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Doenças Respiratórias Relacionadas ao Trabalho

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Ana Claudia - Doenças do sistema respiratório relacionadas ao trabalho
- A partir do tamanho e das características das partículas inaladas, ela afetará certas partes do nosso sistema.
- Partículas que tem alta hidrossolubilidade afetam mais gravemente olhos, nariz, faringe e laringe.
- Partículas com média hidrossolubilidade afetam mais gravemente traqueia e brônquios.
- Partículas com baixa hidrossolubilidade afetam mais gravemente bronquíolos e alvéolos.
- Distúrbios de vias respiratórias inferiores: asma; pneumoconiose (dos minérios ou fibras minerais), silicose, beriliose, siderose, bissinose, bagaçose, etc.
- Distúrbios de vias respiratórias superiores:
1. Rinite não alérgica ocupacional ou ambiental: diagnostico de exclusão das rinites
· Sinais e sintomas: rinorreia, obstrução nasal, pressão facial, olfato reduzido
· Estímulos físicos: baixa umidade, extremas ou rápidas alterações de temp. e movimentação excessiva do ar.
2. Rinites ocupacionais
2.1 Rinite ocupacional causada pelo trabalho
a) Ocupacional alérgica
b) Ocupacional não alérgica
2.2 Rinite ocupacional exacerbada pelo trabalho
· Exposição incidental a alérgenos do ambiente de trabalho pólen, poeira, mofo, etc.
· Exposição a agentes incomuns encontrados em ambientes industriais plástico
3. Rinite alérgica ocupacional e ambiental
· Sintomas: rinorréia (corisa), obstrução do fluxo aéreo nasal, prurido nasal (coceira) e espirros (esternutação).
· Sinais: edema de mucosa nasal, conchas nasais e descoradas, secreção nasal aquosa e abundante e retenção de muco.
· Principais causadores: pêlo de animal, tapete, cortina, poeira, mudança de tempo.
· Classificação: sazonal (intermitentes) e contínua (persistente).
· Aero alérgenos mais comuns encontrados no ambiente: pólen, esporos de mofo e de animais.
· Mecanismo de ação: exposição ao alérgeno provocação de desgranulação de mastócitos, em indivíduos sensibilizados, na mucosa nasal por causa desse antígeno especifico, levando a uma liberação imediata dos mediadores pré- formados (histamina, eparina, fatores quimiotáticos leucocitários). Além dessa reação, tem a de fase tardia, que ocorre de 2 a 6h mais tarde, onde tem liberação de leucotrienos, prostaglandinas e etc, que vão fazer secreção granular (rinorréia), estimulação nervosa (coceira e esternutação), vasodilatação (congestão nasal) e quimiotaxia (chama mais mediadores químicos que vão perpetuar a inflamação).
· Diagnóstico: teste epicutâneo de punção da pele ou avaliação in vitro da IgE.
· Diagnóstico diferencial: rinite irritativa ou induzida por agentes irritantes; rinite não alérgica; infecção viral do trato respiratório superior.
· Prevenção: afastamento do alérgeno.
4. Rinite irritativa ocupacional e ambiental
· Sinais e sintomas: irritação nasal, secura, incômodo, queimação do nariz, rinorréia, obstrução nasal, pressão facial e olfato reduzido, erosões pontuais do septo nasal, perfuração do septo (acontece principalmente pela exposição ao cromo)
· Ocorre na ausência de sensibilização específica (pode ocorrer com a rinite alérgica)
· É mais sintomática quanto maior for a sua dose quanto maior o tempo de exposição e maior a quantidade do irritante presente no ambiente inalado, mais sintomas apresentará.
· Mecanismos de ação
a) Irritação sensitiva subjetiva
b) Estimulação de reflexos neurogênicos
c) Lesão tecidual
· Diagnóstico: medições do pico de fluxo inspiratório nasal (feito no funcionário em trabalho).
· Diagnóstico diferencial:
a) Rinite alérgica ou induzida por agentes irritantes
b) Rinite não alérgica
c) Infecção viral do trato respiratório superior
· Prevenção: os limites de exposição ocupacional permissível foram ajustados para se evitar os efeitos dos irritantes químicos.
Asma – (J45)
- Tem asma ocupacional propriamente dita e a asma relacionada ao trabalho
- Na asma ocupacional, tem- se uma limitação variável no fluxo de ar ou hiper responsividade brônquica, que são desencadeados por agentes inalados no ambiente de trabalho, enquanto que na asma relacionada ao trabalho esses já existem (indivíduos previamente asmáticos agravados pelos agentes no ambiente de trabalho).
- Grupo da CID- 10: doenças crônicas das vias aéreas inferiores (J40- J47)
- Quadro clínico: dispneia, tosse e sibilância.
- Agentes de risco relacionados: algodão, linho, cânhamo, sisal, cromo, carbonetos metálicos.
- Profissionais mais expostos: trabalhadores de fábricas de roupas e produtos químicos específicos.
- Processos produtivos mais relacionados: indústria têxtil e química.
- Métodos diagnósticos: curva de pico de fluxo expiratório.
- Tratamento: afastamento da exposição, cessação do tabagismo (direto ou indireto), tratamento medicamentoso conforme gravidade.
Pneumoconiose dos minérios de carvão – (J60)
- Grupo da CID -10: doenças pulmonares devido a agentes externos (J60- J70).
- Quadro clínico: forma simples, pouco sintomático/ complicada, dispneia, alterações funcionais respiratórias.
- Agentes de risco relacionados: carvão mineral
- Profissionais mais expostos: trabalhadores de minas de carvão mineral
- Processos produtivos mais relacionados: mineração de carvão mineral
- Métodos diagnósticos: história clínica e estudo radiológico (RX de tórax)
- Tratamento: não há tratamento específico – recomenda- se afastamento da exposição e cessação do tabagismo (direto ou indireto).
Pneumoconiose devida a amianto e outras fibras minerais – (J61)
- Grupo da CID- 10: doenças pulmonares devido a agentes externos (J60- J70).
- Quadro clínico: dispneia aos esforços, crepitações em bases pulmonares e baqueteamento digital.
- Agentes de risco relacionados: asbesto
- Profissionais mais expostos: trabalhadores de fábricas específicas de empresas de demolição.
- Processos produtivos mais relacionados: fabricação de tecidos à prova de fogo e fibro- cimento; demolições de edificações antigas.
- Métodos diagnósticos: historia ocupacional e radiografia do tórax (opacidades irregulares lineares ou reticulonodulares em região posterior de bases pulmonares)
- Tratamento: não há tratamento especifico – recomenda- se afastamento da exposição e cessação do tabagismo (direto ou indireto).
Silicose – (J62)
- Grupo da CID- 10: doenças pulmonares devido a agentes externos.
- O pó da sílica se deposita nos alvéolos pulmonares causando fibrose (irreversível), ocorrendo perda da elasticidade pulmonar naquele local.
- Quadro clínico: inicialmente assintomático; dispneia aos esforços e astenia podendo levar a insuficiência respiratória.
- Agentes de risco relacionados: poeira de sílica livre
- Profissionais mais expostos: mineiros
- Processos produtivos mais relacionados: mineração de qualquer natureza
- Métodos diagnósticos: história clínica e ocupacional e radiografia do tórax (pequenos nódulos pulmonares).
- Tratamento: não há tratamento especifico – recomenda- se afastamento da exposição e cessação do tabagismo (direto ou indireto); transplante de pulmão.
Beriliose – (J63)
- Grupo da CID- 10: doenças pulmonares devido a agentes externos (J60– J70)
- Quadro clínico: beriliose – pneumoconiose; irritação da nasofaringe/ traqueia (forma aguda)
- Agentes de risco: berílio
- Profissionais mais expostos: trabalhadores de minas de extração de berílio e de indústrias específicas.
- Processos produtivos mais relacionados: fabricação de ligas especiais, cerâmicas e aparelhos de radiografia, mineração do metal.
- Métodos diagnósticos: presença de pelo menos 4 dos 6 critérios do Berylium Case Registry.
- Tratamento: não há tratamento específico – pode- se empregar corticoterapia.
Siderose – (J63)
- Grupo da CID- 10: doenças pulmonares devido a agentes externos (J60- J70)
- Quadro clínico: siderose
- Agentes de risco relacionados: forma pura – assintomática; forma mista – pode manifestar- se com alteração da função pulmonar.
- Profissionais mais expostos: poeira de ferro
- Processos produtivos mais relacionados: mineração do metal
- Métodos diagnósticos: história ocupacional e radiografia de tórax – opacidades regulares tipo P, Q ou R.
- Tratamento: não há tratamento específico – recomenda-se afastamento da exposição.
Bissinose - (J66)
- Grupo da CID- 10: doenças pulmonares devido a agentes externos (J60- J70).
- Quadro clínico: dispneia, tosse e opressão torácica.
- Agentes de risco relacionados: poeiras de algodão, linho, cânhamo ou sisal.
- Profissionais mais expostos: trabalhadores da indústria têxtil.
- Processos produtivos mais relacionados: fábrica de roupas.
- Métodos diagnósticos: história clínica e ocupacional.
- Tratamento: não há específico – recomenda- se afastamento da exposição e cessação do tabagismo (direto ou indireto).
Bagaçose - (J67)
- Grupo da CID- 10: doenças pulmonares devido a agentes externos (J60 – J70)
- Quadro clínico: dispneia, sibilo, febre, tosse seca, mal estar e fadiga.
- Agentes de risco relacionados: bactéria Thermoactinomycetes vulgaris presente no bagaço da cana.
- Profissionais mais expostos: trabalhadores da indústria da cana.
- Processos produtivos mais relacionados: manuseio da cana- de- açúcar.
- Métodos diagnósticos: história clínica e ocupacional e radiografia (fase aguda – infiltrados transitório; forma crônica – fibrose irregular).
- Tratamento: afastamento da exposição e corticoterapia se necessária.
Síndrome da disfunção reativa das vias aéreas - (J68 – J68.3)
- Grupo da CID- 10: doenças pulmonares devido a agentes externos (J60 - J70).
- Quadro clínico: tosse, sibilância, dispneia que podem surgir minutos ou horas após uma exposição única, aguda, a altas concentrações de irritantes.
- Agentes de risco relacionados: monóxido de carbono, cianeto e sulfeto de hidrogênio iodo, hidrocarbonetos.
- Profissionais mais expostos: trabalhadores da indústria química.
- Processos produtivos mais relacionados: produção de insumos químicos.
- Métodos diagnósticos: história ocupacional de exposição aguda aos produtos químicos relacionados.
- Tratamento: corticoides e broncodilatadores.
Síndrome de Caplan - (J99)
- Grupo da CID- 10: outras doenças do aparelho respiratório (J95 – J99).
- Quadro clínico: artralgia com sinais flogísticos (calor, rubor, edema e dor) nas pequenas articulações proximais.
- Agentes de risco relacionados: poeira de carvão mineral (principalmente) e sílica.
- Profissionais mais expostos: trabalhadores de minas de carvão mineral.
- Processos produtivos mais relacionados: mineração, sobretudo extração de carvão mineral.
- Métodos diagnósticos: métodos de detecção de atividade reumática associados à radiografia do tórax.
- Tratamento: suporte clínico e sintomático.

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