Buscar

Trabalho de estagio TCE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL
FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL – FSSO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO EM SERVIÇO SOCIAL: PRÁTICA CURRICULAR DESENVOLVIDA NA ESCOLA MUNICIPAL MAJOR BONIFÁCIO SILVEIRA
Maceió
2018
TATIANY CRISTINA VERÍSSIMO DE ALMEIDA
LUCAS MATHEUS SOARES DOS SANTOS
RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO EM SERVIÇO SOCIAL: PRÁTICA CURRICULAR DESENVOLVIDA NA ESCOLA MUNICIPAL MAJOR BONIFÁCIO SILVEIRA
Trabalho de conclusão de estágio apresentado a Coordenação de Estágio em Serviço Social da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, como um dos pré-requisitos para a obtenção do grau de Bacharel em Serviço Social.
_________________________			__________________________
Estagiário/a						Estagiário/a
__________________________			__________________________
Supervisor (a) de Campo				Supervisor (a) Acadêmico (a)
2
3
AGRADECIMENTOS
Agradecemos, em primeiro lugar e acima de tudo a Deus, por ter nos concedido saúde, disposição, e determinação para concluirmos com êxito o estágio obrigatório, mesmo diante de desafios e dificuldades encontradas. 
Aos nossos familiares e amigos pelo carinho, apoio e paciência para conosco.
Agradecemos à Universidade Federal de Alagoas, por nos proporcionar a oportunidade, mesmo diante dos limites institucionais para estagiarmos em um campo noturno.
À Escola Municipal Major Bonifácio Silveira que, juntos com seus funcionários, nos recebeu, permitindo-nos desenvolver a nossa prática de estágio de maneira proativa.
Agradecemos, em especial, à nossa supervisora acadêmica Edivânia Francisca de Melo pela paciência na orientação deste relatório. 
Do mesmo modo externamos nossa gratidão à supervisora de campo, e também assistente social da escola, Yara Albuquerque, que repassou para nós o seu conhecimento teórico e metodológico, como também as experiências vivenciadas dentro do campo de estágio, tornando nosso aprendizado ainda mais produtivo ao nos apresentar os desafios e perspectivas da profissão. 
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte no processo de conclusão deste relatório de estágio.
 (
“Educação não transforma o mundo. Educação muda 
as
 pessoas. Pessoas transformam o mundo.”
PAULO FREIRE
)
SUMÁRIO
1. O Serviço Social na Política de Educação ............................................................... 05 
2. Caracterização da Instituição................................................................................... 11
2.1 Trajetória histórica da instituição..................................................................... 11
2.2 A estrutura organizacional da instituição........................................................ 13
3. O Serviço Social na Instituição................................................................................. 15
4. Projeto de Intervenção............................................................................................... 21
4.1 Dados de identificação........................................................................................ 21
4.2 Apresentação do projeto.................................................................................... 21
4.3 Fundamentação teórica...................................................................................... 21
4.4 Justificativa......................................................................................................... 28
4.5 Objetivos.............................................................................................................. 29
4.5.1 Objetivo geral...................................................................................... 29
4.5.2 Objetivos específicos........................................................................... 29
4.6 Público Alvo........................................................................................................ 29
4.7 Metodologia........................................................................................................ 30
4.8 Recursos.............................................................................................................. 30
4.9 Cronograma......................................................................................................... 31
4.10 Avaliação do Projeto.......................................................................................... 32
5. Referências Bibliográficas......................................................................................... 33
6. Apêndices.................................................................................................................... 34
7. Anexos ........................................................................................................................ 37
 
1. O SERVIÇO SOCIAL NA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
Ney Luiz Teixeira de Almeida apresenta na sua discussão sobre a política de educação a necessidade da compreensão das novas perspectivas sócio-ocupacionais que se abriram para o assistente social inserido no campo da educação. Sobre tais perspectivas, o autor será enfático quando afirma que elas “não devem ser analisadas sem destacar a centralidade da educação na dinâmica da vida social” (ALMEIDA, 2007, p. 01). Ou seja, é preciso perceber o lugar de influência que a educação tem tomado no desenvolvimento da sociedade capitalista, na expansão de suas forças produtivas, no âmbito das disputas ideológicas e das suas esferas políticas, atingindo, dessa forma, a vida social. 
Essa centralidade da educação dentro da vida social demonstra a necessidade de uma relação com a política na construção de uma sociedade democrática, a partir das lutas sociais. Almeida afirma ainda que:
Deste modo, não podemos deixar de ressaltar que a educação tem ocupado um lugar central no âmbito das lutas sociais voltadas para a superação da sociedade do capital e das formas de opressão que lhes são características, assim como na agenda intelectual e política de um leque bastante amplo de educadores e cientistas sociais. (ALMEIDA, 2007, p. 01) 
Esse lugar central da educação precisa ser entendido no seu sentido amplo dentro da realidade e da sociedade a qual está inserida. Entendendo, assim, que a educação precisa ter um lugar central, tendo a capacidade de se expandir e mudar realidades. Sobre isso, Almeida (2007, p.01) cita Mészáros dizendo que “uma transformação social e emancipadora radical é inconcebível sem uma concreta e ativa contribuição da educação no seu sentido amplo”, contudo, nos alerta para o fato de que uma educação para além do capital “não pode funcionar suspensa no ar”. (ALMEIDA, 2007, p. 01)
A adesão às lutas e movimentos sociais em torno da erradicação do analfabetismo, do alcance de uma educação pública universal, gratuita e de qualidade, do acesso progressivo dos diversos segmentos sociais aos diferentes níveis de educação constituem expressões importantes desse processo de valorização da dimensão educativa do trabalho do assistente social como partícipe nos processos de luta e organização social. Deve-se considerar que os segmentos sociais, em particular as crianças e jovens assistidos pelos programas e projetos sociais desenvolvidos pelo Estado brasileiro, configuram uma das diversas expressões atuais da pobreza que mais desafios colocam para o trabalho do assistente social na área da educação. Primeiro porque o acesso à educação escolarizada passa a ser mediado por outras políticas públicas. Além disso, apresenta segmentos sociais extremamente vulneráveis frente aos fenômenos do desemprego e da expansão do narcotráfico como modalidade objetiva da estratégia de sobrevivência ou acesso ao consumo. (ALMEIDA, 2007)
É necessário compreender a educação a partir dos processos históricos que a tornaram uma dimensão cada vez mais complexa da vida social, possuindo um caráter constitutivo dos modos de existência humana, do ser social, da organização da vida em sociedade.Segundo Almeida (2007), a atuação dos assistentes sociais na política educacional exige compreender a política educacional como um processo que engloba diferentes níveis e modalidades de educação e ensino: a educação básica, que é composta pela educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos; a educação profissional; a educação superior e a educação especial (educação de pessoas com deficiência, surdos, cegos ou pessoas com deficiência intelectual). A organização e a execução desses diferentes níveis de educação e ensino cabem ao Estado em seus três níveis: a União, Estados e Municípios. Cada uma dessas esferas de poder político possui responsabilidades e incumbências diferenciadas, não devendo ser perdida a dimensão de totalidade na compreensão do significado que a política educacional tem a partir desse desenho institucional na relação entre o mundo da cultura e o do trabalho.
Diante dessa realidade, o Serviço Social adentra em um ambiente complexo e cheio de conflitos, a realidade escolar, que no Brasil, também vem sentindo os impactos da política neoliberal. A Educação é sucateada, e a população tem vivido em um nível muito alto de pobreza que também atinge o ambiente escolar. Dessa forma, o sistema educacional, que já se encontra defasado, se torna ainda mais sem qualidade, devido ao próprio sistema que se mostra “insuficiente” para resolução dos problemas sociais, e a indisponibilidade de vagas para o atendimento dos alunos, e garantia do seu direito. O que verificamos é um baixo rendimento dos alunos, desinteresse pelo aprendizado e evasão escolar, sendo esses os maiores desafios a serem enfrentados pelo sistema de ensino público brasileiro, que todos os anos geram estatísticas alarmantes, demonstrando a realidade já apresentada. 
Neste percurso são colocados para o trabalho do assistente social alguns desafios. O primeiro desafio diz respeito às demandas que lhes são apresentadas em relação à resolução de uma série de conflitos de natureza sócio-instituicional. Esse emaranhado institucional se expressa, sobretudo, nas turmas de aceleração, nas classes especiais, nas turmas de progressão e nos processos de frequência irregular e evasão. O outro desafio refere-se às requisições de inserção na rede de serviços sociais que requerem a presença dos assistentes sociais nos processos de intermediação institucional entre as unidades educacionais e as demais políticas sociais. 
Além disso, as expressões da “questão social” sempre serão objeto de intervenção do assistente social. Este deverá procurar entender tais expressões e, assim, através da luta pela consolidação de direito e materialização do mesmo, realizar o seu enfrentamento. E um dos meios para esse enfrentamento é a garantia de direitos sociais das políticas sociais e educacionais. 
Muitas situações têm revelado uma grande necessidade de atuação dos assistentes sociais numa área específica da política educacional, o ensino fundamental. Sobre essa necessidade Almeida vai afirmar que: 
A escola pública e, mesmo, a particular, na esfera do ensino fundamental, se vê atravessada por uma série de fenômenos que, mesmo não sendo novos ou estranhos ao universo da educação escolarizada, hoje se manifestam de forma muito mais intensa e complexa: a juventude e seus processos de afirmação e reconhecimento enquanto categoria social, exacerbadamente, mediado pelo consumo; a ampliação das modalidades e a precoce utilização das drogas pelos alunos; a invasão da cultura e da força do narcotráfico; a pulverização das estratégias de sobrevivência das famílias nos programas sociais; a perda de atrativo social da escola como possibilidade de ascensão social e econômica; a negação da profissionalização da assistência no campo educacional com a expansão do voluntariado; a gravidez na adolescência tomando o formato de problema de saúde pública e a precarização das condições de trabalho docentes são algumas das muitas expressões da questão social. (ALMEIDA, 2007, p.05)
Cabe ressaltar que a inserção dos assistentes sociais nas escolas de ensino fundamental, seja ela pública ou privada, não se dar, por si só, devido ao reconhecimento dos elementos das refrações da “questão social”. Sua inserção precisa ser uma estratégia de enfrentamento da realidade na medida em que represente uma lógica mais ampla de organização do trabalho coletivo na esfera pública educacional. Pois, se atribuirmos a resolução dessa problemática como exclusividade de um profissional, nesse caso, o assistente social, tiraremos a responsabilidade daqueles que realmente precisam se envolver nesse enfrentamento. A atuação do assistente social é muito importante, sim, mas para resolução dessas refrações é necessário a atuação, de forma competente, de um conjunto de profissionais mais amplo, e mais especializados. Vale ressaltar que da mesma forma que a responsabilidade desse enfrentamento não pode ser apenas do assistente social, também ela não pode se restringir à figura do professor, o qual não tem conseguido dar conta sozinho dos grandes problemas que perpassam e adentram o espaço escolar.
As atribuições e competências dos/as assistentes sociais, sejam aquelas realizadas na educação ou em qualquer outro espaço sócio-ocupacional, são orientadas e norteadas pelos princípios, direitos e deveres inscritos no Código de Ética Profissional de 1993 (CEP), na Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8.662/1993), bem como nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS (1996). Estes instrumentos afirmam a concepção de projeto ético-político profissional hegemônico do Serviço Social brasileiro, gestada desde o final dos anos 1970. Tais princípios, direitos e deveres, articulados às atribuições e competências profissionais, devem ser observadas e respeitadas tanto pelos assistentes sociais, quanto pelas instituições empregadoras.
Falando das competências dos assistentes sociais, será através delas que os profissionais buscarão a análise crítica da realidade, construindo, assim estratégias necessárias para responder às demandas sociais dos trabalhadores. Essas demandadas estão normatizadas na Lei de Regulamentação da Profissão (8.662/1993) que, em seu artigo 4°, afirma que são competências do Assistente Social:
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil;
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população;
IV - (Vetado);
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos; 
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais;
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo; 
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade; 
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social; 
XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades.
Sobre o Código de Ética da profissão o profissional de Serviço Social, é preciso ter em vista a necessidade de obter seus direitos e cumprir seus deveres, que serão materializados dentro do seu campo sócio ocupacional no exercício de sua prática profissional. 
O Assistente Social precisará, mesmo em meio a conflitos,defender os direitos sociais, e cumprir os deveres postos no Código de Ética, ter clareza de seu entendimento para que ele não apenas legitime a sua profissão, mas que também possa garantir direitos para os trabalhadores. Assim, a educação se tornará não apenas um campo perpassado por alienação, mas também um campo de formação do sujeito que entenderá a importância de ter seu direito garantido e não sonegado. Realmente o campo da educação é um espaço sócio ocupacional que o profissional de serviço social tem se inserido, porém esse campo com o passar do tempo, e com as influências neoliberais que atinge as políticas sociais brasileiras, tem se tornado muito desafiador. Cabe, então, ao assistente social saber dialogar, mediar conflitos e, claro, sempre prezar pela garantia de direitos à classe trabalhadora. (CFESS, 2001)
Conforme o documento “Subsídios para o debate do Serviço Social na Educação” do CFESS, publicado em 2012, a educação que deve orientar a atuação dos/as assistentes sociais na política de educação é um complexo constitutivo da vida social. Ela tem uma função social importante na dinâmica da reprodução do ser social, numa sociedade que se organiza a partir da contradição entre aqueles que produzem a riqueza social e aqueles que exploram os seus produtores e expropriam sua produção. O documento afirma ainda que para que ocorra um equilíbrio das tensões no âmbito educacional faz-se necessário a articulação de diversas dimensões da atuação profissional, como as abordagens individuais e junto às famílias, a dimensão investigativa; a intervenção coletiva junto aos movimentos sociais e a dimensão de gerenciamento, planejamento e execução de políticas sociais. O Serviço Social no âmbito educacional tem a possibilidade de contribuir com a realização de estudo social, auxiliando também na viabilização do encaminhamento aos serviços sociais e assistenciais e para a melhoria das condições do direito de acesso à educação pública.
2. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
2.1. TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA INSTITUIÇÃO
A Escola Municipal Major Bonifácio Silveira foi fundada em 19 de Abril de 1969 e está localizada na Rua Sargento Oséas Costas s/n, no bairro de Bebedouro, situado no município de Maceió/AL. 
O bairro de Bebedouro, um dos bairros mais antigos de Maceió, era banhado pelo Riacho do Silva, o qual atraia tropeiros com seus animais para beber água, tomar banho, se alimentar e descansar. Com o passar do tempo, pequenas comunidades começaram a surgir por meio da construção de pequenas casas.
E foi um dos moradores desse bairro que deu o nome a essa escola, Bonifácio Magalhães da Silveira, militar, político, líder comunitário, folclorista, poeta, comerciante, e, sobretudo, animador de festas carnavalescas, juninas e natalistas. Um homem muito envolvido, e foi esse envolvimento com a comunidade que o tornou um morador ilustre e muito respeitado, tendo recebido uma homenagem ainda em vida – o seu nome em uma escola do bairro.
Bonifácio chegou a Maceió ainda menino, junto com seu pai, que possuía uma loja de tecido; mais tarde ele adquiriu sua própria loja, chamada “A Democrata”, nome sugestivo para o que ele representava para a sociedade da época. Apesar de ser militar, ele nutria ideias abolicionistas humanitárias, o que lhe fez participar, junto a Theo Brandão e Linda Mascarenhas, do plano para comemorar o cinquentenário da abolição da escravatura. Ele casou-se com uma professora, mas eles não tiveram filhos biológicos, porém, adotaram dois meninos e uma menina, seus filhos homens faleceram ainda crianças ficando somente com sua filha, que se chamava Odette. Bonifácio teve oito netos, todos registrados como seus filhos.
Outra curiosidade sobre o patrono da escola é que ele também era ator nato, tendo participado inclusive de filmes. Bonifácio era um profundo admirador do circo e protetor dos artistas. Apesar de ser considerado um boêmio, não bebia, nem fumava como era tradição dos demais. Enfim, esse homem era extremamente talentoso e envolvido com a arte, o que explica o fato de uma escola receber seu nome. 
A escola Municipal Major Bonifacio da Silveira está localizada às margens da Lagoa Mundaú. Antes o local onde foi construída a escola era um campo de futebol que servia para treinos de um time chamado Santa Cruz, servia também de lazer para os pescadores do bairro.
Consta nos documentos da escola que, no início, o prédio onde foi construído a escola era muito simples, coberto com folhas de amianto, sem forro, e pequenos ajustes eram feitos pelos moradores e funcionários que não tinham condições para reformá-la por completo. A escola apresentava uma estrutura física precária para acomodar alunos e professores. Então, entre os anos de 1981 e 2001 a escola passou a ser beneficiada pelas reformas realizadas pela prefeitura, sob a gestão de Fernando Collor de Melo e Kátia Born, respectivamente.
Sua estrutura se tornou melhor que antes, e hoje conta com banheiros, precisando de alguns reparos, oito salas de aula, quadra de esportes descoberta, que em dias de chuvas os alunos não conseguem realizar as atividades esportivas e recreativas, um pequeno depósito onde são guardados os materiais esportivos, existe ainda uma sala de informática, porém não tem professor para ministrar as aulas, no momento encontra-se com os computadores precisando de manutenção e com o ar condicionado da sala quebrado, sendo inviável a utilização do espaço para algum tipo de atividade, uma sala que serve para reuniões, encontros e planejamentos realizados por professores, um pátio pequeno para quantidade de alunos, e uma cozinha com bastante espaço para preparação da merenda escolar. Não se pode esquecer a sala de leitura que embora simples é de fundamental importância para o desenvolvimento da leitura e o crescimento intelectual dos alunos; essa sala também é utilizada como sala de vídeo.
Mesmo com uma cozinha com espaço amplo não há refeitório com mesas e cadeiras e as crianças realizam as refeições na própria sala de aula. 
Segundo informações recebidas na escola, houve em 2016 alguns reparos na estrutura do prédio, mas não uma reforma para resolver problemas significativos, como o da quadra de esportes, do telhado, da ventilação, entre outros.
2.2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA INSTITUIÇÃO
A Escola Municipal Major Bonifácio Silveira oferece para a comunidade educação no ensino fundamental I, de 1º ao 5º ano, nos período matutino e vespertino; no período noturno, funciona na modalidade de ensino EJAI – Educação de Jovens, Adultos e Idosos, da 1º a 6º fase que corresponde à fase do 1º ao 9º ano do ensino fundamental. No total foram matriculados 512 alunos no ano letivo de 2017. O público alvo da escola são crianças a partir de 06 anos de idade, jovens adultos e idosos da comunidade e bairros adjacentes.
Dentro da política de educação, a escola busca como objetivo a inclusão e o desenvolvimento social. Conforme a Constituição Federal de 1988, capítulo III, artigo 205: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
A escola está vinculada diretamente à Secretaria Municipal de Educação do Município de Maceió. A estrutura organizacional e hierárquica da escola é composta por uma equipe de profissionais: diretor, vice-diretor, duas (2) coordenadoras (uma para educação fundamental e a outra para a modalidade de ensino EJAI), vinte e três (23) professores, um (1) auxiliar administrativo, cinco (5) merendeiras, seis (6) auxiliares de serviço geral e uma (1) Assistente Social, a sra. Yara Albuquerque. 
A escola apresenta como missão: contribuir para a transformação da sociedade por meio da qualidade do ensino aprendizagem que ocorre neste ambiente de cooperação e respeito, viabilizando e valorizando o potencial humano. Valores: Respeito – Zelar pela dignidade e respeito mútuo entre as pessoas e destas para com as instituiçõessociais legalmente constituídas; Qualidade – Almejar a qualidade em nossas práticas educativas, dando prioridade à construção do conhecimento como fator de inclusão escolar e inserção social. Cooperação – Trabalhar coletivamente, eficientes em nossas atribuições para garantir a eficácia das ações e a participação de todos no Projeto Educativo da Escola.
A escola, em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação de Maceió – SEMED, desenvolve o “Projeto Presença”, que é uma interlocução com o Programa Bolsa Família (PBF). É um projeto elaborado pelas Assistentes Sociais, através da Coordenação de Apoio Social e Frequência Escolar da Secretaria Municipal de Educação de Maceió – SEMED, articulada com a Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS. Esse projeto tem como fundamentos legais a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990).
 O Projeto Presença tem como objetivo contribuir para o combate à diminuição da infrequência e à evasão escolar das crianças e adolescentes na faixa etária de 06 a 17 anos incompletos, matriculados nas escolas da rede municipal de ensino de Maceió.
A identificação do aluno que está faltando às aulas é importante para que o acompanhamento da Frequência Escolar no Sistema Presença/MEC alcance os objetivos do Programa Bolsa Família e contribua para a melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB.
Para execução desse projeto são utilizados três instrumentos (fichas) com roteiros explicativos sobre a sua operacionalização: Ficha Presença, Ficha Ficai Presença, e Ficha Atualiza PBF.
As atividades realizadas na instituição estão interligadas, pois os professores necessitam da coordenação para elaboração dos planos de aula, como também o Assistente Social precisa do acompanhamento do professor em relação à frequência do aluno para poder preencher as fichas do projeto presença.
3. O SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO
O Serviço Social na escola Major Bonifácio da Silveira é representado por uma assistente Social, a sra. Yara Pereira de Albuquerque. As atividades desenvolvidas pela mesma compreende o trabalho com os alunos dos turnos matutino, vespertino e noturno.
Dentro da realidade conjuntural que a escola encontra-se inserida a infrequência e a evasão escolar são as principais demandas, porém é necessário entender o contexto da realidade que os referidos alunos estão inseridos.
Diante disto, a Assistente Social desenvolve atividades para o enfrentamento das demandas que lhes são apresentadas, buscando constantemente a apreensão da realidade com base nas dimensões: teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa indispensáveis ao exercício profissional, desenvolvendo uma análise crítica, levando-a a discutir as estratégias e técnicas de intervenção, de forma que o trabalho esteja comprometido com o Projeto Ético-Político da profissão.
No referido campo as principais atividades desenvolvidas pelo Serviço Social são:
1 - Planejamento das atividades que serão desenvolvidas na escola para comunidade escolar. É elaborado um plano de ação composto com datas para discussão de temas específicos (Ex.: combate ao abuso sexual infantil, dia do trabalhador, outubro rosa, novembro azul, dia mundial de combate ao HIV, etc);
2 - Entrevistas com pais e/ou responsáveis de alunos (as) recém-matriculados. São realizados também entrevistas com os alunos adolescentes. A entrevista é utilizada como estratégia para que possa ser traçado o perfil dos alunos e da comunidade inserida na escola. No momento da entrevista é preenchido um formulário com informações referente à situação educacional e socioeconômica de todos os membros da família, conforme o anexo 01;
No início da conversa é esclarecido aos entrevistados que as informações apresentadas pelos mesmos serão mantidas em sigilo e só serão relatadas na ficha de matrícula escolar em casos de necessidade de segurança e/ou saúde.
As entrevistas são assinadas pelos pais ou responsáveis ou pelo (a) próprio (a) aluno (a), caso tenha a partir de 15 anos. No ato do atendimento, quando se trata de adolescente, o responsável pelo menor assina um termo de compromisso escolar, conforme anexo 02.
Durante as referidas entrevistas, baseando-se no estudo da realidade apresentada por cada família, são realizados encaminhamentos para instituições de outras políticas, seja, saúde, sócio-jurídica e/ou assistência, conforme anexo 03. Como também encaminhamentos para instituições não governamentais de atividades educativas ou ocupacionais, para obterem apoio sócio-educativo. 
Na abordagem das entrevistas o atendimento também é conduzido com orientações sobre diversos assuntos, sexualidade, direitos sociais, direitos trabalhistas, dentre outros. É enfatizado também a importância de não faltar às aulas, pois as faltas acarretam em prejuízo no aprendizado e a escola encontra-se à disposição para que não ocorra prejuízo no desenvolvimento do aprendizado do aluno. É realizado também convite para os familiares retornarem aos estudos, esclarecendo-o sobre a importância da educação na vida de cada cidadão.
Posteriormente, os referidos formulários serão lidos, codificados e os dados serão sistematizados e contabilizados percentualmente, para realização de estudo e planejamento para plano de ação, conforme o que foi catalogado nos relatórios. 
No ano de 2018 foram realizadas 136 matrículas para alunos novatos, tendo sido entrevistados 133 pais/responsáveis desses alunos, totalizando 97,79% dos matriculados, um aumento significativo em comparação ao ano de 2017, onde foram entrevistados apenas 51 pais/responsáveis. Nas referidas entrevistas é possível observar o alto índice de desemprego e informalidade no trabalho, como também o registro de pais separados e a baixa escolaridade familiar. Também é importante registrar que houve um aumento de menores matriculados na escola com “sub-registro paterno”, durante os referidos atendimentos foi esclarecido às mães que elas precisam ter consciência que é direito da criança ter o nome do pai no registro civil. Além disso, nos chamou a atenção os relatos de pais assassinados vítimas da violência.
3 – Relatório para preenchimento da ficha de encaminhamento para o Conselho Tutelar, referente ao projeto FICAI/PRESENÇA, conforme anexo 04. O documento contém dados dos alunos com faltas escolares acima de 25%, para que as famílias sejam notificadas;
4 – Realização de levantamento dos alunos desistentes e evadidos dos turnos matutino, vespertino e noturno, para posterior contato telefônico ou visita domiciliar, com o objetivo de abordar o motivo da desistência;
5 – Visitas domiciliares para alunos infrequentes e outras demandas. Essas visitas são realizadas conforme as demandas de infrequência ou evasão escolar, buscando reinserir esses alunos novamente no contexto escolar. As visitas são realizadas como último recurso, antes da visita os responsáveis são convidados para comparecer ao setor do Serviço Social, conforme anexo 05. Depois de esgotadas todas as tentativas de reinserção do aluno, tais visitas são realizadas nas proximidades da escola, tendo em vista, não haver carro disponível para a ação. Os responsáveis dos menores assinam termo de compromisso de frequência escolar, conforme anexo 06;
6 – Realização de atividades e projetos que apresente aos alunos a realidade a qual os mesmos estão inseridos;
7 – Acompanhamento e planejamento em programas e projetos institucionais promovidos pela escola, participação de reuniões junto à equipe técnica da escola, expondo a visão do Serviço Social e propondo projetos sociais, para realização de projetos que ultrapassam o muro escolar, como atividades extra campo, difundindo e estimulando os alunos para o acesso à cultura e à arte, promovendo a integração e estreitando laços de amizade e respeito;
No segundo semestre de 2017 foram realizadas duas atividades extra campo, com a participação dos alunos do período noturno, do EJAI – Educação de Jovens, Adultos e Idosos. A primeira foi executada nodia 26 de julho com um passeio ao Teatro Deodoro. O Evento fez parte do projeto “Teatro é o maior barato”, que tem como objetivo difundir e estimular o gosto pela arte, apresentando várias vertentes da cultura alagoana. O referido projeto disponibiliza ingressos para alunos da rede pública municipal nos teatros da cidade de Maceió. A adesão à atividade foi satisfatória, mesmo ocorrendo entre dias de paralisação, pois no período a conjuntura política e econômica brasileira na cidade de Maceió apresentava um momento delicado. Várias categorias, incluindo a da educação municipal, encontrava-se mobilizadas e articuladas com paralisações para uma efetiva greve, buscando garantir um reajuste salarial. Houve a adesão de cerca de 40 alunos para a atividade. A SEMED – Secretaria Municipal de Educação disponibilizou o transporte para translado dos alunos da escola ao teatro. Os mesmos estavam acompanhados por professores, coordenação, direção, assistente social e três estagiários de Serviço Social. Para muitos desses alunos era a primeira vez que entravam naquele espaço cultural, ao término da exibição os alunos compartilharam da experiência e o quanto foi proveitosa a atividade, colocando-se disponíveis e motivados para participação de outros eventos extra classe. A segunda atividade foi realizada no dia 11 de agosto, em comemoração ao dia do estudante, com uma sessão de cinema – filme “Planeta dos Macacos: A Guerra”. Essa atividade foi realizada na sala II do cinema Lumière, no Shopping Farol (foto 01 e 02). 
No dia 01 de dezembro de 2017 foi realizada a atividade de combate à AIDS (foto 03 e 04), a ação teve início com lanche e, posteriormente, a abordagem com os alunos ocorreu com apresentação de slides referente à prevenção, aos sintomas, tratamentos e DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis. Foi apresentado o documentário “SAÚDE É VIDA: Aids não tem cara”. Em seguida, realizamos uma roda de conversa com dinâmica e demonstração sobre o uso adequado do preservativo. 
Tivemos como público alvo os alunos da modalidade EJAI. A adesão à atividade foi satisfatória, com a presença de cerca de 30 alunos, três professoras, incluindo a da disciplina de ciências. Ao termino da atividade foi distribuído kits contendo preservativos feminino e masculino, junto com folhetos explicativos referentes ao assunto. Na avaliação da ação, verificamos que a atividade foi proveitosa e que a mensagem foi passada com êxito, pois ao abordar os alunos pode-se perceber o despertar causando reflexão sobre o tema.
8 - Aplicação de pesquisa com os alunos, com o objetivo de analisar quantitativamente e qualitativamente o grau de satisfação dos mesmos em relação aos serviços educacionais oferecidos pela escola;
9 – Supervisão de estágio em Serviço Social. Acompanhando e orientando os estagiários de Serviço Social inseridos no âmbito escolar;
10 - A articulação com instituições para viabilizar o acesso aos serviços, benefícios e programas sociais. Essa articulação se dá com as instituições de cada política (PAM Bebedouro, CRAS, Conselho Tutelar), para atualizar cadastros de recursos sociais;
11 – A Assistente Social busca sempre se atualizar para aprimoramento profissional, participando de encontros, palestras e cursos relacionados ao cotidiano do seu trabalho. No dia 21/09/2017 participamos do Curso “Disseminadores de Cidadania”, promovido pelo Instituto Silvio Vianna em parceria com a PROEX UFAL – (Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal de Alagoas). O curso tem a finalidade de promover a afirmação da cidadania, enfatizando os direitos e garantias sociais, na busca de exercer o verdadeiro controle social, utilizando a dinâmica de palestras e debates. No referido encontro foi abordado o tema “O Estado, os poderes, o cidadão e a reforma política”. O curso teve como palestrante da noite o Advogado e conselheiro fiscal da OAB Everaldo Patriota;
Observa-se, então, que a análise crítica tem sido desenvolvida no campo de forma comprometida com os usuários: sejam alunos, familiares, docentes, comunidade escolar ou comunidade local. Pois, a realidade profissional do Assistente Social no âmbito da educação é diferente da imagem e dos conceitos que formamos quando estamos fora do contexto escolar. Consideramos este um processo desafiador que exige a leitura da realidade social a partir do seu movimento estrutural e conjuntural. 
Diante das atividades desenvolvidas no campo de estágio da Escola Municipal Major Bonifácio Silveira buscamos identificar os pontos positivos e negativos da experiência dentro desta instituição.
O primeiro ponto positivo que podemos observar é em relação à nossa supervisora de Campo, Yara Albuquerque, que demonstra-se muito comprometida e engajada com o projeto sócio político, e com a instituição escolar, buscando estratégias para diminuição do índice do principal problema do campo, a infrequência e a evasão escolar. 
O segundo ponto positivo está no ambiente de atendimento adequado que propicia o sigilo das informações e documentos apresentados nas entrevistas e acompanhamentos, conforme o código de ética profissional do Serviço Social. 
Art. 15. Constitui direito do assistente social manter o sigilo profissional. 
Art. 16. O sigilo protegerá o usuário em tudo aquilo de que o assistente social tome conhecimento, como decorrência do exercício da atividade profissional. (Código de ética do/a assistente social. Lei 8.662/93 de regulamentação da profissão. - 10ª. ed. rev. e atual. - [Brasília]: Conselho Federal de Serviço Social, [2012])
O terceiro ponto positivo é em relação ao campo de estágio, que permite ao aluno um aprendizado extremamente relevante para a formação acadêmica e profissional, que lhe possibilita está em contato com os instrumentos técnicos operativos da profissão, para atendimento das demandas e montagem do perfil sócio econômicos da realidade dos usuários. De acordo com Yolanda Guerra vai falar: 
A instrumentalidade no exercício profissional refere-se, não ao conjunto de instrumentos e técnicas (neste caso, a instrumentação técnica), mas a uma determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construída e reconstruída no processo sócio-histórico. (GUERRA, 2000, p.05)
O último ponto positivo que identificamos se refere ao plano de ação apresentado pela Assistente Social da instituição que orienta e mobiliza os alunos e seus familiares na garantia de direitos, voltando-se para a promoção de inclusão social, contribuindo para transformá-los em cidadãos conscientes das políticas sociais, dos seus direitos e deveres. 
Com relação aos pontos negativos que observamos em nosso campo de estágio vale destacar: a falta de integração do corpo docente e a coordenação para articulação com os alunos para diminuir e combater a principal demanda do campo que é a infrequência, seguido da evasão escolar. 
O segundo ponto negativo é a falta de estrutura, equipamentos, e materiais necessários para o melhoramento do desempenho do trabalho do Assistente Social. 
O terceiro ponto negativo é o desestímulo do corpo docente, que ocasiona em muitas faltas e o não acompanhamento junto ao aluno que, muitas vezes, diante disso se sente desestimulado a permanecer na escola. 
E o quarto e último ponto negativo são as refrações da “questão social” tão presentes na localidade que o campo de estágio está inserido. Violência, desemprego, drogadição, pobreza, tudo isso está inserido nesta localidade, aumentando assim o desafio para atuação do profissional, que precisa estar envolvido não apenas com a instituição, mas também com a comunidade.
4. PROJETO DE INTERVENÇÃO
4.1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome do Projeto: “Não desvie o olhar: juntos contra o abuso sexual infantil e a violência física e psicológica contra a criança e o adolescente”.
Instituição Responsável: Escola Municipal Major Bonifácio Silveira 
Estagiários: Lucas Matheus Soares dos Santos 
	 Tatiany Cristina Veríssimo de Almeida
Supervisor de Campo: Yara Albuquerque.
Supervisor Acadêmica: Edivânia Melo
4.2. APRESENTAÇÃO DO PROJETOO projeto tem como objetivo promover, junto à comunidade escolar, a reflexão da luta, prevenção e combate à violência sexual contra a criança e o adolescente. O mesmo possui como foco os alunos (as) que estudam na escola municipal na modalidade EJAI – Educação de Jovens, Adultos e Idosos, no período noturno, que convidará a sociedade para assumir a sua responsabilidade contra o abuso e a exploração infantojuvenil. 
O referido trabalho foi desenvolvido em parceria com o aluno Rafael Rodrigues Barboza, estagiário de Serviço Social da UNIT – Centro Universitário Tiradentes.
4.3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no seu Capitulo II – Da Educação Básica, na Seção II – Da educação Infantil, no seu Artigo 29: “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
O interessante é atentarmos que a educação infantil não deve apenas ter a finalidade do desenvolvimento intelectual da criança, mas também contribuir para o desenvolvimento psicológico e social, que estará em complementação com o que se aprende no núcleo familiar e na própria comunidade a que ela estará inserida. E essas três áreas, escola, família, e sociedade são responsáveis diretas pela formação sexual da criança. Formação essa que não se manifesta a partir da fase da puberdade, mas desde a infância. Portanto, é um equívoco pensar que a pulsão sexual somente manifesta-se na fase da puberdade do ser humano, ausentando-se durante a sua infância. (SILVA; SOUZA, 2013)
Diante desse desenvolvimento da sexualidade que deve ser visto como etapas comuns da vida de uma criança, pais e professores precisam cada vez mais estar preparados para fornecer um entendimento saudável sobre esse assunto. De forma que ao mesmo tempo em que ele consiga proteger, e prevenir que uma criança sofra abuso sexual, consiga também identificar quando estiver diante de uma vítima. Segundo Silva e Souza (2013), é necessário criar um ambiente no qual a criança perceba que a sexualidade não é assunto proibido, mas que de maneira saudável e natural, ela se sinta à vontade para perguntar. E a escola é esse ambiente. De fato, ela não deve ser a única a abordar esses temas, mas deve ser aquela que dará continuidade ao que deve estar sendo tratado de maneira saudável e natural no seio familiar, e quando isso não acontece, é necessário correções para evitar possíveis distorções.
 No entanto, é importante ressaltar que diante da negligência da família, e do despreparo da escola na abordagem desse tema, o abuso sexual infantil tem crescido de forma alarmante em todo Brasil, mesmo com os direitos garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, como consta nos artigos 17 e 18:
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. 
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, ECA, 1990)
Porém, diante desse crescimento e despreparo em algumas famílias e escolas, não podemos nos deter a apontar os culpados, mas buscarmos soluções, e a Orientação Sexual pode contribuir para isso: 
O trabalho de Orientação Sexual também contribui para prevenção de problemas graves como abuso sexual e a gravidez indesejada. As informações corretas aliadas ao trabalho de autoconhecimento e de reflexão sobre a própria sexualidade ampliam a consciência sobre os cuidados necessários para prevenção desses problemas. Finalmente pode-se afirmar que a implantação de Orientação Sexual nas escolas contribui para o bem-estar das crianças e dos jovens na vivência de sua sexualidade atual e futura. (PCN, 1997)
É importante destacar que mesmo assim a escola continua sendo uma das principais instituições consideradas ideais para detecção, intervenção e encaminhamento em casos de abuso sexual infantil. Só que para isso é essencial que os professores sejam capacitados e informados com relação aos conhecimentos da legislação referente ao tema e direitos da criança e do adolescente – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, que em seu artigo de n° 245 evidencia qual a consequência da omissão de um professor, gestor ou responsável por menores.
Art. 245°. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré escola ou creche, de comunicar à autoridade competente aos casos que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus tratos contra criança ou adolescente: Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro no caso de reincidência. (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, ECA, 1990)
Além da capacitação, informação e conhecimento nesse processo de detecção do abuso sexual é necessário por parte do profissional também a sensibilidade, a percepção diante de sintomas que são comumente apresentados pela criança quando abusada.
Alguns desses sintomas serão apontados pelo Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância – CRAMI: Comportamento agressivo, mau desempenho escolar, raiva, fuga da escola, vergonha excessiva, perturbações no sono, medo do escuro, poucas relações com colegas ou companheiros, mudança de apetite, comportamento sexual inadequado para sua idade, medo de certa pessoa, de ficar sozinha em algum lugar ou com alguém, dentre outros sintomas. 
Dessa forma, cabe à escola não ser apenas um ambiente de detecção e intervenção nos casos de abuso infantil, é necessário que ela trabalhe com a prevenção desses casos. Para isso, a abordagem desse tema deve perpassar seus muros, e trabalhar com toda a comunidade, entendendo, assim, que a prevenção e segurança das crianças é uma responsabilidade de todos. É necessário também a realização de programas dentro da escola acerca do abuso infantil, unindo isso à capacitação e treinamento dos profissionais de educação acerca do abuso sexual. Enfim, é necessário todo um conjunto de medidas dentro da escola, para que haja uma redução nesses índices que só crescem, e o educador tem um papel vital nesse processo. Foi constatado que em 44% dos casos analisados, o educador foi o primeiro a saber, e, em 52% dos casos analisados, o educador foi o primeiro adulto a saber do abuso (Silva e Souza,2013). Isso tudo demonstra não só a importância da escola, e do educador, mas a importância de iniciativas de projetos dessa natureza nas escolas, junto ao envolvimento de educadores como agentes de prevenção dos casos de abuso às crianças. Assim, percebemos que o caminho para que cada vez mais os índices de abuso sexual diminuam está na educação. Não somente dentro da escola, mas também no seio da família, e na comunidade.
Baseado na perspectiva crítica-dialética compreende-se que a violência sexual contra crianças e adolescentes é fruto de um processo sócio-histórico que colocou a criança e o jovem em lugar de desatenção e desproteção social. Historicamente, os pilares sociais que deveriam ser de proteção a esses sujeitos, como a família, a sociedade e o poder estatal pouco deram atenção e visibilidade a esses fatos contundentes. Paulatinamente, somente com a legitimação da Constituição Federal de 1988 e com a procriação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, em 1990, engendrada com a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança foi que as imanentes formas de violência praticadas contra crianças e adolescentes, bem como as demais práticas que violam e deturpam os direitos desses sujeitos ganharam maior visibilidade, restando ao Estado prestar assistência a essa população que, desde sua gênese, foi e continua sendo vítima da violência física, sexual, psicológica ou negligência.(PEDERSEN, 2008)
No que tange à violência sexual contra crianças e adolescentes, é preciso analisar o contexto mais amplo em que as famílias desses sujeitos sociais estão inseridas, compreendendo o movimento real da sociedade burguesa e suas expressões sociais em meio a um contexto de contradições estruturais de classes (PEDERSEN, 2008). Ou seja, as reflexões advindos da violência/ou exploração sexual são expressões das relações polarizadas entre as classes, emanadas por uma estrutura social, econômica, ideopolítica, cultural e religiosa de contradição estrutural da sociedade burguesa. 
De acordo com Pedersen (2008), a violência é uma expressão multifacetada que atinge todas as classes sociais, perdurando e se desenvolvendo cotidianamente no seio das relações sociais capitalistas, atingindo especialmente crianças e adolescentes que “por vezes, ainda são consideradas à margem de qualquer poder na vida familiar e social” (p. 112). 
Nesse sentido, Adorno ressalta que: 
 [...]a violência é uma forma de relação social; está inexoravelmente atada ao modo pelo qual os homens produzem e reproduzem suas condições sociais de existência. Sob esta ótica, a violência expressa padrões de sociabilidade, modos de vida, modelos atualizados de comportamentos vigentes em uma sociedade e em um momento determinado de seu processo histórico. (PEDERSEN, 2008, ADORNO apud SCOBERNATTI, 2005, p. 82)
Essa violência, que é apresentada cotidianamente como abuso sexual, psicológico ou físico, tanto em crianças e adolescentes, como em adultos, é, pois, expressões de exploração e de forças eminentemente polarizadas em seu bojo na realidade concreta capitalista. Assim, não pode ser analisada/ou entendida como uma expressão singular, resultante de forças da natureza humana ou extranaturais, ou um mecanismo autônomo, sem interferência com os determinantes sociais e condições estruturais de vida (PEDERSEN, 2008). De acordo com Pedersen (2008), apoiado em Leal; Cesar, (1998) essa violência expressa “uma relação de poder que se exerce pelo adulto ou mesmo não adulto, porém mais forte, sobre a criança e o adolescente, ou mesmo adulto, num processo de apropriação e dominação não só do destino, do discernimento e da decisão livre destes, mas de suas pessoas enquanto outro (p. 113). 
Ao referenciamos o conceito de violência, entende-se que as práticas/ou omissões de vitimização desses sujeitos acarretam sérios agravos para o desenvolvimento da criança e do adolescente no que tange ao ciclo de convivência social desta população, podendo chegar a cessar, impedir, deter ou retardar o seu desenvolvimento social e mental, que nesse estágio necessita de cuidados e proteção (PEDERSEN, 2008). 
Como mencionamos anteriormente a violência não é um fenômeno praticado de forma natural pelo homem, mas sua base de existência se engrada em um processo sócio-histórico que atinge toda a camada das classes sociais, bem como se estabelece na forma de dominação de gênero e raça e, ainda, nas relações arbitrárias entre adulto/criança (PEDERSEN, 2008). Ou seja, é um fenômeno que se constitui e se prolifera frente um processo desencadeador da questão social e suas múltiplas refrações, evidenciada pela expressiva contradição estrutural da sociedade capitalista. 
Dessa forma, muitos fatores podem contribuir como facilitadores da violência, são eles, os (as): 
Fatores sociais, como a miséria e o desemprego e as más condições de vida e sobrevivência são fatores que podem facilitar a ocorrência dos maus-tratos e do abuso sexual, devido a presença de um montante de frustações presente nessas situações, que excede, muitas vezes, a capacidade de buscar soluções criativas e construtivas. Na classe popular, os maus-tratos são mais visíveis, chegam com mais frequência aos serviços públicos de atendimento, e também por isso a atuação junto a esse público fica facilitada. Por mais difícil que seja a intervenção, é aqui que se visualizam maiores possibilidades de atendimento e proteção à criança. Mas é fato que a ocorrência de violência intrafamiliar é encontrável em qualquer classe social (PEDERSEN, 2008, p. 114 apud SANTOS, 1997, p. 23). 
O autor supracitado reafirma que as bases contundentes que constrói e constitui essa forma de sociabilidade são explicáveis para compreender os fenômenos que se originam e se expressam no seio da sociedade capitalista, estando entre elas o fator de recorrência (a violência). Contudo, os determinantes e condicionantes sociais, políticos, econômicos e culturais incidem fortemente nas relações sociais e intrafamiliares, abrindo caminho para a violação dos direitos fundamentais das crianças e adolescentes, desencadeando fatores de agressão física, psicológica e sexual destes sujeitos. 
Desse modo, a violência sexual pode ser classificada como o ato de abuso sexual e exploração sexual. O primeiro caracteriza-se pelo “ato ou jogo sexual em que adulto submete a criança ou o adolescente numa relação de poder desigual, para se estimular ou satisfazer-se sexualmente, impondo-se pela força física, pela ameaça ou pela sedução” (SCOBERNATTI, 2005 apud PEDERSEN, 2008). Já o segundo é caracterizado pela “relação sexual de crianças ou adolescentes com adultos, mediada por dinheiro ou troca de favores” (SANTOS, 2004 apud PEDERSEN, 2008). Em suma, a violência sexual está relacionada às práticas de abuso e de exploração sexual das quais são vítimas as crianças e adolescentes. 
Segundo Pedersen (2008), citado por Forward e Buck (2005), a grande incidência dos casos de abuso sexual ocorrem com pessoas próximas da vítima que “geralmente é homem, pai, padrasto, parente ou pessoa que tem proximidade ou afeição para com a vítima e é de sua confiança” (p. 115). De acordo com os autores, a maioria das vítimas de abuso sexual são as meninas, porém existem relatos e registros de meninos vítimas dessa violência, ressaltando em ambos os casos que “quando a violência ocorre muito cedo, a criança pode entender que aquilo que está acontecendo é uma forma de carinho, às vezes, a única forma de contato sem agressões que ela pode experimentar vindas daquele homem” (p. 116). 
Nesse sentido, dentre as mais diversas causas relacionadas ao abuso sexual encontram-se: 
Desde problemas de saúde mental, tais como dependência e abuso de álcool e outras drogas, problemas neurológicos, história familiar passada ou presente de violência doméstica; ocorrência de perturbações psicológicas entre os membros das famílias; o despreparo para a maternidade e/ou paternidade de pais jovens, inexperientes ou sujeitos a uma gravidez indesejada; a adoção de práticas educativas muito rígidas e autoritárias; o isolamento social das famílias que evitam desenvolver intimidade com pessoas de fora do pequeno círculo familiar; a ocorrência de práticas hostis, desprotetoras ou negligentes em relação às crianças, e fatores situacionais diversos que colocam as famílias frente a circunstancias são antecipadas e que podem atuar como estressores ou facilitadores para o desencadeamento dos abusos (PEDERSEN, 2008, p. 116). 
Portanto, segundo o autor, várias práticas de violência sexual circunscrevem as expressões que dão visibilidade ao abuso sexual, compreendendo que estas estão inseridas e defrontadas com as condições de vida dos sujeitos, seja ela no âmbito social e econômico, que envolve as condições de (moradia, saúde, alimentação, educação, lazer, esporte, trabalho e renda, etc;), seja as condições culturais e ideopolíticas (gênero, raça religiosidade, etc;) e do próprio contexto enviesado pela “questão social” e suas múltiplas expressões. Contudo, são as consequências do agravamento da questão social e suas refrações, no sentido mais amplo, que exteriorizam e expressam com bastante relevância as desigualdades sociais evidenciadas pelo caráter contraditório da sociedade burguesa. 
A produção de crianças vitimadas pela fome, por ausência de abrigo ou por morar em habitações precárias, por falta de escolas, por doenças contagiosas, por inexistência de saneamento básico, [...] refletem diretamente na relaçãoentre crianças, adolescentes e violência no cotidiano de famílias brasileiras. Essa situação de vulnerabilidade, denominada vitimação, pode desencadear a agressão física e/ou sexual contra crianças e adolescentes, haja vista que a cronificação da pobreza da família contribui para a precarização e deterioração de suas relações afetivas e parentais. Nesse sentido, pequenos espaços, pouca ou nenhuma privacidade, falta de alimentos e problemas econômicos acabam gerando situações estressantes, que direta ou indiretamente, acarretam danos ao desenvolvimento infantil (BRASIL, 2006, p. 27 apud PEDERSEN, 2008, p. 117). 
Dessa forma, é possível identificar que a violência sexual, cometida contra crianças e adolescentes, está intimamente relacionada com as condições de vulnerabilidade social que vivem e se debruçam esses sujeitos sociais. Contudo, a violência se torna mais expressiva e contundente à medida que as desigualdades sociais se alargam frente à complexidade social, política, econômica e cultural que se apresenta através das avassaladoras relações sociais capitalistas, pois entende-se que: “a vulnerabilidade social pode ser um fator determinante para o desencadeamento da agressão física e/ou sexual de crianças e adolescentes, haja vista que as consequências trazidas pelas desigualdades sociais geradas pelo mundo capitalista contribuem também para a precarização e deterioração de suas relações afetivas e parentais” (PEDERSEN, 2008, p. 118). 
Portanto, a abordagem histórico-crítica nos possibilita analisar os processos sócio-históricos que dão sustentabilidade e proliferam o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, entendendo a violência sexual como uma das expressões da “questão social” resultante das desigualdades sociais inerentes ao processo de produção e reprodução do capital. Assim, os direitos fundamentais infanto-juvenil, que deveriam ser assegurados pelo Estado, são violados e deturpados, colocando em risco o desenvolvimento de criança e adolescentes.
4.4. JUSTIFICATIVA
O Serviço Social tem um papel importante no processo de mobilização e orientação, apresentando possibilidades de um espaço para discussões e esclarecimentos sobre diversos temas que acometem a sociedade atual.
A escolha do referido tema para abordagem no projeto partiu da necessidade de discutir com a comunidade escolar, de forma esclarecedora, sobre a prevenção e combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. 
Os (as) usuários (as) da escola correspondem aos moradores de comunidades do bairro de Bebedouro e bairros vizinhos, localizados na periferia da cidade de Maceió, e que apresentam alto índice de violência e registros de abusos sexuais conforme acompanhamos através da mídia, registros e observações.
Durante o período de observação e acompanhamento aos atendimentos no estágio obrigatório supervisionado foram presenciados relatos de abuso sexual infantil e outras formas de violência contra crianças e adolescentes. Conforme os relatos, as situações de abuso, muitas vezes, está relacionada à violência doméstica e a problemas no meio familiar; o agressor, na maioria das vezes, é um membro da família ou alguém próximo ao convívio familiar. Em outros casos o abuso sexual estava associado ao abuso de álcool e drogas. Pode-se acrescentar também a realidade de pais e mães que precisam trabalhar fora, ausentando-se durante o dia, deixando crianças e adolescentes vulneráveis a atos de violência. Por isso, decidimos iniciar estudos desenvolvendo atividades para abordagem do referido assunto. 
A lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, afirma, no Art. 5º, que: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”.
Visto isso, foi escolhido para realização da atividade o mês de Maio, pois o dia 18 desse mês é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A lembrança dessa data tem por objetivo conscientizar a população brasileira sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes, chamando a atenção para a necessidade de realizarmos um trabalho informativo junto aos alunos com a sensibilização da população em geral, e dos profissionais da área de educação. 
O espaço escolar, com a contribuição do assistente social e dos demais profissionais, busca formas de enfrentar entraves vivenciados pelos (as) alunos (as) diariamente, despertando nos mesmos uma consciência crítica, tendo como finalidade formar cidadãos conhecedores de seus direitos e de sua existência na sociedade. 
A violência sexual contra crianças e adolescentes é fruto de um processo histórico que colocou a criança em lugar de desprivilégio e desatenção. Nesse sentido, torna-se necessário, a identificação das múltiplas expressões da “questão social”, vivenciadas tanto pelas famílias, como pelas próprias vítimas da violência. Pois as desigualdades econômicas, sociais, políticas e culturais geradas pelo capitalismo se aprofundam e se complexificam a cada dia.
4.5. OBJETIVOS
4.5.1. Objetivo geral:
Discutir, através de atividade socioeducativa com a comunidade escolar, a conscientização sobre o abuso sexual infantil e a violência contra a criança e o adolescente.
4.5.2. Objetivos específicos:
4.5.2.1. Realizar palestra e oficina de reflexão abordando o assunto com alunos (as) da modalidade EJAI – Educação de Jovens, Adultos e Idosos;
4.5.2.2. Promover, junto aos pais e familiares de alunos (as), orientação sobre prevenção e combate à violência sexual contra a criança e o adolescente;
4.5.2.3. Socializar as informações referentes ao tema para denunciar e romper com o ciclo de violência.
4.6. PÚBLICO ALVO E METAS
O projeto está direcionado a alunos da modalidade EJAI – Educação de Jovens, Adultos e Idosos do período noturno e à comunidade escolar.
A meta para o projeto é atingir ao menos 70% do público alvo (alunos e comunidade escolar), socializando informações, para romper com o ciclo de violência.
4.7. METODOLOGIA
*Realização de palestra e roda de conversa para alunos da modalidade EJAI – Educação de Jovens, Adultos e Idosos, no período noturno, no dia 18 de maio de 2018;
*A palestra será ministrada pelo conselheiro tutelar Sr. Antonio Vieira Filho, membro do Conselho tutelar da REGIÃO IV – BEBEDOURO;
*Entrega de informativos e orientações para participantes da ação, e para pais de alunos da educação fundamental no período diurno e vespertino.
4.8. RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS
*Recursos Humanos: Parceria com o Conselho Tutelar de Bebedouro – Maceió/AL, com o conselheiro tutelar Sr. Antonio Vieira Filho, que irá realizar palestra abordando o tema.
	Especificação
	Quantidade
	Profissional Conselheiro Tutelar
	1
	Estagiários
	3
	Profissional Assistente Social
	1
*Recursos Materiais: Apresentação de material informativo, confecção e distribuição de panfletos e orientações.
	Especificação
	Quantidade
	Competência 
	Data Show
	1
	Instituição
	Computador
	1
	Instituição
	Caixa de Som - Microfone
	1
	Instituição
	Cadeiras
	50
	Instituição
	Panfletos e Orientações
	100
	Estagiários
4.9. CRONOGRAMA
	
2018
	
ATIVIDADES
	FEVEREIRO
	MARÇO
	ABRIL
	MAIO
	
	1º
	2º
	3º
	4º
	1º
	2º
	3º
	4º
	1º
	2º
	3º
	4º
	1º
	2º
	3º
	4º
	
	SEMANA
	SEMANA
	SEMANA
	SEMANA
	Elaboração da proposta de Intervenção
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Montagem do Projeto
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Seleção, leitura e fichamento da bibliografia.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Divulgação do projeto
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Revisão e reunião com os participantes do projeto
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Preparação do material de apoio que será utilizado no projeto
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Apresentação do projeto
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Avaliação Projeto
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
4.10. AVALIAÇÃO DO PROJETO
A ação do projeto teveinício com a distribuição de panfletos informativos do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes entregue aos pais de alunos do turno diurno e vespertino, com orientação sobre prevenção e combate à violência sexual contra a criança e o adolescente.
O ápice do projeto foi a realização da atividade que envolveu os alunos da modalidade EJAI - Educação de Jovens, Adultos e Idosos, no turno noturno. A ação foi iniciada com uma breve apresentação sobre os objetivos da atividade referente ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (foto 05 e 06).
No segundo momento, o Sr. Antonio Vieira Filho, membro do Conselho Tutelar da REGIÃO IV – BEBEDOURO abordou o tema transmitindo de forma clara e objetiva com uma apresentação de slides. Chamou atenção dos presentes a abordagem sobre os tipos de abuso. O palestrante explicou detalhadamente cada um deles, citando o assedio; a pornografia; a prostituição; a pedofilia; o voyerismo; o incesto; a exploração; o aliciamento e o estupro.
Ao final da apresentação foi distribuído para os participantes panfletos informativos. Conforme o anexo 07. 
Inicialmente a ação do projeto de intervenção foi pensada em atender o público de alunos dos turnos matutino, vespertino e noturno. Porém, a assistente social está lotada no horário noturno e o acompanhamento com os estagiários ocorreu no mesmo período, estando estes impossibilitados de realizar atividades durante os outros turnos.
Na avaliação da atividade verificamos que a mesma foi proveitosa, que a mensagem foi passada com êxito, e que o público alvo foi atingido. Foi possível perceber que a reflexão do tema chamou a atenção dos alunos, o que foi bastante positivo, pois era este o principal objetivo desse projeto de intervenção.
Vale ressaltar que percebemos que o referido projeto aponta para a necessidade de ações subsequentes relacionadas à, essa temática, uma proposta que consiga atingir os alunos de todos os turnos da escola.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, NEY. O Serviço Social na Educação: novas perspectivas sócio-ocupacionais. Belo Horizonte(MG) -Maio/2007. Disponível em: www.cressmg.org.br/Textos/textos_simposio/2007.05.19_plenaria8-neyteixeria.doc, acessado em 06/09/2017.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9394, 20 de dezembro de 1996. 
BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente: Lei federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002.
BRASIL Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997. Volume 10 – Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. Disponível em <portal.mec.gov.br> Acesso em 19 de março de 2018.
_____________. Blog Escola Major Bonifácio Silveira. Disponível em <http://bonifaciosilveira.blogspot.com.br/> acessado em 03/11/2017.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.
CFESS, Conselho Federal de Serviço Social. Serviço Social na Educação. Brasília, CFESS: set. 2001. 
CFESS, Conselho Federal de Serviço Social. Subsídios para o debate do serviço social na educação. Brasília, DF: 2012.
CFESS, Conselho Federal de Serviço Social. Código de Ética do assistente social e Lei n. 8.662/93. 10. ed. rev. e atual. Brasília, CFESS, 2012. 
GUERRA, Y. Instrumentalidade do processo de trabalho e Serviço Social. Revista Serviço Social e Sociedade n. 62, São Paulo: Cortez, p. 5-34, 2000.
PEDERSEN. JAINA. Vitimação e vitimização de crianças e adolescentes: expressões da questão social e objeto de trabalho do Serviço Social. Porto Alegre (RS) – Novembro/2008. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/5677/4130, acessado em 12/03/2018.
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 28. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
SILVA, P.F.A; SOUZA, M.A. A Escola e o Abuso Sexual Infantil. Guaxupé (MG) - 2013 Disponível em: www.fundeg.br/revista/artigos-docentes/2013/v2-n2/Malu-Alves-de-Souza-e-Paula-Fernanda-Arena-Silva-A%20ESCOLA-E-O-ABUSO-SEXUAL-INFANTIL.pdf, acessado em 12/03/2018.
TERRA, S. H. Código de Ética do Assistente Social comentado. Organização do CFESS. São Paulo: Cortez, 2012.
6. APÊNDICES 
Foto (01 e 02) - Atividade extra campo realizada no dia 11 de agosto de 2017, em comemoração ao “DIA DO ESTUDANTE”. Sessão de cinema – filme “Planeta dos Macacos: A Guerra”. Essa atividade foi realizada na sala II do cinema Lumière, no Shopping Farol. 
Foto (03 e 04) – Atividade realizada no dia 01 de dezembro de 2017, no “Dia Mundial de Combate à AIDS”
Foto (05 e 06) – Atividade “Projeto de Intervenção”, realizada no dia 18 de maio de 2018, no “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.
7. ANEXOS
7.1. Anexo 01
7.2 Anexo 02
7.3 Anexo 03
7.4 Anexo 04
7.5 Anexo 05
7.6 Anexo 06
7.7 Anexo 07
image3.jpeg
image4.jpeg
image5.jpeg
image6.jpeg
image7.jpeg
image8.jpeg
image9.jpeg
image10.jpeg
image11.jpeg
image12.jpeg
image13.jpeg
image14.jpeg
image15.jpeg
image16.jpeg
image17.jpeg
image18.jpeg
image19.jpeg
image2.png

Mais conteúdos dessa disciplina