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Fraturas e Lesoes Fisarias

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Clínica e Cirúrgica II – Ortopedia 
Fraturas e Lesões Fisárias 
❖ Fratura de Salter, fratura de placa de crescimento, da infância são sinônimos de lesões fisárias, que dizem respeito a fraturas que ocorrem na placa/cartilagem de crescimento do osso (fise). 
❖ O radio distal é o local mais acometido. A ocorrência dessas fraturas ocorre durante o estirão de crescimento, principalmente em meninos (até 15 anos). 
❖ O desenvolvimento ósseo da criança é representado pela ossificação de cartilagem 
hialina. A cartilagem calcificada vai sendo empurrada para as extremidades, 
juntamente com a cartilagem hialina restante, até a formação da diáfise e epífises 
(essas últimas são separadas pela cartilagem hialina de crescimento – polo de 
crescimento ósseo em comprimento). Esse processo de crescimento se conclui na 
adolescência/vida adulta, quando a fise deixa de existir e é substituída pelo osso 
propriamente dito. 
❖ O processo de reparação óssea consiste na formação de um calo ósseo 
(neoformação óssea) após determinada fratura. 
OSSO INFANTIL X OSSO ADULTO 
❖ O osso infantil apresenta maior velocidade de reparação (remodelação) e pode ter 
lesões em todos os seguimentos do osso (lesões fisárias não ocorrem em adultos – eles 
não possuem a fise). 
❖ No mais, na criança ocorre a fratura óssea mas não acometem os ligamentos 
adjacentes, vistos que eles são até 5 vezes mais resistentes que no adulto. 
FISIOPATOLOGIA 
❖ A fise possui uma região chamada zona germinativa, na qual há intensa 
vascularização para produção de células cartilaginosas. Logo, se houver lesão dessa 
região, pode ser mais grave. 
❖ Quando ocorre uma lesão (fratura) nessa região de maior proliferação pode ser 
reduzido o crescimento ósseo, causando deformidades na formação do sistema 
esquelético. 
QUADRO CLÍNICO 
✓ Dor após trauma; 
✓ Edema; 
✓ Dor a palpação; 
✓ Perda de função; 
✓ Deformidade e desvios ósseos; 
✓ Síndrome da criança espancada (quando ocorre deliberado trauma físico não 
acidental provocados por seus responsáveis). 
EXAMES 
✓ Raio-X (um dos mais usados); 
✓ Tomografia; 
✓ Ressonância; 
✓ US (na infância é muito usado devido a predominância de cartilagem). 
CLASSIFICAÇÃO DE SALTER E HARRIS 
✓ Tipo I: ocorre uma fratura exatamente na fise. 
✓ Tipo II: ocorre uma fratura na fise com saída no lado oposto na metáfise. 
✓ Tipo III: fratura da superfície articular até a fise. 
✓ Tipo IV: a fratura estende-se da articulação até a metáfise. 
✓ Tipo V: ocorre uma fratura em compressão da fise. 
TRATAMENTO 
❖ Deve-se determinar a gravidade da lesão (pela classificação de Salter), analisando a 
localização anatômica, seu plano de deformidade e correlacionar pela idade do 
paciente e seu potencial de crescimento da fise. 
SALTER I E II 
❖ Opta-se pelo tratamento conservador, com redução incruenta (sem corte) e gesso, 
reavaliando em 1 semana. 
SALTER III E IV 
❖ Opta-se pelo tratamento cirúrgico, com redução cruenta e fixação com fios de aço 
(pois são fraturas articulares). 
SALTER V 
❖ É de difícil diagnóstico, podendo ocorrer formação de barra óssea e deformações. O 
objetivo é corrigir as deformidades. 
COMPLICAÇÕES 
❖ Aceleração do crescimento (pode ser corrigido de forma cirúrgica apenas se crescer 
mais que 6 cm – ocorre apenas no início da vida). 
❖ Parada do crescimento (total ou parcial – cansando desvios em varo ou valgo ou 
desvios rotacionais).

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