 8 - 7,5 e 8,5 testar balonete - auxílio de seringa para inflar dispositivo bolsa-válvula-máscara (ambu) ligado a circuito de oxigênio a 100% fixador do tubo seringa 10mL guia metálico aspirador à vácuo com cateter sedativo, lidocaína spray e bloqueador neuromuscular carrinho de emergência monitorização hemodinâmica (se possível PA invasiva) equipe auxiliar EPI 7P’s DA I�T analgosedação 1- PREPARAÇÃO ● deve durar < 5min ● mnemônico STOP-MAID ● S: sucção - deixar aspirador pronto ● T: testar todos os equipamentos necessários - preferência mais de uma pessoa testando ● O: oxigênio pronto para pré-oxigenação ● P: posicionar o tubo na mesa para facilitar o procedimento - colocar em formato anatômico (vírgula) ● M: monitorizar o paciente com cardioscopia e oximetria de pulso ● A: avaliar via aérea do paciente ○ técnica LEMON - avaliar laringoscopia difícil ○ ou somente classificação de Mallampati e classificação de Cormack-Lehane ○ levar em conta dedo do paciente não do examinador ○ A: 3 dedos de abertura bucal ○ B: 3 dedos entre o mento (parte inferior e média da face - abaixo do lábio inferior) e o hioide ○ C: 2 dedos entre hioide e cartilagem tireoidiana ○ classe I: palato duro, palato mole, úvula e pilares amigdalianos visíveis - laringoscopia fácil ○ classe II: palato duro, palato mole e úvula visíveis - laringoscopia fácil ○ classe III: palato duro e palato mole - dificuldade em laringoscopia ○ classe IV: palato mole totalmente não visível - extrema dificuldade em laringoscopia ○ técnica ROMAN - avaliação bolsa-válvula-máscara difícil ■ R - restriction/radiation: RT cervical recente ou doenças que aumentam resistência ou reduzem complacência pulmonar ■ O - obstruction/obesity: IMC > 26, abscessos, tumores, laringoespasmo, angioedema ■ M - mask seal/Mallampati III ou IV/male: sondas oro/nasogástricas, barba, sexo masculino, Mallampati III ou IV ● uso de filme adesivo transparente sobre a barba pode melhorar parcialmente a dificuldade ■ A - age: > 55 anos ■ N - no teeth: dificulta o selo adequado da máscara ● posicionar rolo de gaze entre gengivas pode auxiliar ■ S - snorers ○ via aérea difícil fisiológica ■ C - consumption increase: sepse, SARA, tireotoxicose, gestantes e crianças - consumo periférico de O2 aumentado gerando rápida dessaturação em período de apneia ■ R - right ventricular failure: paciente com IVD - ex.: embolia pulmonar ■ A - acidose metabólica: IOT e VM podem gerar perda da alcalose respiratória compensatória em paciente com acidose metabólica ● 60seg de apneia geram queda pH em 0,15 e aumento pCO2 em 12,5 ■ S - saturation: hipoxemia - principalmente refratária ■ H - hipotension ● I: deixar sempre acesso periférico com jelco 18 (cateter IV) ● D: escolher e preparar as drogas para utilização 2- PRÉ-OXIGENAÇÃO/DESNITROGENAÇÃO ● necessário realizar em TODO paciente que respira ○ se paciente em PCR (exemplo) não necessário realizar ● manter FiO2 de 100% durante 3-5min - utilizar máscara que oferte O2 a 100% sem ventilar ● objetivo: conseguir apneia 3-5min antes que SpO2 caia para < 90% - permite aumento da reserva de O2 + prolongamento intervalo antes de ocorrer dessaturação importante da hemoglobina (<90%) ○ na prática não tem como saber o tempo exato de apneia - conseguimos elevar o tempo de apneia do paciente mas não conseguimos prever ● posição paciente: sempre que possível semissentados-sentados com inclinação 30-45º ● bolsa-válvula-máscara com reservatório (AMBU) ligada a fluxômetro com fluxo de O2 a 15L/min - não pressionar a bolsa - movimento inspiratório deve vir do paciente ● OU máscara não reinalante com reservatório ligada a fluxômetro com fluxo de O2 completamente aberto (flush rate - aprox 40L) ○ maior facilidade - não precisa segurar a máscara contra o rosto do paciente 3- PRÉ-TRATAMENTO ● caindo em desuso - dispensável? — fentanil e lidocaína mais utilizadas — objetivo: diminuir estímulo vagal dos pilares amigdalianos (pode gerar parada por hipotensão e bradicardia) ● se utilizar administrar 3min antes da passagem do tot ● opções de medicações: ○ finalizados em fentanil: opióide analgésico utilizado como anestésico ○ fentanil: 50mcg/ml — 1-3mcg/kg ■ indicação: emergências hipertensivas - ex.: dissecção aguda de aorta, HIC ■ lento - 1-2min ■ nunca em bolus - tórax rígido ○ lidocaína: 20mg/ml — 1,5mg/kg ○ alfentanil: 0,5mg/ml — 10-30mcg/kg ○ remifentanil: 1mg/frasco — 3-5mcg kg ● PCR complicação até 2% todas IOT em pacientes críticos - fatores mais associados ○ PAS < 90 pré-IOT ○ hipoxemia pré-IOT ○ ausência de pré- oxigenação ○ IMC > 25 ○ idade > 75a 4- PARALISIA COM INDUÇÃO ● preparação dos medicamentos rapidamente em bolus - objetivo perda de consciência e BNM mais rapidamente possível possibilitando intubação precoce ● indução: primeiro a ser realizado — sedação - administração de droga hipnótica (induz sono) ○ calcular com base no peso corporal ideal (PCI) do paciente - (altura em m)² x 22 ○ em idosos reduzir dose em 30-50% ○ cetamina/quetamina ■ 1-2mg/kg EV — início ação 45-60seg — tempo ação 10-20min ■ 5-10mg/kg IM — início ação 3-4min — tempo ação 12-25min ■ em sequência prolongada de IOT administrarem 60seg para evitar depressão respiratória ■ única medicação de inducação que não inibe drive respiratório quando em dose preconizada ■ sedativo e anestésico ■ estado “dissociativo” - analgesia e sedação ■ propriedades analgésicas ■ broncodilatador - escolha em broncoespasmo ■ pode diminuir ao invés de aumentar a pressão intracraniana ■ considerar para pacientes com asma e choque anafilático ■ evitar em pacientes com dissecção aórtica suspeita/conhecida, aneurisma da aorta abdominal, hipertensão craniana ou IAM ■ dose 0,05mg midazolam para profilaxia de alucinações com confabulações ○ etomidato 2mg/ml ■ 0,3 mg/kg EV ■ sedativo e anestésico ■ início rápido - 15-45 seg ■ curta duração - 3-12min ■ cerebroprotetivo ■ NÃO associado à queda significativa na PA ■ hemodinamicamente neutro em comparação com outros agentes ■ em obesos calcular dose de acordo com peso corporal magro (PCM) - para cada 1kg de sobrepeso acrescentar 0,3kg ao valor do PCI ○ midazolam ■ 0,3 mg/kg ■ hipnótico, sedativo, ansiolítico, anticonvulsivo e relaxante muscular ■ início ação (60-90seg) ■ duração 15-30min ■ pode acompanhar hipotensão ■ utilizar somente se única droga disponível (inotrópico negativo) - preparar cristalóides e noradrenalina de resgate ■ não é indicada em emergência por longo tempo início ação ○ propofol 10mg/ml ■ 1,5-2 mg/kg EV ■ anestésico ■ início rápido - 15-45seg ■ curta duração - 5-10min ■ proteção cerebral ■ depressor do miocárdio — evitar em IC ou paciente instável hemodinamicamente ■ diminui resistência vascular sistêmica ■ efeito vasodilatador e cardiodepressor - gera redução PA ○ escolha por situação clínica ■ TCE/AVC: etomidato ou cetamina ■ convulsão: midazolam, propofol ou etomidato ■ broncoespasmo: cetamina, propofol ou etomidato ■ doença cardiovascular: etomidato ■ choque: etomidato ou cetamina ● paralisia: administração de bloqueador neuromuscular em bolus rápido ○ calcular por peso corporal total (PCT) ○ indispensável — minimiza riscos de aspiração e hipotensão ○ NÃO há evidência de superioridade entre as drogas apresentadas ○ succinilcolina (cloreto de suxametônio) 100 ou 500mg/frasco ■ 10mg/ml ■ principal utilizado ■ 1,5 mg/kg EV — início 45seg — duração 6-10min ■ pó do frasco diluído em SF 2 vezes para atingir diluição de 1-2 mg/ml ■ 4mg/kg máx 150mg IM — início 120-180seg — duração 10-30min ■ despolarizante ■ aumenta K ■ contraindicada em ↓ ○ rocurônio 10mg/ml ■ 0,6-1,2 mg/kg ■ início da ação 60-75 segundos ■ duração 30-60 minutos ■ NÃO resulta em despolarização muscular ou defasciculação ■ NÃO exacerba hipercalemia ■ reversão - sugammadex se falha intubação ○ vecurônio 4mg/frasco ■ 0,1 mg/kg ● SEDAÇÃO PÓS IOT ○ fentanil + propofol + midazolam ○ fentanil ○ propofol ○ quetamina ○ midazolam ○ precedex ■ cloridrato de dexmedetomidina ■ indicado em UTI ■ agonista alfa-2 adrenérgico ■ mais utilizado em crianças — em adultos quase não utilizado ■ neuroprotetor 5- POSICIONAMENTO DO PACIENTE ● altura da cama deve corresponder à altura do processo xifoide do intubador ● paciente mais próximo da cabeceira da cama possível ● decúbito dorsal com 30o de inclinação no dorso — posição de sniff/farejador - coxim em região occipital (em dorso superior melhor auxílio) + extensão de pescoço (se não houver contraindicações) - tracionar o mento pra cima - 3 dedos no mento e 2 dedos na máscara mesma mão outra mão aperta ambu ● elevação do mento ● elevar a cabeça do paciente de forma que o meato auditivo externo fique na mesma altura do manúbrio do esterno ● objetivo: alinhar eixos oral, laríngeo e faríngeo do paciente ● suspeita de trauma cervical: solicitar ao auxiliar que estabilize a cabeça e região cervical do paciente 6- POSICIONAMENTO DO TUBO COM CONFIRMAÇÃO ● manobra deve durar em torno de 30 segundos ● obtida a sedação (paciente inconsciente) = realizar a laringoscopia ● segurar laringoscópio com a mão esquerda (NÃO tem laringoscópio para canhoto) ○ necessário ser com a mão esquerda para mover a língua com a aba lateral do laringoscópio ● introduzir laringoscópio acima do lábio inferior pela rima labial direita ○ dedo mínimo deve acompanhar a cabeça do laringoscópio enquanto os outros dedos seguram no cabo - depois de entrar o tubo dedo mínimo não precisa acompanhar - mão posicionada bem embaixo na junção das 2 partes do laringo ○ aba à esquerda do laringo tira língua do caminho ● deslocar a língua da direita para a esquerda ● tracionar laringoscópio para cima e anteriormente aprox 45o - posicionar na valécula epiglótica (espaço entre raiz da língua - anteriormente - e face lingual/porção terminal da epiglote - posteriormente) - pressionar cuidadosamente o ligamento hioepiglótico (fundamental no levantamento da epiglote) ● CUIDADO: NÃO pinçar a epiglote - risco de lesão - CUIDADO: não realizar movimento de alavanca — NÃO movimentar só a mão e sim o braço todo ● visualizar cordas vocais ○ IOT NÃO pode ser visualizada às cegas - realizar sob visualização direta das cordas vocais ● visualizar cordas vocais - não deixar de olhar fixamente para elas até intubar ● introduzir o tot entre as cordas vocais ○ se necessário utilizar guia proximal ao olho de Murphy (abertura lateral do tubo) ● avance o tubo até 5-7 cm da carina - posicionar a 1ª linha preta do tot na corda vocal (tubo com uma marca) - ou entre marcas pretas proximais ao balonete (tubo com duas marcas) ● retire o guia se utilizado ● infle o balonete/cuff com 5-10 mL de ar (20mmHg) ● acoplar ambu (dispositivo bolsa-válvula-máscara) e insuflar ● verifique a posição do tubo através da ausculta do epigástrio, base pulmão E, base pulmão D, ápice pulmão E e ápice pulmão D (nessa ordem) ○ O embaçamento (condensação) do tubo orotraqueal é um achado não confiável para a confirmação da posição do tubo orotraqueal e, por isso, não deve ser utilizado para a checagem da sua posição. ○ + capnografia (monitoramento em tempo real concentração e pCO2) se possível ■ PADRÃO-OURO atual para confirmação de IOT ■ capnógrafo indica boa intubação quando PETCO2 (pCO2 ao fim da expiração) entre 35-45 mmHg ■ se IOT em somente um pulmão capnógrafo funciona normalmente ■ se IOT em estômago PETCO2 = 0— linha no monitor reta 7- PÓS-INTUBAÇÃO ● fixar tubo com esparadrapo ou acessórios próprios ● solicitar radiografia de tórax para checar a posição do tubo e possíveis complicações ○ avaliar a profundidade adequada ○ avaliação da seletividade do tubo ○ avaliar a presença ou ausência de complicações ○ NÃO deve ser usado para avaliar se tubo em traqueia ou esôfago ● colocar paciente em ventilação mecânica ● monitorizar ○ atenção para hipotensão - comum após IOT