Prévia do material em texto
Diuréticos PROFA. ANNA JULIA R. PEIXOTO FARMACOLOGIA VETERINÁRIA II 2020-2 Função dos Rins na Homeostase Regulação do balanço de água e eletrólitos Excreção de escórias metabólicas e substâncias químicas Regulação da pressão arterial Regulação do equilíbrio ácido básico Regulação da produção de eritrócitos Regulação da produção de vitamina D Síntese de glicose Anatomia Fisiológica dos Rins 25 % DC Néfron (glomérulo e túbulo) Fisiologia renal Fisiologia renal – Túbulo contorcido proximal • Reabsorção 2/3 do Na+ do filtrado glomerular • Reabsorção de água – pressão hidrostática Bomba de sódio (Na+/K+ATPase) e anidrase carbônica Membrana basolateral das cel. epiteliais tubulares Fisiologia renal – Alça de Henle • Reabsorção passiva de água – hipertonicidade do filtrado • Ramo ascendente espesso – reabsorção ativa de Na+ e Cl- • K+ é reciclado novamente para o lúmen Cotransportador Na+/K+/2Cl- Fisiologia renal – Túbulo contorcido distal • Na+, o Cl– e outros íons são reabsorvidos • Receptores para aldosterona Cotransportador Na+/K+/2Cl- Reabsorção Na+ Favorece secreção K+ e Cl- Diuréticos Os diuréticos aumentam a eliminação de Na+ e água Diminuem a reabsorção de Na+ e de Cl- do filtrado Sendo o aumento da perda de água secundário ao aumento da eliminação de NaCl (natriurese), que pode ser obtido por: - Ação direta sobre as células do néfron - Indiretamente, por modificação do conteúdo do filtrado Diuréticos Utilizados no tratamento das ICC, fase oligúrica/anúrica da insuficencia renal, insuficiência hepática acompanhada de hipoalbuminemia e/ou hipertensão, no edema cerebral, intoxicações etc... Os principais diuréticos terapeuticamente úteis atuam sobre: - Túbulo contorcido proximal - Ramo ascendente da alça de Henle - Início do túbulo distal - Túbulos e ductos coletores Classificação dos diuréticos Inibidores da anidrase carbônica (acetozolamida) Diuréticos de alça (furosemida - Lasix®) Tiazídicos (clorotiazida, hidroclorotiazida - Clorizin®) Diuréticos poupadores de K+ (Espironolactona - Aldactone®) Diuréticos osmóticos (manitol) Inibidores da anidrase carbônica (IAC) acetozolamida IAC - Acetozolamida • Anidrase é responsável pela formação de ácido carbônico (H2CO3) e posterior geração de íons H+ • Os inibidores retardam a troca de íons Na+ pelo H+ e inibem a reabsorção de bicarbonato IAC - Acetozolamida Favorecem redução da PIO e do LCR Rapidamente absorvida por via oral Atingem concentração plasmática em 2h Efeito máx. 6 – 8 horas Eliminação renal ativa Diuréticos de Alça Furosemida Diuréticos de alça Os mais potentes – capazes de causar eliminação de 15 a 25% do Na+ filtrado Mecanismo de ação Atuam sobre o ramo ascendente espesso, inibindo o transportador Na+/K+/2Cl- na membrana luminal, combinando-se com seu sítio de ligação para Cl- Diuréticos de alça Há perda de H+ e K+ Também aumentam a eliminação de Ca2+ e Mg2+ ; diminuem a eliminação de ácido úrico Possui ação vasodilatadora Diuréticos de Alça Diuréticos de alça Farmacocinética Facilmente absorvido por via oral; pode ser IV - VO: inicio do efeito em 1 a 2 horas; 4 horas de duração - IV: inicio do efeito em 30 minutos; 2 a 3 horas de duração Pequena fração é metabolizada (hepática – glicuronidação) Excreção renal (65%) e pelas fezes (35%) Diuréticos de alça Resistência a diuréticos - Na síndrome nefrótica os diuréticos de alça ligam-se à albumina no fluido tubular e, consequentemente não ficam disponíveis para atuar sobre o transportador Na+/K+/2Cl- * Síndrome nefrótica: doenças que lesam os glomérulos renais comprometendo a capacidade de reter proteínas Diuréticos de alça Efeitos adversos Perdas excessivas de Na+ e água são comuns (*idosos, hipovolêmicos e hipotensos) Perda de K+ (hipocalemia) Alcalose metabólica Hipomagnesemia Redução da perfusão renal e comprometimento pré-renal Diuréticos que atuam no túbulo distal Tiazídicos Diuréticos que atuam no túbulo distal São menos potentes que os diuréticos de alça Mecanismo de ação Ligam-se ao sítio do Cl- do sistema de cotransporte tubular distal de Na+/Cl-, inibindo sua ação a causando natriurese com perda de íons sódio e cloreto na urina Secreção de renina – limita o efeito dos diuréticos sobre a pressão arterial Diuréticos de Alça Diuréticos que atuam no túbulo distal Efeitos sobre o balanço de Na+, K+, H+ e Mg2+ são qualitativamente semelhantes aos dos diuréticos de alça, mas em menor magnitude Reduzem a eliminação de Ca2+ (positivo em pacientes idosos) Possuem ação vasodilatadora Diuréticos que atuam no túbulo distal Farmacocinética VO ou IV Biotransformação hepática Eliminação hepática e principalmente renal Diuréticos que atuam no túbulo distal Efeitos adversos Perda de K+ e de Mg2+ Hipocalemia – interação medicamentosa com diuréticos de alça Alcalose hipoclorêmica Hiponatremia grave, principalmente nos idosos Precipitar a encefalopatia em pacientes com hepatopatia grave Diuréticos poupadores de K+ Espironolactona Diuréticos poupadores de K+ Ação diurética muito limitada quando utilizados isoladamente – reabsorção de apenas 2% do Na+ filtrado Possuem acentuados efeitos anti-hipertensivos, prologam a sobrevida de pacientes selecionados com insuficiência cardíaca Podem impedir a hipocalemia quando combinados a diuréticos de alça ou tiazídicos - Aldazina® – Espironolactona + Hidroclorotiazida Mecanismo de ação Agem sobre a troca distal de Na+/K+ Antagonistas da aldosterona - competem com a aldosterona por seus receptores intracelulares, assim inibindo a retenção de Na+ e a secreção de K+ em nível distal Diuréticos poupadores de K+ Diuréticos de Alça Farmacocinética VO Meia-vida plasmática de10 min - Metabólito ativo (canrenona), possui 16h de meia-vida plasmática Apresenta ação gradativa no cão Pico de ação: 2 a 3 dias Perdura por 2 a 3 dias após a interrupção do tratamento Diuréticos poupadores de K+ Efeitos adversos Hipercalemia - Não podem ser prescritos suplementos de K+ - Avaliar eletrólitos - Não administrar com fármacos que possam aumentar o potássio (p. ex. inibidores da ECA, antagonistas dos receptores β-adrenérgicos) Diuréticos poupadores de K+ Diuréticos osmóticos Manitol Diuréticos Osmóticos Atuam indiretamente por modificação no conteúdo do filtrado Substâncias farmacologicamente inertes filtradas no glomérulo, mas não reabsorvidas pelo néfron Diuréticos Osmóticos Mecanismo de ação Induz a diurese, já que não é reabsorvido no túbulo renal, e aumenta a osmolalidade do filtrado glomerular; facilita a excreção de água e inibe a reabsorção tubular renal de sódio, cloretos e outros solutos Atuam sobre as partes do néfron que são livremente permeáveis a água: túbulo proximal, ramo descendente da alça de Henle e túbulos coletores (na presença de HAD) Diuréticos Osmóticos Efeitos adversos Aumentam o volume intravascular – insuficiência do ventrículo esquerdo Uso clínico Tratamento de emergências para o aumento súbito da pressão intracraniana ou intraocular Baseia-se no aumento da osmolaridade plasmática por solutos que não penetram no cérebro ou nos olhos, o que resulta no efluxo de água desses compartimentos Diuréticos Osmóticos Farmacocinética Exclusivamente por via intravenosa (IV) Totalmente excretado por via renal (filtração glomerular), não sofre metabolização nem mesmo reabsorção tubular Diuréticos de Alça Indicações Gerais dos Diuréticos Indicações Gerais dos Diuréticos Fase oligúrica/anúrica da insuficiência renal - *Furosemida; manitol Edema cerebral - Furosemida; manitol Indicações Gerais dos Diuréticos Glaucoma - IAC e Manitol Hipercalemia (síndromes paraneoplásicas, insuficiência renal, hipoadrenocorticismo)- Furosemida Insuficiência cardíaca congestiva - Furosemida, espiranolactona, tiazídicos (isolados ou em associação) Indicações Gerais dos Diuréticos Hipertensão arterial sistêmica - Furosemida • Os diuréticos utilizados isoladamente não tem demonstrado efeito benéfico, associar outros agentes anti-hipertensivos (inibidores de ECA, beta-bloqueadores, outros vasodilatadores) Ascite devido a insuficiência hepática - Espironolactona, furosemida Diuréticos PROFA. ANNA JULIA R. PEIXOTO FARMACOLOGIA VETERINÁRIA II 2020-2