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Jurisprudência esquematizada processo civil - Caio_231109_142036

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Prévia do material em texto

Jurisprudência Esquematizada 
Processo Civil 
 
 
Professor 
Caio Araújo 
2 
 
 
 APRESENTAÇÃO 
 
Olá, prezados alunos! 
Este material foi elaborado para auxiliá-los nos estudos de revisão de 
jurisprudência de processo civil, de modo que você perca o menor tempo 
possível localizando conteúdos e identificando pontos principais. Por exemplo, 
para acessar diretamente determinado tópico, basta clicar no título ou subtítulo 
correspondente no sumário. Além disso, há um esquema próprio de cores para 
destaques, que explico na próxima página. 
Espero que façam bom proveito deste material. Fico à disposição para 
quaisquer dúvidas ou ponderações no Instagram @caio_soutoa ou no Twitter 
@caio_soutoa. 
Bons estudos! 
 
Data de fechamento desta versão: 09.11.2023. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor Caio Souto Araújo. Juiz Federal Substituto em 
Serra/ES. Aprovado no XV Concurso do TRF2. Mestre em Direito 
Processual. Pós-graduado em Direito Administrativo. Ex-Analista 
Judiciário da Justiça Federal em São Paulo e no Espírito Santo. 
Ex-Técnico Judiciário do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito 
Santo. 
 
https://www.instagram.com/caio_soutoa/
https://twitter.com/caio_soutoa
3 
 
 
METODOLOGIA 
 
 Revisão de jurisprudência de Direito Processual Civil do STF e do STJ 
esquematizada e organizada por tópicos (títulos em destaque no 
sumário). 
 Cada tópico está dividido em duas partes; a primeira parte é dedicada aos 
precedentes qualificados, e a segunda, à jurisprudência persuasiva. 
Apesar das divergências existentes, para efeito desta sistematização, 
consideram-se qualificados os precedentes listados no art. 927 do CPC. 
Os demais são classificados como “jurisprudência persuasiva”. 
 No campo “conexões e comentários”, as citações diretas estão em itálico, 
distinguindo-se dos comentários do professor, que estão em texto padrão. 
Nos demais campos, todo o conteúdo consiste em citações diretas dos 
sites dos tribunais, sendo as supressões sinalizadas por (...) 
 Este material não tem a pretensão de esgotar a disciplina, mas apenas 
auxiliar na revisão dos temas em destaque. 
 
 
LEGENDA – ESQUEMA DE CORES 
 
 Títulos dos tópicos e subtópicos: VERDE 
 Teses firmadas pelos tribunais (precedentes qualificados) e destaques 
dos Informativos (jurisprudência persuasiva): AMARELO 
 Destaques do professor (trechos de informativos/ementas, bem como 
dicas e comentários do professor em destaque): AZUL 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. COMPETÊNCIA .......................................................................................... 6 
1.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS ............................................................ 6 
1.2 JURISPRUDÊNCIA PERSUASIVA ......................................................... 57 
2. SUJEITOS DO PROCESSO ...................................................................... 77 
2.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS .......................................................... 77 
2.2 JURISPRUDÊNCIA PERSUASIVA ......................................................... 86 
3. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ............................................................ 102 
3.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS ........................................................ 102 
3.2 JURISPRUDÊNCIA PERSUASIVA ....................................................... 111 
4. DESPESAS PROCESSUAIS ................................................................... 150 
4.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS ........................................................ 150 
4.2 JURISPRUDÊNCIA PERSUASIVA ....................................................... 157 
5. ATOS PROCESSUAIS ............................................................................ 166 
5.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS ........................................................ 166 
5.2 JURISPRUDÊNCIA PERSUASIVA ....................................................... 170 
6. TUTELA PROVISÓRIA ............................................................................ 189 
6.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS ........................................................ 189 
6.2 JURISPRUDÊNCIA PERSUASIVA ....................................................... 193 
7. FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO .................. 196 
7.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS ........................................................ 196 
7.2 JURISPRUDÊNCIA PERSUASIVA ....................................................... 196 
8. SENTENÇA E COISA JULGADA ............................................................ 200 
8.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS ........................................................ 200 
8.2 JURISPRUDÊNCIA PERSUASIVA ....................................................... 204 
9. EXECUÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ................................... 233 
9.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS ........................................................ 233 
5 
 
 
9.2 JURISPRUDÊNCIA PERSUASIVA ....................................................... 283 
10. RECURSOS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO .......................................... 360 
10.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS ...................................................... 360 
10.2 JURISPRUDÊNCIA PERSUASIVA ..................................................... 367 
11. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS .......................................................... 422 
11.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS ...................................................... 422 
11.2 JURISPRUDÊNCIA PERSUASIVA ..................................................... 428 
12. PROCESSO COLETIVO ...................................................................... 458 
12.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS .................................................... 458 
12.2 JURISPRUDÊNCIA PERSUASIVA ..................................................... 484 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
1. COMPETÊNCIA 
 
1.1 PRECEDENTES QUALIFICADOS 
 
TRIBUNAL STJ 
INFORMATIVO 787 
DESTAQUE DO 
INFORMATIVO 
Tese fixada no IAC 15: 
O art. 109, § 3º, da CF/1988, com redação dada pela EC 
103/2019, não promoveu a revogação (não recepção) da regra 
transitória prevista no art. 75 da Lei n. 13.043/2014, razão pela 
qual devem permanecer na Justiça Estadual as execuções 
fiscais ajuizadas antes da vigência da lei referida. 
TRECHOS DO 
INFORMATIVO 
A controvérsia consiste em definir se a alteração do art. 109, § 
3º, da CF/1988 pela EC 103/2019 implicou a revogação da 
legislação infraconstitucional que ainda mantinha a 
competência estadual delegada para processar e julgar as 
execuções fiscais relativas a entes federais, especialmente do 
art. 75 da Lei n. 13.043/2014. 
O art. 15, I, da Lei 5.010/1966 autoriza a propositura da 
execução fiscal perante o juízo estadual quando não havia vara 
da Justiça Federal na comarca do domicílio do devedor. No 
mesmo sentido, a Súmula 40/TFR dispõe que: "A execução 
fiscal da Fazenda Pública Federal será proposta perante o Juiz 
de Direito da comarca do domicílio do devedor, desde que não 
seja ela sede de vara da Justiça Federal". 
Contudo, o art. 15, I, da Lei 5.010/1966, foi revogado pelo art. 
114, IX, da Lei n. 13.043/2014, ou seja, a competência federal 
delegada foi revogada no âmbito da execução fiscal. No 
entanto, essa revogação não alcançou as execuções fiscais da 
União e de suas autarquias e fundações públicas ajuizadas na 
Justiça Estadual antes da vigência da lei revogadora, em razão 
da regra de transição prevista no art. 75 da Lei 13.043/2014. 
7 
 
 
Portanto, a competência federal delegada foi suprimida e 
acompanhada da regra de transição. 
Nesse cenário, considerando que a edição da Emenda 
Constitucional n. 103/2019 ocorreu 5 anos após a supressão da 
hipótese de delegação referente à execução fiscal, fica 
evidenciado que a intenção do legislador constitucional não era 
pontual em relação aos processos de execução fiscal. Porconseguinte, o fato de não haver uma regra constitucional 
transitória - similar ao disposto no art. 75 da Lei 1.043/2014 - 
não implica a revogação (não recepção) do artigo referido. 
O simples fato de a EC 103/2019 ter limitado a uma única 
hipótese a possibilidade de competência federal delegada não 
demonstra incompatibilidade entre a regra transitória, relativa à 
execução fiscal, sobretudo porque a respectiva regra era 
prevista no inciso I do art. 15 da Lei 5.010/1966, cuja revogação 
ocorreu em 2014. 
Além disso, o disposto no art. 75 da Lei 13.043/2014 abarca as 
execuções fiscais da União (e de suas autarquias e fundações 
públicas) ajuizadas na Justiça Estadual antes da vigência da lei 
mencionada. Trata-se de execuções fiscais que tramitam há 
pelo menos nove anos na Justiça Estadual. Levando em 
consideração tanto o período de tramitação, quanto razões de 
política judiciária, não se mostra adequada a transferência 
desses feitos para a Justiça Federal. 
 
REFERÊNCIA 
DO ACÓRDÃO 
CC 188.314-SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, 
Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 13/9/2023 (IAC 
15/STJ). 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28CC.clas.+e+%40num%3D%22188314%22%29+ou+%28CC+adj+%22188314%22%29.suce.
https://processo.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=I&cod_tema_inicial=15&cod_tema_final=15
https://processo.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=I&cod_tema_inicial=15&cod_tema_final=15
8 
 
 
INFORMATIVO 1102 
DESTAQUE DO 
INFORMATIVO 
A Justiça Comum é competente para julgar ação ajuizada por 
servidor celetista contra o Poder Público, em que se pleiteia 
parcela de natureza administrativa, modulando-se os efeitos da 
decisão para manter na Justiça do Trabalho, até o trânsito em 
julgado e correspondente execução, os processos em que 
houver sido proferida sentença de mérito até a data de 
publicação da presente ata de julgamento. 
TRECHOS DO 
INFORMATIVO 
Compete à Justiça Comum o julgamento de ação na qual 
servidor celetista demanda parcela de natureza administrativa 
contra o Poder Público. 
Por se tratar de parcela administrativa, a causa de pedir e o 
pedido da ação fundamentam-se em norma estatutária. Assim, 
embora o vínculo do servidor seja de natureza celetista, a 
apreciação do litígio não compõe a esfera de competência da 
Justiça do Trabalho, conforme entendimento fixado por esta 
Corte ao interpretar o art. 114, I, da Constituição Federal de 
1988. 
Ademais, por razões de segurança jurídica, os efeitos da 
decisão devem ser modulados, a fim de manter na Justiça 
trabalhista, até o trânsito em julgado e correspondente 
execução, os processos em que proferida sentença de mérito 
até a data de publicação da ata do presente julgamento. 
 
REFERÊNCIA 
DO ACÓRDÃO 
RE 1.288.440/SP, rel. Min. Roberto Barroso, julgamento virtual 
finalizado em 30.6.23. 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
INFORMATIVO 1092 
9 
 
 
DESTAQUE DO 
INFORMATIVO 
É inconstitucional a regra de competência que autoriza que 
entes subnacionais sejam demandados em qualquer comarca 
do País, pois a fixação do foro deve se restringir aos seus 
respectivos limites territoriais. 
TRECHOS DO 
INFORMATIVO 
A edição da Lei 13.105/2015, conhecida como Código de 
Processo Civil de 2015 (CPC/2015), consagrou o entendimento 
de que o processo não deve ser um fim em si mesmo, devendo-
se buscar uma adequada mediação entre o direito nele previsto 
e a sua realização prática, a fim de torná-lo efetivo, exigindo-se 
postura interpretativa orientada a reafirmar e reforçar esse 
objetivo. 
Nesse contexto, o caráter nacional e cogente do CPC/2015 
impõe conferir tratamento uniforme a todos os jurisdicionados 
submetidos a processo no território brasileiro, não se permitindo 
que ele seja diverso em matéria processual conforme a unidade 
federada na qual ocorre o litígio. 
(...) 
Deve ser conferida interpretação conforme a Constituição aos 
artigos 46, § 5º, e 52, parágrafo único, ambos do CPC/2015 (1), 
no sentido de que a competência seja definida nos limites 
territoriais do respectivo estado ou do Distrito Federal, nos 
casos de promoção de execução fiscal e de ajuizamento de 
ação em que qualquer deles seja demandado. 
A possibilidade de litigar em face da União em qualquer parte 
do País (CF/1988, art. 109, §§ 1º e 2º) é compatível com a 
estruturação nacional da Advocacia Pública federal. 
Contudo, estender essa previsão aos entes subnacionais 
resulta na desconsideração de sua prerrogativa constitucional 
de auto-organização (CF/1988, arts. 18, 25 e 125) e da 
circunstância de que sua atuação se desenvolve dentro dos 
seus limites territoriais. 
(...) 
 
10 
 
 
REFERÊNCIA 
DO ACÓRDÃO 
ADIs 5.492/DF e 5.737/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento 
virtual finalizado em 24/4/23. 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STJ 
INFORMATIVO 770 
DESTAQUE DO 
INFORMATIVO 
A) Nas hipóteses de ações relativas à saúde intentadas com o 
objetivo de compelir o Poder Público ao cumprimento de 
obrigação de fazer consistente na dispensação de 
medicamentos não inseridos na lista do SUS, mas registrado na 
ANVISA, deverá prevalecer a competência do juízo de acordo 
com os entes contra os quais a parte autora elegeu demandar. 
B) as regras de repartição de competência administrativas do 
SUS não devem ser invocadas pelos magistrados para fins de 
alteração ou ampliação do polo passivo delineado pela parte no 
momento da propositura ação, mas tão somente para fins de 
redirecionar o cumprimento da sentença ou determinar o 
ressarcimento da entidade federada que suportou o ônus 
financeiro no lugar do ente público competente, não sendo o 
conflito de competência a via adequada para discutir 
a legitimidade ad causam, à luz da Lei n. 8.080/1990, ou a 
nulidade das decisões proferidas pelo Juízo estadual ou federal, 
questões que devem ser analisada no bojo da ação principal. 
C) a competência da Justiça Federal, nos termos do art. 109, I, 
da CF/1988, é determinada por critério objetivo, em regra, em 
razão das pessoas que figuram no polo passivo da demanda 
(competência ratione personae), competindo ao Juízo federal 
decidir sobre o interesse da União no processo (Súmula 
150/STJ), não cabendo ao Juízo estadual, ao receber os autos 
que lhe foram restituídos em vista da exclusão do ente federal 
do feito, suscitar conflito de competência (Súmula 254/STJ). 
11 
 
 
 
TRECHOS DO 
INFORMATIVO 
A controvérsia consiste em analisar se compete ao autor a 
faculdade de eleger contra quem pretende demandar na 
hipótese de medicamento não incluído nas políticas públicas, 
mas devidamente registrado na ANVISA, considerando a 
responsabilidade solidária dos entes federados na prestação de 
saúde. E, em consequência, examinar se é indevida a inclusão 
da União no polo passivo da demanda, seja por ato de ofício, 
seja por intimação da parte para emendar a inicial, sem prévia 
consulta à Justiça Federal. 
Considerando que a obrigatoriedade de se formar litisconsórcio 
é determinada pela lei ou pela natureza da relação jurídica, não 
se vislumbram os requisitos para formação do referido instituto 
nas demandas relativas à saúde propostas com o objetivo de 
compelir os entes federados ao cumprimento da obrigação de 
fazer consistente na dispensação de medicamentos não 
inseridos na lista do SUS, mas registrados na ANVISA. Isso 
porque, na solidariedade passiva, o credor tem direito a exigir e 
receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou 
totalmente, a dívida comum. 
Embora seja possível aos entes federais organizarem-se de 
maneira descentralizada com relação às políticas públicas na 
área da saúde, essa organização administrativa não afasta o 
dever legal de o Estado (lato sensu)assegurar o acesso à 
medicação ou ao tratamento médico a pessoas desprovidas de 
recursos financeiros, em face da responsabilidade solidária 
entre eles. Em outras palavras, a possibilidade de o usuário do 
SUS escolher quaisquer das esferas do Poder para obter a 
medicação e/ou insumos desejados, de forma isolada e 
indistintamente - conforme ratificado pelo próprio Supremo no 
julgamento do Tema n. 793/STF -, afasta a figura do 
litisconsórcio compulsório ou necessário, por notória antinomia 
ontológica. 
12 
 
 
A dispensação de medicamentos é uma das formas de atender 
ao direito à saúde, que compõe a esfera dos direitos 
fundamentais do indivíduo, mas não é, em si, o objeto principal 
da obrigação de prestar a assistência à saúde, por força do 
contido no art. 196 da Constituição Federal. 
As regras de repartição de competência administrativa do SUS 
não devem ser invocadas pelos magistrados para fins de 
alteração do polo passivo delineado pela parte no momento do 
ajuizamento da demanda, mas tão somente para redirecionar o 
cumprimento da sentença ou determinar o ressarcimento da 
entidade federada que suportou o ônus financeiro no lugar do 
ente público competente, nos termos do decidido no julgamento 
do Tema n. 793/STF. 
No que diz respeito aos critérios definidores da competência da 
Justiça Federal, o julgamento do Tema n. 793/STF não 
modificou a regra de que compete à Justiça Federal decidir 
acerca da existência de interesse jurídico que justifique a 
presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas 
públicas (Súmula 150 do STJ), bem como de que não cabe à 
Justiça estadual reexaminar a decisão, manifestando-se 
contrariamente (Súmula 254 do STJ). 
Outrossim, nos conflitos de competência direcionados ao STJ, 
observa-se que os juízes federais não afastam a legitimidade 
da União, em face do disposto no art. 19-Q da Lei n. 8.080/1990, 
tampouco a possibilidade de redirecionamento do cumprimento 
da obrigação, conforme decidido no Tema n. 793, pelo STF, 
mas apenas reconhecem a existência de litisconsorte 
facultativo. 
Diante disso, os juízes federais consideram inadequada a 
decisão da Justiça estadual que determina a intimação da parte 
autora para emendar a inicial, sob pena de extinção do feito, 
bem como o ato do magistrado que, de ofício, inclui o ente 
13 
 
 
federal na lide, visto que nenhum dos procedimentos encontra 
amparo legal. 
Portanto, deve-se respeitar a opção da parte autora, não 
cabendo ao juiz estadual determinar que se proceda à emenda 
da inicial para incluir a União no polo passivo da demanda, uma 
vez que não se trata de litisconsórcio necessário, mas sim 
facultativo para entrega de coisa certa (fornecimento de 
medicação ou tratamento médico específico), cuja satisfação 
não comporta divisão. 
Quanto ao redirecionamento da demanda ao ente responsável 
pela prestação do serviço de saúde e chamamento ao processo 
do obrigado, entende-se que, no ônus financeiro da 
dispensação do medicamento, insumos e tratamentos médicos, 
nada impede que o ente demandado se valha do estatuído no 
art. 35, VII, da Lei n. 8.080/1990. O dispositivo prevê a 
possibilidade de "ressarcimento do atendimento a serviços 
prestados para outras esferas de governo" caso, ao final, 
demonstre não ser sua a atribuição para o fornecimento do 
fármaco. Tal situação também encontra amparo no disposto nos 
arts. 259, parágrafo único; 285 do Código Civil/2002 e 23 do 
Decreto n. 7.508/2011. 
Ainda que haja entraves burocráticos para o ressarcimento, a 
solução para o problema não é transferir a demanda para a 
Justiça Federal em situações em que isso não é cabível, ao 
arrepio da legislação processual civil e da Constituição Federal, 
sob pena de impor diversos obstáculos ao paciente que 
depende de fármaco e/ou tratamento médico urgente para 
evitar o agravamento de sua doença ou até mesmo o risco de 
morte. 
Por fim, a jurisprudência desta Corte, consolidada no REsp 
1.203.244/SC, no sentido de inadmitir o chamamento ao 
processo dos demais devedores solidários em demandas de 
saúde contra o SUS, na forma do art. 130 do CPC/2015, deve 
14 
 
 
ser mantida, exceto se houver posterior pronunciamento do STF 
em sentido contrário. 
 
REFERÊNCIA 
DO ACÓRDÃO 
CC 188.002-SC, Rel. Ministro Gurgel de Faria, Primeira Seção, 
por unanimidade, julgado em 12/4/2023. (14/STJ). 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 775 da Repercussão Geral 
QUESTÃO Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos arts. 108, 
I, b, e II, e 109, I, da Constituição, a competência, ou não, da 
Justiça Federal para processar e julgar ação rescisória proposta 
pela União, na condição de terceira interessada em relação ao 
processo originário, objetivando a rescisão de julgado prolatado 
por juiz estadual não investido em competência federal. 
TESE 
 
Compete ao Tribunal Regional Federal processar ação 
rescisória proposta pela União com o objetivo de desconstituir 
sentença transitada em julgado proferida por juiz estadual, 
quando afeta interesses de órgão federal. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) 1. Coloca-se em discussão, neste precedente com 
repercussão geral, o sensível problema da divisão de 
competências entre Justiça Federal e Justiça Estadual. No 
presente caso, trata-se de Ação Rescisória proposta pela 
União, com o propósito de desconstituir sentença transitada em 
julgado, proferida por Juízo Estadual. 2. A interpretação isolada 
do art. 108 da Constituição indica que o Tribunal Regional 
Federal não é competente para o julgamento da presente Ação 
Rescisória, pois a) a ação não busca desconstituir julgado do 
próprio Tribunal, nem dos juízes federais da região; e b) não se 
trata de recurso em causa decidida por juiz estadual no 
exercício da competência federal delegada. 3. Entretanto, o art. 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202201288372%27.REG.
https://processo.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=I&cod_tema_inicial=14&cod_tema_final=14
15 
 
 
109, I, submete à Justiça Federal as causas em que for parte a 
União, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as 
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, bem como 
as previstas em seu parágrafo 3º (Lei poderá autorizar que as 
causas de competência da Justiça Federal em que forem parte 
instituição de previdência social e segurado possam ser 
processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca 
do domicílio do segurado não for sede de vara federal ). 4. Não 
se trata de hipótese de colisão entre preceitos constitucionais, 
mas sim de complementaridade entre as referidas disposições. 
O art. 108, I, b , e II, não traz uma previsão fechada, taxativa. É 
preciso ler tal norma em conjunto com o art. 109, I - que nada 
mais é do que uma expressão do princípio federativo, que 
impede a submissão da União à Justiça dos Estados, com 
exceção das hipóteses acima mencionadas, autorizadas pela 
própria Constituição. 5. Recurso Extraordinário a que se dá 
provimento. Tema 775, fixada a seguinte tese de repercussão 
geral: “Compete ao Tribunal Regional Federal processar ação 
rescisória proposta pela União com o objetivo de desconstituir 
sentença transitada em julgado proferida por juiz estadual, 
quando afeta interesses de órgão federal". 
(RE 598650, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ 
Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado 
em 11/10/2021, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO 
GERAL - MÉRITO DJe-216 DIVULG 03-11-2021 PUBLIC 04-
11-2021) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 1166 da Repercussão Geral 
16 
 
 
QUESTÃO Competência para processar e julgar ação trabalhista contra o 
empregador objetivando o pagamento de diferenças salariais e 
dos respectivos reflexos nas contribuições devidas à entidade 
previdenciária. 
TESE 
 
Compete à Justiça doTrabalho processar e julgar causas 
ajuizadas contra o empregador nas quais se pretenda o 
reconhecimento de verbas de natureza trabalhista e os reflexos 
nas respectivas contribuições para a entidade de previdência 
privada a ele vinculada. 
EMENTA 
RESUMIDA 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRABALHISTA. 
COMPETÊNCIA. PEDIDO DE CONDENAÇÃO DA EMPRESA 
EMPREGADORA AO PAGAMENTO DE VERBAS 
TRABALHISTAS E AO CONSEQUENTE REFLEXO DAS 
DIFERENÇAS SALARIAIS NAS CONTRIBUIÇÕES AO PLANO 
DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA DO TRABALHO. INAPLICABILIDADE DO TEMA 190 
DA REPERCUSSÃO GERAL. PRECEDENTES. 
MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. 
CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE 
REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA 
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO. 
(RE 1265564 RG, Relator(a): MINISTRO PRESIDENTE, 
Tribunal Pleno, julgado em 02/09/2021, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-182 DIVULG 13-09-2021 PUBLIC 14-09-
2021) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 994 da Repercussão Geral 
17 
 
 
QUESTÃO Controvérsia relativa à competência para processar e julgar 
demandas nas quais se discutem o recolhimento e o repasse 
de contribuição sindical de servidores públicos regidos pelo 
regime estatutário, questão não abrangida pela ADI n. 3.395. 
 
TESE 
 
Compete à Justiça comum processar e julgar demandas em que 
se discute o recolhimento e o repasse de contribuição sindical 
de servidores públicos regidos pelo regime estatutário. 
EMENTA 
RESUMIDA 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO REPRESENTATIVO DA 
CONTROVÉRSIA. TEMA 994. DIREITO DO TRABALHO. 
DIREITO ADMINISTRATIVO. DISCUSSÃO SOBRE 
COMPETÊNCIA. 1. Controvérsia relativa à competência para 
processar e julgar demandas nas quais se discutem o 
recolhimento e o repasse de contribuição sindical de servidores 
públicos regidos pelo regime estatutário, questão não abrangida 
pela ADI n. 3.395. 2. Competência da Justiça comum para 
apreciar causas que sejam instauradas entre o Poder Público e 
os servidores a ele vinculados por típica relação de ordem 
estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 3. Fixação da 
tese: Compete à Justiça comum processar e julgar demandas 
em que se discute o recolhimento e o repasse de contribuição 
sindical de servidores públicos regidos pelo regime estatutário. 
Recurso extraordinário provido. 
(RE 1089282, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, 
julgado em 07/12/2020, PROCESSO ELETRÔNICO 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-021 DIVULG 03-02-
2021 PUBLIC 04-02-2021) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 606 da Repercussão Geral 
18 
 
 
QUESTÃO a) reintegração de empregados públicos dispensados em face 
da concessão de aposentadoria espontânea e consequente 
possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos; b) 
competência para processar e julgar a ação em que se discute 
a reintegração de empregados públicos dispensados em face 
da concessão de aposentadoria espontânea e consequente 
possibilidade de acumulação de proventos com vencimentos. 
 
TESE 
 
A natureza do ato de demissão de empregado público é 
constitucional-administrativa e não trabalhista, o que atrai a 
competência da Justiça comum para julgar a questão. A 
concessão de aposentadoria aos empregados públicos 
inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 
14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo 
Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em 
vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que 
dispõe seu art. 6º. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) 1. Trata-se, in casu, de empregado público da Empresa de 
Correios e Telégrafos (ECT) que impetrou mandado de 
segurança em face de ato mediante o qual o Secretário 
Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais 
e do Presidente da ECT determinou o desligamento dos 
empregados aposentados que se mantinham na ativa, nos 
termos da MP nº 1523/1996. 2. Compete à Justiça Federal 
processar e julgar ação cujo objeto seja a reintegração de 
empregados públicos dispensados em virtude de aposentadoria 
espontânea, bem como a cumulatividade de proventos com 
vencimentos, o que difere, em essência, da discussão acerca 
da relação de trabalho entre os empregados e a empresa 
pública, afastando-se a competência da Justiça do Trabalho. 3. 
Segundo o disposto no art. 37, § 14, da CF (incluído pela EC nº 
103, de 2019), a aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, 
emprego ou função pública cujo tempo de contribuição houver 
19 
 
 
embasado a passagem do servidor/empregado público para a 
inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral de 
Previdência Social. 4. A mencionada EC nº 103/19, contudo, em 
seu art. 6º, excluiu da incidência da regra insculpida no § 14 do 
art. 37 da Constituição Federal as aposentadorias concedidas 
pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de sua 
entrada em vigor, sendo essa a hipótese versada nos autos. 5. 
Foi fixada a seguinte tese de repercussão geral: “A natureza do 
ato de demissão de empregado público é constitucional-
administrativa e não trabalhista, o que atrai a competência da 
Justiça comum para julgar a questão. A concessão de 
aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a 
permanência no emprego, nos termos do art. 37, § 14, da 
CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime 
Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da 
Emenda Constitucional nº 103/19, nos termos do que dispõe 
seu art. 6º.” 6. Recursos extraordinários não providos. 
(RE 655283, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, 
julgado em 15/03/2021, PROCESSO ELETRÔNICO 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-078 DIVULG 26-04-
2021 PUBLIC 27-04-2021 REPUBLICAÇÃO: DJe-238 DIVULG 
01-12-2021 PUBLIC 02-12-2021) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 944 da Repercussão Geral 
QUESTÃO Alcance da imunidade de jurisdição de Estado estrangeiro em 
relação a ato de império ofensivo ao direito internacional da 
pessoa humana. 
 
20 
 
 
TESE 
 
Os atos ilícitos praticados por Estados estrangeiros em violação 
a direitos humanos não gozam de imunidade de jurisdição. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) 1. Controvérsia inédita no âmbito desta Suprema Corte, 
estando em questão a derrotabilidade de regra imunizante de 
jurisdição em relação a atos de império praticados por Estado 
soberano, por conta de graves delitos ocorridos em confronto à 
proteção internacional da pessoa natural , nos termos do art. 4º, 
II e V, do Texto Constitucional. 2. A imunidade de jurisdição do 
Estado estrangeiro no direito brasileiro é regida pelo direito 
costumeiro. A jurisprudência do STF reconhece a divisão em 
atos de gestão e atos de império, sendo os primeiros passíveis 
de cognoscibilidade pelo Poder Judiciário e, mantida, sempre, 
a imunidade executória, à luz da Convenção de Viena sobre as 
Relações Diplomáticas (Dec. 56.435/1965). Precedentes. 3. O 
artigo 6, “b”, do Estatuto do Tribunal Militar Internacional de 
Nuremberg, reconhece como “crimes de guerra” as violações 
das leis e costumes de guerra, entre as quais, o assassinato de 
civis, inclusive aqueles em alto-mar. Violação ao direito humano 
à vida, incluído no artigo 6, do Pacto sobre Direitos Civis e 
Políticos. Assim, os atos praticados em períodos de guerra 
contra civis em território nacional, ainda que sejam atos de 
império, são ilícitos e ilegítimos. 4. O caráter absoluto da regra 
de imunidade da jurisdição estatal é questão persistente na 
ordem do dia do direito internacional, havendo notícias de 
diplomas no direito comparado e de cortes nacionais que 
afastaram ou mitigaram a imunidade em casos de atos militares 
ilícitos. 5. A Corte Internacional de Justiça, por sua vez, no 
julgamento do caso das imunidades jurisdicionais do Estado 
(Alemanha Vs. Itália), manteve a doutrina clássica, reafirmando 
sua natureza absoluta quando setrata de atos jure imperii. 
Decisão, no entanto, sem eficácia erga omnes e vinculante, 
conforme dispõe o artigo 59, do Estatuto da própria Corte, e 
distinta por assentar-se na reparação global. 6. Nos casos em 
21 
 
 
que há violação à direitos humanos, ao negar às vítimas e seus 
familiares a possibilidade de responsabilização do agressor, a 
imunidade estatal obsta o acesso à justiça, direito com guarida 
no art. 5º, XXXV, da CRFB; nos arts. 8 e 10, da Declaração 
Universal; e no art. 1, do Pacto sobre Direitos Civis e Políticos. 
7. Diante da prescrição constitucional que confere prevalência 
aos direitos humanos como princípio que rege o Estado 
brasileiro nas suas relações internacionais (art. 4º, II), devem 
prevalecer os direitos humanos - à vida, à verdade e ao acesso 
à justiça -, afastada a imunidade de jurisdição no caso. 8. 
Possibilidade de relativização da imunidade de jurisdição estatal 
em caso de atos ilícitos praticados no território do foro em 
violação à direitos humanos. 9. Fixação de tese jurídica ao 
Tema 944 da sistemática da repercussão geral: “Os atos ilícitos 
praticados por Estados estrangeiros em violação a direitos 
humanos não gozam de imunidade de jurisdição.” 10. Recurso 
extraordinário com agravo a que se dá provimento. 
(ARE 954858, Relator(a): EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, 
julgado em 23/08/2021, PROCESSO ELETRÔNICO 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-191 DIVULG 23-09-
2021 PUBLIC 24-09-2021) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 550 da Repercussão Geral 
QUESTÃO Competência para processar e julgar controvérsia a envolver 
relação jurídica entre representante e representada comerciais. 
 
TESE 
 
Preenchidos os requisitos dispostos na Lei 4.886/65, compete 
à Justiça Comum o julgamento de processos envolvendo 
22 
 
 
relação jurídica entre representante e representada comerciais, 
uma vez que não há relação de trabalho entre as partes. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) 1. Recurso Extraordinário interposto contra decisão 
proferida pelo Tribunal Superior do Trabalho, em que se alega 
afronta ao art. 114, incisos I e IX, da Constituição Federal, com 
redação dada pela EC 45/2004. Na origem, cuida-se de ação 
de cobrança de comissões sobre vendas decorrentes de 
contrato de representação comercial autônoma, ajuizada pelo 
representante, pessoa física, em face do representado. 2. As 
atividades de representação comercial autônoma configuram 
contrato típico de natureza comercial, disciplinado pela Lei nº 
4.886/65, a qual prevê (i) o exercício da representação por 
pessoa jurídica ou pessoa física, sem relação de emprego, que 
desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou 
mais pessoas, a mediação para a realização de negócios 
mercantis e (ii) a competência da Justiça comum para o 
julgamento das controvérsias que surgirem entre representante 
e representado. 3. Na atividade de representação comercial 
autônoma, inexiste entre as partes vínculo de emprego ou 
relação de trabalho, mas relação comercial regida por 
legislação especial (Lei n° 4.886/65). Por conseguinte, a 
situação não foi afetada pelas alterações introduzidas pela EC 
n° 45/2004, que versa sobre hipótese distinta ao tratar da 
relação de trabalho no art. 114 da Constituição. 4. A proteção 
constitucional ao trabalho não impõe que toda e qualquer 
relação entre o contratante de um serviço e o seu prestador seja 
protegida por meio da relação de trabalho (CF/1988, art. 7º). 
Precedentes. 5. Ademais, os autos tratam de pedido de 
pagamento de comissões atrasadas. O pedido e a causa de 
pedir não têm natureza trabalhista, a reforçar a competência do 
Juízo Comum para o julgamento da demanda. 6. Recurso 
extraordinário a que se dá provimento, para assentar a 
competência da Justiça comum, com a fixação da seguinte tese: 
23 
 
 
“Preenchidos os requisitos dispostos na Lei 4.886/65, compete 
à Justiça Comum o julgamento de processos envolvendo 
relação jurídica entre representante e representada comerciais, 
uma vez que não há relação de trabalho entre as partes”. 
(RE 606003, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ 
Acórdão: ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 
28/09/2020, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO 
GERAL - MÉRITO DJe-248 DIVULG 13-10-2020 PUBLIC 14-
10-2020) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 1154 da Repercussão Geral 
QUESTÃO Competência da Justiça Federal para processar e julgar causas 
que versem sobre a expedição de diplomas de instituições de 
ensino superior privadas. 
 
TESE 
 
Compete à Justiça Federal processar e julgar feitos em que se 
discuta controvérsia relativa à expedição de diploma de 
conclusão de curso superior realizado em instituição privada de 
ensino que integre o Sistema Federal de Ensino, mesmo que a 
pretensão se limite ao pagamento de indenização. 
EMENTA 
RESUMIDA 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPRESENTATIVO DA 
CONTROVÉRSIA. CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. 
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR. SISTEMA FEDERAL 
DE ENSINO. CONTROVÉRSIA RELATIVA À EXPEDIÇÃO DE 
DIPLOMA DE CONCLUSÃO DE CURSO SUPERIOR. 
INTERESSE DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
FEDERAL. ARTIGO 109, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
PRECEDENTES. ACÓRDÃO RECORRIDO DIVERGE DA 
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
24 
 
 
MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. 
CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE 
REPERCUSSÃO GERAL. REAFIRMAÇÃO DA 
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 
(RE 1304964 RG, Relator(a): MINISTRO PRESIDENTE, 
Tribunal Pleno, julgado em 24/06/2021, PROCESSO 
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-166 
DIVULG 19-08-2021 PUBLIC 20-08-2021) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
1. Súmula 570 do STJ: Compete à Justiça Federal o processo 
e julgamento de demanda em que se discute a ausência de ou 
o obstáculo ao credenciamento de instituição particular de 
ensino superior no Ministério da Educação como condição de 
expedição de diploma de ensino a distância aos estudantes. 
(Súmula 570, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/04/2016, DJe 
02/05/2016) 
 
2. Tese firmada pelo STJ no julgamento do Tema Repetitivo 
584: Em se tratando de demanda em que se discute a 
ausência/obstáculo de credenciamento da instituição de ensino 
superior pelo Ministério da Educação como condição de 
expedição de diploma aos estudantes, é inegável a presença de 
interesse jurídico da União, razão pela qual deve a competência 
ser atribuída à Justiça Federal, nos termos do art. 109, I, da 
Constituição Federal de 1988. 
(REsp 1344771 PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/04/2013, 
REPDJe 29/08/2013, DJe 02/08/2013) 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 820 da Repercussão Geral 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27RESP%27.clas.+e+@num=%271344771%27)+ou+(%27REsp%27+adj+%271344771%27.suce.))&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
25 
 
 
QUESTÃO a) Competência para processar e julgar conflitos entre juizado 
especial federal e juízo estadual no exercício da competência 
federal delegada; b) Pressuposto fático para a incidência do art. 
109, § 3º, da Lei Maior: a inexistência de juízo federal no 
município ou a inexistência de juízo federal na comarca onde 
reside o segurado ou beneficiário do INSS. 
 
TESE 
 
A competência prevista no §3º do artigo 109 da Constituição 
Federal, da Justiça comum, pressupõe inexistência de Vara 
Federal na Comarca do domicílio do segurado. 
EMENTA 
RESUMIDA 
COMPETÊNCIA – AÇÃO PREVIDENCIÁRIA – JUSTIÇA 
FEDERAL E JUSTIÇA COMUM. A competência da Justiça 
comum pressupõe inexistência, na comarca do domicílio do 
segurado ou beneficiário da previdência, de Vara Federal, 
sendo neutro o fator residência considerado certo distrito. 
(RE 860508, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, 
julgado em 08/03/2021, PROCESSO ELETRÔNICO 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-055 DIVULG 22-03-
2021 PUBLIC 23-03-2021) 
CONEXÕESE 
COMENTÁRIOS 
1. Sobre a competência delegada federal, especialmente após 
a Emenda Constitucional 103/19, confira o IAC 6 (STJ). 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 1092 da Repercussão Geral 
QUESTÃO Competência para processar e julgar demandas sobre 
complementação de aposentadoria instituída por lei, cuja 
responsabilidade pelo pagamento recaia diretamente sobre a 
Administração Pública direta ou indireta. 
 
TESE 
 
Compete à Justiça comum processar e julgar causas sobre 
complementação de aposentadoria instituída por lei cujo 
pagamento seja, originariamente ou por sucessão, da 
26 
 
 
responsabilidade da Administração Pública direta ou indireta, 
por derivar essa responsabilidade de relação jurídico-
administrativa. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) Complementação de aposentadoria. Instituição por lei. 
Vínculo decorrente de regime de direito público. Modulação dos 
efeitos do julgamento para manter, na Justiça do Trabalho, até 
o trânsito em julgado e o final execução, todos os processos 
dessa espécie em que já houver sido proferida sentença de 
mérito até a data da publicação do acórdão do julgamento do 
recurso no Plenário Virtual da Repercussão Geral do Supremo 
Tribunal Federal (19/6/20). Embargos acolhidos, com 
modulação dos efeitos do acórdão embargado. 1. A 
competência para o processamento de ações em que se busca 
a complementação de aposentadoria instituída por lei é da 
Justiça comum, porque ela é decorrente de relação de direito 
público. 2. Modulação dos efeitos da decisão em que se 
reconheceu a competência da Justiça do Trabalho para 
processar e julgar, até o trânsito em julgado e a correspondente 
execução, todas as causas da espécie nas quais houver sido 
proferida sentença de mérito até a data da publicação do 
acórdão do julgamento do recurso no Plenário Virtual da 
Repercussão Geral do Supremo Tribunal Federal (19/6/20). 3. 
Embargos de declaração acolhidos, com modulação dos efeitos 
do acórdão embargado. 
(RE 1265549 RG-ED, Relator(a): DIAS TOFFOLI (Presidente), 
Tribunal Pleno, julgado em 16/09/2020, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-280 DIVULG 25-11-2020 PUBLIC 26-11-
2020) 
 
(...) Justiça comum estadual e Federal. Complementação de 
aposentadoria. Instituição por lei. Vínculo decorrente de regime 
de direito público. Existência de repercussão geral. 
Reafirmação da jurisprudência da Corte sobre o tema. Recurso 
27 
 
 
extraordinário provido a fim de reconhecer a competência da 
Justiça comum estadual para processar e julgar a ação 
proposta pela parte ora recorrida. Tese de repercussão geral: 
Compete à Justiça comum processar e julgar causas sobre 
complementação de aposentadoria instituída por lei cujo 
pagamento seja, originariamente ou por sucessão, da 
responsabilidade da Administração Pública direta ou indireta, 
por derivar essa responsabilidade de relação jurídico-
administrativa. 
(RE 1265549 RG, Relator(a): MINISTRO PRESIDENTE, 
Tribunal Pleno, julgado em 04/06/2020, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-154 DIVULG 18-06-2020 PUBLIC 19-06-
2020) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
1. Atenção para a modulação de efeitos nos embargos de 
declaração (ementa transcrita acima). 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 992 da Repercussão Geral 
QUESTÃO Discussão quanto à competência para processar e julgar 
controvérsias nas quais se pleiteiam questões afetas à fase pré-
contratual de seleção e de admissão de pessoal e eventual 
nulidade do certame, em face de pessoa jurídica de direito 
privado. 
 
TESE 
 
Compete à Justiça Comum processar e julgar controvérsias 
relacionadas à fase pré-contratual de seleção e de admissão de 
pessoal e eventual nulidade do certame em face da 
Administração Pública, direta e indireta, nas hipóteses em que 
adotado o regime celetista de contratação de pessoas, salvo 
quando a sentença de mérito tiver sido proferida antes de 6 de 
junho de 2018, situação em que, até o trânsito em julgado e a 
28 
 
 
sua execução, a competência continuará a ser da Justiça do 
Trabalho. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) 1. Inexistência de relação de trabalho na chamada fase pré-
contratual a atrair a competência da Justiça do Trabalho. 2. 
Prevalência do caráter público. Concurso público como ato de 
natureza administrativa. 3. Fixação da tese: Compete à Justiça 
comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase 
pré-contratual de seleção e de admissão de pessoal e eventual 
nulidade do certame em face da Administração Pública, direta 
e indireta, nas hipóteses em que adotado o regime celetista de 
contratação de pessoal. Recurso extraordinário não provido. 
(RE 960429, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, 
julgado em 05/03/2020, PROCESSO ELETRÔNICO 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-157 DIVULG 23-06-
2020 PUBLIC 24-06-2020) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 500 da Repercussão Geral 
QUESTÃO Dever do Estado de fornecer medicamento não registrado pela 
ANVISA. 
 
TESE 
 
1. O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos 
experimentais. 2. A ausência de registro na ANVISA impede, 
como regra geral, o fornecimento de medicamento por decisão 
judicial. 3. É possível, excepcionalmente, a concessão judicial 
de medicamento sem registro sanitário, em caso de mora 
irrazoável da ANVISA em apreciar o pedido (prazo superior ao 
previsto na Lei nº 13.411/2016), quando preenchidos três 
requisitos: (i) a existência de pedido de registro do medicamento 
no Brasil (salvo no caso de medicamentos órfãos para doenças 
29 
 
 
raras e ultrarraras);(ii) a existência de registro do medicamento 
em renomadas agências de regulação no exterior; e (iii) a 
inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil. 4. 
As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem 
registro na ANVISA deverão necessariamente ser propostas em 
face da União. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) 1. Como regra geral, o Estado não pode ser obrigado a 
fornecer medicamentos não registrados na Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA) por decisão judicial. O registro na 
Anvisa constitui proteção à saúde pública, atestando a eficácia, 
segurança e qualidade dos fármacos comercializados no país, 
além de garantir o devido controle de preços. 2. No caso de 
medicamentos experimentais, i.e., sem comprovação científica 
de eficácia e segurança, e ainda em fase de pesquisas e testes, 
não há nenhuma hipótese em que o Poder Judiciário possa 
obrigar o Estado a fornecê-los. Isso, é claro, não interfere com 
a dispensação desses fármacos no âmbito de programas de 
testes clínicos, acesso expandido ou de uso compassivo, 
sempre nos termos da regulamentação aplicável. 3. No caso de 
medicamentos com eficácia e segurança comprovadas e testes 
concluídos, mas ainda sem registro na ANVISA, o seu 
fornecimento por decisão judicial assume caráter 
absolutamente excepcional e somente poderá ocorrer em uma 
hipótese: a de mora irrazoável da Anvisa em apreciar o pedido 
(prazo superior ao previsto na Lei nº 13.411/2016). Ainda nesse 
caso, porém, será preciso que haja prova do preenchimento 
cumulativo de três requisitos. São eles: (i) a existência de 
pedido de registro do medicamento no Brasil (salvo no caso de 
medicamentos órfãos para doenças raras e ultrarraras); (ii) a 
existência de registro do medicamento pleiteado em renomadas 
agências de regulação no exterior (e.g., EUA, União Europeia e 
Japão); e (iii) a inexistência de substituto terapêutico registrado 
na ANVISA. Ademais, tendo em vista que o pressuposto básico 
30 
 
 
da obrigação estatal é a mora da agência, as ações que 
demandem fornecimento de medicamentos sem registro na 
ANVISA deverão necessariamente ser propostas em face da 
União. 4. Provimento parcial do recurso extraordinário, apenas 
para a afirmação, em repercussão geral, da seguinte tese: “1. O 
Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos 
experimentais. 2. A ausência de registro na ANVISA impede, 
como regrageral, o fornecimento de medicamento por decisão 
judicial. 3. É possível, excepcionalmente, a concessão judicial 
de medicamento sem registro sanitário, em caso de mora 
irrazoável da ANVISA em apreciar o pedido de registro (prazo 
superior ao previsto na Lei nº 13.411/2016), quando 
preenchidos três requisitos: (i) a existência de pedido de registro 
do medicamento no Brasil (salvo no caso de medicamentos 
órfãos para doenças raras e ultrarraras); (ii) a existência de 
registro do medicamento em renomadas agências de regulação 
no exterior; e (iii) a inexistência de substituto terapêutico com 
registro no Brasil. 4. As ações que demandem fornecimento de 
medicamentos sem registro na Anvisa deverão 
necessariamente ser propostas em face da União”. 
(RE 657718, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ 
Acórdão: ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 
22/05/2019, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO 
GERAL - MÉRITO DJe-267 DIVULG 06-11-2020 PUBLIC 09-
11-2020) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
1. Atenção para a parte final da tese (item 4), pois implica a 
competência da Justiça Federal. 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 149 da Repercussão Geral 
QUESTÃO Competência para processar e julgar causa que envolve 
contribuição previdenciária instituída pelo Estado membro 
31 
 
 
incidente sobre complementação de proventos e de pensões 
por ele paga. 
 
TESE 
 
Compete à Justiça comum o julgamento de conflito de 
interesses a envolver a incidência de contribuição 
previdenciária, considerada a complementação de proventos. 
EMENTA 
RESUMIDA 
COMPETÊNCIA – COMPLEMENTAÇÃO DE 
APOSENTADORIA – INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO 
SOCIAL. Compete à Justiça comum o julgamento de conflito a 
envolver a incidência de contribuição previdenciária sobre 
complementação de proventos de aposentadoria. 
(RE 594435, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, 
julgado em 24/05/2018, PROCESSO ELETRÔNICO 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-181 DIVULG 31-08-
2018 PUBLIC 03-09-2018) 
 
CONSTITUCIONAL E PROCESSO CIVIL. MODULAÇÃO DE 
EFEITOS EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. VIABILIDADE. 
DEMONSTRAÇÃO DE SITUAÇÃO DE EXCEPCIONALIDADE. 
MODULAÇÃO DOS EFEITOS DO ACÓRDÃO PARA MANTER, 
NA JUSTIÇA DO TRABALHO, ATÉ FINAL EXECUÇÃO, 
TODOS OS PROCESSOS DESTA MATÉRIA EM QUE JÁ 
TENHA SIDO PROFERIDA SENTENÇA DE MÉRITO, ATÉ O 
DIA DA CONCLUSÃO DO JULGAMENTO DO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO (24/5/2018). 1. O § 3º do art. 927 do 
Código de Processo Civil de 2015 preconiza que, “na hipótese 
de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal 
Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de 
julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos 
efeitos da alteração no interesse social e no da segurança 
jurídica”. 2. Tendo em vista a duradoura jurisprudência do 
Tribunal Superior do Trabalho em sentido oposto ao decidido 
pelo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL neste precedente, 
32 
 
 
surge, inevitavelmente, o interesse em resguardar os atos 
praticados ao longo de vários anos, enquanto perdurou a 
indefinição acerca do Juízo competente para dirimir a 
controvérsia. 3. Precedente: RE 586.453, Rel. Min. ELLEN 
GRACIE, Rel. p/ Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, 
DJe de 6/6/2013, Tema 190 da Repercussão Geral. 4. 
Embargos de Declaração acolhidos para efeitos de modulação. 
(RE 594435 ED, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ 
Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado 
em 21/08/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-205 DIVULG 
20-09-2019 PUBLIC 23-09-2019) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
1. Atenção para a modulação de efeitos decidida nos embargos 
de declaração (ementa transcrita acima). 
O STF, por maioria, decidiu manter, na Justiça do Trabalho, até 
final execução, todos os processos desta matéria em que já 
tenha sido proferida sentença de mérito, até o dia da conclusão 
do julgamento do recurso extraordinário (24/5/2018). 
 
2. Correlato ao Tema 190 da Repercussão Geral (STF), que 
trata da Competência para processar e julgar causas que 
envolvam complementação de aposentadoria por entidades de 
previdência privada. Nesse tema, foi fixada a seguinte tese: 
Compete à Justiça comum o processamento de demandas 
ajuizadas contra entidades privadas de previdência com o 
propósito de obter complementação de aposentadoria, 
mantendo-se na Justiça Federal do Trabalho, até o trânsito em 
julgado e correspondente execução, todas as causas dessa 
espécie em que houver sido proferida sentença de mérito até 
20/2/2013. 
(RE 586453, Relator(a): ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ 
Acórdão: DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 
20/02/2013, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-106 
33 
 
 
DIVULG 05-06-2013 PUBLIC 06-06-2013 EMENT VOL-02693-
01 PP-00001) 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 947 da Repercussão Geral 
QUESTÃO Imunidade de jurisdição dos organismos internacionais 
garantida por tratado firmado pelo Brasil. 
 
TESE 
 
O organismo internacional que tenha garantida a imunidade de 
jurisdição em tratado firmado pelo Brasil e internalizado na 
ordem jurídica brasileira não pode ser demandado em juízo, 
salvo em caso de renúncia expressa a essa imunidade. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ORGANISMO 
INTERNACIONAL. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 
ONU. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O 
DESENVOLVIMENTO PNUD. CONVENÇÃO SOBRE 
PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DAS NAÇÕES UNIDAS 
DECRETO 27.784/1950. CONVENÇÃO SOBRE PRIVILÉGIOS 
E IMUNIDADES DAS AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS DAS 
NAÇÕES UNIDAS DECRETO 52.288/1963. ACORDO BÁSICO 
DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA COM AS NAÇÕES UNIDAS E 
SUAS AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS DECRETO 59.308/1966. 
IMPOSSIBILIDADE DE O ORGANISMO INTERNACIONAL VIR 
A SER DEMANDADO EM JUÍZO, SALVO EM CASO DE 
RENÚNCIA EXPRESSA À IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. 
ENTENDIMENTO CONSOLIDADO EM PRECEDENTES DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. CONTROVÉRSIA 
CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. 
REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
PROVIDO. 
34 
 
 
(RE 1034840 RG, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado 
em 05/06/2017, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO 
GERAL - MÉRITO DJe-143 DIVULG 29-06-2017 PUBLIC 30-
06-2017) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 544 da Repercussão Geral 
QUESTÃO Competência para julgamento de abusividade de greve de 
servidores públicos celetistas. 
 
TESE 
 
A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar 
a abusividade de greve de servidores públicos celetistas da 
Administração pública direta, autarquias e fundações públicas. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) 1. É competência da justiça comum, federal ou estadual, 
conforme o caso, o julgamento de dissídio de greve promovida 
por servidores públicos, na linha do precedente firmado no MI 
670 (Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, Rel. p/ acórdão Min. 
GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, DJe de 30/10/2008). 2. As 
Guardas Municipais executam atividade de segurança pública 
(art. 144, § 8º, da CF), essencial ao atendimento de 
necessidades inadiáveis da comunidade (art. 9º, § 1º, CF), pelo 
que se submetem às restrições firmadas pelo Supremo Tribunal 
Federal no julgamento do ARE 654.432 (Rel. Min. EDSON 
FACHIN, redator para acórdão Min. ALEXANDRE DE 
MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 5/4/2017). 3. A 
essencialidade das atividades desempenhadas pelos 
servidores públicos conduz à aplicação da regra de 
competência firmada pelo Supremo Tribunal Federal no MI 670, 
mesmo em se tratando de servidores contratados pelo Estado 
sob o regime celetista. 4. Negado provimento ao recurso 
35 
 
 
extraordinário e fixada a seguinte tese de repercussão geral: “A 
Justiça Comum Federal ou Estadual é competente para julgar a 
abusividade de greve de servidores públicos celetistas da 
administração direta, autarquias e fundações de direito público”. 
(RE 846854, Relator(a): LUIZ FUX, Relator(a) p/ Acórdão: 
ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 
01/08/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICOREPERCUSSÃO 
GERAL - MÉRITO DJe-022 DIVULG 06-02-2018 PUBLIC 07-
02-2018) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STJ 
TEMA IAC 6 
QUESTÃO Efeitos da Lei nº 13.876/2019 na modificação de competência 
para o processamento e julgamento dos processos que 
tramitam na Justiça Estadual no exercício da competência 
federal delegada. 
TESE 
 
Os efeitos da Lei nº 13.876/2019 na modificação de 
competência para o processamento e julgamento dos 
processos que tramitam na Justiça Estadual no exercício da 
competência federal delegada insculpido no art, 109, § 3º, da 
Constituição Federal, após as alterações promovidas pela 
Emenda Constitucional 103, de 12 de novembro de 2019, 
aplicar-se-ão aos feitos ajuizados após 1º de janeiro de 2020. 
As ações, em fase de conhecimento ou de execução, ajuizadas 
anteriormente a essa data, continuarão a ser processadas e 
julgadas no juízo estadual, nos termos em que previsto pelo § 
3º do art. 109 da Constituição Federal, pelo inciso III do art. 15 
da Lei n. 5.010, de 30 de maio de 1965, em sua redação original. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) 1- Trata-se de incidente de assunção de competência, 
instaurado com fulcro nos arts. 947, § 2º, do CPC/2015 e 271-
36 
 
 
B do RISTJ, que visa examinar o campo de vigência das 
alterações promovidas pela Emenda Constitucional 103/2019 e 
pela Lei nº 13.876/2019 no instituto da competência delegada 
previsto no § 3º do artigo 109 da Constituição Federal de 1988. 
2- O presente incidente foi proposto nos autos do conflito 
negativo de instaurado entre o Juízo Federal da 21ª Vara da 
Seção Judiciária do Estado do Rio Grande do Sul e o Juízo de 
Direito da 1ª Vara Cível de Guaíba/RS, em autos de ação 
previdenciária, ajuizada em 4/5/2018, por segurado em face do 
Instituto Nacional do Seguro Social, objetivando o 
restabelecimento de aposentadoria por invalidez com o 
adicional de grande invalidez. 
3- A controvérsia em questão está afeta ao instituto da 
competência delegada conferida, pelo texto constitucional, à 
Justiça Estadual para o julgamento de causas envolvendo o 
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, as quais, dada a 
natureza jurídica envolvida e os interesses tutelados na lide, 
deveriam ser julgadas pela Justiça Federal. 
4- É fato que os Juízes Estaduais, por determinação 
constitucional, recebem, excepcionalmente por delegação, e 
não por assunção, competência previdenciária de matéria 
federal. Tanto é assim que o art. 109, § 4º, da CF c/c 108, II da 
CF/88 traz clara previsão de que o recurso cabível contra 
decisão da Justiça Estadual será sempre encaminhado à 
jurisdição do Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do 
juiz de primeiro grau. Nesse sentido, CC 114.650/SP, Rel. 
Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, DJe 17/05/2011. 
5- Outra importante observação, extraída de abalizada corrente 
de processualistas capitaneado por Dinamarco, está no fato de 
a hipótese tratar-se foros concorrentes, sendo de exclusivo 
arbítrio do autor a propositura de ação no local de sua 
preferência e sem possibilidade de a escolha ser impugnada 
pelo adversário. 
37 
 
 
Consequências dessa asserção: 5.1 Sendo a Justiça Federal 
organizada em Seções e Subseções, o Juiz Federal com 
competência incidente sobre o domicílio da parte - ainda que 
não haja uma sede de Vara Federal - terá competência 
originária para julgamento da causa. E caso essa localidade não 
seja sede de Vara Federal, o Juiz Estadual terá competência 
delegada para julgamento da causa, não cabendo, pois, ao 
INSS se insurgir contra a opção feita pelo autor da ação. 
5.2 Haverá competência do Juízo Estadual somente quando 
não existir sede de Vara Federal na localidade em questão. 
Estar a comarca abrangida pela jurisdição de vara federal não 
é o mesmo que ser sede de vara federal. Sobre o ponto, nos 
autos do leading case CC 39.324/SP, Rel. Ministro Castro 
Meira, julgado em 24/09/2003, esta Corte firmou compreensão 
no sentido de que ulterior instalação de vara federal extingue a 
competência delegada. 
6- A questão de direito a ser dirimida restou assim delimitada: 
"Efeitos da Lei nº 13.876/2019 na modificação de competência 
para o processamento e julgamento dos processos que 
tramitam na Justiça Estadual no exercício da competência 
federal delegada". A propósito, cita-se a nova redação do 
dispositivo: " § 3º Lei poderá autorizar que as causas de 
competência da Justiça Federal em que forem parte instituição 
de previdência social e segurado possam ser processadas e 
julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do 
segurado não for sede de vara federal." 7- Tese da Associação 
Brasileira dos Advogados Previdenciários que na qualidade de 
amicus curiae, aponta a ocorrência de inconstitucionalidade à 
Lei nº 13.876/19 rejeitada. Conforme voto de Sua Excelência 
Ministra Maria Thereza de Assis Moura, proferido em 
procedimento administrativo no Conselho da Justiça Federal do 
SEI 0006509-2019.4.90.8000 e que deu origem à Resolução 
CJF 603/2019, enquanto tal argumento exige a ocorrência de 
38 
 
 
modificação de competência absoluta prevista em norma 
constitucional originária; a hipótese encerra apenas a 
delimitação de seu alcance, permanecendo, pois, hígida, a 
jurisdição da Justiça Federal. 
8- As alterações promovidas pela Lei nº 13.876/19 são 
aplicáveis aos processos ajuizados após a vacatio legis 
estabelecida pelo art. 5º, I. Os feitos em andamento, estejam 
eles ou não em fase de execução, até essa data, continuam sob 
a jurisdição em que estão, não havendo falar, pois, em 
perpetuação da jurisdição. Em consequência, permanecem 
hígidos os seguinte entendimentos jurisprudenciais em vigor: i) 
quando juiz estadual e juiz federal entram em conflito, a 
competência para apreciar o incidente é do Superior Tribunal de 
Justiça (CF, art. 105, I, d, in fine); ii) se o conflito se estabelece 
entre juiz estadual no exercício da jurisdição federal delegada e 
juiz federal, competente será o Tribunal Regional Federal. 
9- Nos termos da Resolução 603/2019, CJF: i) definição de 
quais Comarcas da Justiça Estadual se enquadram no critério 
de distância retro referido caberá ao respectivo TRF (ex vi do 
art. 3º da Lei nº 13.876/2019), através de normativa própri; ii) 
por questão de organização judiciária, a delegação deve 
considerar as áreas territoriais dos respectivos TRFs. 
Consequentemente, à luz do art. 109, § 2º, da CF, o 
jurisdicionado não pode ajuizar ação na Justiça Federal de outro 
Estado não abrangido pela competência territorial do TRF com 
competência sobre seu domicílio. Ainda que haja vara federal 
em até 70km dali (porém na área de outro TRF), "iii) observadas 
as regras estabelecidas pela Lei n. 13.876, de 20 de setembro 
de 2019, bem como por esta Resolução, os Tribunais Regionais 
Federais farão publicar, até o dia 15 de dezembro de 2019, lista 
das comarcas com competência federal delegada." e iv)"As 
ações, em fase de conhecimento ou de execução, ajuizadas 
anteriormente a 1º de janeiro de 2020, continuarão a ser 
39 
 
 
processadas e julgadas no juízo estadual." 10- Tese a ser fixada 
no incidente de assunção de competência: "Os efeitos da Lei nº 
13.876/2019 na modificação de competência para o 
processamento e julgamento dos processos que tramitam na 
Justiça Estadual no exercício da competência federal delegada 
insculpido no art, 109, § 3º, da Constituição Federal, após as 
alterações promovidas pela Emenda Constitucional 103, de 12 
de novembro de 2019, aplicar-se-ão aos feitos ajuizados após 
1º de janeiro de 2020. 
As ações, em fase de conhecimento ou de execução, ajuizadas 
anteriormente a essa data, continuarão a ser processadas e 
julgadas no juízo estadual, nos termos em que previsto pelo § 
3º do art. 109 da Constituição Federal, pelo inciso III do art. 15 
da Lei n. 5.010, de 30 de maio de 1965, em sua redação 
original." 11- Dispositivo:Como a ação fora ajuizada em 
4/5/2018 deve ser reconhecida a competência do Juízo de 
Direito da 1ª Vara Cível de Guaíba - RS, o suscitado, para 
processar e julgar a ação. 
(IAC no CC 170.051/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 21/10/2021, DJe 
04/11/2021) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
1. Sobre a competência delegada federal, confira também o 
Tema 820 da Repercussão Geral (STF), ressaltando que o 
acórdão foi proferido com base na redação anterior à Emenda 
Constitucional 103/19. 
 
 
TRIBUNAL STJ 
TEMA Repetitivo 1030 
QUESTÃO Possibilidade, ou não, à luz do art. 3º da Lei n. 10.259/2001, de 
a parte renunciar ao valor excedente a sessenta salários 
mínimos, aí incluídas prestações vincendas, para poder 
demandar no âmbito dos juizados especiais federais. 
40 
 
 
TESE 
 
Ao autor que deseje litigar no âmbito de Juizado Especial 
Federal Cível, é lícito renunciar, de modo expresso e para fins 
de atribuição de valor à causa, ao montante que exceda os 60 
(sessenta) salários mínimos previstos no art. 3º, caput, da Lei 
10.259/2001, aí incluídas, sendo o caso, até doze prestações 
vincendas, nos termos do art. 3º, § 2º, da referida lei, c/c o art. 
292, §§ 1º e 2º, do CPC/2015. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) 5. "Na hipótese de o pedido englobar prestações vencidas 
e vincendas, há neste Superior Tribunal entendimento segundo 
o qual incide a regra do art. 260 do Código de Processo Civil, 
que interpretado conjuntamente com o mencionado art. 3º, § 2º, 
da Lei 10.259/2001, estabelece a soma da prestações vencidas 
mais doze parcelas vincendas, para a fixação do conteúdo 
econômico da demanda e, consequentemente, a determinação 
da competência do juizado especial federal" (CC 91.470/SP, 
Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA 
SEÇÃO, julgado em 13/8/2008, DJe 26/8/2008). 
6. A jurisprudência desta Corte é pacífica quanto à natureza 
absoluta da competência atribuída aos Juizados Especiais 
Federais, a teor do art. 3º, § 3º, da Lei 10.259/2001, 
observando-se, para isso, o valor da causa. Nesse sentido: 
REsp 1.707.486/PB, Rel. Ministro OG FERNANDES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 3/4/2018, DJe 9/4/2018; AgInt 
no REsp 1.695.271/SP, Rel. Ministra REGINA HELENA 
COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 12/12/2017, DJe 
15/12/2017. 
7. Como também já deliberado pelo STJ, "Se o autor da ação 
renunciou expressamente o que excede a sessenta salários, 
competente o Juizado Especial Federal para o feito" (CC 
86.398/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/2/2008, DJ 22/2/2008, p. 
161). 
41 
 
 
8. Se o legislador, na fase de cumprimento da decisão, previu 
expressamente a possibilidade de renúncia ao crédito 
excedente para fins de o credor se esquivar do recebimento via 
precatório (art. 17, § 4º, da Lei 10.259/2001), não se 
compreende como razoável vedar-se ao interessado, no ato de 
ajuizamento da ação, a possibilidade de dispor de valores 
presumidamente seus, em prol de uma solução mais célere do 
litígio perante os Juizados Especiais Federais. 
9. Nesse contexto, não pode, respeitosamente, prevalecer 
entendimento contrário, tal como aquele cristalizado no 
Enunciado 17 (aprovado no II FONAJEF, em 2005), segundo o 
qual "Não cabe renúncia sobre parcelas vincendas para fins de 
fixação de competência nos Juizados Especiais Federais". 
10. Inexistem, em suma, amarras legais que impeçam o 
demandante de, assim lhe convindo, reivindicar pretensão 
financeira a menor, que lhe possibilite enquadrar-se na alçada 
estabelecida pelo art. 3º, caput, da Lei 10.259/2001. 
11. TESE REPETITIVA: "Ao autor que deseje litigar no âmbito 
de Juizado Especial Federal Cível, é lícito renunciar, de modo 
expresso e para fins de atribuição de valor à causa, ao montante 
que exceda os 60 (sessenta) salários mínimos previstos no art. 
3º, caput, da Lei 10.259/2001, aí incluídas, sendo o caso, as 
prestações vincendas". 
(...) (REsp 1807665/SC, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, 
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2020, DJe 26/11/2020) 
 
(...) 2. A pretensão da embargante não se dirige ao mérito do 
julgamento, cingindo-se à redação da tese, no intuito de que 
nela fique expresso que as prestações vincendas que podem 
ser objeto de renúncia são as compreendidas em uma 
anuidade, isto é, doze meses, com base na aplicação 
conjugada dos arts. 3º, § 2º, da Lei 10.259/2001 e 292 do 
CPC/2015. Tal entendimento não se caracteriza como tentativa 
42 
 
 
de inovação no julgamento, tendo sido expressamente acolhido 
no corpo do voto do relator, às e-STJ fls. 860-861. 
(...) 
10. Assim, a título de complementar o louvado voto do e. 
Relator, e colaborar com o aperfeiçoamento do julgamento, 
eliminando contradição interna entre o julgado e a tese firmada, 
entendo que os embargos de declaração devem ser acolhidos, 
propondo o acréscimo do trecho em negrito na tese, que segue 
assim redigida: "Ao autor que deseje litigar no âmbito de 
Juizado Especial Federal Cível, é lícito renunciar, de modo 
expresso e para fins de atribuição de valor à causa, ao montante 
que exceda os 60 (sessenta) salários mínimos previstos no art. 
3º, caput, da Lei 10.259/2001, aí incluídas, sendo o caso, até 
doze prestações vincendas, nos termos do art. 3º, § 2º, da 
referida lei, c/c o art. 292, §§ 1º e 2º, do CPC/2015.". 
11. Embargos de declaração acolhidos, sanando-se a 
contradição no acórdão embargado, nos termos acima 
expostos. 
(EDcl no REsp 1807665/SC, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, 
Rel. p/ Acórdão Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 12/05/2021, DJe 01/07/2021) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
TRIBUNAL STJ 
TEMA Repetitivo 1053 
QUESTÃO Saber se os Juizados Especiais da Fazenda Pública têm 
competência para o julgamento de ações previdenciárias 
decorrentes de acidente de trabalho em que o Instituto Nacional 
do Seguro Social figure como parte. 
TESE 
 
Os Juizados Especiais da Fazenda Pública não têm 
competência para o julgamento de ações decorrentes de 
43 
 
 
acidente de trabalho em que o Instituto Nacional do Seguro 
Social figure como parte. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) 7. O STJ já se pronunciou não sobre o tema dos autos, mas 
acerca de questão correlata, que decorreu da previsão feita no 
art. 109, § 3º, da Constituição de 1988. O preceito autoriza, na 
hipótese de ausência de vara federal no domicílio do segurado, 
a delegação legal para que a Justiça Estadual processe 
demandas de natureza previdenciária. Decidiu-se no STJ, em 
relevante precedente sobre o tema: "Em razão do próprio 
regramento constitucional e infraconstitucional, não há 
competência federal delegada no âmbito dos Juizados 
Especiais Estaduais, nem o Juízo Estadual, investido de 
competência federal delegada (artigo 109, parágrafo 3º, da 
Constituição Federal), pode aplicar, em matéria previdenciária, 
o rito de competência do Juizado Especial Federal, diante da 
vedação expressa contida no artigo 20 da Lei nº 10.259/2001." 
(REsp 661.482/PB, Relator p/Acórdão Ministro Hamilton 
Carvalhido, DJe 5.2.2009). 
8. O referido art. 20 da Lei 10.259/2001 - que veda a aplicação 
do procedimento dos Juizados Especiais Federais no juízo 
estadual que esteja no exercício de competência delegada (CF, 
art. 109, § 3º) - também proíbe, pelo diálogo entre as fontes, a 
aplicação do rito dos juizados no juízo estadual que processe 
demandas acidentárias (CF, art. 109, I). Com isso se equilibra 
o direito de acesso à Justiça com as normas relativas ao pacto 
federativo, tanto nas demandas contra o INSS em que se 
postula benefício previdenciário como nas que decorram de 
acidente de trabalho. 
9. A Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública (Lei 
12.153/2009) não conflita com esse entendimento, pois seu art. 
2º estabelece expressamente que compete a esses órgãos 
"processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos 
Estados, do DistritoFederal, dos Territórios e dos Municípios, 
44 
 
 
até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos." Do preceito se 
extrai que não estão incluídas nessa competência as causas de 
interesse da União e suas autarquias. 
10. Harmonicamente, o art. 5º, II, da mesma Lei define que 
podem ser réus no Juizado Especial da Fazenda Pública "os 
Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem 
como autarquias, fundações e empresas públicas a eles 
vinculadas." 
11. Nessa linha, antes da afetação do tema, diversas decisões 
monocráticas deram provimento a Recursos Especiais do INSS 
em casos idênticos ao destes autos para reformar decisões 
declinatórias do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso, 
sob o argumento de que "não há previsão para a Autarquia 
Federal ser parte em processo no Juizado Especial da Fazenda 
Pública." (REsp 1.861.311/MT, Rel. Min. Francisco Falcão, DJe 
20.3.2020). No mesmo sentido: REsp 1.859.885/MT, Rel. Min. 
Regina Helena Costa, DJe 13.3.2020; REsp 1.859.958/MT, Rel. 
Min. Sérgio Kukina, DJe 17.3.2020; REsp 1.860.105/MT, 
Relator Min. Og Fernandes, DJe 31.3.2020. DEFINIÇÃO DA 
TESE REPETITIVA 12. Fixa-se a seguinte tese repetitiva para 
o Tema 1.053/STJ: "Os Juizados Especiais da Fazenda Pública 
não têm competência para o julgamento de ações decorrentes 
de acidente de trabalho em que o Instituto Nacional do Seguro 
Social figure como parte." RESOLUÇÃO DO CASO 
CONCRETO 13. O Tribunal de Justiça do Estado do Mato 
Grosso declinou da competência para a Turma Recursal dos 
Juizados Especiais do Estado. 
(...) (REsp n. 1.859.931/MT, relator Ministro Herman Benjamin, 
Primeira Seção, julgado em 10/3/2021, DJe de 1/7/2021.) 
 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
45 
 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 505 da Repercussão Geral 
QUESTÃO Aplicação imediata EC nº 20/98 quanto à competência da 
Justiça do Trabalho para execução de contribuições 
previdenciárias decorrentes de sentenças anteriores à sua 
promulgação. 
 
TESE 
 
A Justiça do Trabalho é competente para executar, de ofício, as 
contribuições previstas no artigo 195, incisos I, alínea a, e II, da 
Carta da República, relativamente a títulos executivos judiciais 
por si formalizados em data anterior à promulgação da Emenda 
Constitucional nº 20/1998. 
EMENTA 
RESUMIDA 
COMPETÊNCIA – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – SENTENÇA 
TRABALHISTA. A Justiça do Trabalho é competente para 
executar, de ofício, as contribuições previstas no artigo 195, 
incisos I, alínea “a”, e II, da Carta da República, relativamente a 
títulos executivos judiciais por si formalizados em data anterior 
à promulgação da Emenda Constitucional nº 20/1998. 
(RE 595326, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, 
julgado em 24/08/2020, PROCESSO ELETRÔNICO 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-229 DIVULG 16-09-
2020 PUBLIC 17-09-2020) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
1. Súmula Vinculante 53: A competência da Justiça do Trabalho 
prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a 
execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas 
ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir 
e acordos por ela homologados. 
(Aprovada em sessão plenária de 18/06/2015). 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 859 da Repercussão Geral 
46 
 
 
QUESTÃO Competência para processar e julgar ações de insolvência civil 
nas quais haja interesse da União, entidade autárquica ou 
empresa pública federal. 
 
TESE 
FIRMADA 
A insolvência civil está entre as exceções da parte final do artigo 
109, I, da Constituição da República, para fins de definição da 
competência da Justiça Federal. 
EMENTA 
RESUMIDA 
(...) 1. A questão constitucional em debate, neste recurso 
extraordinário com repercussão geral reconhecida (Tema 859), 
é se a insolvência civil está, ou não, entre as exceções postas 
na parte final do artigo 109, I, da Constituição da República, 
para fins de definição da competência da Justiça Federal de 
primeira instância. 2. A falência, no contexto do rol de exceções 
à competência da Justiça Federal de primeira instância, 
significa tanto a insolvência da pessoa jurídica, quanto a 
insolvência da pessoa física, considerando que ambas 
envolvem, em suas respectivas essências, concurso de 
credores. 3. Assim sendo, diante do caso dos autos, fixa-se a 
seguinte tese: “A insolvência civil está entre as exceções da 
parte final do artigo 109, I, da Constituição da República, para 
fins de definição da competência da Justiça Federal.” 4. 
Recurso extraordinário a que se nega provimento. 
(RE 678162, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ 
Acórdão: EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 
29/03/2021, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO 
GERAL - MÉRITO DJe-091 DIVULG 12-05-2021 PUBLIC 13-
05-2021) 
CONEXÕES E 
COMENTÁRIOS 
1. O art. 45, I, do CPC, prevê a hipótese expressamente, 
inovando em relação ao CPC/73. 
 
 
TRIBUNAL STF 
TEMA 1011 da Repercussão Geral 
47 
 
 
QUESTÃO Controvérsia relativa à existência de interesse jurídico da Caixa 
Econômica Federal para ingressar como parte ou terceira 
interessada nas ações envolvendo seguros de mútuo 
habitacional no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação e, 
consequentemente, à competência da Justiça Federal para o 
processamento e o julgamento das ações dessa natureza. 
 
TESE 
 
1) Considerando que, a partir da MP 513/2010 (que originou a 
Lei 12.409/2011 e suas alterações posteriores, MP 633/2013 e 
Lei 13.000/2014), a CEF passou a ser administradora do FCVS, 
é aplicável o art. 1º da MP 513/2010 aos processos em trâmite 
na data de sua entrada em vigor (26.11.2010): 1.1.) sem 
sentença de mérito (na fase de conhecimento), devendo os 
autos ser remetidos à Justiça Federal para análise do 
preenchimento dos requisitos legais acerca do interesse da 
CEF ou da União, caso haja provocação nesse sentido de 
quaisquer das partes ou intervenientes e respeitado o § 4º do 
art. 1º-A da Lei 12.409/2011; e 1.2) com sentença de mérito (na 
fase de conhecimento), podendo a União e/ou a CEF intervir na 
causa na defesa do FCVS, de forma espontânea ou provocada, 
no estágio em que se encontre, em qualquer tempo e grau de 
jurisdição, nos termos do parágrafo único do art. 5º da Lei 
9.469/1997, devendo o feito continuar tramitando na Justiça 
Comum Estadual até o exaurimento do cumprimento de 
sentença; e 2) Após 26.11.2010, é da Justiça Federal a 
competência para o processamento e julgamento das causas 
em que se discute contrato de seguro vinculado à apólice 
pública, na qual a CEF atue em defesa do FCVS, devendo haver 
o deslocamento do feito para aquele ramo judiciário a partir do 
momento em que a referida empresa pública federal ou a União, 
de forma espontânea ou provocada, indique o interesse em 
intervir na causa, observado o § 4º do art. 64 do CPC e/ou o § 
4º do art. 1º-A da Lei 12.409/2011. 
48 
 
 
EMENTA 
RESUMIDA 
Recurso extraordinário. Repercussão geral. 2. Sistema 
Financeiro da Habitação (SFH). Contratos celebrados em que o 
instrumento estiver vinculado ao Fundo de Compensação de 
Variação Salarial (FCVS) – Apólices públicas, ramo 66. 3. 
Interesse jurídico da Caixa Econômica Federal (CEF) na 
condição de administradora do FCVS. 4. Competência para 
processar e julgar demandas desse jaez após a MP 513/2010: 
em caso de solicitação de participação da CEF (ou da União), 
por quaisquer das partes ou intervenientes, após oitiva daquela 
indicando seu interesse, o feito deve ser remetido para análise 
do foro competente: Justiça Federal (art. 45 c/c art. 64 do CPC), 
observado o § 4º do art. 1º-A da Lei 12.409/2011. 
Jurisprudência pacífica. 5. Questão intertemporal relativa aos 
processos em curso na entrada em vigor da MP 513/2010. 
Marco jurígeno. Sentença de mérito. Precedente. 6. 
Deslocamento para a Justiça Federal das demandas que não 
possuíam sentença de mérito prolatada na entrada em vigor da 
MP 513/2010 e desde que houvesse pedido

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