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teoria da literatura ii-19

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VERSÃO TEXTUAL
E eis que para devolver a sensação de vida, para sentir os objetos, 
para provar que pedra é pedra, existe o que se chama arte. O objetivo 
da arte é dar a sensação do objeto como visão e não como 
reconhecimento; o procedimento da arte é singularização dos objetos e 
o procedimento que consiste em obscurecer a forma, aumentar a 
dificuldade e a duração da percepção; a arte é um meio de 
experimentar o devir do objeto, o que é já 'passado' não importa para a 
arte. 
A riqueza de significados ou a polissemia pode ser compreendida pelo 
seguinte esquema apresentado por Zavaglia (2003): 
Fonte [1]
CONTRIBUIÇÕES DO FORMALISMO
O enfoque dado ao estudo dos traços característicos do discurso literário 
pelo formalismo que identifica a unidade da obra como uma forma na qual 
os elementos estão correlacionados e integrados acarretou na recusa a 
distinção entre "forma" e "fundo" (forma x conteúdo) na abordagem crítica 
da obra literária. Ou seja, na obra literária o assunto ou tema não pode ser 
desagregado do conjunto de procedimentos construtivos que o compõem e o 
singularizam. 
No que diz respeito ao estudo das narrativas, o formalismo 
foi o primeiro a estabelecer distinções entre romance e novela; 
realçou a importância do tempo na estrutura romanesca e 
distinguiu fábula de trama. 
Chklovski explica a "fábula" como enumeração dos acontecimentos da 
narrativa e a "trama" como a organização elaborada desses acontecimentos 
em uma certa disposição que forma a narrativa. Resumindo, a fábula diz 
respeito à história contada enquanto a trama abrange o modo como a 
história é arquitetada e organizada sob a forma de uma narrativa. Dessa 
forma, a obra é justificada como uma organização única, já que um mesmo 
assunto (fábula) pode ser organizado em diferentes tramas. Concluindo, a 
escolha dos temas ou motivos que compõe a fábula arquitetados em uma 
organização singular construída com o uso especial da linguagem poética 
produz a obra literária. 
Tal concepção exige que o artista - autor ou poeta - faça uso da língua 
aproveitando todos os recursos em seus diferentes níveis: sintático, 
fonológico e semântico. 
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