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Administração Financeira Doméstica

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Gladson da Silva 
 
 
Meu salário não chega ao fim do mês! 
 
 
1 º Edição 
 
 
Belo Horizonte 
 
2017 
 
 
 
4 
 
Biblioteca Nacional 
Escritório de Direitos Autorais 
Registro: 736.132 
 
 
copyright 2017 – Todos os direitos reservados 
 
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Agradecimentos 
 
Agradeço a Deus, autor de tudo, a quem devo agradecimentos até o dia da minha 
partida, a minha família pelo apoio e a minha esposa, pessoa mais importante do mundo 
nesta minha vida. 
Ainda existem pessoas boas no mundo. A. G., é alguém que conheci e que nos mostra 
que é possível ter fé no ser humano, alguém que conheci numa ONG em Belo Horizonte 
e que me estendeu a mão em um momento que precisava, sem nunca me dever nada, 
sem querer nada em troca; pelo simples prazer em fazê-lo. Minha surpresa foi ver que 
fui apenas mais um de muitos que ela amparou. Que Deus lhe abençoe. 
Agradeço também a todos do grupo Kroton, que de alguma forma me incentivaram, me 
entenderam e me ajudaram nos momentos difíceis. A todos vocês, muito obrigado. 
 
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Introdução 
 
Minha esposa, Assistente Social, certa vez mencionou a dificuldade que as 
famílias a quem ela atendia, em geral de baixa renda, tinham de controlar o orçamento 
doméstico. Resolvemos repassar a experiência que temos para fazer nosso suado 
dinheirinho chegar ao fim do mês e ajudar estas pessoas, aí nasceu o curso 
Administração Financeira Doméstica, inicialmente ministrado em ONGs de bairro. 
O que me foi surpresa foi perceber que a dificuldade de administração do 
orçamento doméstico não era exclusividade de população de baixa renda, pessoas de 
praticamente todas as classes sociais tem esta mesma dificuldade. Então percebi que 
não é o quanto você ganha que mais importa, e sim o quanto você gasta. 
Adaptei mais uma vez o curso e assim foi, até que surgisse esta obra que você 
irá ler. Minhas lições são muito baseadas nos apertos que passeis; claro que a teoria é 
importante, e aprendi muito nos vários cursos que fiz, mas sem dúvida, as experiências, 
coisas pelas quais já passei, me fizeram capaz de desenvolver este trabalho e escrever. 
Ouço várias pessoas reclamando da vida financeira: “o dinheiro não dá!” 
Ocorre que, para consertá-la, é necessário que se mudem os hábitos, as atitudes, e que 
se tenha disposição para fazer coisas que nunca foram feitas, inclusive algumas que 
talvez fossem classificadas como vergonhosas ou até inaceitáveis. Aqui você terá várias 
dicas do que fazer para fechar as contas do mês e sair do vermelho, porém, o que fazer 
ou não dependerá de você. Costumo brincar em minhas apresentações e dizer que, o 
que você estará disposto a fazer ou não, dependerá do seu grau de desespero. Há pessoas 
que serão seletivas e aceitarão uma ou outra, não estão dispostas a fazer qualquer coisa, 
outras, porém, vão fazer tudo o que está no livro ao pé da letra. E você, até onde está 
disposto a ir para resolver de uma vez sua situação financeira? 
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“Qual de vós, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, 
para ver se tem dinheiro suficiente para completa-la? 
Lucas 14-28 
 
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Sumário 
 
1- Por que meu dinheiro foge? – Nossa relação com o dinheiro .....................15 
 
1.1 Sim, é possível – Corra atrás dele! ......................................................20 
1.2 Liberte-se do passado – Apague o backup da sua cabeça....................22 
1.3 Esforce-se - Vamos à luta.....................................................................26 
1.4 Mãos à obra – Se eu não fizer por mim, ninguém fará........................28 
 
2- Fatores do desequilíbrio financeiro – O que acontece dentro da minha 
mente.................................................................... ........................................31 
 
2.1 Fatores psicológicos...............................................................................33 
2.2 Fatores econômicos................................................................................41 
 
3- Novos tempos e Redes Sociais.....................................................................45 
 
3.1 Fatores sociais – Vivo em sociedade......................................................48 
3.2 Necessidade de autoafirmação ..............................................................48 
3.3 Ostentação – O importante é aparecer....................................................49 
 
4- O que eu estou fazendo com meu dinheiro? ................................................51 
 
4.1 Identificação...........................................................................................55 
4.2 Aceitação - Tenho que aceitar e trabalhar, não chorar...........................57 
 
5- Não se desespere! ........................................................................................59 
 
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5.1 Chegou a hora de mudar de postura.....................................................62 
5.2 Mudança de atitude............................................................... ...............62 
5.3 Reveja seus hábitos............................................................... ...............63 
 
6- Como aumentar o dinheiro que entra...........................................................65 
 
6.1. Tem certeza de que isso é possível? .....................................................67 
6.2. Dá para ter uma segunda renda? ...........................................................68 
6.3 O que é um Freelancer - E como isto poderá lhe ajudar.......................69 
 
7- Como diminuir as despesas - e por quê este capítulo e tão grande? ...........71 
 
7.1. Começou................................................................................................73 
7.2. Eu e o banco .........................................................................................74 
7.3. Em casa..................................................................................................74 
7.4. Na cozinha.............................................................................................75 
7.5. No quarto...............................................................................................76 
7.6. No banheiro...........................................................................................77 
7.7. Na sala...................................................................................................77 
7.8. Na área de serviço.................................................................................78 
7.9. No transporte.........................................................................................79 
7.10. Na garagem..........................................................................................79 
7.11. No trabalho..........................................................................................81 
7.12. Saúde - E se eu ficar dodói? ...............................................................82 
7.13. No supermercado.................................................................................83 
7.14. No quintal – Tenha uma hortinha........................................................85 
 
8- Dívidas (e, principalmente, como se livrar delas) ...................................................87 
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8.1 Cheque especial – Entrar é fácil, quero ver é sair! ................................92 
8.2 Cartão de crédito – O risco....................................................................94 
8.3 Empréstimos e financiamentos..............................................................95 
 
9- Diversões – Refresco para o cérebro ......................................................................99 
 
9.1. Existem opções gratuitas? ..................................................................102 
9.2 Internet, sites de descontos e compras coletivas ..................................1039.3. Eu posso tirar férias.............................................................................104 
 
10- Antecipe-se ..........................................................................................................107 
 
10.1 Lucro com compras fora de época...............................................................111 
10.2 Dívidas ogramadas.......................................................................................111 
 
11- E eu, que sou meu próprio patrão? ......................................................................113 
12- Onde investir........................................................................................................117 
12.1 Oba, sobrou um pouquinho! .............................................................119 
12.2 CDB e Poupança.................................................................................120 
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13- Controle de gastos ...............................................................................................121 
 
13.1 O simples ...........................................................................................123 
13.2 O complexo........................................................................................123 
 
14- Prestação de serviços gratuitos............................................................................125 
 14.1 Entidades do terceiro setor.................................................................127
 
 
15- Conclusão.............................................................................................................129 
 
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1- Por que meu 
dinheiro foge? 
Nossa relação com 
o dinheiro 
 
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Ah, o dinheiro! Eterna relação de amor e ódio (quem tem ama; quem não tem 
odeia o fato de não ter.). 
Acredito que nove em cada dez pessoas devem têm o sonho de ter dinheiro, ou 
de ter mais dinheiro do que tem; ser rico; ganhar na Mega Sena; achar um baú de 
tesouro... O dinheiro está embutido em quase tudo. Sempre que escuto esta frase “Ser 
rico é bom demais, né? ”, minha resposta é automática: “Não sei. Eu não sou. Deve ser, 
porque nunca vi ninguém que é reclamando...” 
Começo dizendo isso para você, amigo leitor, para que saiba o que irá encontrar 
nas próximas páginas deste livro: Possibilidades para consertar sua vida financeira. 
Porque eu, o autor, não sou rico, tenho provavelmente condições muito parecidas com 
a sua, e é sempre por esta razão eu digo que é possível viver com pouco dinheiro (e 
viver bem), desde que você saiba como e com o que gastar. Digo isto porque você leitor, 
vive nesse mundo em que é quase impossível sobreviver sem dinheiro. 
Antigamente, as trocas (chamadas de escambos) eram muito comuns e 
frequentes, mas hoje, sem chance. Precisamos de dinheiro para (quase) tudo na vida. 
Não seria demagogo aqui de dizer o contrário. 
Creio que você tenha sonhos, coisas que deseja adquirir, viagens...e acho difícil 
conseguir realizá-los sem desprender de significativas quantias. E mesmo que você não 
tenha sonhos (duvido!), com certeza você tem responsabilidades, e precisa honrar com 
seus compromissos mês a mês, a menos que você consiga chegar até o balcão de 
atendimento de sua concessionária de energia elétrica e dizer “troco duas galinhas e um 
celular antigo pela conta de luz desse mês...” (se conseguir e der certo, me ensine). 
Fato é que passamos a vida correndo atrás dessas notinhas, o problema é quando 
elas correm mais rápido. Devemos aqui estabelecer uma relação de, até onde, nesta 
corrida pelo ouro, estou disposto a ir e também se ela é saudável e, principalmente, do 
que estou abrindo mão para vencê-la (família, ver o crescimento dos filhos...), então é 
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necessário estabelecer se sua meta é ter uma vida controlada, ter dinheiro sobrando para 
fazer a sua felicidade e a da sua família, poder planejar suas viagens, trocar de carro, 
comprar casa ou trocar os móveis, ou, quem sabe, aumentar a família. 
No entanto, a intenção deste livro é fazer com que seu suado dinheiro chegue 
ao fim do mês, que você saiba lidar com suas contas e que no fim do mês sobre (Amém!) 
Dinheiro na sua conta. Não estou aqui vendendo a ilusão de que ficará milionário e 
nunca mais trabalhará na vida. Ao contrário, aqui estou lhe incentivando a trabalhar e 
a gastar com inteligência seu santo dinheirinho... 
Dito isto, vamos lá. Durante todo o mês, você tem “n” responsabilidades - não 
vou lista-las aqui, porque, se fizer isto, há uma possiblidade muito grande de você 
desistir de continuar a ler o livro (não faça isso, coragem!) -A questão é que você tem 
que entender que é possível organizar bem suas finanças e, salvo algumas possíveis 
exceções (um momento de descontrole extremo, ou um imprevisto grave, como um 
acidente por exemplo), e viver bem durante todo o mês e todo o ano. 
A teoria é sempre diferente da prática. Por esta razão, durante todo o livro darei 
exemplos de coisas que aconteceram comigo, primeiro porque teoria pouco vale sem 
prática, segundo para que você veja que não sou diferente de você. Vamos ao primeiro 
exemplo: Assim que terminei meu curso técnico de administração de empresas - o que 
hoje é o segundo grau, ou ensino médio (poxa, estou ficando velho!) - Pensei logo na 
faculdade e, visando não ter gastos com mensalidades, porque venho de uma família 
simples que não tinha condições de me ajudar, tentei entrar em uma universidade 
pública. Por dois anos, estudei, fiz vestibular e não consegui ingressar. Então, comecei 
a pensar nas opções que tinha (Planejamento): tentar de novo, ou partir para as 
faculdades privadas. Escolhendo a segunda opção, tinha que manter em mente que, de 
forma bem simpática e educada, a faculdade me mandaria uma cartinha todo o mês com 
um código de barras, a qual eu deveria levar ao banco ou à casa lotérica... logo, 
precisava de recursos financeiros. Em seguida, comecei a me preparar para esta opção. 
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Após planejar, a segunda coisa de que precisei foi Atitude. Juntei grana por 
alguns meses e, para não ter riscos, deixando apenas na caderneta de poupança (o que 
mais tarde entendi que não era um bom investimento), comprei também um carro 
seminovo, porque percebi que os novos se desvalorizam rapidamente (explicarei o 
porquê em um capítulo mais adiante). Quanto à faculdade, tentei dois vestibulares. 
Passei no particular, e, na pública, mais uma vez, não. Bola para frente! Particular então. 
Fiz minha matrícula e, como a vida é cheia de surpresas, logo no primeiro semestre veio 
o desemprego e só consegui dar sequência ao curso graças à “gordura” que eu tinha 
para queimar. Acreditem: atravessei, pela primeira vez, os portões da faculdade com 
dinheiro no banco e um veículo seminovo - com três anos de uso - e saí (pasmem), pela 
última vez, sem um tostão e de BICICLETA. Na verdade, lembro de que no meu último 
semestre eu fui a pé; caminhava cerca de cinco quilômetros para ir e cinco para voltar, 
porque não tinha sequer o dinheiro da condução. 
Perceba, portanto, que foram necessários todos os meus recursos para dar 
sequência ao curso. E aqui incluído todos os estágios remunerados que fiz, porque, 
assim como boa parcela dos estudantes do ensino superior, eu tinha que trabalhar 
durante o dia para poder estudar à noite. Apesar de tudo, consegui concluir a graduação 
do curso de comunicação social, relações públicas (se está passando por esta situação, 
não desanime, você também pode conseguir!) Este exemplo serve de referência para as 
palavrinhas que citei. Mas agora quero lhe mostrar tudo o que aprendi, na prática, e 
dividir com você, para que, assim como eu, você consiga vencer financeiramente. 
Que fique claro, mas uma vez, que não estou prometendo que você viverá numa 
ilha paradisíaca. A intenção é que você consiga melhorar sua relação com o dinheiro, 
saber quanto entra e quanto sai, ver se dá para aumentaro que entra ou diminuir o que 
sai, e viver bem com isso. Observe que o título do livro é “Meu salário não chega ao 
fim do mês”. Se fosse um livro para lhe ensinar a ficar rico, o título do livro talvez fosse 
“Meu salário não dá para virar milionário”. 
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1.1 Sim, é possível – Corra atrás dele! 
 
As vexes temos tendência a sermos pessoas negativistas, exceto quando 
estamos acompanhando o jogo do nosso time: mesmo que ele esteja muito ruim, 
pensamos, ainda assim, que ele ganhará de goleada. Quando o assunto é sobre as nossas 
finanças, no entanto, na maioria das vezes olhamos apenas o lado ruim. Tenho que lhe 
dizer, que, em partes, pensar de forma negativa nem sempre é culpa nossa. As 
experiências ruins que temos na nossa vida fazem com que tenhamos propensão a 
pensar assim. É normal, e não é exclusividade sua. Porém é necessário romper com 
isso! Pensamentos positivos sempre fazem bem, sonhar faz bem e, óbvio, acreditar 
também faz bem (pense, por exemplo, que é você quem está em campo jogando e que 
sua vitória financeira é um gol de placa que você marcando). Então a primeira coisa 
que irei lhe dizer é: acredite em você; controlar suas finanças é possível. 
Tudo começa no cérebro, não na sua carteira. É necessário esforço para que 
você consiga, e nosso cérebro aprende melhor quando mesclamos informações por esta 
razão sempre darei a você, exemplos de situações que presenciei, e ainda passarei 
atividades para você fazer: você fará anotações e rabiscos! Tenha em mente que aqui 
você irá participar, e não somente ler. Farei de tudo para que você interaja da melhor 
forma possível e que este livro tenha impacto na sua vida. 
Não sou poeta e nem da área literária, mas montei um “poema” para elucidar a 
sua relação com o dinheiro e o que faremos para tentar facilitar sua vida, o que lhe 
ajudará a acreditar de uma vez por todas que sim, é possível: 
 
 
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Você deve começar pela sua mente; e depois sua conta corrente 
Saiba gastar com consciência, para depois não perder a paciência 
Organizar as finanças é possível, desde que seu dinheiro não seja invisível 
Eu posso e vou conseguir, para, no fim do mês, eu não chorar e sim sorrir 
 
Dizem que é verdade, e realmente eu acredito 
Se isso for verdade eu até dou um grito 
O salário pode sobrar e não ficar todo mês apertado 
Porque entra mês e sai mês sempre estou desesperado 
 
Então digo a você, meu amigo leitor 
Fé no papai do céu, fé no criador 
Você que agora lê este livro no conforto de seu lar 
Esta pindaíba que você passa, acredite, enfim vai acabar 
 
Se você assumir que é possível ter pensamento positivo e foco, você terá uma 
ingestão de ânimo e verá que isto conta muito e que energias positivas ajudam em tudo: 
vida pessoal, vida familiar, vida profissional, afetiva, sempre! No caso de sua 
administração financeira, não poderia ser diferente, seu foco aqui é melhorar a forma 
como você administra suas finanças para não passar aquele sufoco no fim do mês. 
Quando você disser “Não dá; ganho pouco! ” (Não que eu tenha bola de cristal, mas 
posso apostar que em algum momento você já pensou isso), mesmo que você não 
consiga mudar o que você ganha, mudar a sua cabeça já será uma grande vitória, porque 
assim você terá ciência de que, se não pode mudar com o que você ganha, mudará com 
o que você gasta. Falaremos disso em um capítulo um pouco a frente. 
Assim como aconselho que você se liberte dos pensamentos negativos, cuidado 
com as pessoas negativas. Há pessoas que têm uma aura (ou energia, chame como 
quiser) tão carregada que, automaticamente, transferem aquilo para você! Cuidado com 
isso e cuidado com o que ouvirá dos outros. É muito difícil conseguir sua estabilidade 
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financeira, então as pessoas negativas não querem que você consiga, porque isso fará 
com que elas tenham que admitir o seu sucesso (e, obviamente, o fracasso delas) e 
ninguém quer admitir isso. 
Aqui você deverá fazer um esforço sobre-humano para não ser influenciado por 
pessoas assim. Não dê ouvidos a pessoas que afirmam para você que é impossível. 
Quem define sua vida é você; quem controla seus gastos é você, e não os outros. 
 
1.2 Liberte-se do passado - Apague o backup da sua mente 
 
“Não dá! Já tentei. Não vou tentar de novo, porque em 1990 eu tentei fazer 
isso...”. Meu querido, século passado! “Ah, mas no mês passado eu tentei fazer isso, no 
ano passado eu tentei fazer aquilo. ”. Preste atenção nesta palavra: passado. Então, 
mesmo que este seja seu primeiro pensamento, bola para frente. Ouço muito isso nos 
lugares onde vou, e até mesmo aqueles que têm vergonha de chegar até mim, têm quase 
escrito na testa: “ah, eu estou aqui ouvindo. Para ele pode até dar certo, mas na minha 
vida não dará. ”. Se você já começar a ler este livro com esse pensamento de descrença, 
meu amigo, você entendeu errado. Discipline sua mente, você consegue! Alguma vez, 
lá no fundo, aquela voz já lhe perguntou por que fulano consegue e eu não? E aqui 
estou me referindo a tudo: conseguem emagrecer, conseguem passar no vestibular, 
conseguem ser aprovadas em um concurso público, e sim: conseguem organizar suas 
finanças e não passar apertos... por que elas conseguem? 
Elas descobriram como, e não é nada de extraordinário: simplesmente 
entenderam que é preciso sair do comodismo, do lugar comum. Fazer algo diferente, e 
não sempre a mesma coisa. E, além disso, é preciso se libertar de experiências negativas 
do passado (aprenda com o erro e bola para frente), ter disciplina e força de vontade. 
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Ponto. Funciona deste jeito. E não é porque seu vizinho, seu primo, seu tio, seu amigo 
ou sua avó tentou e não conseguiu que você também não irá conseguir. 
Vamos pontuar aqui que não posso investigar e descobrir todo seu histórico 
financeiro, seu passado, quanto você ganha, sua vida pessoal e principalmente quanto 
e com o que você, seu marido, sua mulher ou seus filhos gastam (mas se quiser uma 
consultoria particular, podemos conversar). Portanto, se seu problema for uma dívida 
impagável dentro de suas condições, ou falência empresarial, ou algo fora do comum, 
realmente este livro pouco irá ajudá-lo (pouco, mas ainda assim irá ajudar). Porém, se 
seu problema for má administração de suas finanças; seu dinheiro que não rende; o 
cheque especial que você paga todo mês; as prestações atrasadas; as contas que você 
sempre paga com juros; cartões de crédito; empréstimos e mais empréstimos e por aí 
afora, eis aqui uma importante ferramenta para lhe auxiliar em seu projeto. Posso lhe 
dizer que, para ainda há tempo de se ajeitar as coisas. 
Este é o nosso foco aqui: a administração financeira da sua vida, do seu lar, 
administrar seu salário ou sua fonte de renda (salário, pensão, aposentadoria, aluguel, 
negócio próprio, ou seja, qual for sua fonte de renda mensal), e como controlá-la dentro 
e fora de casa, como fazer com que chegue, enfim, ao fim do mês. Principalmente para 
você que tem aquela sensação de que seu salário tem 30 dias, mas, às vezes, parece que 
o mês tem 35, 40 ou até 45 dias, porque entra mês e sai mês e a situação é a mesma. 
Como já havia lhe informado anteriormente, vou lhe passar, ao longo deste 
livro, vários exercícios de fixação. Seu cérebro irá funcionar melhor com interação. 
Você, alguma vez, já sentiu aquela sensação de que tentou, tentou, e não 
conseguiu? Parece que “o universo conspirava contra você”, já sentiu isso? Sim? Que 
ótimo! (Oi? Está doido autor?) Repito, sim, ótimo. Ela será muito será útil agora. 
Como eu disse, experiências ensinam muito, inclusive aquelas ruins (na 
verdade estas nos ensinam muito mais). Tudo pelo que você passou serviu de 
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aprendizado. Agora você verá se aprendeu alguma coisa com seus erros. Abaixo, você 
terá que preencher o quadro, de forma bem simples, para se livrar das coisas do passado 
e, ao mesmo tempo, ver o que aprendeu com estas experiências negativas. Então,do 
lado direito, você deverá escrever o que já tentou fazer para ter controle de gastos, mas 
que não deu certo, e, do lado direito, você deverá escrever o que aprendeu com isso. 
Darei o primeiro exemplo, para que fique mais fácil visualizar, em seguida você irá 
complementar, utilize um caderninho, se preferir: 
 
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O que tentei fazer Porque não deu certo 
Controlar meus gastos por uma 
Planilha do Excel. 
Além de muito complicada, não tenho 
paciência para preencher todo dia. 
Juntar dinheiro no banco. Sempre que vejo que tenho dinheiro 
sobrando, gasto com coisas 
supérfluas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.3 Esforce-se – Vamos a luta 
 
Se seus pezinhos e suas mãozinhas não se moverem, dificilmente alguma teoria 
será posta em prática na sua vida (viu como fixa mais falando no diminutivo...). Você 
concorda comigo que é o seu cérebro que dá a ordem ao seu corpo para se mover para 
lá e para cá? Então, exercite seu cérebro, coloque ele para trabalhar, saia do lugar 
comum, mova-se! Esforce-se! Coloque na sua cabeça que agora e a hora da virada na 
sua vida, chega de desculpas, é hora de mão na massa, ação! 
Gostaria de compartilhar uma experiência que tive na adolescência e que lhe 
ajudará a entender esta questão. Em 1997, quando eu tinha 17 anos, após alguns bicos, 
consegui meu primeiro emprego formal - era um estágio do curso técnico de 
Administração de Empresas que eu fazia. 
Você consegue se lembrar de quando tinha 17 anos? O mundo de coisas que 
passava na sua cabeça? O que fazer depois da maioridade: continuar estudando, ou não, 
namorar; curtir a vida? Se não consegue se lembrar (está velho, hein?), tente imaginar: 
adolescente- 17 anos! -, primeiro emprego, primeiros salários, tinha um mundo de 
coisas que eu queria comprar e fazer! Comprar roupas, ir a festas, viajar, enfim... 
Porém, determinei uma meta; quero comprar um carro! Aí você pensa: 
“Ganhando salário de estagiário? E isto sem levar em conta que como venho de uma 
família humilde uma parte do pouco dinheiro era usado para contribuir com as despesas 
da casa.... Nunca vai dar. ”. Pois é, meu querido, mas mesmo assim, deu! Trabalhei por 
um ano e meio sem sair de casa para ir a baladas com os amigos (repito, eu era 
adolescente). Entreguei-me só ao trabalho e foquei no meu objetivo, andava a pé por 8 
km por dia, e o dinheiro da passagem ao trabalho eu transformava no dinheiro da 
passagem à escola, que era mais longe. Não comprava comida fora (mesmo ganhando 
auxílio alimentação), levava minha famosa marmitinha (na época, era de metal que 
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minha mãe fazia com todo carinho). Fiz isso durante um ano e meio e, em 1998, com 
18 anos, e para a surpresa de todos, estacionei meu primeiro carro na garagem da minha 
casa. Um veículo avaliado na época em torno de 12 salários mínimos, um opala 1979 
(que saudade...). 
Acho que não preciso lhe dizer que comprar um carro com um salário de 
estagiário é uma tarefa quase impossível, mas eu consegui. Como? Foco e disciplina. 
Disciplina é tudo! Tomemos um exemplo bem simples e comum: Quando você 
se propõe a emagrecer (quem já fez provavelmente irá se identificar aqui), é necessária 
uma reeducação alimentar, mudanças de hábito e intensificação da atividade física, não 
é? Somente aí os resultados aparecem, e mesmo assim somente com o tempo. Então 
aqui, não é diferente, serão necessárias reeducação financeira, mudanças de hábito de 
consumo e intensificação de atividade econômica. Pare de dizer “Eu ganho pouco”, 
planeje-se. Se ganha pouco, GASTE POUCO. Simples assim. Até porque, já disse 
anteriormente, pessoas que ganham muito, por incrível que pareça, sofrem com os 
mesmos problemas financeiros que você. 
Certa vez, conheci uma pessoa com problemas financeiros e tinha rendimentos 
mensais acima de R$15.000! “Ah não. Isso é mentira. Como é que alguém que ganha 
tudo isso tem problemas financeiros? ” Amigo leitor, você acha que quem ganha isso 
anda de carro popular ou seminovo? O cara financiou um carrão, pagando prestações 
gigantescas, estilo de vida altíssimo, mas não se planejou e deu no que deu. Repito: o 
problema nem sempre é o quanto entra. Na verdade, na maioria das vezes, é o quanto 
sai. É muito comum, nos nossos dias, as pessoas viverem estilos de vida que não são 
compatíveis com seus rendimentos apenas para mostrar à sociedade algo que não são e 
que não possuem. Falaremos sobre isso em um capítulo mais adiante. 
Outra questão que merece atenção: reconhecer onde erramos. Temos tendência 
a não admitir nossos erros, e você, que está em dificuldades financeiras, é provável que, 
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em algum momento, você errou, de forma grave ou não. Para isso que pedi para você 
listar seus erros no capítulo anterior (se pulou a tabelinha, pode voltar lá!). Pode ter sido 
um erro de planejamento ou de gestão. Então, tenha humildade e aprenda com seus 
erros. É sempre mais fácil colocar a culpa no outro, na empresa, no comercio, no cliente, 
no país, no presidente..., mas em nós mesmos, quase nunca. Só os fortes e vencedores 
possuem essa característica! Que tal não passar pelos sufocos que você passa no fim do 
mês? Primeiro admita que em algum momento você errou. Pronto. Acabou. Já admitiu, 
agora, bola para frente. 
O que você tem nas mãos são opções. Alegro-me em saber que, se você 
comprou este livro, é porque já tomou a iniciativa da mudança. Parabéns! Agora é você 
quem define o que irá pegar dentro dessas opções para sua vida. Eu lhe apresentarei 
várias e várias maneiras de se economizar, fruto de minhas experiências, mas há 
determinadas pessoas que se negarão, por status ou orgulho, e irão dizer “Não, nunca, 
isso eu não faço! ”. Aqui é você que decide o que fazer ou não, até onde você está 
disposto a ir para enfim equilibrar suas contas, e se terá que romper com o seu orgulho. 
 
1.4 Mãos à obra – Se eu não fizer por mim, ninguém fará 
 
Como a teoria é linda, não é mesmo?! Tudo se encaixa direitinho, tão certinho, 
tão perfeitinho..., mas por que, ao transportarmos para o mundo real, este em que nós 
vivemos, as coisas não funcionam com essa precisão? Se você se interessou pelo tema, 
tenho certeza de que já visitou sites, fez pesquisas, leu sobre o assunto... E aí? Nada 
mudou, e por quê? Porque é necessário esforço dessa mãozinha, que está segurando o 
livro; desse cérebro, que está pensando; desses olhos que estão lendo (entendeu?). Eu 
disse no início que estou lhe passando orientações que foram experimentadas na prática, 
por mim. Não critico a teoria, de maneira alguma. Aprendi muita coisa com ela, são 
conhecimentos que levarei para a vida inteira e que também serviram de base para este 
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livro. Porém, o momento de transição da teoria para a prática requer muito cuidado e 
atenção. 
Não posso deixar de citar aqui que temos que fugir dos dois maiores inimigos 
que você terá nessa caminhada: o desânimo e a frustação. O desânimo começa quando 
você não quer sequer ler o livro: “Hoje, não, estou cansado; amanhã, não, tem jogo de 
futebol na televisão; depois de amanhã, não posso; semana que vem, não sei; mês que 
vem está longe; ah, depois a gente vê” (o “depois a gente vê” é o pior!). 
Aqui você vai estabelecer uma meta, e a forma mais simples de formar esta 
meta é pensar em algo que você quer e que, para consegui-la, você precise de dinheiro! 
Pode ser um carro, uma moto, uma viagem, uma casa, ou simplesmente equilibrar suas 
finanças, enfim... definiu? Agora, coloque uma foto disso em um local bem visível: no 
seu trabalho ou na sua casa. Este e seu foco! Seu ponto de partida. Agora, diga para 
você mesmo, se possível, em voz alta: “Eu consigo! Quem está no controle das minhas 
finanças sou eu, então a atitude deve partir de mim e ponto! ” (Não se esqueça de 
aumentar o volume do rádio...) fiz isto na minha vida quando defini que iria comprar 
um apartamento e deucerto, acredite, o universo conspira a seu favor, quando você está 
determinado de verdade a fazer algo (desde que seja algo de bom). 
Agora chega de enrolação, e chega de pegar dinheiro emprestado, entrar no 
cheque especial todo fim de mês (se, no seu caso, você pega no início do mês, pior 
ainda!). Acabe com as desculpas e comece agora, hoje, neste momento! 
Agora, adoro esta parte! Você terá que ter um bloquinho de anotações que será 
seu companheiro na leitura, aquele que citei no capítulo anterior. Faça anotações, 
lembretes, rabiscos, coisas que você lembrar e que achar que sejam úteis. Isto porque 
ao reler o livro ou ao foliar procurando algo específico, suas anotações lhe darão um 
direcionamento bem mais fácil. Lembre-se: sua vida financeira pode depender disso. 
“Ah, mas eu vou ficar anotando tudo? Esse autor é meio doido” não, não sou. Seu 
30 
 
cérebro irá assimilar melhor assim, acredite. Agora, aqui é você quem define. Não tenho 
uma câmera na sua casa para ficar filmando e vendo se você está cumprindo com o 
combinado ou não. Se pergunte apenas se você quer continuar passando o mesmo 
sufoco para fechar as contas do mês, ou para e fazer anotações que possam lhe ser úteis 
para vencer está batalha em sua vida. 
Agora, se você é daqueles que gostam de colecionar e ter os livros na prateleira, 
ótimo, sem problemas, pegue este bloquinho, que seja de fácil consulta, e que de 
preferência fique próximo ao livro, assim você poderá consulta-lo sempre que for 
preciso. 
Nos próximos capítulos você irá começar a compreender a complexidade da 
questão, os fatores internos e externos, resumindo é necessário entender como todo este 
processo ocorre, o porquê do endividamento, o porquê da falta de controle e quais os 
fatores que levam ao desequilíbrio. Só quando você fizer este diagnóstico, estará 
preparado para agir. 
31 
 
2- Fatores do 
desequilíbrio 
financeiro – O que 
acontece dentro da 
minha mente 
 
32 
 
 
 
33 
 
Existem vários fatores que podem causar um desequilíbrio financeiro e, nem 
sempre, é um fator apenas, por isso a importância de se detectar. Não importa se você 
chegou ao fundo do poço, ou se começou a passar aperto agora, alguma razão existe 
para isso (e solução também). 
Por mais que possa parecer estranho, nem sempre as causas do desequilíbrio 
financeiro estão somente no lado econômico. E mesmo que você se identifique apenas 
pelo lado econômico, atente também para os outros fatores. 
Para identificarmos de forma bem simples, listei alguns dos que considero 
principais, para que você entenda que se trata de uma questão complexa e que merece 
toda a sua atenção. Muitas pessoas se identificam bem mais com esta parte do livro, e 
de cara já descobrem onde está o problema, do que com a parte financeira em si. (Mas 
se este for seu caso, ainda assim continue a ler o livro). 
 
2.1 Fatores psicológicos 
 
É aqui que você me pergunta: “O que a psicologia tem a ver com minha vida 
financeira? Eu comprei este livro para entender das questões econômicas, financeiras, 
e de como fechar as contas do mês, sair do vermelho e respirar. ” Posso lhe responder, 
com toda certeza: muita coisa, muita mesmo! E bastante atenção neste ponto do livro, 
pois, como já disse lá no início, tudo começa no cérebro. 
Toda a correria do dia a dia, instabilidade profissional, problemas familiares 
contribuíram para piorar o cenário financeiro em que vivemos. Caso você identifique 
que tem um problema aqui, pode ser interessante procurar ajuda de um profissional 
capacitado da área, lembre-se: isto não é vergonha. Pode ser que seu problema de 
34 
 
administração financeira, esteja, na verdade, no seu lado psicológico, não econômico, 
propriamente. Não se assuste, é normal, e recomendo que você anotando, caso também 
se identifique. Listei três causas principais que, de forma bem simples, irão resumir 
como os fatores psicológicos podem minar sua administração financeira e sua conta 
corrente. São eles: 
• Imediatismo 
• Depressão 
• Consumismo 
 
O imediatismo parece ser uma tendência mundial do nosso tempo e de que, 
infelizmente, está muito difícil fugir. Queremos tudo “para ontem”. E aqui, não me 
excluo, você acha que eu não gostaria de trocar meu carro por um carrão importado? 
Claro que sim, porém paro e penso, vale a pena entrar em prestações altíssimas para 
isso só para ter agora? 
Outro ponto que merece atenção é nossa paciência. Parece que ela diminui 
sempre, todos os dias quando acordamos ela está menor...crescemos e viramos adultos, 
mas, às vezes, parece que somos uma criança pirracenta, aquela que se joga no chão 
para conseguir o que quer na hora, e não adianta a mamãe falar que depois compra. E 
ainda há um agravante: como não tem mamãe para dizer não, você acaba se endividando 
mesmo (“sou eu que pago minhas contas! ”), e só no outro mês, quando chega a primeira 
parcela, que você diz “Que besteira que fiz! ” (Usei a palavra besteira porque não posso 
utilizar a outra que você provavelmente pensou). 
Aconselho, novamente, a procurar um profissional, existem várias opções, pode 
ser um atendimento particular, pelo plano de saúde, pode ser algum que atue em uma 
ONG, algum convênio com faculdade ou um que cobre mais barato, mas acredite, este 
profissional é muito importante 
35 
 
Outro ponto importante são as constantes mudanças a que estamos sujeitos, 
principalmente as que envolvem tecnologia. Já reparou que as mudanças tecnológicas 
nos tornaram bem mais ansiosos? Não temos paciência para nada! Se o cursor do mouse 
ficar rodando por 5 segundos, já ficamos batendo na mesa e alguns mais ansiosos até 
querem jogar o monitor no chão (cinco segundos!). 
Isso ocorre porque temos acesso à informação de forma muito rápida. Parece 
que, com isso, nosso cérebro quer tudo também de forma rápida, assim como a resposta 
do computador. Porém, nós não somos máquinas e nossa vida não cabe em um HD. 
Isso se reflete no nosso consumo. Nossa constante falta de paciência em não 
saber esperar faz com que nos tornemos consumidores imediatistas. E muito cuidado: 
pois os meios de comunicação e as empresas já sabem disso! 
Vou dar um exemplo bem simples: eu quero trocar meu aparelho de TV. 
Perfeito, quem disse que isso é um problema? Você trabalha (provavelmente muito) e 
tem direito de querer ter um luxo a mais, pode ser a de 40, 50 ou até 70 polegadas com 
acesso à internet e tela em curva. A pergunta que lhe faço é: tem que ser agora? Porque, 
se você quer e não tem dinheiro, você sabe o que vai fazer. Consultou sua conta corrente 
e viu que não dá para comprar à vista, você faz o quê? Divide no cartão, ou no carnê, 
ou ainda arranca do cheque especial. Mas, e depois, quando as prestações vierem? Aí 
você diz “Ah, depois é depois. A gente dá um jeito! ”. E ainda tem aqueles casos que 
você nem vê o valor total, pensa apenas no valor da prestação, sem nem se dar conta do 
quanto irá sair o valor final do produto (não posso achar normal dividir uma cueca que 
custa R$ 21,00 em 3 parcelas de R$ 7,00). Poderia, aqui, ampliar esse exemplo para 
infinitas coisas (geladeira, sofá, moto, carro etc.), mas acredito que você já entendeu o 
que quis dizer. 
Como muita gente não gosta de matemática, então tentarei ser bem simples e 
objetivo. Observe o quanto você perde em um financiamento: uma TV que custa 
36 
 
R$4.000 na loja, quando financiada, dependendo da quantidade de parcelas, pode sair 
por quase R$5.000! Enquanto a mesma TV, comprada à vista, lhe dá um poder de 
barganha para desconto e pode sair por R$3.800! São mais de R$1.000 de diferença. 
Será que é pouco? Pense, por um momento, o que você pode fazer com mil reais em 
um mês, o problema aqui é você ter paciência para esperar juntar os R$ 3.800 e comprar 
à vista. 
Viu o que o imediatismo faz com você? Faz com que você perca dinheiro! E 
faz isso sorrindo, sem perceber o quanto está jogando pelajanela. 
Você terá que trabalhar para ter a consciência de que tudo tem seu tempo e de 
que você não terá tudo o que quer na hora que quiser. Tudo o que é planejado sai mais 
em conta. 
O segundo fator psicológico que é tão sério quanto o imediatismo é a depressão. 
Tema delicado e complexo, a depressão pode desencadear vários problemas na sua 
saúde, na sua família, no seu convívio social e, também, na sua vida financeira. 
A cobrança que constantemente recebemos de todos os lados da sociedade, 
daqueles que estão ao nosso redor e até de nós mesmos nos faz perder o foco da vida e, 
muitas vezes, a nossa felicidade. Acontece que, com isso, nós buscamos sempre algo 
que possa aliviar a nossa dor e nos trazer prazer, de preferência, prazer de forma rápida. 
Este é o problema. 
A compra nos dá uma sensação de prazer, passa muito rápido, mas dá. Então, 
passeios a shoppings são, na verdade, para algumas pessoas, uma fuga da realidade que 
muitas querem esquecer, e o cartão de crédito é o passaporte para a resolução dos 
problemas, pelo menos naquela hora. O problema é que há um efeito colateral muito 
grave dentro deste processo de compra enviado pelo correio que se chama fatura do 
cartão de crédito. 
37 
 
Não são poucas as situações em que as pessoas criam um universo paralelo 
voltado para o consumo afim de que esqueçam o que lhes deixam triste. Então, aquela 
famosa frase “Vou ao shopping para esquecer meus problemas. ” Não é exclusividade 
sua. 
Tenho aqui que lhe perguntar: você está fugindo da sua realidade atrás de um 
cartão de crédito e sacolas de shopping? Pense nisso. Em alguns casos, isto pode se 
tornar uma doença e deve ser tratada, ou pode ser diagnóstico de alguma outra, como a 
depressão. Isso inclui a compulsão por comprar, apenas pelo prazer temporário que a 
compra lhe proporciona. Questão é que, ao retornar a sua casa, os problemas e tudo que 
antes o estava incomodando estarão lá, do mesmo jeito, repito: observe se não é 
adequado procurar um profissional da área. 
Por último, mas não menos grave, temos o consumismo como fator psicológico 
que pode influenciar na sua situação financeira. 
Vivemos bombardeados de estímulos para o consumo a todo o momento. São 
milhares de mensagens publicitárias, visuais, sonoras provenientes de vários meios de 
comunicação, como outdoors, busdoors, TVs, rádios, internet etc. Quando eu saio da 
minha casa para trabalhar já tenho informações de outdoor logo na minha frente, e 
assim será até chegar ao meu destino. Portanto, é necessária muita atenção para não 
cairmos nessas armadilhas! É imprescindível muito tato para lidar com essa questão, 
porque sabemos que, para a sociedade, nada estará bom o suficiente! 
Raciocine comigo. Se você não tem veículo próprio e anda de ônibus, 
provavelmente quer um veículo. Então, sem dinheiro, digamos que sua primeira opção 
seja uma moto. Ao passar os meses iniciais, você começará a colocar defeitos na sua 
aquisição (isso quando nem acabou de pagar ainda) e já estará pensando “um carro é 
que seria bom”. Com um tempinho você consegue! Trocou a moto em um carro 
seminovo com motor 1.0. Meses depois, seu cérebro começa “Nossa, que motor fraco. 
E esse carro nem tem cheirinho de novo...”. Passam se os anos, e lá está você, 
38 
 
comprando um carro zero e potente. Oba! Seis meses depois, lá está você novamente 
com o seguinte pensamento: “Bom mesmo seria uma caminhonete daquelas bonitonas, 
grandonas...” Então, vai você trabalhar anos a fio para tentar comprar uma caminhonete. 
Cinco anos depois, você consegue: “Nossa, que lindona! ”. Eu lhe dou, no máximo, um 
ano para que você esteja dizendo que quer trocar por outro. Entendeu onde quero 
chegar? Nunca está bom! É a pressão da sociedade que faz você pensar assim. Você 
passará a vida inteira pagando prestações e nunca estará satisfeito com o que tem no 
momento. Reserve um tempo para pensar nisso. É uma cilada e devemos estar prontos 
para não cair nelas. 
Quando vou ao shopping, sei exatamente onde quero ir e o que comprar, porque 
já conheço boa parte das estratégias de vendas. Mas sei que sou exceção à regra. Então, 
seja no shopping, no supermercado, ou na venda da esquina, os estímulos nos 
perseguem. Não há como fugir deles, mas é possível lidar com eles sem que sejamos 
diretamente influenciados em nossas decisões de compra. Há pessoas que têm uma 
fragilidade natural para isso e caem com mais facilidade. Neste caso, se você é uma 
delas, sua atenção deve ser redobrada a este tema. Há outras pessoas em que o 
consumismo em excesso já está enraizado no seu cotidiano. Como venho dizendo, não 
posso identificar suas razões. Você deve fazer um exame de consciência e pensar no 
seu histórico familiar. Como seus pais lidavam com o dinheiro e como você passou a 
ver como lidar com ele quando foi crescendo e adquirindo sua independência? Qual o 
valor do dinheiro para você? É suado, difícil de ser ganho? Ou sempre foi fácil e, por 
isso, gasta tão rapidamente? Há muita gente que compra algo de que não precisa e, 
quando está voltando para casa, dentro do carro, já se arrepende da compra. Compra 
por compulsão, e não por necessidade. 
Agora, gostaria que você refletisse com calma, revendo seu histórico. Conhecer 
como foi a relação que você teve com seus pais, sua família, poderá lhe ajudar a buscar 
soluções para sua vida hoje. 
39 
 
Em minha infância tive o exemplo de meu pai, que sempre trabalhou muito na 
vida. Desde adolescente, quando trabalha ainda na roça até a idade adulta, onde 
trabalhou por longos anos, até meados de 65 anos em indústria metalúrgica, trabalho 
pesado, árduo. Isto me fez ver o valor do trabalho, e principalmente o valor do dinheiro. 
Da mesma forma minha mãe, que teve que se desdobrar para criar a mim e minha irmã, 
e por diversas vezes, além de trabalhar em casa, ainda arrumava tempo para desenvolver 
trabalhos autônomos como venda de joias e cosméticos para complementar a renda da 
casa. Tudo isto contribuiu para formar minhas primeiras impressões sobre a 
administração financeira doméstica. Como foi a sua relação? Pode ser que não tenha 
sido positiva, mas ainda assim é necessário que você identifique e percebe estes 
aspectos, reforço que, se necessário, um profissional deve ser solicitado. Gostaria de 
ressaltar que as tarefas que proponho são necessárias para que possamos entrar em 
outros assuntos, mais adiante. Reserve, ao menos, 30 minutos para refletir sobre a 
questão, de preferência em um local calmo e tranquilo, e anote suas conclusões aqui ou 
em um bloquinho de anotações (aquele que sugeri no capítulo anterior). Atenção, pular 
etapas só fará com que você fique mais ansioso e não contribuirá para seu sucesso, todo 
o progresso vem em etapas. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Fatores históricos (como foi a relação 
da minha família com o dinheiro) 
Como isso refletiu em mim 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
2.2 Fatores econômicos 
 
Agora que você já aprendeu sobre os fatores psicológicos e como eles lhe 
influenciam, vamos fazer a análise dos fatores econômicos. Para isto, temos que 
considerar todos os fatores econômicos e não somente os seus (nada de egoísmo!), mas 
da família e também de toda a conjuntura na qual você está inserido, ou seja, o que 
acontece com a economia a sua volta, de forma mais íntima, mas também do país e no 
mundo. 
Analisar o seu contexto econômico é fundamental, porque a economia local irá 
definir se seu salário irá render ao longo do mês ou não, por exemplo: um salário de R$ 
3.000 pode ser suficiente para se viver bem em uma cidade do interior de Minas Gerais, 
que tem o custo de vida mais baixo, mas dificilmente será bom para se morar em São 
Paulo ou em Brasília, locais onde o custo de vida é altíssimo. Veja qual é a realidade 
da sua cidade, do seu estado ou região, e como os conhecimentos descritos aqui podem 
lhe auxiliar. 
 
• Economia do paísO universo ao seu redor deve ser analisado. E, a menos que você esteja 
pensando em sair do país, a economia atual deve ser observada. E mesmo que você 
esteja pensando em sair do país, é necessária uma reflexão sobre as particularidades do 
local para onde você está indo. Contextualizando, no país e no mundo, nessa segunda 
metade da década, a economia não está colaborando e é um fator externo que não 
conseguimos controlar, mas podemos acompanhar e tentar nos adaptar. Se 
42 
 
conseguirmos nos adiantar e conseguir perceber as tendências econômicas, melhor 
ainda. Mas como é que se pode prever? 
Sabendo que o país está em crise, podemos considerar que o que a população 
compra provavelmente vai diminuir. Logo, menos dinheiro será injetado no mercado, 
então, comprar um imóvel financiando-o, por exemplo, a perder de vista, pode não ser 
uma boa ideia no momento (pode, é você que irá definir isso, pode ser por exemplo, 
que você encontrou um imóvel muito barato e aí sim, valha a pena) mas, ainda assim, 
é necessário observar. Cada caso é um caso. Se, no entanto, neste mesmo cenário, você 
dispõe de uma quantia financeira significativa e não precisa financiar: comprar um 
carro à vista pode ser um excelente investimento, porque, com dinheiro na mão, a 
possiblidade de ter um grande desconto é enorme, como dito anteriormente. Então, 
aprenda com tudo, porque nem mesmo a economia instável como se encontra pode 
servir como desculpa. 
Você não tem que ser economista, mas é necessário que entenda de algumas 
questões, nem que seja do básico. Por exemplo, tem que saber que as variações do dólar 
influenciam nos preços praticados dentro do país, principalmente o preço de produtos 
que são importados ou que têm algum componente importado. Então, quanto mais alto 
o dólar, mais caro este produto poderá estar. Isto pode ocorrer com produtos 
industrializados ou até mesmo com o pãozinho que você compra na padaria da esquina. 
Uma rápida pesquisa sobre o assunto lhe dirá o panorama da situação, e poderá 
lhe influenciar em decisões importantes, como na compra da casa própria, de veículo, 
abrir uma empresa ou na hora de fazer viagens. Devido a isso, é necessário que você 
pesquise sempre se o momento é favorável aos seus planos. 
Partiremos, portanto, do princípio de que existem no mercado financeiro, assim 
como na vida, momentos favoráveis ou não, e você deve estar preparado para momentos 
não favoráveis. Adotemos a história do vendedor de picolé: no verão, época de calor, 
43 
 
de férias, as vendas estão em alta, clientela farta e bons lucros, mas e depois? E no 
inverno? Vendas em baixa, pouco lucro ou até, na maioria das vezes, prejuízo. Pois 
bem, o momento econômico do país é esse: recessão, juros altos, desemprego e retração 
econômica. Estamos no inverno, e agora é a hora de gastar aquele lucro que foi 
acumulado no verão, quando as vendas estavam em alta, então a pergunta é: você se 
lembrou de acumular seu lucro do período de verão para utilizar agora, no período de 
inverno? 
“Ai, não; eu não fiz isso. Já era...”. Calma, não se desespere. Agora você já sabe 
que é necessário se planejar e ter sempre uma reserva estratégica para momentos de 
“inverno”, o que passou, passou, mas, daqui para frente, não há desculpas. 
 
• Desemprego (ou falta da renda mensal) 
 
 Quem trabalha pelo regime de CLT sabe muito bem que desempregar é uma 
situação que pode acontecer a quase todos. Porém, nas outras formas de obtenção de 
renda, há também a possiblidade de você ficar sem sua remuneração mensal. 
Antigamente, as pessoas buscavam um emprego público para ter estabilidade e 
não ter surpresas desagradáveis como essa. Porém, a realidade mudou. Vimos, 
recentemente no país, que funcionários públicos ficam meses sem receber, ou, quando 
recebem, o valor vem parcelado, situação que também acontece com aposentados ou 
pensionistas. E, se você é autônomo, ou microempresário, sabe que há meses em que 
a renda simplesmente não entra! (O livro tem uma parte só para vocês também) 
embora ninguém espere, devemos estar preparados. Mas, como se preparar para a 
falta de sua renda mensal? 
Lembra quando contei como entrei na faculdade? O desemprego bateu logo no 
primeiro semestre, mas eu estava preparado. Então digo a você, guarde uma parte de 
44 
 
seu salário ou de sua renda. “De novo? Você já disse isso! ” Sim, e continuarei 
dizendo. Eu sei, é difícil, porém, necessário. Sua reserva lhe dará tranquilidade 
quando não houver uma renda mensal, e, com inteligência, você ainda pode fazer essa 
reserva financeira lhe render bons dividendos em investimentos! Falaremos sobre a 
modalidade de investimentos nos capítulos a seguir. Outro ponto importante que deve 
ser considerado é o investimento no networking. 
Para você que não sabe o que é, networking é uma espécie de rede com 
contatos entre indivíduos com o mesmo interesse ou até de interesses diferentes. 
Quanto maior sua rede de contatos, maior será sua chance de se recolocar no mercado 
de trabalho ou de divulgar seus produtos e serviços. Temos vários meios pelos quais 
se pode fazer isso. No entanto, um dos maiores erros é o fato de as pessoas só 
manterem contato quando precisam. Isso, de certa forma, mancha a imagem. 
Quantas pessoas você ajudou quando elas estavam precisando? Não deixe 
para tentar buscar contatos apenas quando VOCÊ estiver precisando. Seus contatos 
devem ser diários, semanais ou, no mínimo, mensais. Assim como você pode precisar, 
no futuro, hoje existem pessoas precisando e, se você puder ajudá-las, além de fazer 
bem para sua rede, você estará sendo uma pessoa que pratica gentilezas, e isso nunca 
se perde. As redes sociais, tópico do próximo capítulo, podem ser importantes aliadas. 
Existem várias que são voltadas para este tipo de interesse (profissional). Cadastre-
se, aumente suas chances, use-as a seu favor, eu mesmo tenho cadastrado em 
inúmeras delas, e grande parte já me rendeu bons contatos. 
 
 
45 
 
3 - Novos tempos e 
Redes Sociais 
 
46 
 
 
 
47 
 
Dizer que as coisas mudam muito rápido e que, nos últimos tempos, viraram de 
cabeça para baixo é um clichê bem batido. No entanto, temos que observar que meados 
dos anos 90 e início dos anos 2000 colocaram sob os holofotes algo com que não 
tínhamos muito contato: as redes sociais. Estas vieram para ficar. Acostume-se, 
portanto. Consegue imaginar, hoje, a humanidade sem acesso à internet? O caos que 
iria ser? Pois bem, com as redes sociais o processo é idêntico. Se você não tem nenhum 
perfil em rede social (o que acho difícil) ainda assim tenho certeza de que você conhece 
alguém que tem, então vale a pena ficar ligado nas dicas aqui constantes, porque você, 
com certeza, irá se identificar com algumas situações que vou descrever. 
“Bem, você já me disse que meu lado psicológico influencia na minha vida 
financeira; agora está dizendo que as redes sociais também o fazem? ” Sim, estou. 
Assim como os fatores psicológicos, o que chamarei de fatores sociais estão 
minando com o orçamento individual e doméstico sem que as pessoas percebam. O 
exemplo a seguir irá lhe ajudar a entender o motivo. 
Certa vez, ao final de uma apresentação, determinada pessoa me disse que tinha 
gostado muito das orientações e que seu problema de descontrole financeiro tinha sido 
uma viagem que ela fez e que não foi muito bem planejada. De acordo com ela, a 
viagem fez com que ela se descontrolasse, financeiramente, o ano inteiro. Então pedi 
para que ela me detalhasse o ocorrido. 
Em resumo, ela havia viajado de uma semana para outra sem planejar nada! E, 
obviamente, pagou preços absurdos por isso: passagens aéreas compradas com menos 
de uma semana de antecedência têm preços muito altos - quase 3 vezes o que você 
pagaria, comprando com mais antecedência. Então perguntei o porquê de uma viagem 
tão repentina, se a intenção da viagem era divertimento. A resposta foi simples,porém 
me deixou bastante perplexo e preocupado. Ela disse: “Porque minha prima viajou para 
uma praia linda no Nordeste e postou as fotos em uma rede social, e eu não podia deixar 
barato: tive que ir também! ”. 
Questionei se o motivo pelo qual ela viajou e se endividou era para somente 
responder ao que achou que foi provocação... E o que também descobri ao longo da 
48 
 
conversa é que ela não gostava de praia, foi até lá apenas para fazer as fotos e postar 
também! 
Agora, acompanha comigo o raciocínio: a pessoa foi a um lugar que não queria 
e gastou o dinheiro que não tinha para agradar alguém de quem não gosta. Para você, 
isso faz algum sentido? 
Acredito que sua resposta tenha sido não (porque, se foi sim...), então aqui vai 
a pulguinha a ser colocada atrás da sua orelha: vai me dizer que, mesmo em uma 
situação diferente, você nunca fez isso? 
Nunca foi a um restaurante ou a um show apenas para tirar aquela selfie, ou a 
uma boate, ou barzinho, somente para postar e compartilhar nas redes sociais? Ou 
trocou de carro só porque seu primo trocou? Cuidado com isso. Essa rivalidade social 
é uma questão bastante preocupante, e pode estar atrapalhando suas contas do mês sem 
que você perceba. 
 
3.1 Fatores sociais – Vivo em sociedade 
 
Vivemos em sociedade, vivemos em grupo, mesmo que você queira é muito 
difícil evitar isso, fugir então é quase impossível. Estamos em contato com o outro o 
tempo todo, participando dessa interação, gostando ou não. Não por acaso falei, 
primeiro, das redes sociais, para só então colocar em pauta os fatores sociais, porque, 
por incrível que pareça, o primeiro lhe chama mais atenção do que o segundo... então, 
é necessário saber dividir a minha vontade pessoal da vontade coletiva, ou seja, minha 
necessidade de interagir com o grupo, ou com os grupos, no qual estou envolvido 
(família, trabalho, escola...). Vamos tentar profundar um pouco mais para tentar 
entender melhor como se dá este complexo processo. 
 
3.2 Necessidade de autoafirmação 
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O ser humano vive em conjunto. Todos nós somos assim, o tempo todo, a não 
ser que você que está lendo agora esteja dentro do uma caverna afastada. Ainda assim, 
está em contato comigo. 
Sendo assim, muitas vezes agimos não como queremos, mas como o grupo no 
qual estamos inseridos quer. Fazemos isso consciente ou inconscientemente. Temos um 
desejo natural de sermos aceitos no meio social, e isso acende uma luz amarela na nossa 
vida, exigindo a nossa atenção para que nos perguntemos: eu sei lidar bem com isso? 
Conheço o meu limite de interação? Estou ciente de quem sou e do que preciso, ou 
compro o que não preciso, frequento restaurantes que não gosto e viajo para onde não 
quero para me adequar ao meio no qual estou inserido? 
Estas são questões que exigem cuidados muito grandes. Devemos seguir os 
nossos instintos e viver a nossa vida, não aquela que os outros esperam que nós 
vivamos. Se fizermos isso, estaremos fadados ao fracasso, porque, acredite: nunca o 
que fizermos será o suficiente ou o necessário aos olhos dos outros. 
Comprar algo de que não temos necessidade imediata só porque nosso vizinho, 
nosso irmão, nosso primo ou amigo tem é muito comum. Você já deve ter visto (ou 
pode ser que até você mesmo já tenha feito), no caso da compra de um celular, por 
exemplo, alguém trocar de aparelho só porque outro alguém tem um melhor. No 
entanto, há casos de pessoas que se endividaram de forma gravíssima, porque quiseram 
comprar um carro 0 km, como o vizinho, mas não tinham a mesma condição. Cuidado. 
E para você que acha que, por ganhar R$ 1.000, conseguirá honrar com uma dívida de 
R$ 600, posso afirmar que não é algo muito inteligente de se fazer e muito menos 
aceitável, do ponto de vista contábil. 
 
3.3 Ostentação – O importante é aparecer 
50 
 
“Ostentação” é uma palavrinha que, ainda nos anos 1990, era muito pouco 
utilizada. Porém, virou moda na internet, principalmente nas redes sociais. “Não 
importa o que eu tenho, e sim o que eu demonstro ter” é o conceito que ela parece ter 
adquirido. O impacto disso é que se tem que mostrar onde, como e com quem está e o 
quanto se está gastando. 
Sem fazer um prognóstico correto, acredito que posso supor, por simples 
dedução, que mais da metade dos perfis das redes sociais são de pessoas que apresentam 
um estilo de vida que não existe! 
Recordo-me de um amigo que estava morando em outro país e que sempre 
postava fotos lindíssimas de lugares e situações, praias, festas e churrascos, tudo muito 
bonito. Certo dia, ele me chamou para uma conversa no modo privado, e disse que não 
estava suportando, que a vida em outro país estava muito difícil, mas quando perguntei 
sobre a contradição que isso gerava pelas fotos glamorosas que ele sempre postava, foi 
categórico em dizer: ninguém posta fotos de momentos de tristeza em rede social. 
Por trás da “foto ostentação” pode estar alguém que consome menos do que 
aparenta e vive bem menos feliz do que suas belas fotos, com montagem ou não, 
demonstram. 
Cuidado com isso. Há pessoas endividadas porque quiseram demonstrar, para 
outros, o que não eram e o que não tinham, e o resultado foi desastroso. 
 
51 
 
 
 
4- O que eu estou 
fazendo com meu 
dinheiro? 
 
52 
 
 
53 
 
Chegamos à questão das finanças pessoais (nossa, até que enfim!) 
Ao longo dessa leitura, você já aprendeu a identificar fatores psicológicos e 
sociais, e também que esses fatores podem determinar seu sucesso ou fracasso 
financeiro. Identificou alguns deles, e, se fez o dever de casa, fez uma reflexão sobre 
sua vida, seu histórico familiar e tudo o que lhe influenciou para que suas opiniões 
acerca de como gastar seu dinheiro foram formadas. 
Agora vamos falar de você, o momento em que nossa leitura chega ao ápice, ao 
ponto chave. 
Você foi orientado a entrar em um ambiente no qual muitas vezes não gostamos 
de entrar para, agora, auxilia-lo a identificar onde está o seu problema de falta de 
controle financeiro doméstico e, óbvio, saber o que é possível fazer para resolvê-lo. 
Após entendermos todo esse processo econômico, psicológico e social, você 
consegue responder como estão suas finanças hoje (não vale dizer “Vixi! ”). Não estou 
querendo saber o quanto você ganha, isso, provavelmente, você sabe, porém, lembre-
se de considerar o líquido, não o bruto. Você tem a real noção do quanto você ganha e 
do quanto gasta todo mês? Quanto chega no seu bolso após todos os descontos e 
impostos? 
Escreva abaixo todas as suas receitas, ou seja, tudo o que entra de dinheiro todo 
mês na sua conta: salário, receitas de aluguel (quando você RECEBE aluguel de algum 
imóvel alugado), pensão, aposentadoria, royalties (“Meu Deus, o que é isso? ” 
Dividendos de lucro, investimentos financeiros que gerem receitas mensais), enfim, 
tudo o que entra de dinheiro por mês você irá colocar em uma coluna. Na outra, você 
fará a mesma coisa: escreva tudo o que você gasta em um mês: prestação da casa, ou 
aluguel (quando o imóvel não é seu), prestação do carro, escola particular, cursinho de 
idiomas, água, luz, telefone, internet, TV a cabo, gás, supermercado, padaria, 
54 
 
empréstimos, carnê de prestação de móveis, fatura do cartão de crédito, juros do cheque 
especial (Ufa... chega!) E tudo o que se lembrar. 
Esta parte é muito importante para a próxima fase, portanto reserve ao menos 
uma hora para preencher o quadro abaixo. Darei o primeiro exemplo e você continua. 
Se faltarem linhas, pode completar (espero, do fundo do meu coração, que falte linha 
na coluna entrada, e não na coluna saída). 
 
Entrada Valor Saída Valor 
Salário Aluguel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Total Total 
55 
 
Vamos agora traçar um ponto inicial para que você tenha a noção exata de onde 
está; como estão as coisas; e, principalmente, se sua situação financeira é tranquila,moderada, grave ou gravíssima! 
Se você definir sua situação financeira, hoje, em números, qual seria o 
resultado? Se você tem medo da resposta, chegou a hora de se libertar. Há pessoas que 
têm receio de responder, porque partem do princípio de que nunca vão conseguir. Você 
não será assim. Aqui você terá a exata noção do quanto você ganha e do quanto você 
gasta por mês. Este é um excelente ponto de partida para começarmos, Let s go! 
 
4.1 Identificação 
 
Agora é com você. Lembre-se de que eu disse para rabiscar à vontade! Então, 
caneta na mão (se o livro não for seu, papel também...). Qual é a sua situação financeira 
atual? Qual o seu grau de endividamento real? Lembre-se que aqui você não deve 
amenizar, portanto, se estiver com receio de alguém descobrir, utilize um papel a parte, 
mas não deixe de fazer. Toda teoria, quando colocada no papel, tende a fazer mais efeito 
do que quando fica somente na memória. Analise o quadro abaixo e marque com um 
“X” o quanto você ganha mensalmente. Em seguida, marque com outro “X” o quanto 
você gasta mensalmente. 
 
56 
 
Quanto 
eu 
ganho 
 
Até 
R$ 
2.000 
Até 
R$ 
4.000 
Até 
R$ 
6.000 
Até 
R$ 
8.000 
Até 
R$ 
10.000 
 
Quanto 
eu 
gasto 
Até 
R$ 
2.000 
Até 
R$ 
4.000 
Até 
R$ 
6.000 
Até 
R$ 
8.000 
Até 
R$ 
10.000 
 
 
Agora, após ter sido feita a análise inicial, faço-lhe uma perguntinha bem 
simples e que será crucial para darmos sequência aos nossos trabalhos: os dois “X” 
estão dentro da mesma coluna? Quanto mais próximos eles estiverem (o X de “Quanto 
eu gasto ” Deve estar sempre à esquerda, ou bem próximo ao X de “Quanto eu ganho 
”), melhor é sua situação financeira e, obviamente, quanto mais afastados eles 
estiverem, maior deve ser o alerta para sua situação real de administração financeira. 
Tenha aqui um filtro da sua situação financeira, marque esta página e volte aqui 
o quanto precisar. Sua tarefa, para a vida, será como na de um jardim de infância, você 
deverá aproximar os dois “x” (olha que lindo!), ou deixar o de baixo sempre à esquerda 
do de cima. 
 
57 
 
4.2 Aceitação – Tenho que aceitar e trabalhar, não chorar 
 
Agora você sabe o que tem, o quanto ganha e o quanto gasta. Precisa aceitar 
sua situação real, seja ela qual for. Descubra como você chegou onde está, aprenda com 
seus erros e, principalmente, aceite. 
Se precisar, volte ao capítulo anterior, onde digo que sua vida financeira 
depende de diversos fatores. Refaça seu histórico para ver como chegou até aqui. 
Lembre-se: Isto não é uma corrida para ver quem termina primeiro, terminar e não 
resolver seu problema não é seu objetivo, então, pare e volte quantas vezes for preciso. 
Muito bem, agora vamos pensar: se você tem uma balança que está pendendo 
apenas para um lado, o que você tem que fazer? Equilibrá-la. Portanto, se sua vida 
financeira está pendendo somente para um dos lados, o que você tem que fazer para 
equilibrá-la? 
Tenha em mente que sua vida financeira depende do equilíbrio entre o que entra 
e o que sai. Se minha balança financeira está pendendo para um lado, claro que há algo 
errado (a não ser que seja para o lado positivo) então, só existem duas opções: tirar de 
um lado, ou acrescente do outro. Entendeu como é simples? Resumindo: ou eu aumento 
as receitas, ou diminuo as despesas. Simples assim, ou você aumenta o dinheiro que 
entra, ou diminui o dinheiro que sai. Ficou claro? Não há uma terceira opção, coloque 
na sua cabeça que ganhar na Loteria não é uma opção (a probabilidade é mínima). Se 
você marcou esta como sendo a sua situação atual no quadro acima, é provável que 
você pensa que, assim como é possível perder peso da noite para o dia sem fazer nada, 
é possível resolver todos os seus problemas apostando em jogos. Esta opção, na tabela, 
serve única e exclusivamente para que você detecte se sua situação é realmente 
preocupante. Aí você me diz assim, “Mas eu tenho fé, um dia vou ganhar” amigo leitor, 
eu também, mas não é por isso que eu vou esperar cair do céu! E, se você quiser citar a 
58 
 
bíblia, verá que, no livro Gênesis, capítulo 3, versículo 19, diz assim: “Do suor do teu 
rosto comerás o teu pão”. Vou traduzir, caso você não tenha entendido: Trabalhe. 
Existem diversas crenças e religiões no mundo, mas, particularmente, não 
conheço nenhuma que diz que você colherá algo diferente do que plantou. Resumindo, 
pode rezar o quanto você quiser, mas sem trabalhar, com o corpo e com a mente, pouco 
adiantará. 
 
59 
 
5-Não se 
desespere! 
 
60 
 
 
 
61 
 
“Entendi o motivo do endividamento, como cheguei até aqui, a relação de meus 
pais com o dinheiro e o quanto isso me afetou. Identifiquei o quanto ganho e o quanto 
gasto, coloquei tudo no papel, e, consequentemente... estou desesperado! O que eu faço 
agora? ” 
Calma, se sua situação for delicada, respire, repense um pouco, faça uma 
pequena pausa e depois com calma, aí sim volte a ler o livro. Não adianta colocar mil 
ideias na cabeça e no papel se não for cumprir. Com tranquilidade, foco, muito 
TRABALHO e disciplina as possibilidades de você conseguir são muito boas. 
Quando perdi meu emprego logo no primeiro ano de faculdade fiquei 
preocupado, e olha que tinha uma certa reserva. Se você já se sentiu, ou se sente assim, 
te digo que este sentimento é normal, também me senti assim. Porém para mim, o pior 
dos estudos foi quando sai da faculdade. Esgotei todas as minhas reservas para poder 
concluir os estudos, e ao fim de tudo, passado todo o sufoco, depois da colação de grau 
e com o diploma de nível superior na mão, me deparei com a minha realidade: não tinha 
emprego e nem renda. A vida é assim, não temos como fugir. Qual foi minha solução? 
Trabalhar em outra área totalmente diferente, operacional e braçal! Não a área 
administrativa que eu sonhava. Porque assim como você eu tinha contas a pagar, 
responsabilidades a honrar, e ao contrário do que muita gente pensa, isso não é demérito 
nenhum. 
Não sei qual é o ponto da sua vida que você está, mas posso te dizer que com 
relação ao ofício, trabalho é trabalho. É óbvio que eu estava traçando metas e objetivos 
na minha mente para progredir, o que me levou a outros cursos e até a minha pós-
graduação que não estava nos meus planos. E por esta razão que digo que experiências 
ruins sempre te ensinam, e muito. Assim como eu fiz, repense onde está agora, como 
está sua vida profissional e suas finanças e onde quer chegar. Trace metas e objetivos 
atingíveis, aja com determinação e inteligência, não desanime nas primeiras derrotas, 
porque sim, infelizmente (ou felizmente) derrotas também fazem parte. Te digo com 
certeza que com sua força de vontade, trabalho, inteligência, e também fé em Deus, que 
62 
 
sabe de todas as coisas e sempre nos abençoa e protege, a hora da sua vitória também 
chegará, tenha fé. 
 
5.1 chegou a hora de mudar de postura 
 
Vamos começar com uma mudança de postura. Passo importante a ser seguido. 
Não é amanhã, nem semana que vem, nem no ano que vem. A mudança de postura tem 
que ser feita agora! 
Como disse, costumo brincar em minhas palestras que tudo depende do seu 
grau de desespero. Isso porque há várias coisas que ensino que causam repulsa nas 
pessoas, seja por vergonha ou por querer manter seu status. Não sei se você vai dizer 
que não está disposta a fazer algumas coisas, talvez revendo a fatura do cartão de 
crédito, a conta do celular ou da internet ou seu saldo bancário você possa mudar de 
ideia...então, como eu já havia dito, aproveite as opções e pegue para você o que julgar 
necessário, mas atenção, dica muito importante: liberte-se de preconceitos e de 
estereótipos. 
 
5.2 Mudança de atitude 
 
Esta é a parte que você pergunta: “Mudança de atitude é diferente de mudança 
de postura? ” E respondo: Sim, perceba: você já definiu que terá uma postura diferente 
(bom, com tudo que eu escrevi,eu espero que sim) vamos, agora, às atitudes. 
Sua mente tem que trabalhar a seu favor a todo instante. Seus pensamentos 
positivos e sua atitude de mudança reforçaram isso a seu cérebro. A cada vitória, você 
sentirá aquela sensação de bem-estar, de euforia e alegria, efeitos parecidos com 
aqueles que se sente quando vai às compras. Olha que legal! 
63 
 
Aqui você despenderá de muita dedicação para conseguir chegar a este nível. 
Perceba que você já escalou seis degraus desse livro. É como se fosse uma meditação, 
e, para chegar neste nível, é necessário muito esforço. 
 
5.3- Reveja seus hábitos 
 
Hábitos referem-se ao que você faz no dia a dia. O pão francês que você compra 
sempre na padaria (no qual você pode economizar, comprando, talvez, pão de forma no 
supermercado, ou comendo frutas), ou o mesmo café que você toma todo dia na 
lanchonete perto do seu trabalho ou da sua escola são gastos que podem ser revistos. 
Vou contar como economizei mais de R$ 1.000 por ano deixando de tomar café. 
Ao lado da empresa que trabalhava há uns cinco anos atrás, eu tinha o hábito 
de tomar um simples café com um pastel (eu amo pastel!), em média, por R$5,00, que, 
multiplicados por 5 dias da semana, são R$ 25,00, que, multiplicados por 4 semanas no 
mês, são R$100,00, que por sua vez multiplicados por 11 meses no ano (já que em 1 
mês estou de férias), darão inacreditáveis R$1.100. “Só com meu cafezinho? ” Isso, 
somente com meu cafezinho eu economizei este valor. 
Voltando, você terá que mudar seus hábitos em todo o lugar. Só fiz as contas 
do cafezinho; imagina se você colocar todos os seus gastos habituais na ponta do lápis? 
Almoço, café da tarde, jantar, aquela ida a lojinha da esquina só para comprar “o 
básico”... 
Tenha em mente que você não conseguirá mudar de atitude e fazer tudo de uma 
vez só. Não se cobre isso porque você corre o risco de se frustrar, e já dissemos o quanto 
isto é perigoso. Seu progresso virá com o tempo, aos poucos. É interessante, inclusive 
64 
 
que você anote isto também. Mas atenção: é necessária disciplina, muita disciplina. 
Aqui você terá que ter anotado todos os seus pequenos hábitos, mesmo que você não 
consiga fazer isto sempre, é necessário que você perceba neste momento por onde seu 
dinheiro anda fugindo. Existem hábitos, maus hábitos que você tem hoje que estão 
contribuindo para que não sobre dinheiro na sua conta no fim do mês. Anote tudo, o 
que entra e o que sai, e principalmente, veja o que dá para cortar, ou substituir por mais 
barato. Não diga “não dá”, ao contrário, diga “sim, deve ser possível” Com 
comprometimento sério, dará certo. Lembre-se que aqui você não é um mero leitor. 
Comece com afinco, se for necessário, envolva todos os que convivem em sua casa, ou 
todos os envolvidos na sua vida financeira, só assim, vocês atingirão, juntos, o objetivo, 
e muito mais rápido do que vocês poderiam imaginar! 
 
65 
 
 
6- Como aumentar o 
dinheiro que entra? 
 
66 
 
 
67 
 
Já disse que há duas opções: aumentar o dinheiro que entra, ou diminuir o 
dinheiro que sai. Pois bem, vamos à primeira. É possível aumentar o dinheiro que entra? 
É necessário que você faça uma reflexão sobre o seu tempo. Se você mal tem 
tempo para desenvolver sua atividade principal e/ou cuidar da casa, dificilmente você 
conseguirá realizar uma segunda atividade para aumentar sua renda. Junto com o 
dinheiro, talvez possamos concordar que tempo é algo que nos falta muito nos dias de 
hoje. Descobrir como aumentar seu tempo, automaticamente, pode lhe fazer aumentar 
sua renda, um está diretamente relacionado ao outro, pense nisto. 
Mesmo com muitas responsabilidades, você pode ser programar e ainda assim 
conseguir desenvolver outros trabalhos. É difícil? Claro que sim, mas dá. E o principal: 
com ética e respeito a todas as instituições que você trabalhar ou prestar serviços. 
Caso não consiga fazer, sozinho, esta reflexão, existem vários livros e textos na 
internet sobre administração do tempo. Pode ser interessante fazer uma pesquisa sobre 
o assunto e reformular suas atividades diárias, quem sabe você não consegue ganhar 
preciosíssimas uma ou duas horas no seu dia? 
 
6.1 Tem certeza de que isso e possível? 
 
Cautelosamente, se lhe é possível, avalie a situação de sua empresa e veja se 
cabe um pedido de aumento, mas, cuidado: é necessário muito tato para fazer isso. Não 
estamos em uma situação favorável no mercado atual para tal. Você deverá analisar se 
cabe esta opção. 
Depois, é necessário que você faça uma reflexão para ver se você é realmente 
um profissional que realmente faz a diferença na empresa. Deu até frio na espinha, não 
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é? Mas sim, esta é uma reflexão extremamente necessária, do ponto de vista profissional 
e do ponto de vista financeiro, dá medo, mas é necessário. 
 
6.2 Dá para ter uma segunda renda? 
 
“Como posso ganhar dinheiro no meu tempo livre? ” 
Em primeiro lugar é necessário que você tenha tempo, já fizemos uma breve 
reflexão sobre este tema. Agora, temos que ver o que você sabe fazer e como fazer para 
que isso lhe renda algum dinheiro extra. Provavelmente, você trabalha com algo, mais 
tem habilidades em outras áreas. Pessoas se formam em determinada área e tem 
habilidades fantásticas em outras! O que você pode fazer? Se você é um psicólogo que 
trabalha por exemplo na aera de RH, será que não arruma um tempo para atender em 
algum lugar? Se você é um profissional de nível técnico ou superior que trabalha em 
uma empresa, será que não poderia se tornar um professor e dar aulas no seu tempo 
livre? É profissional de informática? Que tal formatar uns PCs no tempo livre? E mesmo 
para você que talvez não tenha nível superior, ou técnico, ou qualquer outra 
qualificação, tenho certeza de que alguma habilidade você tem. 
Um amigo meu descobriu, e depois de mais velho, que tinha ótimas habilidades 
para fazer moveis rústicos! Além de terapia, está se tornou uma fonte de renda 
alternativa, e posso dizer que os móveis que ele faz são bonitos, resistentes e baratos! 
Agora, pergunte a você mesmo qual é o seu talento escondido? Reflita, de 
preferência sozinho. E mesmo que você diga que não tem nenhuma dessas habilidades 
extras (o que eu acho difícil), existem várias opções de produtos de catálogos para 
serem vendidos, perfumes, cosméticos ou afins. Será que vale a pena arriscar? 
 
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6.3 O que é um Freelancer (e como isto irá lhe ajudar) 
 
Vou dar um exemplo que conheço muito bem, além de ser formado em relações 
públicas, sou mestre de cerimonias e conheço bem os bastidores de um evento. Então 
imaginemos um evento qualquer. Para que ele aconteça, será necessário recepcionista, 
porteiro, vigia, garçons, manobristas... é possível que estas pessoas realizem estas 
atividades de forma autônoma, trabalhando em empresas diferentes ou captando 
clientes e os atendendo de forma livre, independente; é possível que estas atividades 
sejam feitas em fins de semana, e geralmente a noite, quando a maioria tem tempo livre. 
Isto garante a estas pessoas uma renda extra, que posso lhe dizer que faz uma grande 
diferença. Estas pessoas são o que é denominado Freelancer. 
Enxergue oportunidades! Elas estão a sua volta, o tempo todo, não feche os 
olhos. Tenha uma visão mais centrada e verá que opções existem. Outro ponto 
interessante que quero abordar agora é como se divulgar. 
Vivemos na era digital. Existem várias ferramentas disponíveis a seu favor. 
Faça, portanto, um perfil em uma rede social para divulgar seu trabalho; se tiver 
coragem, faça vídeos e publique-os na internet (mas cuidado com o que você vai 
colocar...). Ainda assim, mesmo com todas as opções digitais, o famoso cartão de visitas 
não está descartado, ele também é uma importante ferramenta de divulgação. Acredite: 
as opções não são inatingíveis. Esteja disposto a aceita-las. 
Imagine que você é um profissional já consagrado pelo mercado,

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