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sesc | serviço social do comércio Marco Referencial Educação Ambiental no Sesc Serviço Social do Comércio Departamento Nacional Marco Referencial Educação Ambiental no Sesc Rio de Janeiro Sesc | Serviço Social do Comércio Departamento Nacional 2020 Sesc | Serviço Social do Comércio Presidência do Conselho Nacional José Roberto Tadros DEPARTAMENTO NACIONAL Direção-Geral Carlos Artexes Simões ©Sesc Departamento Nacional, 2020 Tel.: (21) 2136-5555 www.sesc.com.br Distribuição gratuita, venda proibida. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei n. 9.610/98. Sumário Apresentação 7 Introdução 10 Fundamentação 14 Princípios gerais 18 1. Criticidade 18 2. Emancipação 20 3. Proposição 22 4. Transformação 24 5. Transversalidade 25 6. Mitigação 27 Diretrizes de ação 32 1. Incentivar a participação de grupos e indivíduos nos processos decisórios relativos ao uso dos recursos naturais 32 2. Capacitar indivíduos e desenvolver habilidades que contribuam para o incremento de renda 33 3. Combater todos os tipos de discriminação, promovendo a solidariedade e a cooperação 34 4. Fomentar a organização de grupos e a criação de redes de educação ambiental 35 5. Promover processos artísticos educativos e inclusivos que permitam aos indivíduos e à coletividade expressarem, de forma simbólica, a temática socioambiental 36 6. Valorizar as culturas locais, o saber e a memória populares 37 7. Viabilizar o acesso e estimular o uso dos meios de comunicação para a construção participativa e a difusão de informações socioambientais 39 8. Contribuir para a qualificação de educadores ambientais 40 9. Esclarecer e sensibilizar indivíduos sobre os problemas socioambientais, suas causas e impactos no bem-estar 42 10. Articular a Educação Ambiental com todas as áreas de conhecimento da Educação Básica 44 11. Conscientizar os viajantes para a prática do turismo sustentável, esclarecendo a interação entre os aspectos ambiental, social e econômico 45 12. Proporcionar a vivência em ambientes, conservados ou não, realizando a visitação, com caráter educativo, a unidades de conservação, comunidades tradicionais e áreas antropizadas 46 13. Realizar atividades físicas em ambientes naturais ou urbanos, ressaltando a importância de sua conservação para a melhoria da qualidade de vida 47 14. Utilizar atividades recreativas lúdicas e divertidas, capazes de sensibilizar e motivar os indívíduos para uma participação mais ativa na conservação ambiental 49 15. Esclarecer as relações entre a degradação do meio ambiente e a incidência de doenças 50 16. Realizar ações que promovam a alimentação saudável, sustentável e acessível, contribuindo para a redução da desnutrição e da degradação ambiental 51 17. Contribuir para a redução do desperdício de alimentos, promovendo a educação para o consumo 52 Contribuição por campos de atuação 54 Referências 59 Ap re se nt aç ão Serviço Social do Comércio Serviço Social do Comércio 7 O Sesc, criado na década de 1940, está presente em todos os estados brasileiros e em muitos municípios que compõem o nosso território geográfico. Por esta circunstância fincou raízes nos variados ecossistemas naturais, desfrutando da natureza diversa e dos diferentes climas brasileiros. Ao longo dos seus mais de setenta anos testemunhou as transformações ocorridas no país, em termos sociais, econômicos, políticos e também ambientais. O desenvolvimento econômico e a crescente industrialização promoveram mudanças na relação entre as pessoas e com a natureza, algumas positivas e outras negativas. Atento a essas consequências e reconhecendo sua missão de promover o bem-estar e a qualidade de vida dos clientes e da sociedade em geral, o Sesc vem desenvolvendo ações que procuram estimular a sustentabilidade, sensibilizando crianças, jovens e adul- tos a respeito da importância de adotar hábitos mais corretos ambientalmente e que sejam socialmente mais justos. Este Marco Referencial da Educação Ambiental no Sesc foi elaborado como um docu- mento integrador, considerando o esforço institucional para atuar de modo transforma- dor e sustentável em todas as áreas finalísticas do Sesc, por meio de subsídios concei- tuais e estratégicos para a implementação e a consolidação de práticas orientadoras que colaborem com as equipes técnicas dos Departamentos Regionais e Polos de Referência. In tr od uç ão Serviço Social do Comércio 10 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc O Sesc é uma instituição que tem por objetivo promover o bem-estar e a qualidade de vida dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e seus familiares. Para isso oferece em cinco campos de atuação - Educação, Saúde, Cultura, Lazer e Assistência - ações de caráter educativo que contribuem para a consolidação de valores e o desen- volvimento humano e social dos seus clientes e da sociedade em geral. Essas ações são desenvolvidas nos Departamentos Regionais e Polos de Referência, orientadas por princípios e valores institucionais que colaboram para o desenvolvimento integral e cidadão de seus clientes e frequentadores. A atuação no campo socioambiental demanda a elaboração de um documento que registre o seu posicionamento institucional. O documento deverá, no entanto, se consolidar como um instrumento de práticas de aplicação transversal, considerando que a atuação do Sesc se dá de forma ampliada por meio de suas atividades e projetos. O Marco Referencial Educação Ambiental no Sesc apresenta a Fundamentação, os Princípios Gerais e as Diretrizes de Ação, tendo por objetivo orientar conceitualmente como poderão ser elaborados e operacionalizados projetos relacionados à educação ambiental, a partir da reflexão das equipes finalísticas sobre os conteúdos do documen- to. Esses conteúdos estão alinhados com os referenciais estratégicos institucionais, tais como as Diretrizes Gerais de Ação do Sesc, Diretrizes para o Quinquênio 2016-2020; e também com a legislação nacional, com as políticas públicas, acordos e tratados interna- cionais que preconizam o desenvolvimento sustentável. A Fundamentação apresenta o conceito de educação ambiental que deve orientar as ações do Sesc nesse campo, partindo da reflexão sobre os diversos modelos conceituais existentes, sobre as abordagens já praticadas nos espaços do Sesc, alinhadas aos valores da Instituição. Os Princípios Gerais apresentados em seguida também foram identificados nos docu- mentos institucionais, o que evidencia ainda mais o compromisso do Sesc com práticas sustentáveis. São valores que deverão ser a base para os projetos voltados para a educa- ção ambiental, elaborados em quaisquer dos cinco campos de atuação do Sesc. As Diretrizes de Ação são os caminhos, do ponto de vista prático, que as áreas fi- nalísticas podem seguir para atuar em conformidade com os princípios gerais. Essas Serviço Social do Comércio 11 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc diretrizes também estão alinhadas ao Referencial Programático do Sesc, todavia podem ser executadas de modo transversal, explorando a complementaridade das áreas fina- lísticas. Dessa forma, é importante ressaltar que a educação ambiental não será repre- sentada por apenas um projeto ou outro, mas sim pelo conjunto de ações empreendidas para o alcance das diretrizes. Este documento apresenta, portanto, os parâmetros institucionais, políticos e científi- cos que deverão orientar propostas e projetos a serem desenvolvidos com vistas a uma atuação comprometida com as demandas socioambientais. A responsabilidade institu- cional compreende a melhoria da qualidade de vida dos clientes do Sesc e das comuni- dades nas quais a instituição está inserida, na promoção do bem-estar social e de uma sociedade mais justa e democrática. Nesse sentido, o Marco Referencial Educação Ambiental no Sesc cumpre, ainda, com a responsabilidade de ser um documento que dialoga com as políticaspúblicas na pers- pectiva de potencializar sua implementação. Fu nd am en ta çã o Serviço Social do Comércio 14 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc Existem variadas definições para educação ambiental na literatura e na legislação, porém todas elas convergem para a dimensão social e processual da ação educativa fortemente relacionada ao desenvolvimento de habilidades, conhecimentos e competên- cias, direcionados à conservação do meio ambiente. Esses processos buscam, ao final, proporcionar qualidade de vida e equilíbrio nas relações entre seres humanos, os meios biofísicos e as diversas culturas, por meio da transformação de valores, atitudes e com- portamentos, individualmente e coletivamente. A educação ambiental crítica defende uma atuação que promova não somente a con- servação dos meios biofísicos, mas que esteja comprometida com o combate à injustiça ambiental, que promova a participação social, construindo uma cidadania ativa, que atue na transformação dos modos de uso dos recursos ambientais. Nesse sentido os valo- res do Sesc se coadunam com essa perspectiva de atuação, considerando que a ação educativa institucional deve promover uma transformação na sociedade de modo mais democrático. O documento Diretrizes Gerais de Ação do Sesc é fundamental para que a instituição cumpra com sua missão, dado que apresenta as finalidades institucionais, seus objetivos para alcançá-las, os espaços em que deve atuar, além das características da ação institu- cional – as quais são orientadoras das ações finalísticas e podem ser aplicadas de modo transversal. Dentre essas orientações está a responsabilidade ambiental, introduzida na atualização realizada em 2004, para atender às mudanças nos cenários econômico, am- biental, político e social brasileiros. Observando o quanto as condições ambientais influenciam na qualidade de vida das populações, seja pela poluição e degradação dos ecossistemas, pelo ressurgimento de doenças, pelas práticas predatórias, entre outras, o Sesc assume sua responsabilidade com os clientes e com as comunidades nas quais está inserido, de “dotar aqueles que atende em suas unidades operacionais e a sociedade em geral com uma consciência crí- tica em relação às questões ambientais a fim de torná-los agentes ativos no processo de melhoria do meio ambiente” (SESC, 2010, p. 22). Serviço Social do Comércio 15 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc Entre os objetivos apresentados, podemos destacar a atuação de forma propositiva e transformadora para promover nos clientes a iniciativa de buscarem meios de melhorar suas condições de vida, atendendo às necessidades, com responsabilidade socioambiental. Essa atuação dialoga com uma educação ambiental que se alicerça no fazer coletivo para buscar meios de orientar o uso parcimonioso dos recursos ambientais, fortalecer as relações sociais e promover a sustentação econômica. A prática que busca o equilíbrio dos pilares ambiental, social e financeiro reflete o modo de atuação do Sesc, cujas ações consideram a complexidade das relações dos se- res humanos entre si e com o meio ambiente. Considerando a presença do Sesc em todos os estados da federação, tendo suas Uni- dades Operacionais nos mais variados ecossistemas do nosso território, as diretrizes apresentadas nesse Marco Referencial compõem uma unidade de atuação para o enfren- tamento das questões socioambientais postas nos territórios, devendo ser desenvolvidas de modo integrado e transversal aos campos de ação finalística da Instituição. Pr in cí pi os ge ra is Serviço Social do Comércio 18 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc Os seis princípios propostos a seguir consistem em um conjunto de valores a serem considerados na elaboração e operação de qualquer projeto relacionado à educação am- biental no Sesc. Esses princípios surgem a partir da análise de importantes documentos institucionais, como, por exemplo, Diretrizes Gerais de Ação, Diretrizes do Quinquênio 2011-2015 e Diretrizes do Quinquênio 2016-2020 – os quais descrevem características es- senciais à ação finalística do Sesc. Por serem gerais, eles devem ultrapassar quaisquer barreiras que possam separar as áreas finalísticas do Sesc, ensejando um trabalho cada vez mais articulado e que promova a complementaridade entre as áreas. Isto não signi- fica que, necessariamente, todos os seis princípios devem estar presentes em ações ou projetos no campo da educação ambiental, mas deve-se perseguir o alinhamento à maio- ria deles, como forma de buscar a coerência com a essência institucional. 1. Criticidade Esclarecer e sensibilizar a sociedade para um pensamento crítico em relação à problemática socioambiental, a partir da interdependência dos aspectos econômicos, sociais e ambientais. O pensamento crítico é tão fundamental que chega a ser inconcebível pensar em educação ambiental sem tê-lo como um princípio. A mudança e a adaptação são fatores determinantes para a evolução. Não é diferente com a educação ambiental. Se parar no tempo, mantendo uma visão conservadora, de repetição, sucumbirá em meio às novas necessidades que se apresentam na contemporaneidade. Seu caráter mutável perma- nente faz com que a educação ambiental tenha que se adaptar constantemente às novas demandas socioambientais. Todavia, para isso, é necessário um exercício incansável de crítica e autocrítica, sempre em uma perspectiva construtiva, que rompa com paradigmas e traga benefícios evidentes nas dimensões econômica, social e ambiental. Imbuir os indivíduos de um pensamento crítico, contudo, é uma tarefa bastante com- plexa para a educação ambiental, pois exige o esclarecimento de uma ampla gama de conhecimentos, que possibilitem ao indivíduo ampla compreensão do meio ambiente e suas múltiplas interações e conexões. A partir desta compreensão, o indivíduo poderá obter melhores condições de questionar e agir criticamente em situações que gerem degradação ambiental e em contextos que levem à fragilização das relações sociais. Serviço Social do Comércio 19 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc Poderá, assim, propor soluções mais efetivas no sentido do equilíbrio das dimensões econômica, social e ambiental e na promoção da qualidade de vida da coletividade. Ser crítico é pensar diferente, mudando o indivíduo do lugar de mero espectador da história dos outros, para atuar como protagonista de seu próprio futuro. É justamente nisso que reside o aspecto inovador do pensamento crítico. Pensar diferente significa, também, romper com o senso comum. Por exemplo, enquanto a maior parte da popula- ção associa meio ambiente às áreas naturais, às florestas, devemos esclarecer que meio ambiente é qualquer ambiente, natural ou não, que sustenta a vida e suas diversas in- terações entre fatores bióticos e abióticos. Ao entender a importância destas interações, inclusive no meio ambiente urbano, os indivíduos passam a compreender melhor os impactos negativos das ações humanas e como preveni-los ou mitigá-los. QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Diretrizes Gerais de Ação do Sesc Tal trabalho educativo está voltado para o desenvolvimento integral dos indivíduos, mediante a melhoria da compreensão do meio em que vivem, maior percepção de si mesmos, elevação sociocultural das suas condições de vida e desenvolvimento de valores próprios de uma sociedade em mudança, que os façam partícipe ativo desse processo. (p.15) Coerente com sua missão de contribuir efetivamente para a melhoria da qualidade de vida de sua clientela efetiva e da comunidade nacional, cabe ao Sesc assumir, como uma de suas diretrizes de ação, o trabalho de dotar aqueles que atende em suas unidades operacionais e a sociedade em geral com uma consciência crítica em relação às questões ambientais a fim de torná-los agentes ativos no processo de melhoria do meio ambiente, e de impedir a ampliaçãode sua poluição e degradação. (p.22) Serviço Social do Comércio 20 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Declaração de TBILISI Deve ser dedicada uma atenção especial à compreensão das complexas relações entre o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria do meio ambiente. (p.3) [...] contribuir para que os grupos sociais e os indivíduos adquiram uma diversidade de experiências e uma compreensão fundamental do ambiente e dos problemas correlacionados. (p.5) [...] salientar a complexidade dos problemas ambientais e, consequentemente, a necessidade de desenvolver o sentido crítico e as aptidões necessárias para resolvê-los; (p.6) Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis A educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, em qualquer tempo ou lugar, em seus modos formal, não formal e informal, promovendo a transformação e a construção da sociedade. (p.1) 2. Emancipação Tornar os indivíduos autônomos e aptos para atuarem em seu autodesenvolvimento, criando condições para que sejam os protagonistas do seu próprio destino. Este princípio reforça a necessidade de tornar os indivíduos livres, independentes, e por consequência, autônomos em seu pensar e agir. Esta autonomia, entendida aqui como um processo de emancipação dos indivíduos, é uma das características marcantes da ação educativa do Sesc, a qual pretende fortalecer a capacidade dos indivíduos bus- carem, eles mesmos, a melhoria de suas condições de vida. Nesse sentido, a educação ambiental tem um importante papel de criar condições para que os indivíduos sejam protagonistas de seu próprio destino e que tomem suas decisões de forma consciente, entendendo as consequências de suas decisões e ações (ou falta delas). A educação ambiental emancipatória é aquela que exercita nos indivíduos a capacidade de conceber explicações e soluções para problemas socioambientais de forma autônoma, a partir do conhecimento adquirido ou construído e de um olhar interpretativo e multifacetado, nas perspectivas social, ambiental e econômica. Caminha no sentido contrário à reprodução de discursos, pois considera a subjetivação da realidade. Serviço Social do Comércio 21 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc É justamente nesta subjetividade que reside a emancipação, no sentido da libertação de padrões sociais construídos e normatizados, que acabam por tolher a criatividade e a individualidade. Qualquer educação que deseje ser emancipatória deve sempre estar atenta às con- dições que a cercam, demonstrando-se aberta ao diálogo. Dessa forma a educação será transformadora e, ao mesmo tempo, transformada pelos partícipes do processo educativo. Por meio deste constante aprendizado e exercício dialético é que se pretende criar um verdadeiro processo de empoderamento e autonomia dos indivíduos. QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Diretrizes Gerais de Ação do Sesc Objetivo Sesc nº1: fortalecer, por meio da ação educativa, propositiva e transformadora, a capacidade de os indivíduos buscarem, eles mesmos, a melhoria de suas condições de vida. (p.12) As vertentes da informação e capacitação são condições necessárias ao alcance do objetivo da ação educativa da Entidade. No entanto, não são suficientes para garantir que os indivíduos se tornem sujeitos gestores de suas inserções no processo social. Para tanto, é necessário que os valores a serem assimilados sejam capazes de contribuir para o desenvolvimento de sentimentos de autonomia, iniciativa individual e solidariedade [...] (p.16) Declaração de TBILISI Assim, a educação apresenta-se como o processo social por excelência, para dotar os indivíduos da estrutura mental capaz de torná-los eficientes no seu autodesenvolvimento, de produzirem respostas às suas necessidades e às de seus familiares e de se tornarem cidadãos capazes de participar de forma afirmativa da vida econômica, política e sociocultural do País. (p.24) [...] estará o Sesc contribuindo verdadeiramente para a criação de uma mudança cultural em que os indivíduos se qualifiquem para substituir um conhecimento por outro mais adequado, ajudando-os a se tornarem mais competentes no exercício daquilo que devem fazer por si mesmos, para realizar integralmente a condição de saúde, tornando-a um bem comunitário. (p.26) Serviço Social do Comércio 22 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis A educação ambiental deve estimular e potencializar o poder das diversas populações, promover oportunidades para as mudanças democráticas de base que estimulem os setores populares da sociedade. Isto implica que as comunidades devem retomar a condução de seus próprios destinos. (p.2) 3. Proposição Estimular atitudes propositivas e participativas para melhoria das relações sociais e da qualidade ambiental. Ao adjetivar a ação educativa como propositiva, espera-se que esta tenha condições de tirar as pessoas da inércia e de estimular uma atitude reflexiva em relação aos acon- tecimentos, avaliando, de forma crítica, as soluções e as possibilidades para agir. Se a atitude propositiva tem a finalidade de provocar a reflexão e a ação sobre determinado acontecimento, pode-se afirmar que, ao ser propositiva é, ao mesmo tempo, transfor- madora. Na verdade, essa ação só será efetiva caso ela promova alguma transformação, seja nas pessoas ou nos ambientes em que vivem. É justamente sob a ótica dessa ação propositiva e transformadora que a educação ambiental crítica se apoia. Pensar esta educação ambiental sem pensar em seu desdobramento prático, é como pensar em uma vacina inócua, que não terá efeito algum sobre determinada doença ou, no caso, problema socioambiental. Esta capacidade de resolver problemas possui como relação condicionante a prévia sensibilização dos indivíduos, a partir do desenvolvimen- to de valores éticos e morais, e com a aquisição de conhecimento, principalmente, técni- cos, de ordem prática, a partir de necessidades locais, porém com reflexos globais. Por meio de uma atitude propositiva, busca-se, também, promover maior participa- ção dos indivíduos nos processos decisórios, principalmente no que tange à utilização dos bens de uso comum da sociedade. Para que esta participação seja efetiva na gestão dos recursos naturais, os indivíduos, além de um amplo conhecimento em questões socioambientais, devem ser estimulados a uma atitude proativa e propositiva. Nesse sentido, este princípio vai além da proposição, mas incorpora a participação como meio Serviço Social do Comércio 23 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc de promover maior equilíbrio entre os setores representativos da sociedade na tomada de decisão sobre o território. Significa empoderar os indivíduos para o diálogo, para o ques- tionamento, para a resistência e, sobretudo, para a proposição de projetos e ações que proporcionem a transformação socioambiental positiva. QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Diretrizes Gerais de Ação do Sesc Objetivo Sesc nº1: fortalecer, por meio da ação educativa, propositiva e transformadora, a capacidade de os indivíduos buscarem, eles mesmos, a melhoria de suas condições de vida. (p.12) integral dos indivíduos, mediante a melhoria da compreensão do meio em que vivem, maior percepção de si mesmos, elevação sociocultural das suas condições de vida e desenvolvimento de valores próprios de uma sociedade em mudança, que os façam partícipe ativo desse processo. (p.15) Assim, a educação apresenta-se como o processo social por excelência, para dotar os indivíduos da estrutura mental capaz de torná-los eficientes no seu autodesenvolvimento, de produzirem respostas às suas necessidades e às de seus familiares e de se tornarem cidadãos capazes de participar de forma afirmativa da vida econômica, política e sociocultural do País. (p.24)Declaração de TBILISI Um objetivo fundamental da Educação Ambiental é conseguir que indivíduos e a coletividade compreendam a natureza complexa do meio ambiente natural e do meio ambiente criado pelo homem, resultante da interação de seus aspectos biológicos, físicos, sociais, econômicos e culturais, e adquiram conhecimentos, valores, comportamentos e habilidades práticas para participar, de maneira responsável e eficaz, da prevenção e solução dos problemas ambientais, bem como da gestão da questão da qualidade do meio ambiente. (p.3) Serviço Social do Comércio 24 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc 4. Transformação Desenvolver valores, habilidades e atitudes que contribuam para a transformação das pessoas e do meio ambiente em que vivem. Considerando a vertente educativa do desenvolvimento de valores, é necessário trans- formar, primeiramente, as pessoas, para que, depois, estas tenham condição de trans- formar positivamente o ambiente em que vivem. Tanto quanto esclarecer, é necessário sensibilizar, tocar o coração dos educadores e educandos. A partir de uma compreensão mais ampla da relação de causa e efeito das ações antrópicas, torna-se mais efetiva a sensibilização, à medida que envolve valores éticos, de preservação da vida. Esta sen- sibilização envolve, também, religar o ser humano à natureza, para que possa, de fato, ser vetor da melhoria da qualidade ambiental e não de sua degradação. Ao desenvolver valores, a educação ambiental contribuirá para uma mudança atitudinal que, para além das questões sociais, terá como finalidade a transformação do ambiente e, consequente- mente, melhoria da qualidade de vida. Educação ambiental não pode ser desprovida de certa utopia, pois o ser humano pre- cisa sonhar com um mundo ideal, para impulsioná-lo rumo à transformação dos padrões insustentáveis vigentes. Todavia se estes sonhos não trouxerem elementos que conectem a problemática ambiental à realidade local, a ação transformadora torna-se sem efeito, pois não está inserida em uma perspectiva de mudança e melhoria do bem-estar das pessoas. O que seria mais significativo abordar nesses processos, o derretimento das ca- lotas polares ou a poluição do rio que passa em frente à casa dos educandos? Uma abor- dagem do aquecimento global e seus impactos, sem dúvida, é importante, porém talvez seja mais significativo, do ponto de vista da transformação, pensar nos problemas reais que determinada comunidade enfrentará, à medida que a poluição do rio resultará em impactos muito mais severos e imediatos na economia local, na incidência de doenças e na perda de espaço de lazer, por exemplo. Nesse sentido, a educação ambiental tem o objetivo de mobilizar os cidadãos para uma participação ativa, baseada na solução dos problemas que impactam em seu pró- prio bem-estar. Assim, a educação ambiental começa a fazer sentido na vida das pessoas, de forma ampla. Serviço Social do Comércio 25 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Diretrizes Gerais de Ação do Sesc objetivo Sesc nº1: fortalecer, por meio da ação educativa, propositiva e transformadora, a capacidade de os indivíduos buscarem, eles mesmos, a melhoria de suas condições de vida. (p.12) Coerente com sua missão de contribuir efetivamente para a melhoria da qualidade de vida de sua clientela efetiva e da comunidade nacional, cabe ao Sesc assumir, como uma de suas diretrizes de ação, o trabalho de dotar aqueles que atende em suas unidades operacionais e a sociedade em geral com uma consciência crítica em relação às questões ambientais a fim de torná-los agentes ativos no processo de melhoria do meio ambiente, e de impedir a ampliação de sua poluição e degradação. (p.22) Para que tal compreensão se efetive é necessário, entretanto, que a Entidade amplie seus esforços no sentido de criar condições que possibilitem à produção artístico- cultural se tornar um real instrumento de transformação dos indivíduos e da sociedade. (p.26) Declaração de TBILISI [...] favorecer o desenvolvimento de comportamentos compatíveis com a preservação e melhoria desse ambiente e promover uma ampla gama de habilidades práticas necessárias à concepção e à aplicação de soluções eficazes para os problemas ambientais. (p.3) Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis a educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, em qualquer tempo ou lugar, em seus modos formal, não formal e informal, promovendo a transformação e a construção da sociedade. (p.1) 5. Transversalidade Buscar maior efetividade da ação educativa, por meio de um trabalho integrado e cooperativo, inserindo a temática socioambiental no planejamento de todas as áreas finalísticas. Este princípio enfatiza a complementaridade entre as cinco áreas finalísticas do Sesc como forma de concentrar esforços, potencializar resultados e otimizar recursos da Ins- tituição. É importante ressaltar que todas as áreas finalísticas possuem interface com a Serviço Social do Comércio 26 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc educação ambiental, abrindo portas para sua transversalização – o que, se por um lado é um desafio que traz certa complexidade à ação política, por outro é uma oportunidade de potencializar resultados e torná-los cada vez mais efetivos. Em administrações departamentalizadas e hierarquizadas, com um regimento que, a priori, separa as ações de acordo com o perfil e a função de cada área do organograma, pode haver barreiras que dificultam o trabalho integrado, como, por exemplo, planeja- mento, orçamento, objetivos e metas próprias de cada área. Porém, apenas por meio de um trabalho de articulação constante é que a educação ambiental catalisará a integração, cada vez maior, entre as áreas e seus projetos, trazendo novas formas de trabalhar que transcendem o desenho de um organograma institucional. Esta complementaridade entre as áreas é o fator determinante para uma educação ambiental transformadora no Sesc. Sendo assim, este trabalho essencialmente cooperativo, seja a nível local, nacional ou internacional, fará com que a educação ambiental no Sesc possa estar presente em toda programação finalística, reafirmando a responsabilidade ambiental como característica básica da ação institucional. Com isso, potencializaremos o alcance e a efetividade da ação educativa, avançando de forma coesa e sólida em todo o Brasil. QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Diretrizes Gerais de Ação do Sesc Nesse sentido, é preciso que, nas atividades voltadas para a educação formal, sejam incorporados à grade curricular conteúdos que tratem de questões ambientais, e que nas demais atividades exista a preocupação permanente de explorar as possibilidades que estas oferecem de forjar em seus beneficiários uma consciência da importância de um meio ambiente saudável para si e para a sociedade. (p.22) Para que tal compreensão se efetive é necessário, entretanto, que a Entidade amplie seus esforços no sentido de criar condições que possibilitem à produção artístico- cultural se tornar um real instrumento de transformação dos indivíduos e da sociedade. (p.26) Serviço Social do Comércio 27 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Diretrizes para o Quinquênio 2016-2020 É indicado ampliar essa atuação, adotando a sustentabilidade como temática transversal ao conjunto da programação e às ações administrativas, na perspectiva de influenciar tanto o público interno quanto externo, inclusive parceiros e fornecedores, de modo a explorar e potencializar sinergias que contribuam para impulsionar mudanças pautadas em valores, princípios e objetivos socioambientais. (p.9) Declaração de TBILISI 2) A Educação Ambiental é o resultado de uma reorientação e articulação das diversas disciplinas e experiências educativas, que facilitam a percepção integrada do meioambiente, tornando possível uma ação mais racional e capaz de responder às necessidades sociais; (p.3) Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis [...] envolver uma perspectiva holística, enfocando a relação entre o ser humano, a natureza e o universo de forma interdisciplinar. (p.2) 6. Mitigação Atenuar ao máximo os possíveis impactos socioambientais relacionados à operação dos projetos institucionais, incorporando ações para a ecoeficiência, acessibilidade e diversidade social. Para uma ação educativa mais efetiva é fundamental que a coerência entre discurso e prática seja percebida por sua clientela no dia a dia das atividades realizadas pelo Sesc. Ao construir uma Unidade Operacional ou executar um projeto, estes devem produzir o mínimo de impacto ambiental possível e as equipes técnicas devem se esforçar no sentido de criar ações mitigatórias. Além das questões ambientais, também é necessário pensar em ações que garantam o acesso das pessoas com deficiência, com seguran- ça e autonomia, aos espaços educativos do Sesc, sem qualquer tipo de discriminação. 28 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc A criação de rampas de acesso, disponibilização de banheiros adaptados, implantação da gestão dos resíduos e coleta seletiva, tratamento dos efluentes, aproveitamento de água da chuva, geração de energia fotovoltaica, por exemplo, demonstram, na prática, como o Sesc internaliza o discurso socioambiental, tornando a ação educativa mais efetiva, por meio da ação exemplar. Além disso, esta infraestrutura voltada à ecoeficência e acessibilidade é um “prato cheio” para a abordagem transdisciplinar da educação ambiental, nos projetos das áreas finalísticas. Um sistema de geração de energia fotovoltaica, por exemplo, deve ser apro- priado pela ação educativa como um instrumento de apoio pedagógico, à medida que envolve diversas oportunidades de atividades em várias áreas de conhecimento. Neste caso, pode-se pensar em atividades que abordem a física, entendendo como a radiação solar é transformada em energia elétrica alternada. Ou, ainda, a matemática para calcular quantas toneladas de CO2 foram evitadas e quantas árvores seriam necessárias à sua compensação. Dar o exemplo, por meio da prática, constitui-se então como uma premissa para a educação ambiental efetiva, na qual se procura a mitigação dos impactos como forma de transformação ambiental e disseminação do conhecimento. Todavia, é importante ter clareza que o princípio da mitigação não pretende eliminar os impactos ambientais, mas sim, por meio do diálogo e da gestão participativa, buscar formas de atenuar e com- pensar o eventual desequilíbrio socioambiental inerente ao funcionamento de qualquer projeto. Nesse sentido, pode-se afirmar que a mitigação dos impactos socioambientais precisa ser incorporada como uma condição para a realização de qualquer ação que se caracterize como educação ambiental. Em síntese: não é possível realizar ações de edu- cação ambiental enquanto estas ampliam a degradação do ambiente ou precarizam as relações sociais. Serviço Social do Comércio 29 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Diretrizes para o Quinquênio 2011-2015 Para isso, é preciso que conteúdos que versem sobre esta questão sejam incorporados, no possível, às atividades. É de igual importância que as construções e a infraestrutura do Sesc sigam os parâmetros ecológicos. (p.20) Diretrizes para o Quinquênio 2016-2020 Cada vez mais o Sesc tem empreendido esforços para integrar a questão ambiental na sua estrutura, com iniciativas de gestão ambiental, entre elas a diminuição da geração de resíduos e sua destinação responsável, as construções sustentáveis e a conservação de áreas verdes. Aliado a essas atividades, desenvolve ações educativas que visam contribuir para a reflexão sobre modos de vida que respeitem os ciclos naturais, frente aos desafios atuais da realidade social e econômica, como o uso responsável dos recursos naturais, entre os quais se destacam a água e a energia. (p.10) Di re tr iz es de a çã o 32 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc Enquanto os seis princípios listados anteriormente operam no campo dos valores ins- titucionais, as diretrizes possuem uma perspectiva mais prática, de planejamento e ação, orientando quais caminhos a educação ambiental seguirá, de acordo com as possibili- dades das áreas finalísticas do Sesc – à luz do Referencial Programático. Esses caminhos buscam a convergência entre os objetivos institucionais, as recomendações dos acordos internacionais e as obrigações previstas nas políticas públicas. Dessa forma, a proposi- ção de diretrizes foi fundamentada a partir de referenciais nacionais e internacionais, como: Política Cultural do Sesc, Política de Lazer do Sesc, Modelo da Atividade Recreação, Declaração de Tbilisi, Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, Política Nacional e Educação Ambiental e Programa Nacional e Educação Ambiental. Estes documentos fun- damentaram as seguintes 17 diretrizes: 1. Incentivar a participação de grupos e indivíduos nos processos decisórios relativos ao uso dos recursos naturais A participação, ou falta dela, será determinante para que o patrimônio natural seja protegido ou depredado. Esta participação pode ser fundamentada em duas bases: a afetiva e a instrumental. Enquanto a afetiva está no campo da teoria, da discussão, da sensibilização, a instrumental está no campo da prática. Para uma participação efetiva, a educação ambiental tem o desafio de equilibrar os esforços nos dois campos, pois, assim como a ação sem fundamentação teórica pode se tornar um desastre socioambiental, a fundamentação teórica sem prática não será transformadora. O fortalecimento da ação participativa deve envolver princípios democráticos, de de- cisão sobre fatores que impactam diretamente a qualidade de vida dos cidadãos, como, por exemplo, o uso da terra, a fragmentação dos habitats, a exploração dos recursos naturais e a consequente poluição ambiental. É a partir desta necessidade de salvaguar- dar o patrimônio natural que a educação ambiental deve imbuir, nos indivíduos e na coletividade, o sentimento de justiça ambiental, para que estes se tornem agentes ativos no processo de melhoria ambiental e que tenham condições de impedir a ampliação da degradação do ambiente em que vivem. Serviço Social do Comércio 33 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Política Nacional de Educação Ambiental Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental: - IV: incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; Programa Nacional de Educação Ambiental Princípio: Criar espaços de debate das realidades locais para o desenvolvimento de mecanismos de articulação social, fortalecendo as práticas comunitárias sustentáveis e garantindo a participação da população nos processos decisórios sobre a gestão dos recursos ambientais. (p.27) Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis Ação 20: Fortalecer as organizações e movimentos sociais como espaços privilegiados para o exercício da cidadania e melhoria da qualidade de vida e do ambiente. (p.4) 2. Capacitar indivíduos e desenvolver habilidades que contribuam para o incremento de renda O acesso aos direitos sociais como saúde, educação, segurança, alimentação, trans- porte, moradia, em uma sociedade desigual, com grande contingente sem renda suficien- te para suprir suas necessidades básicas, é um grande desafio a ser enfrentado. Neste sentido, a educação ambiental deve ser capaz de desenvolverhabilidades empreende- doras que permitam o incremento de renda dos indivíduos, de forma socialmente justa e ambientalmente correta. A educação ambiental deve ressaltar a importância das ações que estejam voltadas à geração de renda e empoderamento dos indivíduos, apontando para o desenvolvimento de ações socioeducativas que estimulem a participação social e a cooperação entre in- divíduos, instituições e setores da sociedade, visando contribuir para a inclusão social e para o acesso aos direitos sociais. 34 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS nº 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. Meta 1.1: Até 2030, erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares, atualmente medida como pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia. (p.19) Meta 1.2: Até 2030, reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo com as definições nacionais. (p.19) 3. Combater todos os tipos de discriminação, promovendo a solidariedade e a cooperação Sob um enfoque democrático, a educação ambiental precisa estimular a criação de ambientes para a livre expressão individual e coletiva, congregando ideias e ideais para uma sociedade justa e sustentável, sem qualquer tipo de discriminação, seja em função de gênero, cor da pele, deficiências física e mental, religião, orientação sexual, classe social ou qualquer outra forma de categorização dos indivíduos que tenha como obje- tivo a exclusão social. Pelo contrário, deve-se estimular a integração e o diálogo entre os diferentes saberes e culturas, como meio de enriquecer as discussões e o processo educativo. Uma instituição como o Sesc, que luta pela justiça social, pela igualdade, pela de- mocracia, precisa estar atenta a quaisquer ações que ponham em risco a liberdade dos indivíduos. É na diversidade que mora a riqueza cultural que o Sesc busca. Por isso, a educação ambiental chama para si, também, a responsabilidade de coibir quaisquer for- mas de preconceito. Serviço Social do Comércio 35 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Programa Nacional de Educação Ambiental Princípio: Respeito à liberdade e à equidade de gênero. (p.27) Princípio: Reconhecimento da diversidade cultural, étnica, racial, genética, de espécies e de ecossistemas. (p.27) Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis Ação 18: Atuar para erradicar o racismo, o sexismo e outros preconceitos; e contribuir para um processo de reconhecimento da diversidade cultural dos direitos territoriais e da autodeterminação dos povos. (p.4) 4. Fomentar a organização de grupos e a criação de redes de educação ambiental O trabalho fragmentado e isolado se enfraquece na medida em que não envolve a coletividade. A formação de grupos explora, a partir das especificidades regionais, formas de potencializar os resultados da educação ambiental, por meio da sistematização e dis- ponibilização de informações sobre experiências exitosas e novas iniciativas. As diversas unidades, espalhadas por todos os estados brasileiros, assim como associações comu- nitárias, institutos, igrejas e escolas, por exemplo, são ambientes favoráveis à criação de grupos e redes. O fortalecimento dos grupos – que compõem as redes – é um dos caminhos, em um regime democrático, de promover a participação nos processos decisórios, represen- tando a defesa dos interesses comuns, do bem coletivo. Ao reconhecer isto, a educação ambiental incorpora como objetivo a criação de grupos e redes que contribuam direta- mente para a transformação positiva do ambiente em que as pessoas estão inseridas, contribuindo, de fato, para a promoção da justiça social e uma sociedade cada vez mais democrática e sustentável. 36 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Programa Nacional de Educação Ambiental Objetivo: Estimular a cultura de redes de educação ambiental, valorizando essa forma de organização. (p.27) Objetivo: Contribuir com a organização de grupos - voluntários, profissionais, institucionais, associações, cooperativas, comitês, entre outros - que atuem em programas de intervenção em educação ambiental, apoiando e valorizando suas ações. (p.26) Objetivo: Sistematizar e disponibilizar informações sobre experiências exitosas e apoiar novas iniciativas. (p.27) 5. Promover processos artísticos educativos e inclusivos que permitam aos indivíduos e à coletividade expressarem, de forma simbólica, a temática socioambiental As manifestações artísticas surgem a partir da necessidade dos indivíduos de se ex- pressarem, se comunicarem e de retratarem sua identidade cultural. O processo educa- tivo incentiva a criatividade e a imaginação, abarcando manifestações artísticas das co- munidades e o meio ambiente em que vivem. A proposta é desenvolver o indivíduo como ser crítico, producente, capaz de analisar, dialogar, concluir, discutir questões ambientais, sociais, políticas e culturais, por meio da arte. Neste sentido, tão importante quanto a produção da arte em si, é o processo percorri- do pelo indivíduo, perpassando, entre outros, os seguintes aspectos: criação, crítica, este- sia, fruição e reflexão. Dessa forma, as artes tornam-se caminhos eficazes para estimular, por meio de formas simbólicas, a reflexão e ação acerca da problemática socioambiental – não só do ponto de vista do espectador, mas também do próprio artista. Serviço Social do Comércio 37 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Política Cultural do Sesc Intencionalidade: Com o objetivo de contribuir para a reflexão e criação simbólica, nos planos individual e coletivo, o Sesc considera a necessidade de colaborar para ampliar o repertório simbólico dos sujeitos a partir do conhecimento dos contextos socioculturais e do diálogo permanente entre os diversos atores sociais participantes desse processo […] (p.17) Fundamentação: […] cultura passa a se referir ao conjunto de práticas, técnicas, símbolos e valores transmitidos às novas gerações para garantir a reprodução de um estado de coexistência social. (p.11) 6. Valorizar as culturas locais, o saber e memória populares Esta diretriz aponta no sentido de criar oportunidades para os artistas locais pro- duzirem e divulgarem sua arte, com o mínimo possível de interferência da indústria de bens culturais, preconizada pela massificação da produção, ganho de escala e aumento dos lucros. A educação ambiental precisa catalisar esforços para proteção do patrimônio cultural (material e imaterial), mantendo uma forte vinculação com o trabalho de conser- vação do patrimônio natural. Neste sentido, é possível afirmar que, na maioria dos casos, o patrimônio natural é fator preponderante para a preservação das culturas locais. Por exemplo: o que seriam os indígenas sem as florestas? Os caiçaras sem o mar? Os ribeiri- nhos sem os rios? Sendo assim, é necessário fortalecer tudo aquilo que diz respeito às práticas e aos domínios da vida social, aos saberes, ofícios e modos de fazer, às celebrações, às formas de expressão cênicas, plásticas e musicais ou lúdicas, e aos lugares, como, por exemplo, áreas naturais (degradadas ou preservadas), mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas. A valorização dos saberes populares e tradicionais contribui para o reconhecimento de aspectos simbólicos que caracterizam determinada cultura. A educação ambiental deve ser capaz de demonstrar a relação entre cultura, memória, paisagem e conservação ambiental. 38 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Política Cultural do Sesc [...] fomentar a produçãoe o intercâmbio artístico, proteger e difundir o patrimônio material e imaterial, salvaguardar e difundir o conhecimento [...] (p.17). Política Nacional de Educação Ambiental Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: - VIII: o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. Objetivo: Incentivar iniciativas que valorizem a relação entre cultura, memória e paisagem – sob a perspectiva da biofilia –, assim como a interação entre os saberes tradicionais e populares e os conhecimentos técnico- científicos. (p.27) Declaração de TBILISI Recomendação nº 7: [...] criar uma consciência, comportamentos e valores que visem conservar a biosfera, melhorar a qualidade da vida em toda parte e salvaguardar os valores éticos, assim como o patrimônio cultural e natural, incluindo os lugares santos, os pontos históricos, as obras de arte, os monumentos e os locais de interesse artístico e arqueológico, o ambiente natural e humano com sua fauna e flora, e os núcleos habitacionais. (p.9) Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis Ação 8: Fazer circular informações sobre o saber e a memória populares; e sobre iniciativas e tecnologias apropriadas ao uso dos recursos naturais. (p.3) Ação 9: A educação ambiental deve recuperar, reconhecer, respeitar, refletir e utilizar a história indígena e culturas locais, assim como promover a diversidade cultural, linguística e ecológica. Isto implica uma revisão da história dos povos nativos para modificar os enfoques etnocêntricos, além de estimular a educação bilíngue. (p.2) Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS nº 11: Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. - Meta 11.4: Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo. (p.30) Serviço Social do Comércio 39 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc 7. Viabilizar o acesso e estimular o uso dos meios de comunicação para a construção participativa e a difusão de informações socioambientais Antes da invenção da internet, os indivíduos tinham acesso limitado aos ca- nais de comunicação de massa, fazendo o silêncio imperar, principalmente nas clas- ses sociais mais baixas, enquanto as demandas socioambientais gritavam e poucos escutavam. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, este cenário começa a mu- dar, gradativamente: as redes sociais, como Facebook e Twitter, por exemplo, per- mitem a mobilização virtual e difusão de desvios de conduta; os canais de TV via in- ternet, como o YouTube e Vimeo, ampliam a voz das demandas socioambientais das diferentes classes sociais, de forma democrática; os smartphones, que possi- bilitam gerar evidências a partir do registro de som e imagem de crimes e infrações diversas, principalmente, as ambientais. Dessa forma, ao reconhecer a necessidade de esclarecimento para a tomada cons- ciente de decisões, a educação ambiental precisa promover o acesso à informação, de forma imparcial, precisa e apurada. É importante que a sociedade não só tenha acesso às informações socioambientais divulgadas, mas, também, possua meios e condições para produzi-las. A partir da introdução de técnicas de fotojornalismo, documentarismo, edição de vídeo, imagem e som, a educação ambiental assume um importante papel: dar voz àqueles que, convenientemente, sempre foram tratados como receptores de uma in- formação que molda comportamentos. Em outras palavras, é necessário que o indivíduo deixe de ser apenas receptor e passe a ser um emissor destas mensagens, contribuindo para sua autonomia e autodesenvolvimento. 40 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Política Nacional de Educação Ambiental Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental: - II: a garantia de democratização das informações ambientais; Programa Nacional de Educação Ambiental Princípio: Democratização na produção e divulgação do conhecimento e fomento à interatividade na informação. (p.26) Objetivo: Promover a inclusão digital para dinamizar o acesso a informações sobre a temática ambiental, garantindo inclusive a acessibilidade de portadores de necessidades especiais. (p.27) Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis Ação 15: Garantir que os meios de comunicação se transformem em instrumentos educacionais para a preservação e conservação de recursos naturais, apresentando a pluralidade de versões com fidedignidade e contextualizando as informações. Estimular transmissões de programas gerados pelas comunidades locais. (p.4) 8. Contribuir para a qualificação de educadores ambientais Ao pensar em ações que possam contribuir para o desenvolvimento da educação am- biental, é necessário, a priori, uma reflexão sobre os agentes responsáveis por transmitir e construir o conhecimento. Os educadores ambientais têm um papel primordial, pois, mais que ensinar indivíduos, são deflagradores em um processo contínuo de formação de novos educadores ambientais, que têm à disposição um repertório de conceitos espe- cíficos para a compreensão das características da educação ambiental crítica e emanci- patória. Todavia, se estes educadores não têm acesso às ações de capacitação e formação contínua, o processo educativo se fragiliza, na medida em que não terão as ferramentas e conhecimentos necessários para a compreensão da natureza complexa do meio ambien- te e suas diversas interfaces. Isto, fatalmente, resultará em uma educação conservadora e anacrônica, distante da realidade e pouco efetiva, sem uma perspectiva transformadora. O trabalho de formação de educadores é fundamentado na ideia de que cada indivíduo ou grupo é o responsável por sua própria e permanente formação e que, por conhecerem Serviço Social do Comércio 41 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc os problemas socioambientais do ambiente em que vivem, têm, em boa parte das vezes, condições de interpretar a realidade e propor soluções transformadoras. Neste sentido, precisamos formar educadores capazes de orientar o aprendizado multi, inter e transdisciplinar, para que a educação ambiental não seja superficial e não consiga esclarecer a natureza complexa inerente às interações entre os meios natural, socioeconômico, político e cultural. Por isso, é necessário que a educação ambiental no Sesc invista em sua fundamentação, na criação de sólidos alicerces, que, neste caso, são representados pela figura do professor e educador. QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Política Nacional de Educação Ambiental Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental: - Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental. Declaração de TBILISI Recomendação nº 18: que adotem medidas que tenham como objetivo proporcionar, àqueles que exercem funções docentes, a necessária formação em Educação Ambiental; (p.16) Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis Ação 6: Promover e apoiar a capacitação de recursos humanos para preservar, conservar e gerenciar o ambiente, como parte do exercício da cidadania local e planetária. (p.3) Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS nº 4: Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, promovendo oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. - Meta 4.c: Até 2030, substancialmente aumentar o contingente de professores qualificados, inclusive por meio da cooperação internacional para a formação de professores, nos países em desenvolvimento. (p.24) 42 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc 9. Esclarecer e sensibilizar indivíduos sobre os problemas socioambientais, suas causas e impactos no bem-estar A educação ambiental deve proporcionarmelhor compreensão da natureza complexa dos impactos ambientais e suas consequências para o bem-estar da população, formando cidadãos cada vez mais conscientes, críticos e preocupados com os bens de uso comum. Ao estimular essa solidariedade, em prol do respeito aos direitos coletivos, caminhare- mos para uma sociedade mais justa, democrática e participativa. Para isso, será necessá- rio abordar as questões críticas locais, suas causas em seus contextos econômico, social e ambiental, com enfoque em aspectos como, por exemplo, população, saúde, democra- cia, fome, degradação da flora e fauna. Estes aspectos estão diretamente relacionados aos hábitos de consumo da sociedade contemporânea, que usa e descarta bens em uma velocidade sem precedentes na história da humanidade. Esta relação de causa e efeito envolve uma amplitude de fatores que, na medida do possível, devem ser transmitidos aos indivíduos, de modo que tenham condições para a construção de um pensamento crítico acerca da problemática socioambiental, no sen- tido da proposição de ações preventivas e restaurativas. Esta abordagem transversal, por meio de toda ação que se defina como educativa no Sesc, poderá potencializar o alcance da educação ambiental, esclarecendo a população sobre aspectos que inter- ferem diretamente em seu bem-estar – contribuindo para o fortalecimento da missão institucional. Serviço Social do Comércio 43 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Política Nacional de Educação Ambiental Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: - II: a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental: - I: o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; - III: o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; Programa Nacional de Educação Ambiental Princípio: Concepção de ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência sistêmica entre o meio natural e o construído, o socioeconômico e o cultural, o físico e o espiritual, sob o enfoque da sustentabilidade. (p.25) Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis Ação 16: Promover a compreensão das causas dos hábitos consumistas e agir para a transformação dos sistemas que os sustentam, assim como para com a transformação de nossas próprias práticas. (p.4) Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS nº12: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. - Meta 12.8: Até 2030, garantir que as pessoas, em todos os lugares, tenham informação relevante e conscientização para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza. (p. 31) ODS nº 13: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos. - Meta 13.3: Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima. (p. 32) 44 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc 10. Articular a educação ambiental com todas as áreas de conhecimento da educação básica Como a fragmentação do conhecimento científico facilita a compreensão específica de alguns dos aspectos relacionados ao meio ambiente, entender o todo se torna cada vez mais complexo, desafiador e necessário. Nesse sentido, a educação ambiental deve buscar a articulação do conhecimento em três níveis disciplinares: multi, inter e trans. A multidisciplinaridade recorre às diversas áreas do conhecimento para a resolução de al- gum problema ou para a abordagem de um tema específico, porém sem a necessidade de interação entre as disciplinas. Já a inter e a transdisciplinaridade representam um avanço nessa articulação, pois caminham no sentido da cooperação e do diálogo, buscando a interação dos conhecimentos, de forma recíproca e coordenada, assim como a integração de metodologias e resultados. É importante ter clareza sobre estas três perspectivas de articulação, pois caminhar pela transdisciplinaridade significa romper o paradigma da separação das disciplinas em “caixinhas”, o que, em muitos casos, é um desafio institu- cional, de estruturação do ensino, principalmente, na educação básica. A educação ambiental só será eficaz se for capaz de se articular com todos os partícipes que possam contribuir para a potencialização do processo educativo. Assim, a educação ambiental no Sesc possui condições para buscar integrar as potencialidades de todas as suas áreas finalísticas, bem como incluir a temática ambiental, principalmente, na educação infantil e nos ensinos Fundamental e Médio, em todas as áreas do conhecimento e disciplinas. Serviço Social do Comércio 45 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Política Nacional de Educação Ambiental Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal. Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: - III: o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; Programa Nacional de Educação Ambiental Princípio: Fomentar a transversalidade por meio da internalização e difusão da dimensão ambiental nos projetos, governamentais e não governamentais, de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida. (p.26) 11. Conscientizar os viajantes para a prática do turismo sustentável, esclarecendo a interação entre os aspectos ambiental, social e econômico O turismo sustentável, que incorpora os conceitos de ecoturismo, turismo ecológico e ambiental, necessita de uma abordagem educativa que esclareça os impactos que o viajante causa, sejam eles positivos ou negativos, nas relações sociais, no meio ambiente e na economia local. Ao tomar consciência sobre as práticas que podem tornar o turismo mais sustentável, os indivíduos passam a ter condições de planejar melhor suas viagens e, com isso, contribuir para o desenvolvimento sustentável, de forma geral. Ao trilhar o caminho do esclarecimento, a educação ambiental terá o papel de contribuir para a consolidação de possíveis políticas para o turismo sustentável, que geram empregos e promovem a cultura e produtos locais. Por meio da educação ambiental, busca-se, cada vez mais, o reconhecimento da rica diversidade cultural no Brasil, quebrando preconceitos e respeitando os direitos dos in- divíduos e grupos a que pertencem. Comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, caiçaras, entre tantas outras, representam essa riqueza de saberes que precisa ser va- lorizada. Nesse sentido, uma área bastante promissora, do ponto de vista da educação 46 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc ambiental, é a do turismo. A realização de passeios, viagens e hospedagens a lazer, com ênfase no conhecimento histórico, cultural, social e ambiental, dos atrativos turísticos, promove a sensibilização para a valorização dos patrimônios cultural e natural do meio visitado. QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo Estratégia: informar aos turistas práticas e comportamentos nocivos aos atrativos naturais e culturais. (p.30) Estratégia: prestar esclarecimentos prévios sobre o comportamento do ecoturista em relação à comunidade a ser visitada. (p.30) Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS nº8: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivoe trabalho decente para todos. - Meta 8.9: Até 2030, elaborar e implementar políticas para promover o turismo sustentável, que gera empregos e promove a cultura e os produtos locais; (p.27) 12. Proporcionar a vivência em ambientes, conservados ou não, realizando a visitação, com caráter educativo, a unidades de conservação, comunidades tradicionais e áreas antropizadas A visitação em ambientais naturais deve ser estimulada como forma de religar os seres humanos à natureza, sensibilizando-os para a conservação do meio ambiente e das comunidades tradicionais. A visitação aos ambientes naturais pode ter dois cenários a serem trabalhados: da degradação e da conservação. É muito importante que a visita- ção às unidades de conservação seja estimulada, pois mostra o esplendor da natureza conservada, configurando-se como um grande laboratório a céu aberto e possibilitando a realização de diversas pesquisas – o turismo ecocientífico, por exemplo. Por serem áreas legalmente protegidas, pode-se levar a crer que não há devastação em unidades de Serviço Social do Comércio 47 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc conservação. Pelo contrário, estas áreas sofrem com queimadas criminosas, construções irregulares, subtração de madeiras nobres, biopirataria, invasões e ocupações ilegais. É necessário então que as visitas às unidades de conservação sejam estimuladas, criando o sentimento de propriedade coletiva dos bens de uso comum. Contudo, tão importante quanto mostrar a natureza bem conservada, é fundamental uma abordagem um pouco diferente do turismo tradicional, promovendo, também, a vi- sitação a áreas que foram historicamente degradadas pela ação do ser humano. Alguém gostaria de fazer um passeio por um rio totalmente poluído e degradado? Obviamente, boa parte das pessoas diria não. Contudo, se a educação ambiental deve ter como prin- cípio a “transformação”, não se pode descartar a possibilidade de o ecoturismo provocar, por meio da vivência, a reflexão e ação para a melhoria da qualidade ambiental local. QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Política Nacional de Educação Ambiental Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental: - IV: a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação; - VII: o ecoturismo. É preciso explorar seus conteúdos, considerando os bens culturais que o Sesc pode colocar à disposição em prol da riqueza de experimentações e de um homem múltiplo – cultura corporal e esportiva, linguagens artísti¬cas, práticas recreativas, integração com a natureza, turismo. (p.6) 13. Realizar atividades físicas em ambientes naturais ou urbanos, ressaltando a importância de sua conservação para melhoria da qualidade de vida O ambiente em que vivemos influencia diretamente nosso modo de vida, especialmente quando o assunto é atividade física. Praticar esportes ao ar livre gera diversos benefícios, sejam psicológicos, físicos, neurológicos, sociais ou ambientais. Do ponto de vista ambiental, 48 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc as atividades praticadas ao ar livre têm o objetivo de reconectar os indivíduos ao meio ambiente em que vivem, seja ele natural ou não. A partir da expressão “conhecer para preservar”, as atividades ao ar livre assumem um importante papel de proporcionar a vivência nestes ambientes, contribuindo para uma mudança atitudinal. Isto significa dizer que ao conhecer e valorizar estes ambientes, as pessoas evitarão dispor o lixo de forma inadequada, poluir o ar, água ou solo e degradar a fauna e flora. As atividades ao ar livre também abrem caminho para uma abordagem interdiscipli- nar, reforçando o princípio da transversalidade e a ação educativa. Por exemplo, ao rea- lizar trilhas em áreas naturais, é possível entender um pouco mais sobre a flora e fauna; ao escalar uma montanha, é importante conhecer a geografia e geologia; ao surfar, é ne- cessário entender os fatores meteorológicos que influenciam a formação das ondas; ao mergulhar é fundamental compreender e vivenciar os efeitos da pressão da água sobre o organismo e suas consequências. QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Referencial Programático Realização Esporte Radical e na Natureza: consiste no processo ensino-aprendizagem de esportes radicais e na natureza, objetivando dotar os participantes dos domínios fundamentais (motores, psíquicos e cognitivos) para a prática esportiva no âmbito do lazer, inclusive o lazer especializado, e o entendimento crítico para a assistência de eventos esportivos. (p.127) Política de Lazer É preciso explorar seus conteúdos, considerando os bens culturais que o Sesc pode colocar à disposição em prol da riqueza de experimentações e de um homem múltiplo – cultura corporal e esportiva, linguagens artísti¬cas, práticas recreativas, integração com a natureza, turismo. (p.6) Serviço Social do Comércio 49 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc 14. Utilizar atividades recreativas lúdicas e divertidas, capazes de sensibilizar e motivar os indivíduos para uma participação mais ativa na conservação ambiental As atividades lúdicas são recursos importantes que contribuem diretamente para a efetividade dos processos relacionados à sensibilização, participação, cooperação, obser- vação e construção do conhecimento. Por meio de atividades didáticas diferenciadas, que exploram os campos cognitivo, afetivo, psicomotor e atitudinal, o trabalho pedagógico se fortalece, tornando-se mais eficaz. A utilização destes recursos lúdicos, como os jogos e as brincadeiras, por exemplo, desperta o interesse do indivíduo para o aprendizado, especificamente no que tange à sustentabilidade, bem como para a relação de causa e efeito dos impactos socioambientais. A ludicidade é um instrumento de aprendizagem no qual se ensina sem pressão ou cobranças e onde se aprende sem receios de errar. Todavia, não pode ser visto somente como diversão, pois o seu desenvolvimento facilita a captura e intensificação da atenção, aguçando a percepção, a sensibilidade e o entendimento, possibilitando aos indivíduos escaparem deles mesmos e de sua demanda pela seriedade e utilidade, como mudança de direção, diferenciação, divergência. Dessa forma, as pessoas teriam a oportunidade de se afastar dos condicionamentos do dia a dia e experimentar outros olhares e sensibili- dades, com vistas à mudança atitudinal para a conservação ambiental. QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Modelo da Atividade Recreação Chama a atenção, também, o compromisso de elevar a atividade Recreação à qualidade de espaço privilegiado de intervenções socioculturais, capazes de sensibilizar e motivar os indivíduos a uma participação mais atuante e consciente em suas escolhas, práticas e realizações. (p.6) Política de Lazer Diante desse quadro, permanece necessária e importante a ação do Sesc no campo do lazer. Não mais com a preocupação de somente ampliar os acessos aos bens culturais e lúdicos. Mas de qualificar ações em prol da sua ação educativa e do seu objetivo em contribuir para o desenvolvimento de indivíduos e coletividades. (p. 5) 50 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc 15. Esclarecer as relações entre a degradação do meio ambiente e a incidência de doenças A partir do direcionamento institucional para ações voltadas à promoção e preven- ção da saúde, torna-se imprescindível esclarecer indivíduos sobre as principais causas da degradação ambiental e como isso resultará em impactos negativos na saúde das pessoas. Por exemplo, ao poluirmos a água do rio que, mais à frente, será captada para consumo humano e animal, temos a consciência de que, dependendo do tipo de trata- mento, esta água pode estar contaminada com bactérias e parasitas? E que, ao contrair uma diarreia, terei que deixar de trabalhar ou estudar por um período longo? Este é um exemplo de como a qualidade ambiental afeta diretamente a saúde das pessoas,que, por sua vez, impacta no sistema público de saúde, na economia e na educação. Nesse sentido, sob a perspectiva da atividade Educação em Saúde, a educação am- biental no Sesc tem a chance de articular ações educativas para promoção, prevenção e controle social da saúde, com o objetivo de ampliar a autonomia, conhecimentos e habilidades para o autocuidado, por meio de ações, como, por exemplo: campanhas, cur- sos, encontros, exposições mediadas, oficinas, orientações, palestras, rodas de conversa, videodebate e vivência. Por meio deste rol de ações, a educação ambiental contribuirá para a inclusão do meio ambiente como mais uma das condicionantes para a promoção e prevenção da saúde. QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS nº 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. - Meta 3.3: Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças transmissíveis. (p.21) - Meta 3.4: Até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar. (p.22) Serviço Social do Comércio 51 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc 16. Realizar ações que promovam a alimentação saudável, sustentável e acessível, contribuindo para a redução da desnutrição e da degradação ambiental O trabalho no campo da nutrição tem como propósito o fornecimento de alimenta- ção adequada, visando à melhoria da saúde e redução da desnutrição. As unidades de alimentação do Sesc, para além do serviço de refeições, tem um papel educativo funda- mental, estimulando a adoção de hábitos alimentares saudáveis e sustentáveis. Por isso, pensar cardápios que apenas priorizem o equilíbrio entre micro e macro nutrientes não parece ser suficiente para a promoção da alimentação saudável. Um fator importante quando o assunto é alimentação saudável, é a forma como o alimento é produzido. É sabido que o uso intensivo de agrotóxicos, principalmente nas grandes monoculturas, é responsável pela contaminação do solo e água e, no longo prazo, pelo surgimento de diversas doenças, entre elas, cânceres. Ao optar por gêneros alimentícios produzidos de forma orgânica, sem uso de herbicidas, pesticidas ou adubo químico, a educação am- biental busca garantir uma alimentação de fato saudável e sustentável. Contudo, não basta ter um cardápio nutricionalmente balanceado e ambientalmente correto, se ele não for acessível. Nesse sentido, é necessário encontrar caminhos para o fornecimento de alimentação segura e a preços subsidiados, possibilitando o acesso da população mais vulnerável. Dessa forma, a educação ambiental deverá realizar um traba- lho articulado que esclareça a relação entre a sustentabilidade e a alimentação saudável, nutritiva e acessível, tornando as unidades de alimentação em verdadeiros ambientes educativos. QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS nº 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. - Meta 2.1: Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano. (p.20) 52 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc 17. Contribuir para a redução do desperdício de alimentos, promovendo a educação para o consumo Quando falamos de alimentação, pensamos, de imediato, na forma de produção dos alimentos e como são servidos, mas, quase nunca, sobre a quantidade de lixo e des- perdício gerados ao longo de toda a cadeia, que engloba a produção, logística, preparo, consumo e descarte. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimen- tação e a Agricultura (FAO), cerca de um terço de toda a comida produzida no mundo é desperdiçada – o que seria suficiente para alimentar todas as pessoas que passam fome no planeta. Boa parte deste desperdício está no preparo, armazenagem e consumo dos alimentos. É necessário que a educação ambiental possa articular ações educativas vol- tadas tanto às equipes que trabalham no preparo das comidas (para redução das sobras) como, também, aos usuários dos restaurantes (para redução do resto). Promover ações, como, por exemplo, o aproveitamento integral de alimentos e a rea- lização de campanhas de combate ao desperdício junto aos comensais, demonstram-se bastante úteis para uma mudança atitudinal. QUADRO REFERENCIAL DOCUMENTOS REFERÊNCIAS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS nº12: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. - Meta 12.3: Até 2030, reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial, nos níveis de varejo e do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita. (p.31) Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc Co nt rib ui çã o po r c am po s de a tu aç ão 54 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc O quadro a seguir tem a finalidade de facilitar o entendimento da contribuição que cada campo de atuação institucional pode dar para o fortalecimento da educação am- biental, à luz das possibilidades de ações descritas no Referencial Programático do Sesc. Ressaltamos que a educação ambiental não é representada por apenas um projeto, mas pelo conjunto da programação finalística que atenda aos seis princípios gerais e 17 dire- trizes de ação. A educação ambiental no Sesc somente se consolidará a partir da integra- ção entre os campos de atuação e da consequente convergência de esforços, rompendo barreiras que possam separar as áreas e reduzir a efetividade das ações. AS SI ST ÊN CI A CU LT UR A ED UC AÇ ÃO LA ZE R SA ÚD E 1. Incentivar a participação de grupos e indivíduos nos processos decisórios relativos ao uso dos recursos naturais. X 2. Capacitar indivíduos e desenvolver habilidades que contribuam para o incremento de renda. X 3. Combater todos os tipos de discriminação, promovendo a solidariedade e cooperação. X 4. Fomentar a organização de grupos e a criação de redes de educação ambiental. X 5. Promover processos artísticos educativos e inclusivos que permitam aos indivíduos e à coletividade expressarem, de forma simbólica, a temática socioambiental. X 6. Valorizar e preservar as culturas locais, o saber e memória populares. X 7. Viabilizar o acesso e estimular o uso dos meios de comunicação para a construção participativa e difusão de informações socioambientais. X Serviço Social do Comércio 55 Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc AS SI ST ÊN CI A CU LT UR A ED UC AÇ ÃO LA ZE R SA ÚD E 8. Contribuir para a qualificação de educadores ambientais. X 9. Esclarecer indivíduos, por meio da educação formal e não formal, acerca dos problemas socioambientais, sensibilizando- os por suas causas e impactos no bem-estar. X 10. Articular a educação ambiental com todas as áreas de conhecimento da educação básica. X 11. Conscientizar os viajantes para a prática do turismo sustentável, esclarecendo a interação entre os aspectos ambiental, social e econômico. X 12. Proporcionar a vivência em ambientes, preservados ou não, realizando a visitação, com caráter educativo, a unidades de conservação, comunidades tradicionais e áreas antropizadas. X 13. Realizar atividades físicas em ambientes naturais ou urbanos, ressaltando a importância de sua conservação para melhoria da qualidade de vida. X 14. Utilizar atividades recreativas lúdicas e divertidas, capazes de sensibilizar e motivar os indivíduos para uma participação mais ativa na conservação ambiental. X 15. Esclarecer as relações entre a degradação