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AULA 03 Tema: Dano e sua reparação R E S P O N S A B I L I D A D E C I V I L DANO •EM SENTIDO AMPLO: Lesão a qualquer bem jurídico. •EM SENTIDO ESTRITO: Lesão do patrimônio LEMBRE-SE DANO É PRESSUPOSTO DA RESPONSABILIDADE!!! SEM DANO NÃO HÁ O QUE INDENIZAR, AINDA QUE HAJA CULPA E ILICITUDE DA CONDUTA. IMPORTANTE • Nenhuma indenização será devida se o dano não for “atual” e “certo”. Isto porque nem todo dano é ressarcível, mas somente o que preencher os requisitos de certeza e atualidade. Atual: existe no momento da ação de responsabilidade. Certo: Não é uma hipótese. É algo certo, concreto. ESPÉCIES DE DANO •PATRIMONIAIS OU MATERIAIS. •EXTRAPATRIMONIAL OU MORAL DANO DIRETO E INDIRETO •DANO DIRETO: - Atinge apenas a vítima. •DANO INDIRETO / POR RICOCHETE: - Um terceiro sofre os efeitos/reflexo de um dano causado a outrem. DANO POR RICOCHETE •Se configura quando uma pessoa sofre o reflexo de um dano causado a outrem. •Por isso também é chamado de dano indireto. ESPÉCIES DE DANO DANO BEM PATRIMONIAL BEM MORAL DANO MATERIAL DANO MORAL DANO EMERGENTE LUCRO CESSANTE PERDA DE UMA CHANCE DIREITOS DA PERSONALIDADE FÍSICO PSÍQUICO MORAL DANO MATERIAL • DANO EMERGENTE: prejuízo real • LUCRO CESSANTE: aquilo que se deixou de ganhar. • TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE: A perda de uma chance se traduz na perda de uma oportunidade séria e REAL. Ex: Sujeito está fazendo um concurso, entre várias etapas. Passou bem na primeira e segunda fase. E na terceira fase ele pega um ônibus e sofre um acidente e o candidato não consegue chegar para fazer a prova. Não havia certeza de aprovação, mas perdeu uma oportunidade real. DANO MATERIAL ART. 402, do Código Civil • Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. • Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. • Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. CÓDIGO CIVIL CAPÍTULO III Das Perdas e Danos TITULARES DA AÇÃO PARA RESSARCIMENTO DE DANO MATERIAL PESSOAS OBRIGADAS A REPARAR O DANO • É responsável pelo pagamento da indenização é todo aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, haja causado prejuízo a outrem. • Na responsabilidade objetiva, é aquele que assumiu o risco do exercício de determinada atividade (risco profissional, risco criado, risco-proveito etc.). A responsabilidade é, pois, em princípio, individual, consoante se vê do art. 942 do Código Civil. • Porém, há ainda, casos em que a pessoa passa a responder não pelo ato próprio, mas pelo ato de terceiro ou pelo fato das coisas ou animais. • E pode acontecer, ainda, o concurso de agentes na prática de um ato ilícito. Tal concurso se dá quando duas ou mais pessoas praticam o ato ilícito. Surge, então, a solidariedade dos diversos agentes, assim definida no art. 942, segunda parte, do Código Civil. • A VÍTIMA OU LESADO; • HERDEIROS DA VÍTIMA (art. 943, CC); • ESPOSA E FILHOS MENORES; (na condição de vítimas) • ASCENDENTES, DESCENDENTES (maior de idade) E IRMÃOS DA VITIMA; • A COMPANHEIRA. A obrigação de reparar o dano ocasionado se estende aos sucessores do autor. Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança. LEGITIMIDADE ATIVA Sobre pensão beneficiária... • Pensão é diferente de reparação de dano moral. • Beneficiários da pensão são apenas aqueles que viviam sob dependência econômica da vítima. • Em relação ao cônjuge e aos filhos menores, tem-se decidido que a dependência econômica é presumida. No caso, porém, dos ascendentes, dos descendentes maiores e irmãos da vítima, tem-se exigido a prova da dependência econômica para que a ação de ressarcimento de danos materiais possa vingar. Não provada, o ofensor somente poderá ser condenado, eventualmente, a reparar o dano moral causado aos referidos parentes. •QUALQUER PESSOA QUE POR AÇÃO OU OMISSÃO VOLUNTÁRIA, NEGLIGÊNCIA OU IMPRUDÊNCIA, HAJA VIOLADO DIREITO E CAUSADO PREJUIZO A OUTRA PESSOA. LEGITIMIDADE PASSIVA •Salvo as exceções previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de ganhar. RESSARCIMENTO DO DANO MATERIAL A) REPARAÇÃO ESPECÍFICA (in natura): fazer com que as coisas voltem ao estado que teriam se não houvesse ocorrido o evento danoso. Ex: instalação elétrica. B)REPARAÇÃO POR EQUIVALENTE: Pecúnia. Pagamento do equivalente em dinheiro; Aqui, o magistrado deverá estabelecer o conteúdo do dano (emergente, lucro cessante, dano moral) e fixar seu valor na sentença. Em regra, a indenização mede-se pela extensão do dano (Art. 944, CC). MODOS DE REPARAÇÃO DO DANO PATRIMONIAL / MATERIAL É POSSÍVEL CUMULAR PENSÃO INDENIZATÓRIA COM A PENSÃO DE NATUREZA PREVIDENCIÁRIA? • Sim. São institutos distintos. • Não há relação direta entre pensão previdenciária (ou assistencial) e a indenização decorrente de um evento danoso. Há atualização monetária em indenização por dano material? • Sim. A partir da data do evento danoso ou mora. • Há previsão legal expressa: - Art. 389, 395 e 398 do CC. - Súmula 43, STJ. SÚMULA 43 – STJ INCIDE CORREÇÃO MONETARIA SOBRE DIVIDA POR ATO ILICITO A PARTIR DA DATA DO EFETIVO PREJUIZO. DANO MORAL INTRODUÇÃO... •Não é qualquer dissabor; •Não é qualquer dano. •É uma lesão a um direito da personalidade. • Ocorre quando há ofensa aos direitos da personalidade de uma pessoa. • Direito dos atributos fundamentais: honra, imagem, intimidade, privacidade. • TRÊS PLANOS: - FÍSICO: Dano estético - PSÍQUICO: problema psicológico. - MORAL: Mágoa, tristeza, dor. DANO MORAL CONSTITUIÇÃO FEDERAL • A constituição federal traz ampla proteção a dignidade da pessoa, à intimidade. Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. (...) III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; (...) V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; (...) X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. DANO MORAL E MERO ABORRECIMENTO • É difícil classificar um dano moral, porém, o mais acertado é se reportar às hipóteses da Constituição Federal para que não se perca a mão e considere todo e qualquer aborrecimento e desprezares como dano moral. • Banalização do dano moral. • O dano moral deve ser analisado sob a ótica legal. • Dano moral deve ser entendido por aquele sofrimento que foge à normalidade e tenha interferência intensa no psicológico da vítima. • Aborrecimentos cotidianos não se configuram dano moral. JURISPRUDÊNCIA RECURSO INOMINADO - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS - DEFEITO EM APARELHO CELULAR - SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA - TELEFONE ENCAMINHADO À ASSISTÊNCIA TÉCNICA COM RELATO DE SUPERAQUECIMENTO E DESCOLAMENTO DA TELA - VÍCIO OCULTO EM PRODUTO DURÁVEL - PRAZO DE 90 (NOVENTA) DIAS PARA AJUIZAMENTO DA AÇÃO A CONTAR DA CIÊNCIA DO PROBLEMA - INOBSERVÂNCIA - PLEITO DE SUBSTITUIÇÃO DO APARELHO CELULAR PREJUDICADO DIANTE DA DECADÊNCIA - ABALO ANÍMICO NÃO VERIFICADO - CIRCUNSTÂNCIA QUE NÃO ULTRAPASSA O LIMITE DO MERO ABORRECIMENTO - DANO MORAL INEXISTENTE - SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS - RECURSO DESPROVIDO."'[. . .] Quanto aos danos morais, não podem e não devem ser interpretados de forma tão benevolente a ponto de tornar a vida insuportável, mercê de reparações abusivas para todo e qualquer contratempo, desvestido de gravidade ou repercussão no âmbito subjetivo da pessoa. Defeito em aparelho celular e congêneres ou demora no conserto nada tem de extraordinário ou irrazoável, não ostentando carga para ocasionar padecimento íntimo intenso, gerador do dever de indenizar, justo que tal situação não ultrapassa a esfera do efêmero incômodo ou descontentamento de todo suportável." (TJ-SC - RI: 03009926120188240017 Dionísio Cerqueira 0300992- 61.2018.8.24.0017, Relator: Luis Francisco Delpizzo Miranda, Data de Julgamento: 27/08/2020, Primeira Turma Recursal) JURISPRUDÊNCIA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM DANOS MATERIAIS E MORAIS. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. CONDENAÇÃO AO RESSARCIMENTO DE DANOS MATERIAIS. INSURGÊNCIA DO AUTOR. PRETENDIDA COMPENSAÇÃO PECUNIÁRIA POR ABALO ANÍMICO. ALEGADA FRUSTRAÇÃO EM RAZÃO DE COMPRA DE MERCADORIA NÃO ENTREGUE. MERO ABORRECIMENTO CAUSADO POR DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL. SITUAÇÃO INAPTA A PROVOCAR AUTOMÁTICO DANO EXTRAPATRIMONIAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE CONSEQUÊNCIAS EXTRAORDINÁRIAS AO CONSUMIDOR. ABALO MORAL INEXISTENTE. POSTULAÇÃO ARREDADA. "O simples inadimplemento contratual não gera em regra danos morais, por caracterizar mero aborrecimento, dissabor, envolvendo controvérsia possível de surgir em qualquer relação negocial, sendo fato comum e previsível na vida social, embora não desejável nos negócios contratados" (STJ, 4ª Turma, AgInt no REsp n. 1653897/TO. Rel. Min. Raul Araújo, DJ 29-6-2017). PLEITO PARA O ACOLHIMENTO DE DANOS MATERIAIS NA FORMA DE LUCROS CESSANTES. DESCABIMENTO. INEXISTÊNCIA DE PROVAS CONCRETAS INDICADORAS DE QUE O AUTOR TERIA DEIXADO DE LUCRAR DIANTE DO NÃO RECEBIMENTO DO MAQUINÁRIO ADQUIRIDO. OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR NÃO EVIDENCIADA. SENTENÇA MANTIDA. I - "Os lucros cessantes devem guardar verossimilhança com a possibilidade de ganho do prejudicado. A respectiva indenização não pode ser pautada naquilo que a vítima empiricamente projeta que deixou de ganhar, mas sim no montante que comprovadamente deixou de auferir" (TJ-SC - AC: 03007754020188240042 Maravilha 0300775-40.2018.8.24.0042, Relator: Carlos Roberto da Silva, Data de Julgamento: 28/05/2020, Sétima Câmara de Direito Civil) JURISPRUDÊNCIA DIREITO DE IMAGEM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. OFENSA AO DIREITO DE IMAGEM. UTILIZAÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO. DANO MORAL "IN RE IPSA". PRECEDENTES. ENUNCIADO 278 DA IV JORNADA DE DIREITO CIVIL. 1. Ação de indenização por danos morais movida por conhecido piloto automobilístico em face da veiculação de publicidade utilizando o apelido do autor, amplamente conhecido pelo público em geral, em um contexto que claramente o identificava (criança, em um carro de brinquedo, com um macacão na mesma cor que o piloto demandante usava em sua equipe de Fórmula 1). 2. Jurisprudência firme desta Corte no sentido de que os danos extrapatrimoniais por violação ao direito de imagem decorrem diretamente do seu próprio uso indevido, sendo prescindível a comprovação da existência de outros prejuízos por se tratar de modalidade de dano "in re ipsa". 3. Aplicável ao caso o Enunciado nº 278, da IV Jornada de Direito Civil que, analisando o disposto no art. 18 do Código Civil, concluiu: "A publicidade que divulgar, sem autorização, qualidades inerentes a determinada pessoa, ainda que sem mencionar seu nome, mas sendo capaz de identificá-la, constitui violação a direito da personalidade". 4. Retorno dos autos ao tribunal de origem para arbitramento da indenização por danos extrapatrimoniais postulada na petição inicial. 5. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. RECURSO ESPECIAL Nº 1.432.324 - SP (2012/0275340-2) - Vídeos (circuito interno, vídeo de celular); - documentos, fotos, prints; - E-mails; - Testemunhas; • EXEMPLOS DE DANOS / PROVAS a. Ofensa em redes sociais: prints, imagens. b. Ofensa em ambiente de Trabalho: testemunhas, e-mails. c. Atraso de Vôo: guarda de ticket, busca de informação quanto ao horário de partida do Vôo (ANAC). d. Negativação indevida: documento que comprove a negativação. (Atenção: dano in re ipsia). COMO PROVAR UM DANO MORAL? TITULARES DA AÇÃO PARA RESSARCIMENTO DE DANO MORAL • A VÍTIMA OU LESADO; • HERDEIROS DA VÍTIMA (art. 943, CC); • ESPOSA E FILHOS MENORES; • ASCENDENTES, DESCENDENTES (maior de idade) E IRMÃOS DA VITIMA; • A COMPANHEIRA; • PESSOA JURÍDICA LEGITIMIDADE ATIVA CRIANÇA DE POUCA IDADE E AMENTAL PODE SOFRER DANO MORAL? CRIANÇA DE POUCA IDADE E AMENTAL PODE SOFRER DANO MORAL? • Depende! A doutrina diverge sobre o assunto. • De inicio, apesar de função do dano ser reparar a dor ou sofrimento que foge à normalidade da vida cotidiana, deve-se ter em mente que o ressarcimento advém também como indenização por um bem jurídico violado. • O reconhecimento do dano moral decorrente da lesão ou proporção da ofensa deve ser analisado caso a caso, baseando-se nas circunstâncias, não podendo estabelecer de forma fixa essa possibilidade (nem afastá-la). PESSOA JURÍDICA PODE SOFRER DANO MORAL? • SIM. • Não possui capacidade afetiva, mas possui a honra objetiva por ter atributos sujeitos a valoração extrapatrimonial da sociedade; • Honra objetiva: conceito, bom nome, probidade comercial, boa reputação; PESSOA JURÍDICA PODE SOFRER UM DANO MORAL? Deve-se aduzir que não só prejuízos extrapatrimoniais são causados no momento de ofensas aos direitos da personalidade; normalmente, ocorrem também danos materiais, advindos, por exemplo, de perda sensível nos resultados econômicos, provenientes de abalo na honra e imagem da empresa no mercado; Incide, nesse caso, a Súmula nº 37 do Superior Tribunal de Justiça sobre cumulação dos danos, pelo que, portanto, pode uma única ação pedir a reparação de todos os danos causados pela ofensa – morais e materiais. • CÓDIGO CIVIL Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. • TRIBUNAIS SUPERIORES Súmula 227, STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. PESSOA JURÍDICA PODE SOFRER UM DANO MORAL? • É possível cumular dano material com dano moral. Súmula 37, STJ. • É possível cumular dano moral com dano estético. Súmula 387, STJ. IMPORTANTE! •QUALQUER PESSOA QUE POR AÇÃO OU OMISSÃO VOLUNTÁRIA, NEGLIGÊNCIA OU IMPRUDÊNCIA, HAJA VIOLADO DIREITO E CAUSADO PREJUIZO A OUTRA PESSOA. LEGITIMIDADE PASSIVA DANO MORAL E A LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO • O direito a livre manifestação do pensamento previsto no artigo 5º, IV da Constituição Federal deve ser compatibilizado com outros direitos, dentre os quais, a imagem e a honra. • Deve ocorrer de forma responsável, vedado o anonimato e a violação de direitos fundamentais. • Equilíbrio entre a liberdade de expressão e a honra deve ser avaliado criteriosamente; DIREITO A LIVRE MANIFESTAÇÃO RESSARCIMENTO DO DANO MORAL NATUREZA JURÍDICA DA REPARAÇÃO •Tem caráter: - PUNITIVO: para o ofensor - COMPENSATÓRIO: para a vítima. QUANTIFICAÇÃO • Em princípio, basta provar a existência da lesão a um direito de personalidade. Reconhecido, o juiz deve fixar o valor da indenização. • Não há na legislação nenhuma delimitação de critérios para que o juiz quantifique. • Fixação e a insegurança jurídica. • A responsabilidade recai toda para o juiz. • Dois critérios para fixação: - Tarifação (não existe no ordenamento jurídico). - Arbitramento (prevalece no Brasil) O que a doutrina diz: • O Juiz deve agir com prudência, atendendo em cada caso, às suas peculiaridades e a repercussão econômica da indenização, de modo que a mesma não seja tão grande que se converta em fonte de enriquecimento ilícito, nem tão pequena que se torne inexpressiva. • VIDE: art. 292, V do CPC/15. - O CPC/73: admitia pedido genérico, podendo ser arbitrado pelo juiz. - Hoje o CPC/15 aduz que se deve inserir o valor pretendido. VALOR DA CAUSA NA AÇÃODE REPARAÇÃO POR DANO MORAL • Em regra, desde o CPC/15 não cabe pedido genérico; (a doutrina diverge sobre o assunto). • Apesar de ser arbitrado pelo juiz, o valor da causa deve ser integrado pelo valor pretendido a danos morais. • Vide: art. 292, V do CPC. Freddie Didier Jr: “ninguém melhor que a parte para quantificar seu sofrimento. Cabe ao juiz apenas dizer se é ou não devido”. De fato, há grande relevância processual na correta quantificação do valor atribuído à causa. Contudo, aparentemente, a modificação imposta pelo art. 292, inc. V, do CPC, cinge-se à quantificação do valor da causa, inexistindo, ao menos de forma explícita, vinculação entre qual quantificação e a proibição de formulação de pedido genérico. A INFLUÊNCIA NO VALOR DA CAUSA o valor da causa ganha relevo no CPC/2015, pois além de ser um critério fundamental para o cálculo das custas, é parâmetro para os seguintes institutos processuais: 1) multa por ato atentatório à dignidade da justiça (art. 77, § 2º); 2) multa por litigância de má-fé (art. 81); 3) honorários sucumbenciais (art. 85, §§ 2º e 5º, 338, par. Único e 701); 4) multa pela ausência da parte à audiência de conciliação ou mediação (art. 334, § 8º); 5) multa ao perito que deixa de apresentar o laudo (art. 468, inc. II, § 1º); 6) multa ao autor que proponha indevidamente ou de má-fé ou ao réu que embargue de má-fé a ação monitória (art. 702, § 10); 7) depósito para a admissibilidade da ação rescisória (art. 968, inc. II); 8) multa ao agravante quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime (art. 1.021, § 4º); 9) multa por embargos de declaração manifestamente protelatórios e pela reiteração destes (art. 1.026, §§ 2º e 3º). http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 SOBRE CRITÉRIOS, A DOUTRINA sugere: • Que o juiz deverá atentar-se a: A) Condição social, educacional, profissional e econômica do lesado; B) A intensidade do seu sofrimento; C) A situação econômica do ofensor e os benefícios que se obteve com o ilícito. D) A intensidade do dolo ou grau de culpa; E) A gravidade e repercussão da ofensa; e F) As peculiaridades e circunstâncias que envolveram o caso, atentando-se para o caráter antissocial da conduta lesiva. • Nem sempre o valor da reparação é a preço fixo, em parcela única. • É possível que , esse dano seja fixado a título de pensão (mensalmente), até o fim da vida da vitima – fixada com parâmetros de atualização automática, normalmente fixada em salários mínimos. Vide sumula 490 STF. SÚMULA 490 – STF A PENSÃO CORRESPONDENTE À INDENIZAÇÃO ORIUNDA DE RESPONSABILIDADE CIVIL DEVE SER CALCULADA COM BASE NO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE AO TEMPO DA SENTENÇA E AJUSTAR-SE-Á ÀS VARIAÇÕES ULTERIORES. • Representa uma compensação pela tristeza, dor, vexame e humilhação causada injustamente por outra pessoa. • QUANTUM INDENIZATÓRIO,DEVE SE NORTEAR AO MENOS EM TRÊS PONTOS: - Condição social da pessoa que ofende; - Condição social da pessoa ofendida; - Tamanho do prejuízo sofrido. RESSARCIMENTO DANO MORAL ANTECIPAÇÃO DE TUTELA EM AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO MORAL • É possível, inclusive quando se revela como medida para coibir/inibir a ocorrência ou prosseguimento dos danos. Ex: retirada de negativação do nome nos serviços de proteção ao crédito, impedir publicação de notícia ou imagem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS • GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: responsabilidade civil. 4 ed. vol. IV. São Paulo: Saraiva. • DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil. v. VII. 21 ed. São Paulo: Saraiva. CONTATO • VIA E-MAIL INSTITUCIONAL ALYNNE.COSTA@UNINORTEAC.EDU.BR mailto:ALYNNE.COSTA@UNINORTEAC.EDU.BR