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Leishmaniose, Paracoccidio e Hanseniase

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Saúde do Adulto e Idoso 
Leishmaniose, Paraccocidioidomicose e Hanseníase 
PARACOCCIDIOIDOMICOSE 
 Consiste em uma micose sistêmica autóctone da América Latina e endêmica na zona 
rural. Acomete principalmente homens de idade avançada trabalhadores de zonas 
rurais, podendo evoluir com sequelas e incapacidades ao paciente. 
 É causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis, apresentando-se na forma 
filamentosa (forma inalada) e forma leveduriformes (formadas após a inalação – 
aspecto Mickey Mouse ou roda de leme), transmitida principalmente via inalatória, 
instalando nos pulmões em um foco primário (quadro subclínico – detectada apenas 
via teste intradérmico com paracoccidoidina) que pode se disseminar via sanguínea 
ou linfática. 
FORMA AGUDA 
 É menos frequente, acometendo pacientes mais jovens e com manifestações clínicas 
mais graves. 
QUADRO CLÍNICO 
 Adenomegalia; 
 Hepatoesplenomegalia; 
 Disfunção de medula óssea; 
 Lesões de pele; 
 Lesões osteolíticas; 
 Febre, emagrecimento e mal estado geral. 
FORMA CRÔNICA 
 Mais frequente, ocorrendo em adultos. 
QUADRO CLINICO 
 Evolução prolongada com anorexia, astenia e emagrecimento; 
 Febre irregular e pouco intensa; 
 Tosse seca e posteriormente produtiva (por acometimento pulmonar); 
 Lesões cutâneas ulcerativas em face e região cervical; 
 Estomatite moriforme (ulceras com pontos hemorrágicos). 
ACHADOS RADIOLÓGICOS 
 Infiltrados perihilares (em asa de borboleta). 
DIAGNÓSTICO 
 Feito pelo exame clínico com associação a epidemiologia e determinação do 
agente etiológico na pele ou lesões do paciente. 
 Pode ser feito exames sorológicos, porém são pouco empregados (a imunodifusão é 
feita para controle de tratamento). 
TRATAMENTO 
 É preconizado o uso de itraconazol. Em formas mais graves, usa-se a anfotericina B. 
LEISHMANIOSE 
 Consistem em infecções crônicas não contagiosas causadas por protozoários do 
gênero leishmania e transmitidas pela picada de flebotomíneos. 
A positividade do Teste de Montenergo associada a ausência de sinais atual de infecção, deduz que já houve infecção prévia ao indivíduo. 
FORMA LOCALIZADA 
 Ocorre um acometimento primário da pele no local da picada, gerando uma ulcera 
emoldurada (bordas elevadas e centro ulcerado). 
DIAGNÓSTICO 
 Deve ser feita a biopsia com histopatologia subsequente, em busca de amostras de 
leishmania no tecido. Pode ser realizada a imunohistoqueimica (em busca de 
antígenos) e PCR (busca o DNA da leishmania). 
 Pode evoluir com remissão, formação de cicatrizes atróficas ou máculas. 
 Forma cutânea disseminada: Ocorre mais de 20 lesões cutâneas em forma de pápulas acneiformes e ulceradas. 
 Forma recidiva cútis: Ocorre após um quadro de LT tratada, em que a borda da lesão 
curada retorna a ulcerar. 
 Forma cutânea difusa: Forma rara e grave, em que há formação de nódulos por todo 
o corpo. 
LEISHMANIOSE MUCOSA 
 Decorre de uma evolução da forma cutânea devido tratamento inadequado ou 
resistência. 
 Pode ocorrer na forma tardia, forma sem lesão cutânea prévia, concomitante a lesão 
cutânea, forma contígua e mucosa primária. 
 A reação de Montenegro é fortemente positiva e de difícil reação terapêutica, 
exigindo maiores doses de medicamentos. 
DIAGNÓSTICO 
 Feito com analise clínica e associação com exames laboratoriais (IDRM, IMD, biopsia 
e PCR). 
TRATAMENTO 
 Usa-se glucantime injetável ou, para casos mais graves, a anfotericina B. A miltefosina é uma opção por VO, porém com efeito teratogênico. 
HANSENÍASE 
 Consiste em uma doença causada pelo Mycobacterium leprae (BAAR), sendo 
altamente contagiosa, porém de difícil desenvolvimento. É endemia de países em 
desenvolvimento, transmitida pela inalação de gotículas aéreas ou contato íntimo. 
DIAGNÓSTICO 
 Feito pela associação entre história clínica, avaliação dermatológica, avaliação 
neurológica (devido neurotrofismo do BAAR), teste de histamina, reação de Mitsuda, 
baciloscopia e histopatologia. 
 Clinicamente, as lesões causam redução da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, 
respectivamente (evoluem nesse sentido de acordo com a gravidade). 
 O teste da histamina, quando feito nas lesões, apresenta-se sem o halo eritematoso 
(secundário), apenas o eritema primário. 
FORMAS DE MADRI 
HANSENÍASE INDETERMINADA (PRIMEIRA IMAGEM ABAIXO) 
 Consiste na forma de início da doença, podendo progredir para cura espontânea ou 
forma tuberculóides/virchowiana. 
 Acompanha alteração da sensibilidade térmica e mancha hipocrômica cutânea. 
HANSENÍASE TUBERCULOIDE (SEGUNDA IMAGEM ABAIXO) 
 Forma localizada da doença (pela boa imunidade do indivíduo), gerando uma lesão 
bem delimitada, centro hipocrômico e bordas eritematosas. 
 Acompanha alteração da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil do local. 
HANSENÍASE VIRCHOWIANA (TERCEIRA IMAGEM ABAIXO) 
 Forma disseminada da doença (baixa imunidade), gerando um quadro de fáscies 
leonina, nódulos infiltrantes, madarose, ressecamento de pele e mucosas. 
HANSENÍASE DIMORFA 
 Forma intermediária de disseminação, geralmente se apresentando como lesões 
tuberculóides espalhada pelo corpo. 
 Nesta forma, as reações imunológicas do corpo do paciente podem levar o indivíduo 
tanto para um polo tuberculóide quanto virchowiano (dependendo se houver uma 
reação de melhora/tipo I ou de piora/tipo II do quadro). 
A reação tipo I deve ser tratada com corticoide. 
A reação tipo II deve ser tratada com talidomida. 
CLASSIFICAÇÃO DE RIDLEY JOPLING 
 Nesta classificação, além das formas tuberculoide e virchowiana, a forma dimorfa 
subdivide-se em dimorfo-tuberculoide, dimorfo-dimorfo e dimorfo-virchowiana. 
CLASSIFICAÇÃO OMS 
 Paucibacilar: pacientes com até 5 lesões e baciloscopia negativa (forma tuberculoide 
e indeterminada). 
 Multibacilar: pacientes com mais de 5 lesões e/ou baciloscopia positiva (forma 
virchowiana e dimorfa). 
TRATAMENTO 
 Usa-se uma poliquimioterapia com 6 doses até 9 meses (paucibacilar) ou 12 doses até 
18 meses (multibacilar). 
 Usa-se rifampicina, dapsona e clofazimina. 
 A prevenção é feita com a vacina BCG (aplicada em crianças e contatos intradomiciliares com até 1 cicatriz vacinal.

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