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Marco Referencial Educação Ambiental Sesc

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sesc | serviço social do comércio
Marco
Referencial
Educação Ambiental no Sesc 
Serviço Social do Comércio
Departamento Nacional
Marco Referencial
Educação Ambiental no Sesc 
Rio de Janeiro
Sesc | Serviço Social do Comércio
Departamento Nacional
2020
Sesc | Serviço Social do Comércio
Presidência do Conselho Nacional
José Roberto Tadros
DEPARTAMENTO NACIONAL
Direção-Geral
Carlos Artexes Simões
©Sesc Departamento Nacional, 2020
Tel.: (21) 2136-5555
www.sesc.com.br
Distribuição gratuita, venda proibida.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei n. 9.610/98.
Sumário
Apresentação 7
Introdução 10
Fundamentação 14
Princípios gerais 18
1. Criticidade 18
2. Emancipação 20
3. Proposição 22
4. Transformação 24
5. Transversalidade 25
6. Mitigação 27
Diretrizes de ação 32
1. Incentivar a participação de grupos e indivíduos nos processos 
decisórios relativos ao uso dos recursos naturais 32
2. Capacitar indivíduos e desenvolver habilidades que contribuam 
para o incremento de renda 33
3. Combater todos os tipos de discriminação, promovendo a 
solidariedade e a cooperação 34
4. Fomentar a organização de grupos e a criação de redes de 
educação ambiental 35
5. Promover processos artísticos educativos e inclusivos que 
permitam aos indivíduos e à coletividade expressarem, de forma 
simbólica, a temática socioambiental
36
6. Valorizar as culturas locais, o saber e a memória populares 37
7. Viabilizar o acesso e estimular o uso dos meios de comunicação 
para a construção participativa e a difusão de informações 
socioambientais
39
8. Contribuir para a qualificação de educadores ambientais 40
9. Esclarecer e sensibilizar indivíduos sobre os problemas 
socioambientais, suas causas e impactos no bem-estar 42
10. Articular a Educação Ambiental com todas as áreas de 
conhecimento da Educação Básica 44
11. Conscientizar os viajantes para a prática do turismo 
sustentável, esclarecendo a interação entre os aspectos 
ambiental, social e econômico
45
12. Proporcionar a vivência em ambientes, conservados ou não, 
realizando a visitação, com caráter educativo, a unidades de 
conservação, comunidades tradicionais e áreas antropizadas
46
13. Realizar atividades físicas em ambientes naturais ou urbanos, 
ressaltando a importância de sua conservação para a melhoria da 
qualidade de vida
47
14. Utilizar atividades recreativas lúdicas e divertidas, capazes de 
sensibilizar e motivar os indívíduos para uma participação mais 
ativa na conservação ambiental
49
15. Esclarecer as relações entre a degradação do meio ambiente e 
a incidência de doenças 50
16. Realizar ações que promovam a alimentação saudável, 
sustentável e acessível, contribuindo para a redução da 
desnutrição e da degradação ambiental
51
17. Contribuir para a redução do desperdício de alimentos, 
promovendo a educação para o consumo 52
Contribuição por campos de atuação 54
Referências 59
Ap
re
se
nt
aç
ão
Serviço Social do Comércio
Serviço Social do Comércio
7
O Sesc, criado na década de 1940, está presente em todos os estados brasileiros e 
em muitos municípios que compõem o nosso território geográfico. Por esta circunstância 
fincou raízes nos variados ecossistemas naturais, desfrutando da natureza diversa e dos 
diferentes climas brasileiros.
Ao longo dos seus mais de setenta anos testemunhou as transformações ocorridas no 
país, em termos sociais, econômicos, políticos e também ambientais. O desenvolvimento 
econômico e a crescente industrialização promoveram mudanças na relação entre as 
pessoas e com a natureza, algumas positivas e outras negativas.
Atento a essas consequências e reconhecendo sua missão de promover o bem-estar 
e a qualidade de vida dos clientes e da sociedade em geral, o Sesc vem desenvolvendo 
ações que procuram estimular a sustentabilidade, sensibilizando crianças, jovens e adul-
tos a respeito da importância de adotar hábitos mais corretos ambientalmente e que 
sejam socialmente mais justos.
Este Marco Referencial da Educação Ambiental no Sesc foi elaborado como um docu-
mento integrador, considerando o esforço institucional para atuar de modo transforma-
dor e sustentável em todas as áreas finalísticas do Sesc, por meio de subsídios concei-
tuais e estratégicos para a implementação e a consolidação de práticas orientadoras que 
colaborem com as equipes técnicas dos Departamentos Regionais e Polos de Referência. 
In
tr
od
uç
ão
Serviço Social do Comércio
10
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
O Sesc é uma instituição que tem por objetivo promover o bem-estar e a qualidade de 
vida dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e seus familiares. Para 
isso oferece em cinco campos de atuação - Educação, Saúde, Cultura, Lazer e Assistência 
- ações de caráter educativo que contribuem para a consolidação de valores e o desen-
volvimento humano e social dos seus clientes e da sociedade em geral.
Essas ações são desenvolvidas nos Departamentos Regionais e Polos de Referência, 
orientadas por princípios e valores institucionais que colaboram para o desenvolvimento 
integral e cidadão de seus clientes e frequentadores. A atuação no campo socioambiental 
demanda a elaboração de um documento que registre o seu posicionamento institucional. 
O documento deverá, no entanto, se consolidar como um instrumento de práticas de 
aplicação transversal, considerando que a atuação do Sesc se dá de forma ampliada por 
meio de suas atividades e projetos.
O Marco Referencial Educação Ambiental no Sesc apresenta a Fundamentação, os 
Princípios Gerais e as Diretrizes de Ação, tendo por objetivo orientar conceitualmente 
como poderão ser elaborados e operacionalizados projetos relacionados à educação 
ambiental, a partir da reflexão das equipes finalísticas sobre os conteúdos do documen-
to. Esses conteúdos estão alinhados com os referenciais estratégicos institucionais, tais 
como as Diretrizes Gerais de Ação do Sesc, Diretrizes para o Quinquênio 2016-2020; e 
também com a legislação nacional, com as políticas públicas, acordos e tratados interna-
cionais que preconizam o desenvolvimento sustentável. 
A Fundamentação apresenta o conceito de educação ambiental que deve orientar as 
ações do Sesc nesse campo, partindo da reflexão sobre os diversos modelos conceituais 
existentes, sobre as abordagens já praticadas nos espaços do Sesc, alinhadas aos valores 
da Instituição. 
Os Princípios Gerais apresentados em seguida também foram identificados nos docu-
mentos institucionais, o que evidencia ainda mais o compromisso do Sesc com práticas 
sustentáveis. São valores que deverão ser a base para os projetos voltados para a educa-
ção ambiental, elaborados em quaisquer dos cinco campos de atuação do Sesc.
As Diretrizes de Ação são os caminhos, do ponto de vista prático, que as áreas fi-
nalísticas podem seguir para atuar em conformidade com os princípios gerais. Essas 
Serviço Social do Comércio
11
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
diretrizes também estão alinhadas ao Referencial Programático do Sesc, todavia podem 
ser executadas de modo transversal, explorando a complementaridade das áreas fina-
lísticas. Dessa forma, é importante ressaltar que a educação ambiental não será repre-
sentada por apenas um projeto ou outro, mas sim pelo conjunto de ações empreendidas 
para o alcance das diretrizes.
Este documento apresenta, portanto, os parâmetros institucionais, políticos e científi-
cos que deverão orientar propostas e projetos a serem desenvolvidos com vistas a uma 
atuação comprometida com as demandas socioambientais. A responsabilidade institu-
cional compreende a melhoria da qualidade de vida dos clientes do Sesc e das comuni-
dades nas quais a instituição está inserida, na promoção do bem-estar social e de uma 
sociedade mais justa e democrática.
Nesse sentido, o Marco Referencial Educação Ambiental no Sesc cumpre, ainda, com 
a responsabilidade de ser um documento que dialoga com as políticaspúblicas na pers-
pectiva de potencializar sua implementação.
Fu
nd
am
en
ta
çã
o
Serviço Social do Comércio
14
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
Existem variadas definições para educação ambiental na literatura e na legislação, 
porém todas elas convergem para a dimensão social e processual da ação educativa 
fortemente relacionada ao desenvolvimento de habilidades, conhecimentos e competên-
cias, direcionados à conservação do meio ambiente. Esses processos buscam, ao final, 
proporcionar qualidade de vida e equilíbrio nas relações entre seres humanos, os meios 
biofísicos e as diversas culturas, por meio da transformação de valores, atitudes e com-
portamentos, individualmente e coletivamente. 
A educação ambiental crítica defende uma atuação que promova não somente a con-
servação dos meios biofísicos, mas que esteja comprometida com o combate à injustiça 
ambiental, que promova a participação social, construindo uma cidadania ativa, que atue 
na transformação dos modos de uso dos recursos ambientais. Nesse sentido os valo-
res do Sesc se coadunam com essa perspectiva de atuação, considerando que a ação 
educativa institucional deve promover uma transformação na sociedade de modo mais 
democrático. 
O documento Diretrizes Gerais de Ação do Sesc é fundamental para que a instituição 
cumpra com sua missão, dado que apresenta as finalidades institucionais, seus objetivos 
para alcançá-las, os espaços em que deve atuar, além das características da ação institu-
cional – as quais são orientadoras das ações finalísticas e podem ser aplicadas de modo 
transversal. Dentre essas orientações está a responsabilidade ambiental, introduzida na 
atualização realizada em 2004, para atender às mudanças nos cenários econômico, am-
biental, político e social brasileiros. 
Observando o quanto as condições ambientais influenciam na qualidade de vida das 
populações, seja pela poluição e degradação dos ecossistemas, pelo ressurgimento de 
doenças, pelas práticas predatórias, entre outras, o Sesc assume sua responsabilidade 
com os clientes e com as comunidades nas quais está inserido, de “dotar aqueles que 
atende em suas unidades operacionais e a sociedade em geral com uma consciência crí-
tica em relação às questões ambientais a fim de torná-los agentes ativos no processo de 
melhoria do meio ambiente” (SESC, 2010, p. 22).
Serviço Social do Comércio
15
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
Entre os objetivos apresentados, podemos destacar a atuação de forma propositiva e 
transformadora para promover nos clientes a iniciativa de buscarem meios de melhorar 
suas condições de vida, atendendo às necessidades, com responsabilidade socioambiental. 
Essa atuação dialoga com uma educação ambiental que se alicerça no fazer coletivo 
para buscar meios de orientar o uso parcimonioso dos recursos ambientais, fortalecer as 
relações sociais e promover a sustentação econômica. 
A prática que busca o equilíbrio dos pilares ambiental, social e financeiro reflete o 
modo de atuação do Sesc, cujas ações consideram a complexidade das relações dos se-
res humanos entre si e com o meio ambiente. 
Considerando a presença do Sesc em todos os estados da federação, tendo suas Uni-
dades Operacionais nos mais variados ecossistemas do nosso território, as diretrizes 
apresentadas nesse Marco Referencial compõem uma unidade de atuação para o enfren-
tamento das questões socioambientais postas nos territórios, devendo ser desenvolvidas 
de modo integrado e transversal aos campos de ação finalística da Instituição. 
Pr
in
cí
pi
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ge
ra
is
Serviço Social do Comércio
18
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
Os seis princípios propostos a seguir consistem em um conjunto de valores a serem 
considerados na elaboração e operação de qualquer projeto relacionado à educação am-
biental no Sesc. Esses princípios surgem a partir da análise de importantes documentos 
institucionais, como, por exemplo, Diretrizes Gerais de Ação, Diretrizes do Quinquênio 
2011-2015 e Diretrizes do Quinquênio 2016-2020 – os quais descrevem características es-
senciais à ação finalística do Sesc. Por serem gerais, eles devem ultrapassar quaisquer 
barreiras que possam separar as áreas finalísticas do Sesc, ensejando um trabalho cada 
vez mais articulado e que promova a complementaridade entre as áreas. Isto não signi-
fica que, necessariamente, todos os seis princípios devem estar presentes em ações ou 
projetos no campo da educação ambiental, mas deve-se perseguir o alinhamento à maio-
ria deles, como forma de buscar a coerência com a essência institucional.
1. Criticidade
Esclarecer e sensibilizar a sociedade para um pensamento crítico em relação 
à problemática socioambiental, a partir da interdependência dos aspectos 
econômicos, sociais e ambientais.
O pensamento crítico é tão fundamental que chega a ser inconcebível pensar em 
educação ambiental sem tê-lo como um princípio. A mudança e a adaptação são fatores 
determinantes para a evolução. Não é diferente com a educação ambiental. Se parar no 
tempo, mantendo uma visão conservadora, de repetição, sucumbirá em meio às novas 
necessidades que se apresentam na contemporaneidade. Seu caráter mutável perma-
nente faz com que a educação ambiental tenha que se adaptar constantemente às novas 
demandas socioambientais. Todavia, para isso, é necessário um exercício incansável de 
crítica e autocrítica, sempre em uma perspectiva construtiva, que rompa com paradigmas 
e traga benefícios evidentes nas dimensões econômica, social e ambiental. 
Imbuir os indivíduos de um pensamento crítico, contudo, é uma tarefa bastante com-
plexa para a educação ambiental, pois exige o esclarecimento de uma ampla gama de 
conhecimentos, que possibilitem ao indivíduo ampla compreensão do meio ambiente e 
suas múltiplas interações e conexões. A partir desta compreensão, o indivíduo poderá 
obter melhores condições de questionar e agir criticamente em situações que gerem 
degradação ambiental e em contextos que levem à fragilização das relações sociais. 
Serviço Social do Comércio
19
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
Poderá, assim, propor soluções mais efetivas no sentido do equilíbrio das dimensões 
econômica, social e ambiental e na promoção da qualidade de vida da coletividade. 
Ser crítico é pensar diferente, mudando o indivíduo do lugar de mero espectador da 
história dos outros, para atuar como protagonista de seu próprio futuro. É justamente 
nisso que reside o aspecto inovador do pensamento crítico. Pensar diferente significa, 
também, romper com o senso comum. Por exemplo, enquanto a maior parte da popula-
ção associa meio ambiente às áreas naturais, às florestas, devemos esclarecer que meio 
ambiente é qualquer ambiente, natural ou não, que sustenta a vida e suas diversas in-
terações entre fatores bióticos e abióticos. Ao entender a importância destas interações, 
inclusive no meio ambiente urbano, os indivíduos passam a compreender melhor os 
impactos negativos das ações humanas e como preveni-los ou mitigá-los.
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Diretrizes Gerais de 
Ação do Sesc
Tal trabalho educativo está voltado para o desenvolvimento 
integral dos indivíduos, mediante a melhoria da 
compreensão do meio em que vivem, maior percepção de si 
mesmos, elevação sociocultural das suas condições de vida 
e desenvolvimento de valores próprios de uma sociedade 
em mudança, que os façam partícipe ativo desse processo. 
(p.15)
Coerente com sua missão de contribuir efetivamente para 
a melhoria da qualidade de vida de sua clientela efetiva e 
da comunidade nacional, cabe ao Sesc assumir, como uma 
de suas diretrizes de ação, o trabalho de dotar aqueles que 
atende em suas unidades operacionais e a sociedade em 
geral com uma consciência crítica em relação às questões 
ambientais a fim de torná-los agentes ativos no processo 
de melhoria do meio ambiente, e de impedir a ampliaçãode sua poluição e degradação. (p.22)
Serviço Social do Comércio
20
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Declaração de 
TBILISI
Deve ser dedicada uma atenção especial à compreensão 
das complexas relações entre o desenvolvimento 
socioeconômico e a melhoria do meio ambiente. (p.3)
[...] contribuir para que os grupos sociais e os indivíduos 
adquiram uma diversidade de experiências e uma 
compreensão fundamental do ambiente e dos problemas 
correlacionados. (p.5)
[...] salientar a complexidade dos problemas ambientais e, 
consequentemente, a necessidade de desenvolver o sentido 
crítico e as aptidões necessárias para resolvê-los; (p.6)
Tratado de 
Educação Ambiental 
para Sociedades 
Sustentáveis
A educação ambiental deve ter como base o pensamento 
crítico e inovador, em qualquer tempo ou lugar, em seus 
modos formal, não formal e informal, promovendo a 
transformação e a construção da sociedade. (p.1)
2. Emancipação
Tornar os indivíduos autônomos e aptos para atuarem em seu autodesenvolvimento, 
criando condições para que sejam os protagonistas do seu próprio destino.
Este princípio reforça a necessidade de tornar os indivíduos livres, independentes, 
e por consequência, autônomos em seu pensar e agir. Esta autonomia, entendida aqui 
como um processo de emancipação dos indivíduos, é uma das características marcantes 
da ação educativa do Sesc, a qual pretende fortalecer a capacidade dos indivíduos bus-
carem, eles mesmos, a melhoria de suas condições de vida. Nesse sentido, a educação 
ambiental tem um importante papel de criar condições para que os indivíduos sejam 
protagonistas de seu próprio destino e que tomem suas decisões de forma consciente, 
entendendo as consequências de suas decisões e ações (ou falta delas).
A educação ambiental emancipatória é aquela que exercita nos indivíduos a 
capacidade de conceber explicações e soluções para problemas socioambientais de 
forma autônoma, a partir do conhecimento adquirido ou construído e de um olhar 
interpretativo e multifacetado, nas perspectivas social, ambiental e econômica. Caminha 
no sentido contrário à reprodução de discursos, pois considera a subjetivação da realidade. 
Serviço Social do Comércio
21
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
É justamente nesta subjetividade que reside a emancipação, no sentido da libertação de 
padrões sociais construídos e normatizados, que acabam por tolher a criatividade e a 
individualidade.
Qualquer educação que deseje ser emancipatória deve sempre estar atenta às con-
dições que a cercam, demonstrando-se aberta ao diálogo. Dessa forma a educação será 
transformadora e, ao mesmo tempo, transformada pelos partícipes do processo educativo. 
Por meio deste constante aprendizado e exercício dialético é que se pretende criar um 
verdadeiro processo de empoderamento e autonomia dos indivíduos.
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Diretrizes Gerais de 
Ação do Sesc
Objetivo Sesc nº1: fortalecer, por meio da ação educativa, 
propositiva e transformadora, a capacidade de os 
indivíduos buscarem, eles mesmos, a melhoria de suas 
condições de vida. (p.12)
As vertentes da informação e capacitação são condições 
necessárias ao alcance do objetivo da ação educativa da 
Entidade. No entanto, não são suficientes para garantir que 
os indivíduos se tornem sujeitos gestores de suas inserções 
no processo social. Para tanto, é necessário que os valores 
a serem assimilados sejam capazes de contribuir para o 
desenvolvimento de sentimentos de autonomia, iniciativa 
individual e solidariedade [...] (p.16)
Declaração de 
TBILISI
Assim, a educação apresenta-se como o processo social por 
excelência, para dotar os indivíduos da estrutura mental 
capaz de torná-los eficientes no seu autodesenvolvimento, 
de produzirem respostas às suas necessidades e às de 
seus familiares e de se tornarem cidadãos capazes de 
participar de forma afirmativa da vida econômica, política e 
sociocultural do País. (p.24) 
[...] estará o Sesc contribuindo verdadeiramente para a 
criação de uma mudança cultural em que os indivíduos 
se qualifiquem para substituir um conhecimento por 
outro mais adequado, ajudando-os a se tornarem mais 
competentes no exercício daquilo que devem fazer por si 
mesmos, para realizar integralmente a condição de saúde, 
tornando-a um bem comunitário. (p.26)
Serviço Social do Comércio
22
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Tratado de 
Educação Ambiental 
para Sociedades 
Sustentáveis
A educação ambiental deve estimular e potencializar o 
poder das diversas populações, promover oportunidades 
para as mudanças democráticas de base que estimulem 
os setores populares da sociedade. Isto implica que as 
comunidades devem retomar a condução de seus próprios 
destinos. (p.2)
3. Proposição
Estimular atitudes propositivas e participativas para melhoria das relações sociais e 
da qualidade ambiental.
Ao adjetivar a ação educativa como propositiva, espera-se que esta tenha condições 
de tirar as pessoas da inércia e de estimular uma atitude reflexiva em relação aos acon-
tecimentos, avaliando, de forma crítica, as soluções e as possibilidades para agir. Se a 
atitude propositiva tem a finalidade de provocar a reflexão e a ação sobre determinado 
acontecimento, pode-se afirmar que, ao ser propositiva é, ao mesmo tempo, transfor-
madora. Na verdade, essa ação só será efetiva caso ela promova alguma transformação, 
seja nas pessoas ou nos ambientes em que vivem. É justamente sob a ótica dessa ação 
propositiva e transformadora que a educação ambiental crítica se apoia. 
Pensar esta educação ambiental sem pensar em seu desdobramento prático, é como 
pensar em uma vacina inócua, que não terá efeito algum sobre determinada doença ou, 
no caso, problema socioambiental. Esta capacidade de resolver problemas possui como 
relação condicionante a prévia sensibilização dos indivíduos, a partir do desenvolvimen-
to de valores éticos e morais, e com a aquisição de conhecimento, principalmente, técni-
cos, de ordem prática, a partir de necessidades locais, porém com reflexos globais. 
Por meio de uma atitude propositiva, busca-se, também, promover maior participa-
ção dos indivíduos nos processos decisórios, principalmente no que tange à utilização 
dos bens de uso comum da sociedade. Para que esta participação seja efetiva na gestão 
dos recursos naturais, os indivíduos, além de um amplo conhecimento em questões 
socioambientais, devem ser estimulados a uma atitude proativa e propositiva. Nesse 
sentido, este princípio vai além da proposição, mas incorpora a participação como meio 
Serviço Social do Comércio
23
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
de promover maior equilíbrio entre os setores representativos da sociedade na tomada de 
decisão sobre o território. Significa empoderar os indivíduos para o diálogo, para o ques-
tionamento, para a resistência e, sobretudo, para a proposição de projetos e ações que 
proporcionem a transformação socioambiental positiva.
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Diretrizes Gerais de 
Ação do Sesc
Objetivo Sesc nº1: fortalecer, por meio da ação educativa, 
propositiva e transformadora, a capacidade de os indivíduos 
buscarem, eles mesmos, a melhoria de suas condições de 
vida. (p.12)
integral dos indivíduos, mediante a melhoria da 
compreensão do meio em que vivem, maior percepção de si 
mesmos, elevação sociocultural das suas condições de vida 
e desenvolvimento de valores próprios de uma sociedade 
em mudança, que os façam partícipe ativo desse processo. 
(p.15)
Assim, a educação apresenta-se como o processo social por 
excelência, para dotar os indivíduos da estrutura mental 
capaz de torná-los eficientes no seu autodesenvolvimento, 
de produzirem respostas às suas necessidades e às de 
seus familiares e de se tornarem cidadãos capazes de 
participar de forma afirmativa da vida econômica, política e 
sociocultural do País. (p.24)Declaração de 
TBILISI
Um objetivo fundamental da Educação Ambiental é 
conseguir que indivíduos e a coletividade compreendam 
a natureza complexa do meio ambiente natural e do 
meio ambiente criado pelo homem, resultante da 
interação de seus aspectos biológicos, físicos, sociais, 
econômicos e culturais, e adquiram conhecimentos, valores, 
comportamentos e habilidades práticas para participar, de 
maneira responsável e eficaz, da prevenção e solução dos 
problemas ambientais, bem como da gestão da questão da 
qualidade do meio ambiente. (p.3)
Serviço Social do Comércio
24
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
4. Transformação
Desenvolver valores, habilidades e atitudes que contribuam para a transformação 
das pessoas e do meio ambiente em que vivem.
Considerando a vertente educativa do desenvolvimento de valores, é necessário trans-
formar, primeiramente, as pessoas, para que, depois, estas tenham condição de trans-
formar positivamente o ambiente em que vivem. Tanto quanto esclarecer, é necessário 
sensibilizar, tocar o coração dos educadores e educandos. A partir de uma compreensão 
mais ampla da relação de causa e efeito das ações antrópicas, torna-se mais efetiva a 
sensibilização, à medida que envolve valores éticos, de preservação da vida. Esta sen-
sibilização envolve, também, religar o ser humano à natureza, para que possa, de fato, 
ser vetor da melhoria da qualidade ambiental e não de sua degradação. Ao desenvolver 
valores, a educação ambiental contribuirá para uma mudança atitudinal que, para além 
das questões sociais, terá como finalidade a transformação do ambiente e, consequente-
mente, melhoria da qualidade de vida.
Educação ambiental não pode ser desprovida de certa utopia, pois o ser humano pre-
cisa sonhar com um mundo ideal, para impulsioná-lo rumo à transformação dos padrões 
insustentáveis vigentes. Todavia se estes sonhos não trouxerem elementos que conectem 
a problemática ambiental à realidade local, a ação transformadora torna-se sem efeito, 
pois não está inserida em uma perspectiva de mudança e melhoria do bem-estar das 
pessoas. O que seria mais significativo abordar nesses processos, o derretimento das ca-
lotas polares ou a poluição do rio que passa em frente à casa dos educandos? Uma abor-
dagem do aquecimento global e seus impactos, sem dúvida, é importante, porém talvez 
seja mais significativo, do ponto de vista da transformação, pensar nos problemas reais 
que determinada comunidade enfrentará, à medida que a poluição do rio resultará em 
impactos muito mais severos e imediatos na economia local, na incidência de doenças e 
na perda de espaço de lazer, por exemplo. 
Nesse sentido, a educação ambiental tem o objetivo de mobilizar os cidadãos para 
uma participação ativa, baseada na solução dos problemas que impactam em seu pró-
prio bem-estar. Assim, a educação ambiental começa a fazer sentido na vida das pessoas, 
de forma ampla. 
Serviço Social do Comércio
25
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Diretrizes Gerais de 
Ação do Sesc
objetivo Sesc nº1: fortalecer, por meio da ação educativa, 
propositiva e transformadora, a capacidade de os 
indivíduos buscarem, eles mesmos, a melhoria de suas 
condições de vida. (p.12)
Coerente com sua missão de contribuir efetivamente para 
a melhoria da qualidade de vida de sua clientela efetiva e 
da comunidade nacional, cabe ao Sesc assumir, como uma 
de suas diretrizes de ação, o trabalho de dotar aqueles que 
atende em suas unidades operacionais e a sociedade em 
geral com uma consciência crítica em relação às questões 
ambientais a fim de torná-los agentes ativos no processo 
de melhoria do meio ambiente, e de impedir a ampliação de 
sua poluição e degradação. (p.22)
Para que tal compreensão se efetive é necessário, 
entretanto, que a Entidade amplie seus esforços no sentido 
de criar condições que possibilitem à produção artístico-
cultural se tornar um real instrumento de transformação 
dos indivíduos e da sociedade. (p.26)
Declaração de 
TBILISI
[...] favorecer o desenvolvimento de comportamentos 
compatíveis com a preservação e melhoria desse ambiente 
e promover uma ampla gama de habilidades práticas 
necessárias à concepção e à aplicação de soluções eficazes 
para os problemas ambientais. (p.3)
Tratado de 
Educação Ambiental 
para Sociedades 
Sustentáveis
a educação ambiental deve ter como base o pensamento 
crítico e inovador, em qualquer tempo ou lugar, em seus 
modos formal, não formal e informal, promovendo a 
transformação e a construção da sociedade. (p.1)
5. Transversalidade
Buscar maior efetividade da ação educativa, por meio de um trabalho integrado 
e cooperativo, inserindo a temática socioambiental no planejamento de todas as 
áreas finalísticas.
Este princípio enfatiza a complementaridade entre as cinco áreas finalísticas do Sesc 
como forma de concentrar esforços, potencializar resultados e otimizar recursos da Ins-
tituição. É importante ressaltar que todas as áreas finalísticas possuem interface com a 
Serviço Social do Comércio
26
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
educação ambiental, abrindo portas para sua transversalização – o que, se por um lado 
é um desafio que traz certa complexidade à ação política, por outro é uma oportunidade 
de potencializar resultados e torná-los cada vez mais efetivos. 
Em administrações departamentalizadas e hierarquizadas, com um regimento que, a 
priori, separa as ações de acordo com o perfil e a função de cada área do organograma, 
pode haver barreiras que dificultam o trabalho integrado, como, por exemplo, planeja-
mento, orçamento, objetivos e metas próprias de cada área. Porém, apenas por meio de 
um trabalho de articulação constante é que a educação ambiental catalisará a integração, 
cada vez maior, entre as áreas e seus projetos, trazendo novas formas de trabalhar que 
transcendem o desenho de um organograma institucional. Esta complementaridade entre 
as áreas é o fator determinante para uma educação ambiental transformadora no Sesc.
Sendo assim, este trabalho essencialmente cooperativo, seja a nível local, nacional ou 
internacional, fará com que a educação ambiental no Sesc possa estar presente em toda 
programação finalística, reafirmando a responsabilidade ambiental como característica 
básica da ação institucional. Com isso, potencializaremos o alcance e a efetividade da 
ação educativa, avançando de forma coesa e sólida em todo o Brasil.
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Diretrizes Gerais de 
Ação do Sesc
Nesse sentido, é preciso que, nas atividades voltadas para 
a educação formal, sejam incorporados à grade curricular 
conteúdos que tratem de questões ambientais, e que nas 
demais atividades exista a preocupação permanente de 
explorar as possibilidades que estas oferecem de forjar em 
seus beneficiários uma consciência da importância de um 
meio ambiente saudável para si e para a sociedade. (p.22)
Para que tal compreensão se efetive é necessário, 
entretanto, que a Entidade amplie seus esforços no sentido 
de criar condições que possibilitem à produção artístico-
cultural se tornar um real instrumento de transformação 
dos indivíduos e da sociedade. (p.26)
Serviço Social do Comércio
27
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Diretrizes para o 
Quinquênio 
2016-2020
É indicado ampliar essa atuação, adotando a 
sustentabilidade como temática transversal ao conjunto da 
programação e às ações administrativas, na perspectiva de 
influenciar tanto o público interno quanto externo, inclusive 
parceiros e fornecedores, de modo a explorar e potencializar 
sinergias que contribuam para impulsionar mudanças 
pautadas em valores, princípios e objetivos socioambientais. 
(p.9)
Declaração de 
TBILISI
2) A Educação Ambiental é o resultado de uma reorientação 
e articulação das diversas disciplinas e experiências 
educativas, que facilitam a percepção integrada do meioambiente, tornando possível uma ação mais racional e 
capaz de responder às necessidades sociais; (p.3)
Tratado de 
Educação Ambiental 
para Sociedades 
Sustentáveis
[...] envolver uma perspectiva holística, enfocando a relação 
entre o ser humano, a natureza e o universo de forma 
interdisciplinar. (p.2)
6. Mitigação
Atenuar ao máximo os possíveis impactos socioambientais relacionados à operação 
dos projetos institucionais, incorporando ações para a ecoeficiência, acessibilidade 
e diversidade social.
Para uma ação educativa mais efetiva é fundamental que a coerência entre discurso e 
prática seja percebida por sua clientela no dia a dia das atividades realizadas pelo Sesc. 
Ao construir uma Unidade Operacional ou executar um projeto, estes devem produzir 
o mínimo de impacto ambiental possível e as equipes técnicas devem se esforçar no 
sentido de criar ações mitigatórias. Além das questões ambientais, também é necessário 
pensar em ações que garantam o acesso das pessoas com deficiência, com seguran-
ça e autonomia, aos espaços educativos do Sesc, sem qualquer tipo de discriminação. 
28
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
A criação de rampas de acesso, disponibilização de banheiros adaptados, implantação da 
gestão dos resíduos e coleta seletiva, tratamento dos efluentes, aproveitamento de água 
da chuva, geração de energia fotovoltaica, por exemplo, demonstram, na prática, como o 
Sesc internaliza o discurso socioambiental, tornando a ação educativa mais efetiva, por 
meio da ação exemplar. 
Além disso, esta infraestrutura voltada à ecoeficência e acessibilidade é um “prato 
cheio” para a abordagem transdisciplinar da educação ambiental, nos projetos das áreas 
finalísticas. Um sistema de geração de energia fotovoltaica, por exemplo, deve ser apro-
priado pela ação educativa como um instrumento de apoio pedagógico, à medida que 
envolve diversas oportunidades de atividades em várias áreas de conhecimento. Neste 
caso, pode-se pensar em atividades que abordem a física, entendendo como a radiação 
solar é transformada em energia elétrica alternada. Ou, ainda, a matemática para calcular 
quantas toneladas de CO2 foram evitadas e quantas árvores seriam necessárias à sua 
compensação. 
Dar o exemplo, por meio da prática, constitui-se então como uma premissa para a 
educação ambiental efetiva, na qual se procura a mitigação dos impactos como forma 
de transformação ambiental e disseminação do conhecimento. Todavia, é importante ter 
clareza que o princípio da mitigação não pretende eliminar os impactos ambientais, mas 
sim, por meio do diálogo e da gestão participativa, buscar formas de atenuar e com-
pensar o eventual desequilíbrio socioambiental inerente ao funcionamento de qualquer 
projeto. Nesse sentido, pode-se afirmar que a mitigação dos impactos socioambientais 
precisa ser incorporada como uma condição para a realização de qualquer ação que se 
caracterize como educação ambiental. Em síntese: não é possível realizar ações de edu-
cação ambiental enquanto estas ampliam a degradação do ambiente ou precarizam as 
relações sociais.
Serviço Social do Comércio
29
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Diretrizes para o 
Quinquênio 
2011-2015 
Para isso, é preciso que conteúdos que versem sobre esta 
questão sejam incorporados, no possível, às atividades. É de 
igual importância que as construções e a infraestrutura do 
Sesc sigam os parâmetros ecológicos. (p.20)
Diretrizes para o 
Quinquênio 
2016-2020
Cada vez mais o Sesc tem empreendido esforços para 
integrar a questão ambiental na sua estrutura, com 
iniciativas de gestão ambiental, entre elas a diminuição 
da geração de resíduos e sua destinação responsável, as 
construções sustentáveis e a conservação de áreas verdes. 
Aliado a essas atividades, desenvolve ações educativas que 
visam contribuir para a reflexão sobre modos de vida que 
respeitem os ciclos naturais, frente aos desafios atuais da 
realidade social e econômica, como o uso responsável dos 
recursos naturais, entre os quais se destacam a água e a 
energia. (p.10)
Di
re
tr
iz
es
 
de
 a
çã
o
32
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
Enquanto os seis princípios listados anteriormente operam no campo dos valores ins-
titucionais, as diretrizes possuem uma perspectiva mais prática, de planejamento e ação, 
orientando quais caminhos a educação ambiental seguirá, de acordo com as possibili-
dades das áreas finalísticas do Sesc – à luz do Referencial Programático. Esses caminhos 
buscam a convergência entre os objetivos institucionais, as recomendações dos acordos 
internacionais e as obrigações previstas nas políticas públicas. Dessa forma, a proposi-
ção de diretrizes foi fundamentada a partir de referenciais nacionais e internacionais, 
como: Política Cultural do Sesc, Política de Lazer do Sesc, Modelo da Atividade Recreação, 
Declaração de Tbilisi, Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e 
Responsabilidade Global, Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, Política Nacional e 
Educação Ambiental e Programa Nacional e Educação Ambiental. Estes documentos fun-
damentaram as seguintes 17 diretrizes:
1. Incentivar a participação de grupos e indivíduos nos 
processos decisórios relativos ao uso dos recursos naturais
A participação, ou falta dela, será determinante para que o patrimônio natural seja 
protegido ou depredado. Esta participação pode ser fundamentada em duas bases: a 
afetiva e a instrumental. Enquanto a afetiva está no campo da teoria, da discussão, da 
sensibilização, a instrumental está no campo da prática. Para uma participação efetiva, a 
educação ambiental tem o desafio de equilibrar os esforços nos dois campos, pois, assim 
como a ação sem fundamentação teórica pode se tornar um desastre socioambiental, a 
fundamentação teórica sem prática não será transformadora.
O fortalecimento da ação participativa deve envolver princípios democráticos, de de-
cisão sobre fatores que impactam diretamente a qualidade de vida dos cidadãos, como, 
por exemplo, o uso da terra, a fragmentação dos habitats, a exploração dos recursos 
naturais e a consequente poluição ambiental. É a partir desta necessidade de salvaguar-
dar o patrimônio natural que a educação ambiental deve imbuir, nos indivíduos e na 
coletividade, o sentimento de justiça ambiental, para que estes se tornem agentes ativos 
no processo de melhoria ambiental e que tenham condições de impedir a ampliação da 
degradação do ambiente em que vivem.
Serviço Social do Comércio
33
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Política Nacional de 
Educação Ambiental
Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental:
- IV: incentivo à participação individual e coletiva, 
permanente e responsável, na preservação do equilíbrio 
do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade 
ambiental como um valor inseparável do exercício da 
cidadania;
Programa Nacional 
de Educação 
Ambiental
Princípio: Criar espaços de debate das realidades locais 
para o desenvolvimento de mecanismos de articulação 
social, fortalecendo as práticas comunitárias sustentáveis 
e garantindo a participação da população nos processos 
decisórios sobre a gestão dos recursos ambientais. (p.27)
Tratado de 
Educação Ambiental 
para Sociedades 
Sustentáveis
Ação 20: Fortalecer as organizações e movimentos sociais 
como espaços privilegiados para o exercício da cidadania e 
melhoria da qualidade de vida e do ambiente. (p.4)
2. Capacitar indivíduos e desenvolver habilidades que 
contribuam para o incremento de renda
O acesso aos direitos sociais como saúde, educação, segurança, alimentação, trans-
porte, moradia, em uma sociedade desigual, com grande contingente sem renda suficien-
te para suprir suas necessidades básicas, é um grande desafio a ser enfrentado. Neste 
sentido, a educação ambiental deve ser capaz de desenvolverhabilidades empreende-
doras que permitam o incremento de renda dos indivíduos, de forma socialmente justa 
e ambientalmente correta.
A educação ambiental deve ressaltar a importância das ações que estejam voltadas à 
geração de renda e empoderamento dos indivíduos, apontando para o desenvolvimento 
de ações socioeducativas que estimulem a participação social e a cooperação entre in-
divíduos, instituições e setores da sociedade, visando contribuir para a inclusão social e 
para o acesso aos direitos sociais. 
34
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Objetivos de 
Desenvolvimento 
Sustentável
ODS nº 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, 
em todos os lugares.
Meta 1.1: Até 2030, erradicar a pobreza extrema para todas 
as pessoas em todos os lugares, atualmente medida como 
pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia. (p.19)
Meta 1.2: Até 2030, reduzir pelo menos à metade a proporção 
de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, que 
vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo 
com as definições nacionais. (p.19)
3. Combater todos os tipos de discriminação, promovendo a 
solidariedade e a cooperação
Sob um enfoque democrático, a educação ambiental precisa estimular a criação de 
ambientes para a livre expressão individual e coletiva, congregando ideias e ideais para 
uma sociedade justa e sustentável, sem qualquer tipo de discriminação, seja em função 
de gênero, cor da pele, deficiências física e mental, religião, orientação sexual, classe 
social ou qualquer outra forma de categorização dos indivíduos que tenha como obje-
tivo a exclusão social. Pelo contrário, deve-se estimular a integração e o diálogo entre 
os diferentes saberes e culturas, como meio de enriquecer as discussões e o processo 
educativo. 
Uma instituição como o Sesc, que luta pela justiça social, pela igualdade, pela de-
mocracia, precisa estar atenta a quaisquer ações que ponham em risco a liberdade dos 
indivíduos. É na diversidade que mora a riqueza cultural que o Sesc busca. Por isso, a 
educação ambiental chama para si, também, a responsabilidade de coibir quaisquer for-
mas de preconceito.
Serviço Social do Comércio
35
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Programa Nacional 
de Educação 
Ambiental
Princípio: Respeito à liberdade e à equidade de gênero. 
(p.27)
Princípio: Reconhecimento da diversidade cultural, étnica, 
racial, genética, de espécies e de ecossistemas. (p.27)
Tratado de 
Educação Ambiental 
para Sociedades 
Sustentáveis
Ação 18: Atuar para erradicar o racismo, o sexismo e 
outros preconceitos; e contribuir para um processo de 
reconhecimento da diversidade cultural dos direitos 
territoriais e da autodeterminação dos povos. (p.4)
4. Fomentar a organização de grupos e a criação de redes 
de educação ambiental
O trabalho fragmentado e isolado se enfraquece na medida em que não envolve a 
coletividade. A formação de grupos explora, a partir das especificidades regionais, formas 
de potencializar os resultados da educação ambiental, por meio da sistematização e dis-
ponibilização de informações sobre experiências exitosas e novas iniciativas. As diversas 
unidades, espalhadas por todos os estados brasileiros, assim como associações comu-
nitárias, institutos, igrejas e escolas, por exemplo, são ambientes favoráveis à criação de 
grupos e redes. 
O fortalecimento dos grupos – que compõem as redes – é um dos caminhos, em um 
regime democrático, de promover a participação nos processos decisórios, represen-
tando a defesa dos interesses comuns, do bem coletivo. Ao reconhecer isto, a educação 
ambiental incorpora como objetivo a criação de grupos e redes que contribuam direta-
mente para a transformação positiva do ambiente em que as pessoas estão inseridas, 
contribuindo, de fato, para a promoção da justiça social e uma sociedade cada vez mais 
democrática e sustentável.
36
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Programa Nacional 
de Educação 
Ambiental
Objetivo: Estimular a cultura de redes de educação 
ambiental, valorizando essa forma de organização. (p.27)
Objetivo: Contribuir com a organização de grupos - 
voluntários, profissionais, institucionais, associações, 
cooperativas, comitês, entre outros - que atuem em 
programas de intervenção em educação ambiental, 
apoiando e valorizando suas ações. (p.26)
Objetivo: Sistematizar e disponibilizar informações sobre 
experiências exitosas e apoiar novas iniciativas. (p.27)
5. Promover processos artísticos educativos e inclusivos 
que permitam aos indivíduos e à coletividade expressarem, 
de forma simbólica, a temática socioambiental
As manifestações artísticas surgem a partir da necessidade dos indivíduos de se ex-
pressarem, se comunicarem e de retratarem sua identidade cultural. O processo educa-
tivo incentiva a criatividade e a imaginação, abarcando manifestações artísticas das co-
munidades e o meio ambiente em que vivem. A proposta é desenvolver o indivíduo como 
ser crítico, producente, capaz de analisar, dialogar, concluir, discutir questões ambientais, 
sociais, políticas e culturais, por meio da arte.
Neste sentido, tão importante quanto a produção da arte em si, é o processo percorri-
do pelo indivíduo, perpassando, entre outros, os seguintes aspectos: criação, crítica, este-
sia, fruição e reflexão. Dessa forma, as artes tornam-se caminhos eficazes para estimular, 
por meio de formas simbólicas, a reflexão e ação acerca da problemática socioambiental 
– não só do ponto de vista do espectador, mas também do próprio artista.
Serviço Social do Comércio
37
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Política Cultural 
do Sesc
Intencionalidade: Com o objetivo de contribuir para a 
reflexão e criação simbólica, nos planos individual e coletivo, 
o Sesc considera a necessidade de colaborar para ampliar o 
repertório simbólico dos sujeitos a partir do conhecimento 
dos contextos socioculturais e do diálogo permanente entre 
os diversos atores sociais participantes desse processo […] 
(p.17)
Fundamentação: […] cultura passa a se referir ao conjunto 
de práticas, técnicas, símbolos e valores transmitidos às 
novas gerações para garantir a reprodução de um estado 
de coexistência social. (p.11)
6. Valorizar as culturas locais, o saber e memória populares
Esta diretriz aponta no sentido de criar oportunidades para os artistas locais pro-
duzirem e divulgarem sua arte, com o mínimo possível de interferência da indústria de 
bens culturais, preconizada pela massificação da produção, ganho de escala e aumento 
dos lucros. A educação ambiental precisa catalisar esforços para proteção do patrimônio 
cultural (material e imaterial), mantendo uma forte vinculação com o trabalho de conser-
vação do patrimônio natural. Neste sentido, é possível afirmar que, na maioria dos casos, 
o patrimônio natural é fator preponderante para a preservação das culturas locais. Por 
exemplo: o que seriam os indígenas sem as florestas? Os caiçaras sem o mar? Os ribeiri-
nhos sem os rios? 
Sendo assim, é necessário fortalecer tudo aquilo que diz respeito às práticas e aos 
domínios da vida social, aos saberes, ofícios e modos de fazer, às celebrações, às formas 
de expressão cênicas, plásticas e musicais ou lúdicas, e aos lugares, como, por exemplo, 
áreas naturais (degradadas ou preservadas), mercados, feiras e santuários que abrigam 
práticas culturais coletivas. A valorização dos saberes populares e tradicionais contribui 
para o reconhecimento de aspectos simbólicos que caracterizam determinada cultura. 
A educação ambiental deve ser capaz de demonstrar a relação entre cultura, memória, 
paisagem e conservação ambiental.
38
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Política Cultural
do Sesc
[...] fomentar a produçãoe o intercâmbio artístico, proteger 
e difundir o patrimônio material e imaterial, salvaguardar e 
difundir o conhecimento [...] (p.17).
Política Nacional de 
Educação Ambiental
Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental:
- VIII: o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à 
diversidade individual e cultural.
Objetivo: Incentivar iniciativas que valorizem a relação 
entre cultura, memória e paisagem – sob a perspectiva 
da biofilia –, assim como a interação entre os saberes 
tradicionais e populares e os conhecimentos técnico-
científicos. (p.27)
Declaração de TBILISI
Recomendação nº 7: [...] criar uma consciência, 
comportamentos e valores que visem conservar a 
biosfera, melhorar a qualidade da vida em toda parte e 
salvaguardar os valores éticos, assim como o patrimônio 
cultural e natural, incluindo os lugares santos, os pontos 
históricos, as obras de arte, os monumentos e os locais 
de interesse artístico e arqueológico, o ambiente natural e 
humano com sua fauna e flora, e os núcleos habitacionais. 
(p.9)
Tratado de Educação 
Ambiental para 
Sociedades 
Sustentáveis
Ação 8: Fazer circular informações sobre o saber e a 
memória populares; e sobre iniciativas e tecnologias 
apropriadas ao uso dos recursos naturais. (p.3)
Ação 9: A educação ambiental deve recuperar, reconhecer, 
respeitar, refletir e utilizar a história indígena e culturas 
locais, assim como promover a diversidade cultural, 
linguística e ecológica. Isto implica uma revisão da 
história dos povos nativos para modificar os enfoques 
etnocêntricos, além de estimular a educação bilíngue. (p.2)
Objetivos de 
Desenvolvimento 
Sustentável
ODS nº 11: Tornar as cidades e os assentamentos humanos 
inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
- Meta 11.4: Fortalecer esforços para proteger e 
salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo. 
(p.30)
Serviço Social do Comércio
39
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
7. Viabilizar o acesso e estimular o uso dos meios de 
comunicação para a construção participativa e a difusão de 
informações socioambientais
Antes da invenção da internet, os indivíduos tinham acesso limitado aos ca-
nais de comunicação de massa, fazendo o silêncio imperar, principalmente nas clas-
ses sociais mais baixas, enquanto as demandas socioambientais gritavam e poucos 
escutavam. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, este cenário começa a mu-
dar, gradativamente: as redes sociais, como Facebook e Twitter, por exemplo, per-
mitem a mobilização virtual e difusão de desvios de conduta; os canais de TV via in-
ternet, como o YouTube e Vimeo, ampliam a voz das demandas socioambientais 
das diferentes classes sociais, de forma democrática; os smartphones, que possi-
bilitam gerar evidências a partir do registro de som e imagem de crimes e infrações 
 diversas, principalmente, as ambientais. 
Dessa forma, ao reconhecer a necessidade de esclarecimento para a tomada cons-
ciente de decisões, a educação ambiental precisa promover o acesso à informação, de 
forma imparcial, precisa e apurada. É importante que a sociedade não só tenha acesso 
às informações socioambientais divulgadas, mas, também, possua meios e condições 
para produzi-las. A partir da introdução de técnicas de fotojornalismo, documentarismo, 
edição de vídeo, imagem e som, a educação ambiental assume um importante papel: dar 
voz àqueles que, convenientemente, sempre foram tratados como receptores de uma in-
formação que molda comportamentos. Em outras palavras, é necessário que o indivíduo 
deixe de ser apenas receptor e passe a ser um emissor destas mensagens, contribuindo 
para sua autonomia e autodesenvolvimento. 
40
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Política Nacional de 
Educação Ambiental
Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental:
- II: a garantia de democratização das informações 
ambientais; 
Programa Nacional 
de Educação 
Ambiental
Princípio: Democratização na produção e divulgação do 
conhecimento e fomento à interatividade na informação. 
(p.26)
Objetivo: Promover a inclusão digital para dinamizar 
o acesso a informações sobre a temática ambiental, 
garantindo inclusive a acessibilidade de portadores de 
necessidades especiais. (p.27)
Tratado de Educação 
Ambiental para 
Sociedades 
Sustentáveis
Ação 15: Garantir que os meios de comunicação se 
transformem em instrumentos educacionais para 
a preservação e conservação de recursos naturais, 
apresentando a pluralidade de versões com fidedignidade 
e contextualizando as informações. Estimular transmissões 
de programas gerados pelas comunidades locais. (p.4)
8. Contribuir para a qualificação de educadores ambientais
Ao pensar em ações que possam contribuir para o desenvolvimento da educação am-
biental, é necessário, a priori, uma reflexão sobre os agentes responsáveis por transmitir 
e construir o conhecimento. Os educadores ambientais têm um papel primordial, pois, 
mais que ensinar indivíduos, são deflagradores em um processo contínuo de formação 
de novos educadores ambientais, que têm à disposição um repertório de conceitos espe-
cíficos para a compreensão das características da educação ambiental crítica e emanci-
patória. Todavia, se estes educadores não têm acesso às ações de capacitação e formação 
contínua, o processo educativo se fragiliza, na medida em que não terão as ferramentas e 
conhecimentos necessários para a compreensão da natureza complexa do meio ambien-
te e suas diversas interfaces. Isto, fatalmente, resultará em uma educação conservadora e 
anacrônica, distante da realidade e pouco efetiva, sem uma perspectiva transformadora. 
O trabalho de formação de educadores é fundamentado na ideia de que cada indivíduo 
ou grupo é o responsável por sua própria e permanente formação e que, por conhecerem 
Serviço Social do Comércio
41
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
os problemas socioambientais do ambiente em que vivem, têm, em boa parte das vezes, 
condições de interpretar a realidade e propor soluções transformadoras.
Neste sentido, precisamos formar educadores capazes de orientar o aprendizado 
multi, inter e transdisciplinar, para que a educação ambiental não seja superficial e não 
consiga esclarecer a natureza complexa inerente às interações entre os meios natural, 
socioeconômico, político e cultural. Por isso, é necessário que a educação ambiental no 
Sesc invista em sua fundamentação, na criação de sólidos alicerces, que, neste caso, são 
representados pela figura do professor e educador. 
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Política Nacional de 
Educação Ambiental
Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental:
- Parágrafo único. Os professores em atividade devem 
receber formação complementar em suas áreas de 
atuação, com o propósito de atender adequadamente 
ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política 
Nacional de Educação Ambiental.
Declaração de TBILISI
Recomendação nº 18: que adotem medidas que tenham 
como objetivo proporcionar, àqueles que exercem funções 
docentes, a necessária formação em Educação Ambiental; 
(p.16)
Tratado de Educação 
Ambiental para 
Sociedades 
Sustentáveis
Ação 6: Promover e apoiar a capacitação de recursos 
humanos para preservar, conservar e gerenciar o ambiente, 
como parte do exercício da cidadania local e planetária. 
(p.3)
Objetivos de 
Desenvolvimento 
Sustentável
ODS nº 4: Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de 
qualidade, promovendo oportunidades de aprendizagem 
ao longo da vida para todos.
- Meta 4.c: Até 2030, substancialmente aumentar o 
contingente de professores qualificados, inclusive por 
meio da cooperação internacional para a formação de 
professores, nos países em desenvolvimento. (p.24)
42
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
9. Esclarecer e sensibilizar indivíduos sobre os problemas 
socioambientais, suas causas e impactos no bem-estar
A educação ambiental deve proporcionarmelhor compreensão da natureza complexa 
dos impactos ambientais e suas consequências para o bem-estar da população, formando 
cidadãos cada vez mais conscientes, críticos e preocupados com os bens de uso comum. 
Ao estimular essa solidariedade, em prol do respeito aos direitos coletivos, caminhare-
mos para uma sociedade mais justa, democrática e participativa. Para isso, será necessá-
rio abordar as questões críticas locais, suas causas em seus contextos econômico, social 
e ambiental, com enfoque em aspectos como, por exemplo, população, saúde, democra-
cia, fome, degradação da flora e fauna. Estes aspectos estão diretamente relacionados 
aos hábitos de consumo da sociedade contemporânea, que usa e descarta bens em uma 
velocidade sem precedentes na história da humanidade. 
Esta relação de causa e efeito envolve uma amplitude de fatores que, na medida do 
possível, devem ser transmitidos aos indivíduos, de modo que tenham condições para a 
construção de um pensamento crítico acerca da problemática socioambiental, no sen-
tido da proposição de ações preventivas e restaurativas. Esta abordagem transversal, 
por meio de toda ação que se defina como educativa no Sesc, poderá potencializar o 
alcance da educação ambiental, esclarecendo a população sobre aspectos que inter-
ferem diretamente em seu bem-estar – contribuindo para o fortalecimento da missão 
institucional.
Serviço Social do Comércio
43
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Política Nacional de 
Educação Ambiental
Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental:
- II: a concepção do meio ambiente em sua totalidade, 
considerando a interdependência entre o meio natural, 
o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da 
sustentabilidade;
Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental:
- I: o desenvolvimento de uma compreensão integrada do 
meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, 
envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, 
políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;
- III: o estímulo e o fortalecimento de uma consciência 
crítica sobre a problemática ambiental e social;
Programa Nacional 
de Educação 
Ambiental
Princípio: Concepção de ambiente em sua totalidade, 
considerando a interdependência sistêmica entre o meio 
natural e o construído, o socioeconômico e o cultural, o 
físico e o espiritual, sob o enfoque da sustentabilidade. 
(p.25)
Tratado de Educação 
Ambiental para 
Sociedades 
Sustentáveis
Ação 16: Promover a compreensão das causas dos hábitos 
consumistas e agir para a transformação dos sistemas que 
os sustentam, assim como para com a transformação de 
nossas próprias práticas. (p.4)
Objetivos de 
Desenvolvimento 
Sustentável
ODS nº12: Assegurar padrões de produção e de consumo 
sustentáveis.
- Meta 12.8: Até 2030, garantir que as pessoas, em todos os 
lugares, tenham informação relevante e conscientização 
para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em 
harmonia com a natureza. (p. 31)
ODS nº 13: Tomar medidas urgentes para combater a 
mudança climática e seus impactos.
- Meta 13.3: Melhorar a educação, aumentar a 
conscientização e a capacidade humana e institucional 
sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta 
precoce da mudança do clima. (p. 32)
44
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
10. Articular a educação ambiental com todas as 
áreas de conhecimento da educação básica
Como a fragmentação do conhecimento científico facilita a compreensão específica 
de alguns dos aspectos relacionados ao meio ambiente, entender o todo se torna cada 
vez mais complexo, desafiador e necessário. Nesse sentido, a educação ambiental deve 
buscar a articulação do conhecimento em três níveis disciplinares: multi, inter e trans. A 
multidisciplinaridade recorre às diversas áreas do conhecimento para a resolução de al-
gum problema ou para a abordagem de um tema específico, porém sem a necessidade de 
interação entre as disciplinas. Já a inter e a transdisciplinaridade representam um avanço 
nessa articulação, pois caminham no sentido da cooperação e do diálogo, buscando a 
interação dos conhecimentos, de forma recíproca e coordenada, assim como a integração 
de metodologias e resultados. É importante ter clareza sobre estas três perspectivas de 
articulação, pois caminhar pela transdisciplinaridade significa romper o paradigma da 
separação das disciplinas em “caixinhas”, o que, em muitos casos, é um desafio institu-
cional, de estruturação do ensino, principalmente, na educação básica. 
A educação ambiental só será eficaz se for capaz de se articular com todos os partícipes 
que possam contribuir para a potencialização do processo educativo. Assim, a educação 
ambiental no Sesc possui condições para buscar integrar as potencialidades de todas as 
suas áreas finalísticas, bem como incluir a temática ambiental, principalmente, na educação 
infantil e nos ensinos Fundamental e Médio, em todas as áreas do conhecimento e 
disciplinas.
Serviço Social do Comércio
45
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Política Nacional de 
Educação Ambiental
Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e 
permanente da educação nacional, devendo estar presente, 
de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do 
processo educativo, em caráter formal e não formal.
Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: 
- III: o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na 
perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade;
Programa Nacional 
de Educação 
Ambiental
Princípio: Fomentar a transversalidade por meio da 
internalização e difusão da dimensão ambiental nos 
projetos, governamentais e não governamentais, de 
desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida. (p.26)
11. Conscientizar os viajantes para a prática do turismo 
sustentável, esclarecendo a interação entre os aspectos 
ambiental, social e econômico
O turismo sustentável, que incorpora os conceitos de ecoturismo, turismo ecológico 
e ambiental, necessita de uma abordagem educativa que esclareça os impactos que o 
viajante causa, sejam eles positivos ou negativos, nas relações sociais, no meio ambiente 
e na economia local. Ao tomar consciência sobre as práticas que podem tornar o turismo 
mais sustentável, os indivíduos passam a ter condições de planejar melhor suas viagens 
e, com isso, contribuir para o desenvolvimento sustentável, de forma geral. Ao trilhar 
o caminho do esclarecimento, a educação ambiental terá o papel de contribuir para a 
consolidação de possíveis políticas para o turismo sustentável, que geram empregos e 
promovem a cultura e produtos locais. 
Por meio da educação ambiental, busca-se, cada vez mais, o reconhecimento da rica 
diversidade cultural no Brasil, quebrando preconceitos e respeitando os direitos dos in-
divíduos e grupos a que pertencem. Comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, 
caiçaras, entre tantas outras, representam essa riqueza de saberes que precisa ser va-
lorizada. Nesse sentido, uma área bastante promissora, do ponto de vista da educação 
46
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
ambiental, é a do turismo. A realização de passeios, viagens e hospedagens a lazer, com 
ênfase no conhecimento histórico, cultural, social e ambiental, dos atrativos turísticos, 
promove a sensibilização para a valorização dos patrimônios cultural e natural do meio 
visitado.
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Diretrizes para uma 
Política Nacional de 
Ecoturismo
Estratégia: informar aos turistas práticas e 
comportamentos nocivos aos atrativos naturais e 
culturais. (p.30)
Estratégia: prestar esclarecimentos prévios sobre o 
comportamento do ecoturista em relação à comunidade a 
ser visitada. (p.30)
Objetivos de 
Desenvolvimento 
Sustentável
ODS nº8: Promover o crescimento econômico sustentado, 
inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivoe 
trabalho decente para todos.
- Meta 8.9: Até 2030, elaborar e implementar políticas para 
promover o turismo sustentável, que gera empregos e 
promove a cultura e os produtos locais; (p.27)
12. Proporcionar a vivência em ambientes, conservados 
ou não, realizando a visitação, com caráter educativo, a 
unidades de conservação, comunidades tradicionais e 
áreas antropizadas
A visitação em ambientais naturais deve ser estimulada como forma de religar os 
seres humanos à natureza, sensibilizando-os para a conservação do meio ambiente e 
das comunidades tradicionais. A visitação aos ambientes naturais pode ter dois cenários 
a serem trabalhados: da degradação e da conservação. É muito importante que a visita-
ção às unidades de conservação seja estimulada, pois mostra o esplendor da natureza 
conservada, configurando-se como um grande laboratório a céu aberto e possibilitando 
a realização de diversas pesquisas – o turismo ecocientífico, por exemplo. Por serem 
áreas legalmente protegidas, pode-se levar a crer que não há devastação em unidades de 
Serviço Social do Comércio
47
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
conservação. Pelo contrário, estas áreas sofrem com queimadas criminosas, construções 
irregulares, subtração de madeiras nobres, biopirataria, invasões e ocupações ilegais. É 
necessário então que as visitas às unidades de conservação sejam estimuladas, criando 
o sentimento de propriedade coletiva dos bens de uso comum. 
Contudo, tão importante quanto mostrar a natureza bem conservada, é fundamental 
uma abordagem um pouco diferente do turismo tradicional, promovendo, também, a vi-
sitação a áreas que foram historicamente degradadas pela ação do ser humano. Alguém 
gostaria de fazer um passeio por um rio totalmente poluído e degradado? Obviamente, 
boa parte das pessoas diria não. Contudo, se a educação ambiental deve ter como prin-
cípio a “transformação”, não se pode descartar a possibilidade de o ecoturismo provocar, 
por meio da vivência, a reflexão e ação para a melhoria da qualidade ambiental local.
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Política Nacional de 
Educação Ambiental
Art. 5º São objetivos fundamentais da educação 
ambiental:
- IV: a sensibilização da sociedade para a importância das 
unidades de conservação;
- VII: o ecoturismo.
É preciso explorar seus conteúdos, considerando os bens 
culturais que o Sesc pode colocar à disposição em prol 
da riqueza de experimentações e de um homem múltiplo 
– cultura corporal e esportiva, linguagens artísti¬cas, 
práticas recreativas, integração com a natureza, turismo. 
(p.6)
13. Realizar atividades físicas em ambientes naturais ou 
urbanos, ressaltando a importância de sua conservação 
para melhoria da qualidade de vida
O ambiente em que vivemos influencia diretamente nosso modo de vida, especialmente 
quando o assunto é atividade física. Praticar esportes ao ar livre gera diversos benefícios, 
sejam psicológicos, físicos, neurológicos, sociais ou ambientais. Do ponto de vista ambiental, 
48
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
as atividades praticadas ao ar livre têm o objetivo de reconectar os indivíduos ao meio 
ambiente em que vivem, seja ele natural ou não. A partir da expressão “conhecer para 
preservar”, as atividades ao ar livre assumem um importante papel de proporcionar a 
vivência nestes ambientes, contribuindo para uma mudança atitudinal. Isto significa dizer 
que ao conhecer e valorizar estes ambientes, as pessoas evitarão dispor o lixo de forma 
inadequada, poluir o ar, água ou solo e degradar a fauna e flora.
As atividades ao ar livre também abrem caminho para uma abordagem interdiscipli-
nar, reforçando o princípio da transversalidade e a ação educativa. Por exemplo, ao rea-
lizar trilhas em áreas naturais, é possível entender um pouco mais sobre a flora e fauna; 
ao escalar uma montanha, é importante conhecer a geografia e geologia; ao surfar, é ne-
cessário entender os fatores meteorológicos que influenciam a formação das ondas; ao 
mergulhar é fundamental compreender e vivenciar os efeitos da pressão da água sobre o 
organismo e suas consequências.
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Referencial 
Programático
Realização Esporte Radical e na Natureza: consiste no 
processo ensino-aprendizagem de esportes radicais e na 
natureza, objetivando dotar os participantes dos domínios 
fundamentais (motores, psíquicos e cognitivos) para a 
prática esportiva no âmbito do lazer, inclusive o lazer 
especializado, e o entendimento crítico para a assistência 
de eventos esportivos. (p.127)
Política de Lazer
É preciso explorar seus conteúdos, considerando os bens 
culturais que o Sesc pode colocar à disposição em prol 
da riqueza de experimentações e de um homem múltiplo 
– cultura corporal e esportiva, linguagens artísti¬cas, 
práticas recreativas, integração com a natureza, turismo. 
(p.6)
Serviço Social do Comércio
49
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
14. Utilizar atividades recreativas lúdicas e divertidas, 
capazes de sensibilizar e motivar os indivíduos para uma 
participação mais ativa na conservação ambiental
As atividades lúdicas são recursos importantes que contribuem diretamente para a 
efetividade dos processos relacionados à sensibilização, participação, cooperação, obser-
vação e construção do conhecimento. Por meio de atividades didáticas diferenciadas, que 
exploram os campos cognitivo, afetivo, psicomotor e atitudinal, o trabalho pedagógico se 
fortalece, tornando-se mais eficaz. A utilização destes recursos lúdicos, como os jogos 
e as brincadeiras, por exemplo, desperta o interesse do indivíduo para o aprendizado, 
especificamente no que tange à sustentabilidade, bem como para a relação de causa e 
efeito dos impactos socioambientais.
A ludicidade é um instrumento de aprendizagem no qual se ensina sem pressão ou 
cobranças e onde se aprende sem receios de errar. Todavia, não pode ser visto somente 
como diversão, pois o seu desenvolvimento facilita a captura e intensificação da atenção, 
aguçando a percepção, a sensibilidade e o entendimento, possibilitando aos indivíduos 
escaparem deles mesmos e de sua demanda pela seriedade e utilidade, como mudança 
de direção, diferenciação, divergência. Dessa forma, as pessoas teriam a oportunidade de 
se afastar dos condicionamentos do dia a dia e experimentar outros olhares e sensibili-
dades, com vistas à mudança atitudinal para a conservação ambiental.
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Modelo da Atividade 
Recreação
Chama a atenção, também, o compromisso de elevar a 
atividade Recreação à qualidade de espaço privilegiado 
de intervenções socioculturais, capazes de sensibilizar e 
motivar os indivíduos a uma participação mais atuante e 
consciente em suas escolhas, práticas e realizações. (p.6)
Política de Lazer
Diante desse quadro, permanece necessária e importante 
a ação do Sesc no campo do lazer. Não mais com a 
preocupação de somente ampliar os acessos aos bens 
culturais e lúdicos. Mas de qualificar ações em prol da 
sua ação educativa e do seu objetivo em contribuir para o 
desenvolvimento de indivíduos e coletividades. (p. 5)
50
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
15. Esclarecer as relações entre a degradação do meio 
ambiente e a incidência de doenças
A partir do direcionamento institucional para ações voltadas à promoção e preven-
ção da saúde, torna-se imprescindível esclarecer indivíduos sobre as principais causas 
da degradação ambiental e como isso resultará em impactos negativos na saúde das 
pessoas. Por exemplo, ao poluirmos a água do rio que, mais à frente, será captada para 
consumo humano e animal, temos a consciência de que, dependendo do tipo de trata-
mento, esta água pode estar contaminada com bactérias e parasitas? E que, ao contrair 
uma diarreia, terei que deixar de trabalhar ou estudar por um período longo? Este é um 
exemplo de como a qualidade ambiental afeta diretamente a saúde das pessoas,que, 
por sua vez, impacta no sistema público de saúde, na economia e na educação. 
Nesse sentido, sob a perspectiva da atividade Educação em Saúde, a educação am-
biental no Sesc tem a chance de articular ações educativas para promoção, prevenção 
e controle social da saúde, com o objetivo de ampliar a autonomia, conhecimentos e 
habilidades para o autocuidado, por meio de ações, como, por exemplo: campanhas, cur-
sos, encontros, exposições mediadas, oficinas, orientações, palestras, rodas de conversa, 
videodebate e vivência. Por meio deste rol de ações, a educação ambiental contribuirá 
para a inclusão do meio ambiente como mais uma das condicionantes para a promoção 
e prevenção da saúde.
 
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Objetivos de 
Desenvolvimento 
Sustentável
ODS nº 3: Assegurar uma vida saudável e promover o 
bem-estar para todos, em todas as idades.
- Meta 3.3: Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, 
tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, 
e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e 
outras doenças transmissíveis. (p.21)
- Meta 3.4: Até 2030, reduzir em um terço a mortalidade 
prematura por doenças não transmissíveis via prevenção 
e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar. 
(p.22)
Serviço Social do Comércio
51
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
16. Realizar ações que promovam a alimentação saudável, 
sustentável e acessível, contribuindo para a redução da 
desnutrição e da degradação ambiental
O trabalho no campo da nutrição tem como propósito o fornecimento de alimenta-
ção adequada, visando à melhoria da saúde e redução da desnutrição. As unidades de 
alimentação do Sesc, para além do serviço de refeições, tem um papel educativo funda-
mental, estimulando a adoção de hábitos alimentares saudáveis e sustentáveis. Por isso, 
pensar cardápios que apenas priorizem o equilíbrio entre micro e macro nutrientes não 
parece ser suficiente para a promoção da alimentação saudável. Um fator importante 
quando o assunto é alimentação saudável, é a forma como o alimento é produzido. É 
sabido que o uso intensivo de agrotóxicos, principalmente nas grandes monoculturas, 
é responsável pela contaminação do solo e água e, no longo prazo, pelo surgimento de 
diversas doenças, entre elas, cânceres. Ao optar por gêneros alimentícios produzidos de 
forma orgânica, sem uso de herbicidas, pesticidas ou adubo químico, a educação am-
biental busca garantir uma alimentação de fato saudável e sustentável. 
Contudo, não basta ter um cardápio nutricionalmente balanceado e ambientalmente 
correto, se ele não for acessível. Nesse sentido, é necessário encontrar caminhos para o 
fornecimento de alimentação segura e a preços subsidiados, possibilitando o acesso da 
população mais vulnerável. Dessa forma, a educação ambiental deverá realizar um traba-
lho articulado que esclareça a relação entre a sustentabilidade e a alimentação saudável, 
nutritiva e acessível, tornando as unidades de alimentação em verdadeiros ambientes 
educativos.
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Objetivos de 
Desenvolvimento 
Sustentável
ODS nº 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança 
alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura 
sustentável.
- Meta 2.1: Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso 
de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas 
em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos 
seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano. (p.20)
52
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
17. Contribuir para a redução do desperdício de alimentos, 
promovendo a educação para o consumo
Quando falamos de alimentação, pensamos, de imediato, na forma de produção dos 
alimentos e como são servidos, mas, quase nunca, sobre a quantidade de lixo e des-
perdício gerados ao longo de toda a cadeia, que engloba a produção, logística, preparo, 
consumo e descarte. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimen-
tação e a Agricultura (FAO), cerca de um terço de toda a comida produzida no mundo é 
desperdiçada – o que seria suficiente para alimentar todas as pessoas que passam fome 
no planeta. Boa parte deste desperdício está no preparo, armazenagem e consumo dos 
alimentos. É necessário que a educação ambiental possa articular ações educativas vol-
tadas tanto às equipes que trabalham no preparo das comidas (para redução das sobras) 
como, também, aos usuários dos restaurantes (para redução do resto). 
Promover ações, como, por exemplo, o aproveitamento integral de alimentos e a rea-
lização de campanhas de combate ao desperdício junto aos comensais, demonstram-se 
bastante úteis para uma mudança atitudinal.
QUADRO REFERENCIAL
DOCUMENTOS REFERÊNCIAS
Objetivos de 
Desenvolvimento 
Sustentável
ODS nº12: Assegurar padrões de produção e de consumo 
sustentáveis.
- Meta 12.3: Até 2030, reduzir pela metade o desperdício 
de alimentos per capita mundial, nos níveis de varejo e 
do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo 
das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as 
perdas pós-colheita. (p.31)
Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
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Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
O quadro a seguir tem a finalidade de facilitar o entendimento da contribuição que 
cada campo de atuação institucional pode dar para o fortalecimento da educação am-
biental, à luz das possibilidades de ações descritas no Referencial Programático do Sesc. 
Ressaltamos que a educação ambiental não é representada por apenas um projeto, mas 
pelo conjunto da programação finalística que atenda aos seis princípios gerais e 17 dire-
trizes de ação. A educação ambiental no Sesc somente se consolidará a partir da integra-
ção entre os campos de atuação e da consequente convergência de esforços, rompendo 
barreiras que possam separar as áreas e reduzir a efetividade das ações.
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1. Incentivar a participação de grupos e 
indivíduos nos processos decisórios relativos 
ao uso dos recursos naturais.
X
2. Capacitar indivíduos e desenvolver 
habilidades que contribuam para o 
incremento de renda.
X
3. Combater todos os tipos de discriminação, 
promovendo a solidariedade e cooperação. X
4. Fomentar a organização de grupos e a 
criação de redes de educação ambiental. X
5. Promover processos artísticos educativos 
e inclusivos que permitam aos indivíduos 
e à coletividade expressarem, de forma 
simbólica, a temática socioambiental.
X
6. Valorizar e preservar as culturas locais, o 
saber e memória populares. X
7. Viabilizar o acesso e estimular o uso dos 
meios de comunicação para a construção 
participativa e difusão de informações 
socioambientais.
X
Serviço Social do Comércio
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Marco Referencial - Educação Ambiental no Sesc
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8. Contribuir para a qualificação de 
educadores ambientais. X
9. Esclarecer indivíduos, por meio da 
educação formal e não formal, acerca dos 
problemas socioambientais, sensibilizando-
os por suas causas e impactos no bem-estar.
X
10. Articular a educação ambiental com todas 
as áreas de conhecimento da educação 
básica.
X
11. Conscientizar os viajantes para a prática 
do turismo sustentável, esclarecendo a 
interação entre os aspectos ambiental, social 
e econômico.
X
12. Proporcionar a vivência em ambientes, 
preservados ou não, realizando a visitação, 
com caráter educativo, a unidades de 
conservação, comunidades tradicionais e 
áreas antropizadas.
X
13. Realizar atividades físicas em ambientes 
naturais ou urbanos, ressaltando a 
importância de sua conservação para 
melhoria da qualidade de vida.
X
14. Utilizar atividades recreativas lúdicas e 
divertidas, capazes de sensibilizar e motivar 
os indivíduos para uma participação mais 
ativa na conservação ambiental.
X
15. Esclarecer as relações entre a degradação

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