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Curso Apostila Educação financeira pessoal Banco de Brasília Governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha Secretário de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão André Clemente Lara de Oliveira Diretor-Executivo da Escola de Governo do Distrito Federal Alex Costa Almeida Escola de Governo do Distrito Federal Endereço: SGON Quadra 1 Área Especial 1 – Brasília/DF – CEP: 70.610-610 Telefones: (61) 3344-0074 / 3344-0063 www.egov.df.gov.br 1 ENDIVIDAMENTO Por que as pessoas se endividam? Diante da maior facilidade de acesso ao crédito, muitos consumidores não resistem e acabam optando pelo financiamento de suas compras, sem o menor planejamento para o bom uso dos recursos. Justamente por essa falta de controle do orçamento, as pessoas acabam se atolando em dívidas. A seguir, tentamos identificar dez razões pelas quais o problema ocorre: 1) Perda de renda sem ajuste nas despesas. Você já parou para pensar nisso? Quando o poder aquisitivo das pessoas aumenta, elas rapidamente tendem a aumentar seu padrão de gastos, ajustando-se à nova realidade de salário. Mas a contrapartida nem sempre é verdadeira, ou seja, o consumidor não ajusta seus gastos com a mesma rapidez diante de uma redução em sua renda! Acreditando que a situação seja temporária, muitas pessoas optam por equilibrar o orçamento por meio do levantamento de dívidas. Porém, o que deveria ser provisório, acaba tornando-se permanente, abrindo a porta para uma situação de desequilíbrio financeiro. 2) De repente, você está desempregado! A perda do emprego pode ser vista como uma das causas para a redução da renda, discutida anteriormente. O maior problema aqui é subestimar o tempo e os custos associados à recolocação profissional, que podem, inclusive, acabar elevando padrões de gastos temporariamente. Nessa hora, é importante não se abalar emocionalmente e agir rápido. Por mais que cortar gastos seja a última coisa que passe pela sua mente, ela deve ser, na verdade, a primeira providência a tomar. Não se esqueça de que muitas empresas evitam contratar pessoas com nome “sujo”. A razão para isso é simples: a preocupação com o gerenciamento financeiro das suas contas acaba prejudicando o desempenho do profissional. 3) Despesas médicas podem acabar com sua saúde. Não são poucos os casos de pessoas que acabam sofrendo problemas de saúde e, por isso, são forçadas a gastar com o tratamento ou a se ausentar do trabalho. Por este motivo, sobretudo no caso de profissionais liberais e autônomos, veem-se diante de dificuldades financeiras. Nesse caso, levantar um financiamento pode ser a única alternativa para fazer o tratamento de saúde ou para manter o pagamento das contas em dia e, assim, evitar a inadimplência. 4) Divórcio: separação de bens, mas não de gastos. Mesmo que você não esteja casado, basta que se encontre em uma relação estável, para que possa ser envolvido pela realidade da divisão de bens e até mesmo pelo pagamento de pensão ao ex-cônjuge ou companheiro. 2 De repente, a pessoa passa de uma situação em que podia contar com a outra para dividir os gastos, para a realidade de não só ter que arcar com eles sozinha, mas ainda ter de partilhar parte de seu rendimento ou patrimônio. Isso sem falar, é claro, dos custos associados ao processo em si. Dependendo de como se deu a separação, além de gastar com advogado, é possível que surja a necessidade de outros tratamentos, para possíveis traumas psicológicos, por exemplo. 5) Jogos e outros vícios. Ainda que o jogo seja ilegal no país, não há como negar sua existência. Infelizmente, muitas pessoas acabam viciadas, perdendo completamente o controle dos seus gastos. Em alguns casos, o jogo é apenas uma entre outras formas de vícios, que vão desde o consumo compulsivo até a dependência química. Os efeitos ao orçamento são ainda mais prejudiciais nesses casos. 6) Gastando aquilo que não recebeu. Esse problema é mais comum do que se imagina e se resume a estimar ganhar uma quantia e gastar muito mais do que deveria, antes mesmo de receber qualquer dinheiro. Essa realidade engloba filhos que antecipam o recebimento de bens ainda em inventário ou profissionais que adiantam o recebimento de férias ou 13o salário. Em algumas situações, contudo, esses valores ficam abaixo do previsto, fazendo ser preciso levantar dívidas para arcar com os gastos antecipados. 7) Incapacidade de administrar dinheiro. Poucas pessoas investem tempo na gestão do seu orçamento e sabem para onde vai seu dinheiro. Assim, a maioria acaba gastando mais do que pode. Sabendo disso, coloque no papel seus gastos e receitas e adote uma postura mais responsável com relação às suas decisões de consumo. Evite consumir por impulso. Você vai se surpreender ao verificar como é gratificante ter suas finanças equilibradas. 8) Dificuldade de poupar. A maneira mais simples de evitar o endividamento é efetivamente poupar e formar uma reserva para situações de emergência. Apesar disso, a maior parte das pessoas, independentemente da faixa de renda, encontra dificuldades em estabelecer uma estratégia de poupança. É exatamente essa reserva que permite que você não se endivide, caso fique doente, perca o emprego ou venha a se separar. Lembre-se de que é mais fácil encontrar pessoas arrependidas de terem consumido por impulso do que reclamando por terem deixado de consumir para poupar. Não é preciso muito para começar: sempre é possível separar 5% do que você ganha para investimento. Basta adiar por algum tempo outro gasto menos essencial. É como reeducação alimentar: depois de algum tempo, você se acostuma com os novos hábitos de consumo e se sente orgulhoso disso. 9) Quando falar sobre dinheiro é tabu. Este é um problema que aflige muitas famílias. É importante que tanto o casal quanto os filhos participem, na medida do possível, no estabelecimento de metas e objetivos de poupança e investimento. Se todos se mantiverem informados, é mais fácil comunicar quando um dos membros adota um padrão de gastos que não está de acordo com o orçamento. 3 Nesses casos, a transparência é muito importante. Todos precisam ser honestos e objetivos. Caso contrário, as chances de você se surpreender no final do mês com uma conta absurda de celular do seu filho, por exemplo, são enormes. 10) Analfabetismo financeiro. Esta forma de analfabetismo atinge até mesmo os países mais desenvolvidos, onde uma parcela significativa da população é incapaz de gerir suas contas. Independentemente do grau de instrução, muitas pessoas simplesmente não apreciam a importância do planejamento financeiro. No Brasil, pode-se dizer que existe uma herança claramente negativa do período hiperinflacionário. Isso porque, diante de uma inflação mensal que chegou a superar 50%, o planejamento financeiro de longo prazo tornava-se impossível. Se você faz parte desse grupo de pessoas, está na hora de investir na sua educação. Assim como em qualquer outra área de ensino, o planejamento financeiro exige treinamento. A boa vantagem é que já existe muito material publicado sobre o tema, que pode ajudá-lo rapidamente a se tornar um especialista no assunto. Como administrar uma crise financeira? Tudo em seu dia a dia estava perfeito. Trabalho, casa, amigos, família em total equilíbrio. Porém, a situação dá uma guinada, e você, de repente, vê-se no meio de um furacão. As despesas aumentam e você não consegue honrar seus compromissos financeiros, a situação no emprego já não é mais tão estável; amigos e parentes se mostram cada vez mais distantes. O que fazer quando isso acontece? 1) Análise real do orçamento. Passado o susto, o melhor a fazer é analisar friamente o seu orçamento. Coloque nele sua receita real líquida, se aindacontar com uma, e todas as despesas mensais. Liste aqui não apenas as contas de água, luz, telefone, celular, dentre outras, mas também as despesas com compras para casa, vestuário, alimentação e medicamentos. Leve tudo em consideração. Nessa hora, você poderá se surpreender em como já vinha acumulando gastos maiores do que seu ganho, em um padrão além do ideal, levando-o(a) a uma situação difícil como esta. 2) Corte de despesas. Visando ao seu bem-estar e de sua família, não tenha medo de cortar algumas despesas. Existem muitos itens em nosso dia a dia que podem ser dispensados em uma situação como essa. Você sentirá uma queda em seu padrão de vida, mas, por outro lado, poderá pagar suas contas, e isso é o principal. Evite cair na tentação de contrair empréstimos para quitar dívidas. Opte por este caminho somente se não houver alternativa. Lembre-se: uma dívida leva a outra. O mais seguro, nesse caso, é negociar suas pendências e cortar o máximo possível de custos. 3) Apoio da família. Caso tenha filhos e cônjuge, procure envolvê-los na situação. É claro que você não passará aos seus filhos uma preocupação enorme que deve ser sua, mas é sempre 4 saudável manter a transparência, fazendo com que colaborem na economia da casa, reduzindo a duração de uma conversa ao telefone ou diminuindo o tempo gasto no banho. Quanto ao seu companheiro ou companheira, o ideal é que fiquem mais unidos do que nunca, compartilhando decisões e responsabilidades. Nessa hora, duas cabeças pensando conseguem melhores soluções para o problema, que é importante sim, mas que não deve ser supervalorizado. 4) Fontes alternativas de renda. Se a crise financeira ocorre, mesmo você estando empregado, talvez seja interessante analisar sua situação profissional. Seu salário é compatível com o que você faz? Há chances de negociação? Caso isso não seja possível, procure, de forma criativa, buscar fontes alternativas de renda. Caso sua esposa não trabalhe, esta pode ser a hora de começar a exercer uma atividade que lhe garanta algum retorno. O mesmo vale para os seus filhos, caso tenham idade suficiente para bancar os estudos, por exemplo. Para isso, terá que mudar sua mentalidade. Não se sinta fracassado ou impotente diante da situação. Ao contrário, sinta que conta com uma família realmente estruturada para superar situações difíceis. 5) Como evitar o endividamento? Existem dicas para o consumidor impulsivo evitar o endividamento. Não sair para passear com cartão de crédito e talão de cheques evita a realização de compras por impulso que poderão mais tarde desorganizar o orçamento mensal. Para quem já está endividado, é melhor fazer um planejamento financeiro para sair dessa condição. Renegociar dívidas, cortar cartões, ajustar limites especiais de crédito e se esforçar para pagar o que deve. Identificar o motivo do impulso para a compra ajuda a evitar o endividamento. Normalmente, o impulsivo tem algum tipo de problema emocional ou profissional e busca compensar aquilo que falta em sua vida comprando. Ele não compra porque precisa, mas pelo prazer da satisfação. Depois de superar seu impulso de gastar, o consumidor precisa se manter vigilante. Ele precisa fazer uma autovigilância permanente. Uma saída é anotar as despesas e comparar se aquele gasto está dentro de suas possibilidades. Três dicas para sair do endividamento 1) Fazer um orçamento. Fazer um orçamento familiar detalhado é o primeiro passo a ser dado para entender para onde está indo o seu dinheiro. Depois de saber quanto entra e sai na carteira todos os meses, está na hora de dar o passo seguinte. 2) Pagar mais do que o mínimo. As empresas que o aconselham sobre o seu estado de endividamento e o que deve fazer não têm poderes especiais. Apenas sabem aquilo que funciona na maior parte das vezes e, de forma profissional, explicam às pessoas que elas devem seguir alguns passos. 5 Por vezes, é bom ouvir o que deve ser feito de profissionais, mesmo que sozinho consiga chegar à mesma conclusão. Comece por garantir os pagamentos mínimos obrigatórios, depois escolha uma das dívidas e pague mais do que o mínimo, até conseguir eliminar completamente essa dívida. Passe para a dívida seguinte. 3) Pedir ajuda Existem milhares de pessoas na mesma situação em que você se encontra. Fale com elas, perceba o que funciona e o que não funciona. Se for necessário, contate profissionais que o aconselhem no melhor plano para eliminar as suas dívidas. PLANEJAMENTO O que é planejamento? Planejar consiste, basicamente, em definir os objetivos a serem alcançados e os meios de realizá-los, adequando-os com recursos disponíveis para sua execução. Entendido esse conceito, podemos exemplificá-lo com um objetivo muito comum entre as pessoas, o de “emagrecer”. Ora, uma pessoa que define para si este objetivo deverá, então, fazer uma dieta alimentar, praticar exercícios físicos, ou seja, deverá alterar alguns (ou vários) de seus hábitos diários no intuito de alcançar o objetivo traçado. Então, neste momento, faço a você, leitor, um convite a uma reflexão rápida: O que você quer? Quais são seus objetivos em curto, médio e longo prazos? Anote seus objetivos em sua agenda ou em algum lugar onde possa visualizá-los diariamente. Essa é uma técnica simples, mas de efeito bastante positivo, pois a visualização lhe permitirá manter o foco nos seus propósitos. Continue com sua reflexão: Como você conseguirá o que deseja? Quais são os meios de que você dispõe ou precisará dispor para conseguir atuar eficientemente em seus objetivos? Quanto tempo levará até alcançar cada um deles? A cronologia deve ser pensada com cuidado e com bons critérios, pois deve levar em conta a real capacidade de execução do seu planejamento. Lembre-se de que o planejamento é uma ferramenta para auxiliá-lo e não para criar outros tipos de problemas. Por que planejar suas finanças? a) Para melhorar sua visão sobre a sua situação financeira. b) Para preparar-se para as dificuldades. Por melhor que seja o seu planejamento, não é possível que tudo seja previsto. Alguns “acidentes” inesperados podem ocorrer. Na literatura sobre esse assunto, é comum encontrarmos o termo “reserva de emergência”, que é aquele recurso que o(a) protegerá desses imprevistos, não deixando você abandonar ou adiar por longo período os seus objetivos. c) Para reduzir a probabilidade de erros de decisão. 6 O planejamento o(a) ajudará a evitar a comprar por simples impulso, o que muitas vezes, ao invés de realizar um desejo, pode criar um grande problema. d) Para adquirir independência financeira. e) Para aposentar-se confortavelmente. Como planejar suas finanças? Para se fazer um bom planejamento, é necessário que haja um envolvimento familiar, pois se todos participam do resultado orçamentário, também devem participar do planejamento financeiro. Então, elabore um orçamento familiar contendo: a) Receitas: valores a receber no período. b) Despesas: valores a pagar no período. c) Poupança: valores a investir no período. Considere somente as receitas líquidas e não inclua receitas futuras. As despesas devem ser separadas em fixas (condomínio, prestação da escola), variáveis (água, luz, telefone) e arbitrárias (cinema, lazer). A poupança deve ser orientada de acordo com seus objetivos de curto, médio e longo prazos. Não é necessário fazer uma poupança para cada objetivo. Evite transferências de recursos de um objetivo para outro, pois corre-se o risco de perda de foco na realização de algum objetivo. Portanto, mantenha a disciplina. Planilhas de controle Existem dois tipos comuns de planilhas de controle orçamentário: a analítica e a sintética. A planilha analítica é a que permite uma abordagem mais didática. É também a mais utilizada pelas pessoas. Nelasão detalhadas as receitas e despesas, com apuração dos saldos ao final de cada período. É a que recomendamos para quem está iniciando seu planejamento financeiro, pois permite maior visualização das despesas, facilitando o seu gerenciamento. Sua expressão gráfica pode ser assim simplificada: ( + ) Receitas ( – ) Despesas ( = ) Resultado apurado. A planilha sintética evidencia o foco em investimento, deixando lazer e compras para depois de efetuada essa reserva. É a que recomendamos para quem já aprendeu a utilizar a planilha analítica com eficiência e para quem já traçou seu(s) objetivo(s) e quer ir ao seu encontro. Então, sua expressão gráfica será: ( + ) Receitas 7 ( – ) Despesas Essenciais ( – ) Investimento ( – ) Lazer ( – ) Compras ( = ) Saldo final = zero. Cinco erros básicos do planejamento financeiro 1) Preparar um orçamento do tipo “se sobrar”. É o erro mais comum. Nele os seus desejos ficam apenas no imaginário e não como objetivos a serem alcançados; pois não há foco. 2) Não entender de juros. Ainda que o assunto lhe pareça chato, você deve conhecê-lo, já que afeta diretamente sua vida financeira e, consequentemente, seu planejamento orçamentário. Também é um erro comum, no qual as pessoas fazem compras parceladas, levando em conta apenas se o valor da prestação está adequado ao seu orçamento mensal, esquecendo- se de analisar prazos e taxas de juros. 3) Confundir ferramenta com armadilha. Os exemplos clássicos são os cartões de crédito e o cheque especial, que têm as maiores taxas de juros praticadas no Sistema Financeiro Nacional. A princípio o que pode parecer uma facilidade, dada a sua fácil disponibilização, na verdade, pode ser a principal fonte de descontrole financeiro, principalmente quando já incorporadas aos seus proventos. 4) Não ter controle sobre o orçamento. Este é um cuidado que deve ser diário e mensurado em curtos períodos de tempo. Seu orçamento é que vai responder àquela pergunta que muitas vezes nos fazemos: “Para onde está indo o meu dinheiro?”. Portanto, é necessário levar para o papel o seu orçamento, facilitando o seu gerenciamento e controle. 5) Não se preocupar com a educação financeira. Conversar sobre dinheiro com sua família, envolvê-la no gerenciamento dos recursos, aumentar o nível de conhecimento sobre o assunto são maneiras de se educar sobre finanças. Jornais, revistas e telejornais abordam diariamente o assunto, indicando as taxas de juros e o andamento da economia. Aprender sobre índices financeiros, seus reflexos e taxas de juros é uma ótima maneira de proteger seus investimentos. INVESTIMENTOS O que é investir? Investimento é a aplicação de algum tipo de recurso (dinheiro ou títulos) com a expectativa de receber algum retorno futuro superior ao aplicado, compensando, inclusive, a perda de 8 uso desse recurso durante o período de aplicação (juros ou lucros, em geral em longo prazo). É valido lembrar que investimento não é o mesmo que poupança (do verbo poupar; não o investimento “poupança”, que é comercializado nos bancos), pois como vimos anteriormente, para ser investimento, temos a esperança de que o valor recebido seja maior que o inicial. Por que investir? 1) Para evitar os efeitos da inflação. A inflação é o aumento consistente e indiscriminado de preços, acompanhado de consequente perda do poder aquisitivo da moeda, ou seja, o que R$ 10,00 (dez reais) compra hoje, com certeza não comprará daqui a um mês, por exemplo. É por esse motivo que, quando investimos, nosso recurso tem um valor antes de se descontar a inflação e outro após o desconto da inflação, que é o valor real da moeda naquele momento. 2) Para aumentar a poupança pessoal. Como visto anteriormente, a inflação corrói o valor dos nossos recursos disponíveis e, dessa forma, pode fazer com que alcancemos nossos sonhos mais lentamente. Com os investimentos, recebemos os juros que aumentam nosso montante inicial e, consequentemente, faz com que a nossa poupança pessoal aumente. 3) Para alcançar os objetivos pessoais mais rápido. Com o crescimento do nosso montante inicial devido aos recebimentos oriundos dos nossos investimentos, podemos chegar a determinados valores mais rapidamente. Quando temos metas anexadas ao nosso acúmulo de reservas, estes recebimentos nos fazem alcançá-las com maior velocidade. 4) Para adquirir independência financeira. Entenda-se por independência financeira um ponto em que os investimentos de uma pessoa obtenham rendimentos de tal forma que não se dependa mais de um emprego e de um salário para conseguir sua sobrevivência e manter o seu padrão de vida. Dessa forma, seus investimentos não terão fim, pois você consome apenas os rendimentos, deixando o montante intacto para que possa obter os mesmos ou maiores rendimentos no próximo mês e o(a) desobrigando de ter de trabalhar para prover sua família. Como investir? 1) Saiba quais são os seus objetivos. Ao começar a investir, imagine quais são os objetivos dos recursos. É importante envolver toda a família na definição de metas para os investimentos. Os recursos são para realizar o sonho da casa própria? São para trocar de carro? São para conseguir a independência financeira? Com isso em mente, você pode criar vários investimentos, focando cada um em um sonho e não se utilizar de um para completar o outro, o que exige, mais uma vez, disciplina. 9 E para se ter um parâmetro do que significam curto, médio e longo prazos podemos dar o seguinte exemplo: até 2 anos: curto prazo; de 2 a 5 anos: médio prazo; acima de 5 anos: longo prazo. 2) Analise os recursos disponíveis. Qual é a sua disponibilidade real para investir? Após um bom planejamento, você identifica o que está gastando a mais e o que pode ajustar. Você sabe que, se poupar um determinado valor, terá seu sonho realizado em três anos, por exemplo. Entretanto, após algum tempo, você viu que possui somente 1/3 do valor que você gostaria de ter. O que fazer? A vida muda, os proventos mudam. Comece com um pouco agora e, conforme o padrão da família for aumentando, aumente também os investimentos que, com certeza, o seu sonho se realizará, talvez não no prazo desejado inicialmente, mas o certo é que um dia chegará. Bem melhor do que não investir nada e o sonho não se realizar nunca. 3) Descubra seu perfil predominante. Depende basicamente do nível de risco que aceita tomar nas suas aplicações, do horizonte de investimento (do prazo para investimento); do nível de rendimento desejado, do horizonte de renda a receber, do nível de despesas familiares, do nível de segurança a garantir. De maneira geral, os investidores podem ser distribuídos em 3 categorias, baseadas no grau de aversão aos riscos que têm: Conservador: Tem aversão ao risco; não gosta de grandes emoções; e quando se fala de investimentos, prefere o “pouco seguro” que o “muito arriscado”. Moderado: Tem certa ambição que o permite arriscar mais do que o perfil conservador, porém nada de muito exagerado. Gosta de dosar os riscos em um nível baixo, mas lucrativo. Arrojado: Não tem receio de arriscar por um bom retorno e se diverte com as oscilações acionárias que enfartariam um investidor de perfil conservador e gerariam apreensão em um de perfil moderado. Mas mesmo que se tenha interesse por fortes emoções, é aconselhável que se inicie com investimentos mais seguros e sem grandes alterações, para que, conforme o investidor tenha mais conhecimento do mercado financeiro, possa arriscar-se mais e conseguir melhores rendimentos. O “tripé” dos investimentos? Todo investimento possui: Rentabilidade – Rentabilidade sobre um investimento representa o retorno (ganho ou perda) sobre o capital, montante inicial, valor presente ou principal investido. Liquidez– Facilidade e rapidez com as quais os ativos financeiros são convertidos em dinheiro. Também conhecida como negociabilidade. 10 Risco – Decisões financeiras de investimentos são tomadas com base no conhecimento dos fatos que temos no presente e de probabilidades que podem ocorrer no futuro, em um horizonte de curto, médio e longo prazo. Pode-se, então, concluir que as decisões financeiras são tomadas dentro de um contexto de total incerteza com relação aos seus resultados, e que a incerteza aumenta quanto maior for o prazo determinado. Quando diversos resultados possíveis (retornos) podem ser quantificados por uma associação de incertezas e probabilidades diversas, diz-se que a decisão está sendo determinada em uma situação de risco. Risco, portanto, está diretamente associado a possíveis mudanças futuras no(s) cenário(s) e parâmetro(s) sobre os quais foi baseada a decisão, no momento zero. O retorno esperado (rentabilidade) está diretamente associado ao risco envolvido. Principais riscos do investidor Risco de Mercado: Pode ser definido como a incerteza a respeito dos resultados de um investimento financeiro, ou de uma carteira de investimento, decorrente de mudanças futuras nas condições de mercado, tais como os preços de um ativo, taxas de juros, volatilidade de mercado e liquidez. Risco de Crédito: A possibilidade de uma obrigação (principal ou juros) não vir a ser honrada pelo emissor/ contraparte, na data e nas condições negociadas e contratadas entre as duas partes originalmente. Risco de Liquidez: Define-se como risco de liquidez a ocorrência “de desequilíbrios entre ativos negociáveis e passivos exigíveis – ‘descasamentos’ entre pagamentos e recebimentos – que possam afetar a capacidade de pagamento da instituição, levando-se em consideração as diferentes moedas e prazos de liquidação de seus direitos e obrigações”. Como podemos ver, os fatores que caminham junto com os investimentos não são tão simples, mas podemos definir que um investimento padrão ótimo seria com alta rentabilidade, alta liquidez e baixo risco, porém, na maioria das vezes, quanto menor o risco e maior a liquidez, menor será a rentabilidade; e, por sua vez, se um investimento possui alto risco, com certeza, ele pagará maiores rendimentos para conseguir atrair investidores. Então, cabe ao investidor dosar o risco e depois esperar para colher seus frutos doces, sem gosto ou amargos. Opções de investimento Traremos agora algumas opções de investimento que podem aumentar ou diminuir os recursos empregados de acordo com as variações do mercado e da administração do investidor. 11 Todos os investimentos possuem pontos fortes e fracos e estaremos colocando junto com as definições alguns prós e contras de cada investimento, para que possam ser analisados na hora da sua decisão sobre o melhor investimento segundo seu perfil. Negócios próprios Muitas pessoas desejam se tornar seu próprio patrão e ter somente o cliente como seu chefe, e não são poucas as pessoas que investem todos os seus recursos neste sonho, porém também não são poucas as empresas que ficam pelo caminho. De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), 30% delas quebram no primeiro ano de atividades. Assim sendo, todo cuidado é pouco nesta busca pela liberdade. Também é preciso muito planejamento, visto que uma empresa é um ser que tem sua fase inicial de maturação e seu auge. Tenha em mente que, na maioria dos casos, para uma empresa se firmar no mercado e começar a dar lucro, é prudente considerar um prazo de dois anos sem rendimentos, ou seja, caso suas reservas não lhe garantam dois anos sem depender da sua empresa, e sim que se façam constantes aportes para os devidos ajustes, é bom aguardar um pouco mais para investir neste ramo. Vantagens: » Não ter nenhum chefe que não seja o seu cliente ou o usuário do seu serviço; » Maiores possibilidades de crescimento; » Os maiores ganhos; » Pode ser a sua marca no mundo. Desvantagens: » Riscos altíssimos; » Dedicação exclusiva; » As maiores perdas. Imóveis Os imóveis podem ser ótimos negócios, renderem valores de aluguéis e ainda se ter o bem para usufruí-lo da forma que se achar melhor, podendo continuar alugando ou vendendo por um preço melhor para um novo investimento; mas também pode ser uma grande dor de cabeça para o seu proprietário, com maus inquilinos ou a marginalização do local do imóvel. E fique sabendo que, no Distrito Federal, tem-se uma situação atípica no ramo imobiliário, com imóveis supervalorizados e compradores ávidos por adquiri-los, visto que faltam imóveis para todos. Vantagens: » Ganhos com locação; » Valorização; » Bem tangível de alta durabilidade. Desvantagens: » Quebra da construtora; » Dificuldade de venda; » Dificuldade de locação; » Depreciações e desvalorizações. 12 Planos de Previdência Privada Os planos de previdência privada nasceram da necessidade de se ter uma aposentadoria mais tranquila, com um padrão de vida melhor que o oferecido pela previdência social. Se não começarmos a guardar corretamente nossos recursos desde cedo, enfrentaremos dificuldades financeiras na terceira idade. Existem os planos de previdência abertos, como os oferecidos pelos bancos, e existem os planos fechados, que em geral são os formados pelos funcionários de uma mesma empresa ou de um grupo. Basicamente, os planos de previdência privada se dividem em dois blocos: 1) PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre É indicado para quem faz a declaração de imposto de renda (IR) em formulário completo, pois os aportes podem ser deduzidos da base de cálculo do IR até o limite de 12% da renda bruta anual tributável; e se a intenção for o resgate no curto prazo ou se o valor do benefício projetado for menor do que o teto da isenção da tabela progressiva, esta é a escolha certa, pois é regida pela tributação progressiva do IR. 2) VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre Indicado para quem declara o IR no formulário simplificado ou é isento, pois os aportes não podem ser abatidos da declaração anual, ou para pessoas que já possuem o PGBL e que desejam investir em previdência complementar; quanto maior o prazo do VGBL, mais vantajosa é a tributação no momento do resgate, pois como o VGBL é regido pela tabela regressiva, o imposto declina de 35% para 10% após 10 anos de contribuição, conforme discriminado a seguir: Vantagens: As vantagens dos planos de previdência são a possibilidade de migração de administradora sem prejuízo ao montante já acumulado pelo investidor, os atrativos tributários de cada regime, como citado anteriormente, a escolha do modo de resgate, que pode ser efetuado de 7 formas diferentes, e, com certeza, a tranquilidade de ter uma terceira idade mais tranquila. A modalidade de saída do plano é definida quando se assina o contrato, porém as seguradoras confirmam a opção próximo ao resgate, e este modelo pode ser alterado até 30 dias antes do encerramento do plano. Desvantagens: As principais desvantagens de um plano de previdência privada são que, após escolher entre PGBL e VGBL, não é possível fazer uma alteração, a não ser pelo resgate e aplicação na nova modalidade, o que, principalmente for pelo regime do VGBL, será muito desfavorável ao investidor; as taxas administrativas, geralmente, são muito altas, o que, consequentemente, traz uma baixa rentabilidade se comparado a outras modalidades de investimento pelo mesmo período de tempo. Fundo Garantidor de Crédito (FGC) Antes de discorrer sobre alguns investimentos, é importante revelar o que vem a ser o FGC, que será citado em alguns investimentos.O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma 13 associação civil sem fins lucrativos que tem por objeto prestar garantia de créditos contra instituições dele participantes, nas hipóteses de: Decretação da intervenção, liquidação extrajudicial ou falência da associada; Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do estado de insolvência da associada. Suas regras gerais são: O total de créditos de cada pessoa contra a mesma instituição associada, ou contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro, será garantido até o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). São objetos da garantia proporcionada pelo FGC os seguintes créditos: Depósitos à vista. Depósitos de poupança. Depósitos a prazo (CDB). Letras Imobiliárias. Letras Hipotecárias. Alguns tipos de investimentos Poupança O investimento preferido dos brasileiros é considerado um dos investimentos mais seguros. O risco do investimento, neste caso, é o risco de a instituição não conseguir honrar com a obrigação no ato do saque, mas, em contrapartida, possui a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A caderneta de poupança é, essencialmente, uma alternativa de aplicação financeira bastante conservadora, com rentabilidade a cada 30 dias (TR + 0,5%) para depósitos efetuados até 3/5/2012 e 70% da Selic + TR sempre que a taxa Selic for inferior a 8,5% a.a. para depósitos realizados a partir de 4/5/2012. Tem como características: Fácil acesso. Inexistência de limite de aplicação. Isenção de impostos como IR e IOF para pessoa física. Saque imediato, porém a rentabilidade da poupança é cíclica de 30 dias, ou seja, no caso de um saque até o 29o dia ou anterior, o investidor perderá todo o rendimento a que teria direito, no caso de saque após o período de 30 dias. Certificado de Depósito Bancário (CDB) O CDB é um título privado para a captação de recursos de investidores pessoas físicas ou jurídicas, por parte dos bancos, e nisto caracteriza-se o risco inerente de a instituição emissora não conseguir honrar o resgate na data prevista. O CDB pode ser emitido por bancos comerciais, bancos de investimento e bancos múltiplos, com pelo menos uma destas carteiras descritas. Os bancos de desenvolvimento e as caixas econômicas também podem captar recursos por meio de CDBs. 14 Vantagens: » Garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC); » Rentabilidade pré ou pós-fixada. Desvantagens: » Normalmente, as instituições financeiras demandam um valor mínimo maior do que o exigido para a poupança. Ações Uma ação é um título nominativo e negociável que representa a menor fração do capital social de uma empresa – sociedade anônima ou sociedade por ações. O acionista, como proprietário da empresa, tem direito a participação nos seus resultados proporcionalmente ao número de ações possuídas. O proprietário de ações emitidas por uma companhia é chamado de acionista e tem status de sócio, tendo direitos e deveres perante a sociedade, no limite das ações adquiridas. Apesar de todas as sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente as ações que forem emitidas por companhias de capital aberto, as quais possuem registro na CVM, poderão ser negociadas publicamente. Vantagens: » Possibilidades de altos ganhos; » Compra pela internet (Home Broker) ou pela corretora; » Isenção de imposto de renda no ganho de capital obtido com a venda de ações, válido para pessoas físicas, até o limite de R$ 20.000,00. Acima desse valor, os ganhos de capital serão tributados na alíquota de 15%, independentemente do prazo do investimento. Desvantagens: » Alto risco; » Tarifas de custódia. Fundos de Investimento Um fundo de investimento é uma comunhão de recursos financeiros, constituída sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em títulos e valores mobiliários, bem como em quaisquer outros ativos disponíveis no mercado financeiro e de capitais, observadas as disposições legais. Todos os cotistas têm direitos e obrigações idênticas. Todos os ativos que compõem a carteira de investimento do fundo pertencem ao fundo e, portanto, aos cotistas do fundo. Lucros e perdas são distribuídos igualmente entre os cotistas na valorização (ou desvalorização) da cota. Vantagens: » A rentabilidade é igual para todos os cotistas, não importando o valor aplicado; » Todos os fundos são obrigados a publicar suas performances e balanços; » Existem limites máximos de comprometimento das aplicações dos fundos em um único ativo/instituição, aumentando a segurança da aplicação; » O mercado dispõe de diversas modalidades de fundos de investimento que atendem a todos os tipos de investidores. 15 Desvantagens: » Tem taxa de administração; » Não tem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC); » Não pode prometer rentabilidade predeterminada; » Não tem garantia de principal, ao menos que tenha algum tipo de seguro atrelado (fundos “garantidos”). Observações: » O fato de um fundo de investimento não possuir garantia do FGC pode parecer uma desvantagem, mas de fato um fundo de investimento não necessita dele. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garante as aplicações em virtude da insolvência (dificuldade de efetuar seus pagamentos) de uma instituição financeira. Quando aplicamos em uma poupança ou em CDB, estamos emprestando dinheiro à instituição financeira, que, caso se torne insolvente, pode não efetuar o pagamento devido. » Os recursos de um fundo de investimento nunca se confundem com os da instituição financeira, portanto a insolvência do administrador ou gestor de um fundo em nada afeta seu patrimônio, que continua pertencendo aos cotistas. Estes devem se reunir e podem resgatar seus valores ou mesmo procurar um novo administrador ou gestor para seus recursos. » Fique atento à composição da carteira e à taxa de administração de cada fundo. Quanto maiores forem as taxas de administração, menor tende a ser o rendimento da aplicação. » Exija o prospecto e o regulamento do fundo em que você está investindo. » Sempre acompanhe o investimento e sua rentabilidade para garantir que gestor está realizando um bom trabalho. 16 REFERÊNCIAS Sites para pesquisas e aprimoramento dos conhecimentos de educação financeira http://www.infomoney.com.br/ http://www.comoinvestir.com.br/ http://www.bmfbovespa.com.br/ http://economia.uol.com.br/ http://www.financaspraticas.com/ http://www.meubolsoemdia.com.br/ http://www.dinheirama.com.br/ Livros para leitura e reforço dos conhecimentos de educação financeira Aprenda a lidar com as finanças: orçamento familiar Autora: Margarete Gonçalves Sanchez (Maggie) Editora: Scortecci Bem-vindo à Bolsa de Valores Autor: Marcelo C. Piazza Editora: Novo Conceito Casais inteligentes enriquecem juntos Autor: Gustavo Cerbasi Editora: Sextante Família, afeto e finanças: como colocar cada vez mais dinheiro e amor em seu lar Autores: Angélica Rodrigues Santos e Rogério Olegário do Carmo Editora: Gente Os segredos da mente milionária Autor: T. Harv Eker Editora: Sextante Os segredos dos casais inteligentes Autor: Gustavo Cerbasi Editora: Sextante Pai rico, pai pobre Autores: Robert T. Kiyosaki e Sharon L. Lechter Editora: Campus Pais inteligentes enriquecem seus filhos Autor: Gustavo Cerbasi Editora: Sextante 17 Seu imóvel: como comprar bem Autor: Mauro Halfeld Editora: Fundamento ENDIVIDAMENTO PLANEJAMENTO INVESTIMENTOS REFERÊNCIAS Capa apostila.pdf Página 1 Página 2 Capa apostila.pdf Página 1 Página 2