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Exame físico da cabeça e pescoço Turma Alfa, Profª Nariman CABEÇA Inspeção e palpação ● Observar expressão e contornos faciais do paciente. Analisar a simetria, movimentos involuntários, edema e massas. - Inspecionar e palpar o crânio: observar tamanho e formato, palpar couro cabeludo observando se existe nódulos, depressões ou protrusões anormais. - Palpar a artéria temporal acima do osso zigomático - Palpar a articulação temporomandibular enquanto a pessoa abre e fecha a boca e observar se os movimentos são suaves e sem limitações ou dor. OBS: o fechamento prematuro da sutura sagital resulta em um crânio longo, estreito e cuneiforme COURO CABELUDO Inspeção e palpação ● Observar a quantidade, distribuição, cor e consistência dos cabelos, padrão de perda (se houver) e características do couro cabeludo. A palpação deverá ser feita com as polpas digitais em toda extensão do crânio procurando por descamações, protuberâncias ou outras lesões. ● Perguntar ao paciente se ele observou alguma alteração no couro cabeludo ou no cabelo. Se o paciente estiver usando peruca, peça-lhe para tirá-la. Possíveis achados Clínicos: ● Foliculite é uma piodermite (infecção cutânea bacteriana) que acomete o folículo piloso. ● Dermatite seborréica é uma doença cutânea inflamatória crônica, de etiologia desconhecida. É caracterizada por eritema moderado, escamação gordurosa, úmida ou seca, com pedaços amarelos incrustados em várias áreas, especialmente no couro cabeludo. No couro cabeludo, geralmente surge inicialmente como pequenas crostas de escamas, progredindo para envolver todo o couro cabeludo com esfoliação de quantidades excessivas de escamas secas (caspa). ● Cisto sebáceo. Os ductos das glândulas associadas aos folículos pilosos no couro cabeludo podem ser obstruídos, resultando na retenção de secreções e na formação d e cistos sebáceos (cistos epidérmicos). Como estão localizados na pele, os cistos sebáceos movimentam -se com o couro cabeludo. ● Pediculose (infestação por lêndeas e piolhos). ● Cabelos secos e quebradiços e arrancados facilmente: Condições de deficiência nutricional predominantemente proteica, podendo estar avermelhados e/ou com sinal da bandeira (presença de descoloração de áreas do cabelo, em faixa) característicos do kwashiorkor. ● Cabelos finos e sedosos no hipotireodismo. ● Cabelos grossos e rarefeitos no hipertireoidismo. ● Alopecia pode ser difusa, em placas ou total e tem diversas causas (congênita, neurótica, androgênica etc) FACE Inspeção e palpação: ● Observar a expressão e o contorno da face, coloração, simetria, integridade, massas e edemas (reação anafilática a algum produto), movimentos involuntários como tiques por lesões ou estresse. ● Posição e movimentos: ➢ Observar os olhos, a região orbitária, nariz, boca, região periobicular e orelhas. ➢ Observar dismorfias e assimetrias da face devido a paralisias. 1. Prognatismo: proeminência exagerada de um ou ambos os maxilares. 2. Retrognatismo: contrário do prognatismo. 3. Paralisia Central: Alteração no nervo facial na via motora central, antes das vias piramidais. Manifesta-se pela perda dos movimentos voluntários no terço inferior de uma hemiface contralateral à lesão. Na Paralisia Facial Central não há acometimento das secreções salivares e lacrimais, além da gustação 4. Paralisia Periférica: Alteração no nervo facial (VII par) em qualquer ponto do seu trajeto. Manifesta-se pela diminuição ou interrupção, temporária ou não, da função do nervo facial, comprometendo os movimentos de todos os segmentos de uma hemiface ipsilateral à lesão. Pode ser uni ou bilateral. ● Tipos de fácies podendo ser normal ou atípicas: 1- Fácies Hipocrática: Olhos fundos, parados, inexpressivos. Nariz afilado e lábios delgados, com presença de “batimento” das asas do nariz. Rosto quase sempre coberto de suor. Típica de doenças graves e estados agônicos, como por exemplo, ascaquexias. 2- Fácies Renal: caracterizada por edema palpebral predominante, principalmente na parte da manhã. Observada particularmente na síndrome nefrótica e na glomerulonefrite difusa aguda. 3- Fácies tetânica: Exprime sensação de dor crônica, permanente. 4- Fácies Mixedematosa: Rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada, com aumento dos sulcos. Edema periorbital, com super cílios escassos e cabelos secos e sem brilho. Fisionomia de desânimo e apatia. Está presente principalmente no Hipotireoidismo. 5- Fácies Cushingoide ou de lua-cheia – Arredondamento do rosto, caracterizando edema, com bochechas avermelhadas e surgimento de acne. Observado no paciente com uso prolongado de corticoides (Cushing iatrogênico) e também nos casos da Síndrome de Cushing (hipertrofia do córtex das suprarrenais) 6- Fácies da Paralisia Facial Periférica: assimetria da face, com impossibilidade de fechar as pálpebras do lado afetado, repuxamento da boca para o lado e apagamento do sulco nasolabial. 7- Fácies Mongoloide: Elemento característico: Fenda palpebral. Há ainda a prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem distantes um do outro. Rosto redondo e boca quase sempre entreaberta. Fisionomia de pouca inteligência. Ex: Síndrome de Down. 8- Fácies Hipertireóidea ou Basedowiana – Traço característico: Exoftalmia (olhos salientes; protrusão do globo ocular para fora da órbita). Rosto magro, com expressão fisionômica de vivacidade e às vezes aspecto de espanto e ansiedade. Presença de bócio. Típica do hipertireoidismo. 9- Fácies Leonina: Pele espessada, sendo sede de grande número de lepromas de tamanhos variados, em maior número na fronte. Os supercílios caem, o nariz se espessa e se alarga. Os lábios tornam-se mais grossos e proeminentes. Há deformidade da bochecha e do mento pelo aparecimento de nódulos. Barba escassa ou inexistente. Aspecto de cara de leão. Típico de paciente acometidos do Mal de Hansen (Hanseníase). 10- Fácies acromegálica: Saliência das arcadas supraorbitárias, proeminência das maçãs do rosto e maior desenvolvimento da mandíbula. Aumento do nariz, lábios e orelhas. Visto na acromegalia, consequente à hiperfunção hipofisária do adulto. 11- Fácies Esclerodérmica: Denominada também fácies de múmia, pela quase completa imobilidade facial. Pele apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos, com repuxamento dos lábios, redução do diâmetro da boca (microstomia), afinamento do nariz e imobilização das pálpebras. Fácies típica da esclerodermia. 12- Fácies Miastênica: caracterizada por ptose palpebral bilateral, que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. Ocorre na miastenia gravis e outras miopatias. 13- Fácies Adenoideana: Elementos fundamentais: Nariz pequeno e afilado e boca sempre entreaberta. Presente nas crianças com hipertrofia das adenoides, que dificultam a respiração nasal. 14- Fácies Pseudobulbar: Caracterizada por crises de choro ou riso, involuntárias, mas conscientes, dando um aspecto espasmódico à fácies. Aparece geralmente na paralisia pseudobulbar. 15- Fácies da depressão: Cabisbaixo, olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante. Sulco nasolabial acentuado e o canto da boca rebaixado. Visível na síndrome da depressão, endógena ou reacional. Além da fácies, notar se há edema, paralisia muscular, movimentos involuntários, nódulos/tumores e outras lesões e deformidades. PELE ● Observar a textura, espessura, distribuição dos pêlos, cor e pigmentação (hiperpigmentação) ● Excesso de pelos: A. Hirsutismo: crescimento excessivo de pelos em áreas tipicamente masculinas, como face, queixo, tórax e coxa. B. Hipertricose: crescimento generalizado dos pelos, sem padrão definido, geralmente associado a etnias, doenças sistêmicas e uso de medicamentos. ● Na pele a inspeção e a palpação a gente irá registrar a cor (icterícia, cianose, palidez), textura e espessura, distribuição dos pelos, presença de lesões. Avaliar os supercílios. ● Observar as lesões de pele: A. Pápulas: lesão sólida da pele elevada, superficial e bem delimitada. Geralmente causada pelo acúmulo de várioselementos na camada superficial da pele, como nos xantomas. B. Lesões vesiculares: pequenas elevações circunscritas na pele, repleta de líquido, proveniente do processo inflamatório, ou sangue. Exemplos como picadas de insetos, herpes e dermatite. C. Bolhas: semelhante as vesículas, mas podem ser originadas por queimaduras ou por algumas doenças, como pênfigo. D. Pústulas: elevações circunscritas na pele repletas de pus. Pode ocorrer em furúnculos, acnes. E. Crostas: massas consistentes e cor variável, formada a partir da dessecação de sangue, quando o líquido inflamatório ou pus proveniente de uma lesão subjacente. OLHOS: ● O exame do aparelho visual é feito pela inspeção e palpação. Inspeção: ● Deve ser observado, em primeiro lugar, a separação entre as duas cavidades orbitárias. Palpação: ● Investiga‐se principalmente o rebordo ósseo. ➢ Creptação: Indica passagem de ar de algum seio da face para o tecido subcutâneo. ➢ Exoftalmia: A exoftalmia, ou seja, a protrusão do globo ocular, deve ser avaliada com o exoftalmômetro ou, na sua falta, com uma régua milimetrada, apoiando‐se a parte inicial da régua no rebordo orbitário lateral, medindo‐se até o ápice da córnea (em vista lateral) ➢ A distância normal entre o ápice da córnea e a margem orbitária lateral é, em geral, menor que 20 mm, sendo uma diferença de 2 mm entre os dois olhos considerada suspeita. Aparelho Lacrimal ● A inspeção pode detectar aumento de volume da glândula lacrimal ● Reconhecimento de pequenos aumentos de volume: levantar a pá lpe‐ bra do paciente, com a solicitação de que ele olhe para baixo e para dentro. ● Pela palpação, avaliam‐se a consistência, a profundidade e a sensibilidade das glândulas lacrimais Exploração dos canalículos: inspeção, palpação, sondagem, lavagem e radiografia contrastada. ● Na inspeção pode ser observado tumefação e vermelhidão, alterações comuns na dacriocistite aguda. ● Na palpação do saco lacrimal, deve- se verificar se há refluxo de secreção mucopurulenta. ● A sondagem das vias lacrimais tem valor diagnóstico e terapêutico em recém‐nascidos, mas deve ser feita sob anestesia geral e com material apropriado. ● A lavagem consiste em dilatar o ponto lacrimal com um dilatador apropriado. Uma pequena cânula acoplada a uma seringa é introduzida no canalículo lacrimal, e, através da mesma, injeta‐ se soro fisiológico, observando‐se se hárefluxo e perguntando ao paciente se este percebeu o gosto de soro. Pálpebras ● Na inspeção investigam‐se a cor, a textura, a posição e os movimentos das pá-lebras, além de eventual edema. ● Na região periocular, procura‐se observar se os cílios estão virados para dentro (triquiá se), se houve queda (madarose) ou se tornaram‐se brancos (poliose). ● A posição das pálpebras altera o tamanho das fissuras palpebrais, as quais devem ser simétricas. ● A margem palpebral deve recobrir a córnea na parte superior e inferior, sem que haja nenhuma exposição da esclerótica. ● A borda da pá lpebra deve estar em aposição ao globo, e não invertida (entrópio) ou evertida (ectrópio). ● Na exploração da motilidade palpebral, deve-se observar os músculos: orbcular, elevador da pálpebra superior e músculo tarsal de Müller. Conjuntiva e Esclera ● Para exame da conjuntiva palpebral superior, é necessário fazer sua eversão, a qual possibilita evidenciar reação inflamatória, corpo estranho ou tumoração. ● Pálpebra Superior: Solicita-se ao paciente que olhe para baixo enquanto o examinador segura seus cí lios com uma das mãos, puxando para fora e para baixo ao mesmo tempo em que exerce pressão com um cotonete 1 cm acima da borda palpebral. ● Para que a pálpebra volte ao normal, é necessário pedir ao paciente que olhe para cima. ● Pálpebra Inferior: Solicita-se ao paciente que olhe para cima, fazendo tração para baixo da pálpebra inferior em cima do osso maxilar. Córnea ● O examinador deve avaliar seu tamanho. O normal é 10,6 mm (parte vertical) por 11,7 mm (parte horizontal). • Com boa iluminação e ajuda de uma lupa, pode‐se constatar opacificaçaõ corneana e irregularidades epiteliais provocadas por corpo estranho e neovascularização. ● Para o exame detalhado da córnea, da câmara anterior, da íris e do cristalino, necessita‐se da lâmpada de fenda. ● A observação da câmara anterior, com uma boa iluminação, a, o examinador deve notar a profundidade, a turvação do humor aquoso (irite), o sangue (hifema) e o acúmulo de exsudato celular (hipópio). ● A sensibilidade corneana, o que é feito mantendo-se a pálpebra aberta e encostando a ponta de um algodão na parte apical da córnea, sempre comparativamente, tendo o cuidado de não tocar nos cílios. Pupila ● As pupilas normais são redondas, localizadas centralmente e, na maioria das pessoas, de igual tamanho. ● O diâmetro da pupila normal varia de 3 a 5 mm em um ambiente iluminado (menor que 3 mm caracteriza miose, e quando é maior que 7 mm, está em midriáse). ● Deve‐se iluminar uniformemente a face do paciente, fazendo incidir um feixe luminoso sobre um dos olhos. ● A pupila normal contrai‐se vigorosa e rapidamente, mantendo-se nesse estado, caracterizando o reflexo fotomotor direto. ● A pupila do outro olho deve contrair‐se simultaneamente e com a mesma intensidade, ou seja, por meio do reflexo fotomotor indireto ou consensual. ● O outro reflexo a ser investigado é o reflexo para perto: um objeto deve ser aproximado do olho até ficar a uma distância de aproximadamente 10 cm, assim, ocorre então a miose bilateral, bem como a convergência dos olhos e a acomodação. Cristalino ● Com a pupila em midriáse, o exame é realizado com lâmpada de fenda. ● Com o oftalmoscópio, pode‐se caracterizar a perda de transparência do cristalino (catarata) pelo desaparecimento do clarão pupilar. OUVIDOS: ● O profissional deve inspecionar as estruturas da orelha média e externa, palpar as estruturas externas e avaliar a acuidade auditiva do paciente. Durante a avaliação, o profissional deve perguntar ao paciente se ele tem sentido dor, prurido, secreção, tinido (zumbido) ou alterações na capacidade de audição. ● Orelhas: O profissional deve inspecionar as estruturas da orelha média e externa, palpar as estruturas externas e avaliar a acuidade auditiva do paciente. Durante a avaliação, o profissional deve perguntar ao paciente se ele tem sentido dor, prurido, secreção, tinido (zumbido) ou alterações na capacidade de audição. Cada sintoma ajuda a determinar a natureza do problema do paciente. ● Pavilhão auricular: O profissional examina a localização dos pavilhões, seu tamanho e simetria. Normalmente ficam nivelados um em relação ao outro. O ponto superior de ligação com a cabeça fica em uma linha reta com o canto lateral do olho. Orelhas de implantação baixa são um sinal de anormalidade congênita. O pavilhão auricular deve ser suavemente palpado para verificar a presença de lesões. Se o paciente manifestar dor ou se o ouvido tiver o aspecto de inflamação, o pavilhão é tracionado e pressiona-se o trago. Se a dor aumentar com a palpação, provavelmente está presente uma infecção no ouvido externo. O profissional deve examinar cuidadosamente a presença de secreção na orelha e o tamanho do meato auditivo externo também deve ser observado. Uma secreção amarelada ou esverdeada é um sinal de infecção. O meato não deve estar edemaciado ou obstruído. Conduto auditivo e membrana timpânica. As estruturas mais profundas da orelha média e externa, só podem ser observadas com o uso de um otoscópio. Um espéculo auditivo especial e acoplado ao tubo de bateria do oftalmoscópio. Os especulas estão disponíveis em diferentes tamanhos para se adaptarem ao tamanho do conduto auditivo dos pacientes. Para melhor visualização, deve ser usado o maior especulo que puder ser confortavelmente adaptado ao conduto auditivo. Antes de inserir o especulo, o examinador deverá verificar a existência de corpos estranhos na abertura do conduto auditivo. É muito importante que o paciente evite movimentos de cabeça durante o exame, para prevenir quaisquer lesões do condutoauditivo e da membrana timpânica. Crianças e bebês precisam ser controlados. Os bebês devem ficar em posição de superação, com a cabeça voltada para um lado, com os braços seguros firmemente nas laterais do corpo. Crianças maiores poderão ficar sentadas no colo dos pais, com as pernas seguras entre os joelhos dos pais. Para a inserção correta do especulo, o profissional pede ao paciente que incline a cabeça suavemente sobre o ombro oposto. Nos adultos, o trabalho é facilitado acionando o pavilhão para cima ou para trás, para retificar o conduto auditivo. Nos bebês, o pavilhão auricular é tracionado para trás e para baixo e em crianças maiores, pra trás e para cima. O profissional insere o especulo, cuidando para não lesar o revestimento do conduto. A pele nesse revestimento e muito fina e sensível a qualquer pequeno trauma. O profissional identifica a presença de cerume (cera do ouvido) e verifica a existência de lesões, corpos estranhos ou secreção no conduto. Um conduto avermelhado indica inflamação. Durante o processo o examinador pergunta ao paciente sobre o modo como o conduto auditivo é normalmente limpo, prevenindo-o sobre o perigo da inserção de objetos pontiagudos nessa região. Deve-se evitar o uso de cotonete para a limpeza dos ouvidos, pois estes dispositivos provocam a sedimentação do cerume no fundo do conduto auditivo. A luz do otoscópio permite a visualização da membrana timpânica. O profissional precisa estar familiarizado com as referências anatômicas mais comuns e sua respectiva aparência. Move-se o otoscópio vagarosamente para a visualização total da membrana timpânica e da sua periferia. Em condições normais, a membrana timpânica e translúcida, ou cinza-perolado. Em virtude do seu posicionamento que fica em ângulo afastado ao conduto auditivo, a luz do otoscópio aparece mais em forma de cone do que de círculo. O ombro fica próximo ao centro da membrana timpânica, atrás da qual se encontra a inserção do martelo. Na posição superior da membrana timpânica encontra-se uma estrutura semelhante a uma saliência arredondada, formada por uma pequena protuberância subjacente do martelo. O examinador deve proceder cuidadosamente para assegurar-se da existência de rupturas ou lacerações na membrana timpânica. ● Acuidade auditiva: Existem três tipos de perda auditiva: condução, neurossensorial e mista. Uma perda auditiva por condução envolve a interrupção das ondas sonoras enquanto são transmitidas da orelha externa para a cóclea da orelha interna, uma vez que essas ondas não são transmitidas através das estruturas das orelhas externas e médias. Uma perda neurossensorial envolve a orelha interna, o nervo auditivo ou o centro auditivo do cérebro. O som é conduzido através das estruturas das orelhas externa e media, mas, a continuidade da transmissão sonora é interrompida em algum ponto alem dos ossículos. Uma perda mista envolve a combinação dos dois tipos de perda auditiva já discutidos (condução e neurossensorial). Os pacientes sob maior risco de perda auditiva são aqueles que trabalham em ambientes nos quais os ruídos são muito intensos. Um teste simples de avaliação de perda auditiva, consiste em solicitar ao paciente que tape uma das orelhas durante certo tempo com um dos dedos. O profissional deve permanecer a uma distancia de aproximadamente 30 cm, expirar totalmente e murmurar suavemente alguns números no ouvido livre. Ele deve cobrir a boca ou pedir ao paciente para fechar os olhos, impedindo a leitura labial. Se necessário o profissional pode elevar gradualmente a intensidade da voz ate que o paciente possa repetir corretamente os números murmurados. O uso de um diapasão e um teste mais refinado para a determinação da natureza de uma perda auditiva. Batendo-se o diapasão contra a palma da mão, o examinador cria uma coluna vibratória que emite ondas sonoras. Para testar a acuidade auditiva do paciente nos ouvidos, o profissional coloca o diapasão em vibração firmemente contra a área central da testa do paciente pedindo a ele que indique onde o som é percebido. Em condições normais o som pode ser percebido igualmente pelas orelhas. Um segundo teste, envolve a colocação do diapasão em vibração primeiro sobre o osso mastóide. Quando o paciente deixa de ouvir o som, o examinador coloca o diapasão em frente ao pavilhão auricular. Em condições normais o paciente voltará a ouvir o som, pois a condução pelo ar é mais duradoura que aquela efetuada através da estrutura óssea. Caso a acuidade auditiva esteja alterada, o profissional deverá encaminhar o paciente a um médico. Ele deverá tomar todo o cuidado para assegurar uma comunicação efetiva com o paciente. Permanecer em PÉ, no mesmo lado em que a audição está intacta, falar com ele em um tom de voz normal e claro e olhar para ele de frente de modo que ele possa ver os lábios e o rosto, são métodos simples aplicados para ajudar o paciente a ouvir melhor a conversa. ● Teste de Rinne ou prova de Rinne: é um exame clínico realizado para avaliar a audição. Ele compara a percepção dos sons transmitidos pelo ar ou através da condução óssea através do osso temporal (p. mastóide). Desta maneira, pode-se rapidamente suspeitar se uma pessoa tem perda auditiva condutiva. ➢ Um teste de Rinne deve sempre ser acompanhado por um teste de Weber para também detectar perda auditiva neurossensorial e, desta maneira, confirmar a natureza da perda auditiva. O teste de Rinne é realizado ao se colocar um diapasão vibrante no processo mastóide até que o som não seja mais ouvido pelo paciente. Em seguida, após o paciente confirmar que não escutou mais o som, o diapasão é colocado imediatamente ao lado do ouvido a ser testado. Em um exame normal, o som é audível quando o diapasão é colocado ao lado do ouvido. ● Teste de Weber ou prova de Weber: É um teste clínico rápido para avaliar a audição. Pode detectar perda auditiva condutiva unilateral e perda auditiva neurossensorial unilateral. ➢ O teste recebe o nome em homenagem a Ernst Heinrich Weber (1795 – 1878). No teste de Weber um diapasão é batido e o tronco do bastão é colocado no topo do crânio do paciente - em igual distância das orelhas do paciente, no meio de sua testa, ou acima do lábio superior sobre o dente. O paciente então questionado a dizer em qual orelha o som é escutado com mais intensidade. ➢ Um paciente com perda auditiva condutiva unilateral deve ouvir o diapasão com mais intensidade no lado da orelha afetada. Isto acontece porque o problema de condução mascara o barulho do ambiente da sala, ao passo que a orelha interna que funciona bem recebe o som através dos ossos do crânio, gerando a percepção de que o som se torna mais intenso do que o da orelha não-afetada. Um paciente com uma perda auditiva neurossensorial unilateral escutaria o som mais intensamente na orelha não-afetada, porque a orelha afetada é menos efetiva em absorver o som mesmo que ele seja transmitido diretamente por condução para o ouvido interno. NARIZ E SEIOS PARANASAIS: ● Anamnese: registra-se identificação, antecedentes pessoais e familiares, e sintomas. ● Identificação: idade (em recém-nascido pode suspeitar de malformações, pode ser urgência já que os bebês são respiradores nasais obrigatórios); sexo (podem ter malformações mais comum em um sexo); profissão (locais de trabalho poluídos – gases ou químicos – rinites ocupacionais). ● Antecedentes pessoais: investigar tabagismo e etilismo, antecedentes cirúrgicos, principalmente otorrinolaringológicas, doenças sistêmicas, uso de medicamentos, exposição a ambientes com irritantes inalatórios, história de trauma cranioencefálico. ● Antecedentes familiares: história familiar de alergia. ● Sinais e sintomas: (principais) ➢ Obstrução nasal: investigar se é uni ou bilateral, se o início foi progressivo ou abrupto, qual o fator desencadeante e o de melhora, se há manifestações clínicas associadas como espirros e prurido nasal, se faz uso de medicamentos que provocam alteração vasomotora da mucosa nasal; ➢ Rinorreia: avaliar se é uni ou bilateral, se a viscosidade éhialina, espessa ou purulenta, se a persistente ou ocasional, se possuem fatores desencadeantes como poluição atmosférica, cheiros e fumaça, se tem sintomas associados como tosse e cefaléia; ➢ Alteração do olfato: podem ser classificadas como anosmia (perda completa do olfato), hiperosmia (aumento da olfação), hiposmia (diminuição da olfação), disosmia (distorção da percepção olfatória – dividida em parosmia (com estímulo ambiental) e fantosmia (com alucinação olfativa). Procura-se região acometida: quando é condutiva, há um bloqueio na chegada do odor até o epitélio olfatório; quando neurossensoriais, há lesões no epitélio olfatório e nervos olfatórios; quando é central ocorre devido a tumores intracranianos e doenças degenerativas; ➢ Epistaxe: alteração da hemostasia da cavidade nasal, deve-se avaliar se é uni ou bilateral, tempo de evolução, se já teve quadros semelhantes, se houve fatores associados ao sangramento, como trauma e infecções, se tem comorbidades como hipertensão arterial e coagulopatias, se usa medicamentos anticoagulantes, se faz uso de álcool ou tabaco, se há melhora do sangramento com compressões. ● Inspeção: avaliação da pirâmide nasal para ver se há dismorfias, distúrbios e desvios, sinais de processos inflamatórios como hiperemia, edema e abaulamento, se tem o traço no dorso chamado “saudação alérgica”, se há fácie de respirador bucal (ausência de vedamento labial, lábio superior curto, eversão lábio inferior, narinas estreitas, olhos evidentes). ● Rinoscopia anterior: feito com iluminação externa, com um espéculo adequado ao paciente, faz a lateralização da asa nasal para ter melhor visão da cavidade nasal, observa se há secreções ou lesões na cavidade nasal, características da concha inferior (coloração, hipertrofias, degenerações polipóides), concha média e meato médio (local de drenagem dos seios), o septo nasal (se há deformidades, perfurações, úlceras e abaulamentos). ● Rinoscopia posterior: com a língua relaxada e abaixada com abaixador, introduz-se o espelho de laringe pequeno, em direção à orofaringe até o palato mole, avalia as paredes da rinofaringe, coanas, concha inferior, porção posterior do septo nasal, tamanho das tonsilas faríngeas e tubas auditivas bilateralmente. ● Oroscopia: observar o palato e avaliar as características da mordida. BOCA: ● Existência de dor ● Uso de prótese Inspecionar: ● Lábios (examinar quanto a coloração, textura, hidratação, contorno e presença ou não de lesões. Quando o paciente abre a boca, o profissional visualiza os lábios de uma extremidade a outra. Em condições normais, os lábios são rosados, úmidos, simétricos e lisos.) ● Bochecha ● Língua (deve ser observada em todos os lados. O paciente deve relaxar a boca e colocar a língua para fora .Utilizando a lanterna para iluminação da região, o profissional examina a língua quanto a coloração, tamanho, posição, textura, existência de massas ou lesões. Em condições normais a língua deve possuir coloração um pouco avermelhada com margens laterais lisas e móveis. O paciente deve erguer a língua para permitir a inspeção adequada. Observada a presença de nódulos ou cistos o profissional deverá apalpá-los para verificar o tamanho, sensibilidade, consistência e mobilidade) ● Gengiva (devem ser examinadas quanto a coloração, edema, retração, sangramento e lesões. Se o paciente usa próteses qualquer irregularidade ou lesão das gengivas pode provocar desconforto e prejudicar significativamente a mastigação) ● Mucosa oral interna (o profissional deve pedir ao paciente para abrir a boca levemente e colocar o lábio inferior afastado dos dentes, o processo deve ser repetido no lábio superior. Observar quanto a coloração, hidratação, textura e presença de lesões, tais como úlcera, escoriações e cistos. Para a visualização da mucosa oral, utiliza-se um afastador, ou atadura de gaze para retrair os lábios e para iluminar a porção mais profunda da mucosa deve-se usar uma lanterna. O paciente deverá abrir a boca o máximo possível. Em condições normais a mucosa tem uma cor rosa brilhante. Em fumantes crônicos e alcoólatras pode-se verificar a presença de manchas densas e esbranquiçadas) ● Dentes (Deve ser examinado quantos existem, sua coloração, higiene, conservação e a presença de cárie) ● Palato duro e mole (O paciente deverá estender a cabeça para trás, mantendo a boca aberta para que o profissional possa examinar os palatos. O palato duro localiza-se na parte anterior e o palato mole fica na parte posterior. Os palatos são examinados quanto à coloração, formato e existência de proeminências ósseas ou defeitos adicionais. É comum observar-se uma protuberância óssea ou exostose entre os dois palatos) ● Cavidade bucal (Presença de sarampo, perfuração do palato mole, faringites, amigdalites, difteria e por fim, a úvula) ● Apalpar o pescoço e a mandíbula PESCOÇO: Inspecione: ● Pele; simetria ● Posição da cabeça centralizada na linha média e músculos acessórios do pescoço devem ser simétricos. A cabeça deve ser mantida ereta e firme. Amplitude de movimento ● Realizar movimentação ativa (girar a cabeça, estender para trás, flexionar), o movimento deve ser suave e controlado. À medida que a pessoa se movimenta observa aumento no volume das glândulas salivares, tireoide e linfonodos. Normalmente não há aumento. ● Exame dos linfonodos: inspeção e palpação: Linfonodos pré-auriculares – auricular posterior – occipitais – cervicais superiores – submandibulares – submentonianos – cadeia cervical profunda – cervical posterior – ● Supraclaviculares. Pesquisar: dor, volume, forma, características da pele, mobilidade. ● Traqueia: inspeção - deve situar-se na linha média do pescoço; palpação – observar mobilidade, pesquisar massas, crepitações. ● Tireoide: inspecionar movimento de deglutição; palpação (volume – normal ou aumentado; consistência - normal, firme, endurecida; mobilidade – normal ou imóvel; superfície – lisa, nodular ou irregular; ausculta necessária se tireoide estiver aumentada – pesquisar sopro, usar campânula. ● Veias jugulares: normalmente não visíveis, pesquisar ingurgitamento - ângulo de 45º. Observar pulso venoso na base do pescoço (mais nítidos na posição deitada) ● Artérias carótidas: palpação e ausculta PULSO CAROTÍDEO: ● O pulso carotídeo fornece informações valiosas sobre a função cardíaca, principalmente estenose da valva aórtica e regurgitação. ● Examine o pulso carotídeo, incluindo o impulso ascendente carotídeo, sua amplitude e contorno, e a presença ou ausência de frêmitos ou sopros. Técnica: 1. Para avaliar a amplitude e o contorno, o paciente deve estar deitado com a cabeceira do leito elevada a aproximadamente 30°. 2. Examine, primeiro, o pescoço para pulsações carotídeas, geralmente visíveis sendo mediais aos músculos esternocleidomastóideos. 3. Em seguida, coloque seus dedos indicador e médio ou polegar esquerdo sobre a artéria carótida direita no terço inferior do pescoço e palpe para ver se há pulsações. 4. Comprima a parte interna da borda medial do músculo esternocleidomastóideo bem relaxado, aproximadamente no nível da cartilagem cricóidea. 5. Evite comprimir o seio carotídeo, situado adjacente à cartilagem tireóidea. Utilize seus dedos ou o polegar direito para examinar a artéria carótida esquerda. Nunca apalpe as artérias carótidas ao mesmo tempo.Isso pode diminuir o fluxo sanguíneo para o cérebro e induzir síncope. 6. Aumente a pressão, de maneira gradual, até perceber a pulsação máxima; em seguida, reduza vagarosamente a compressão, até perceber melhor a pressão e o contorno da artéria. Ausculta ● A ausculta das artérias carótidas pode distinguir sopros de ruídos. Os sopros são oriundos do coração ou dos grandes vasos e, habitualmente, são mais intensos sobre a parte superior do precórdio e diminuem em direção ao pescoço. Os ruídos possuem tonalidade mais elevada e são auscultados apenas sobre as artérias e parecem mais superficiais. O ruído arterial deve ser distinguido do ruído venoso. Diferentemente do ruído arterial,o ruído venoso é habitualmente contínuo, mais bem auscultado com o paciente sentado ou em pé, sendo eliminado pela compressão da veia jugular interna ipsolateral. Técnica 1. Para examinar as artérias carotídeas, o médico fica de frente para o paciente, que deve estar de pé ou sentado. 2. O pulso carotídeo direito é sentido pela polpa do polegar esquerdo que afasta a borda anterior do esternocleidomastóideo ao mesmo tempo em que procura as pulsações perceptíveis um pouco mais profundamente. 3. As polpas dos dedos médio e indicador fixam-se sobre as vértebras cervicais mais inferiores. Para o lado esquerdo, usa-se a mão direita. 4. Não confundir as pulsações carotídeas com o pulso venoso, lançando mão dos elementos semióticos que permitem a diferenciação entre esses dois tipos de pulsação (ver Pulso venoso, turgência ou ingurgitamento jugular. 5. As artérias temporais são facilmente localizáveis na região frontal, logo acima da arcada supraorbitária, e devem ser palpadas com as polpas dos dedos indicador e médio. 6. A artéria subclávia é palpada com o paciente sentado, fazendo leve flexão da cabeça para o lado a ser examinado. O médico posiciona-se à frente, ao lado ou atrás do paciente e procura sentir a subclávia com os dedos indicador, médio e anular, na fossa supraclavicular, profundamente e posterior à clavícula. LINFONODOS: ● Movimentos circulares com o dedo,buscando quaisquer indícios de alterações (edema, inchaços, vermelhidão) ● Averiguar mobilidade da pele ● Averiguar sensibilidade ● Averiguar alterações da pele ● Coalescência ● Consistência
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