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Técnica de Pandeiro Brasileiro


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INSTRUMENTOS – PERCUSSÃO 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Aglaê Machado Frigeri 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Percussão brasileira: pandeiro estilo brasileiro 
O pandeiro brasileiro se diferencia de outros tipos de pandeiro existentes 
pelo mundo pela sua construção e, especialmente, pela sua técnica de 
execução. Classificado como um membranofone de uma única pele (animal ou 
sintética), que é posta em vibração por golpes, e como um idiofone de altura 
indeterminada, por apresentar pares de platinelas (dispostas em uma linha única 
e acopladas em sua armação) que entram em vibração ao serem agitadas. O 
pandeiro brasileiro também conta com um sistema de tarraxas de metal que 
aumentam ou reduzem a tensão da sua pele. Sua armação pode variar entre oito 
e 12 polegadas. 
Além da sua estrutura, que proporciona a emissão de sonoridades de 
frequências grave, média e aguda, os toques básicos relacionados à sua técnica 
de execução, com funções e timbres bastante distintos, se combinam de 
inúmeras formas, proporcionando ao pandeiro brasileiro uma gama bastante 
ampla de possibilidades sonoras. 
Nesta aula, mão direita diz respeito à mão que golpeia o instrumento, 
enquanto mão esquerda refere-se à mão que o sustenta, movimentando-o 
frequentemente. Foram definidos esses termos simplesmente para encurtar o 
acesso às informações subsequentes, para evitar escrever toques da mão que 
golpeia o instrumento ou mesmo movimentos da mão que sustenta o pandeiro. 
Isso não significa que seja obrigatório segurar e mover o instrumento com a mão 
esquerda e executar os toques com a mão direita, pois esse é um fator à escolha 
de cada pessoa. De maneira geral, as pessoas destras tocam dessa maneira, 
enquanto as canhotas invertem essas referências. 
TEMA 1 – SEGURANDO O PANDEIRO: TOQUES DA MÃO DIREITA E SAMBA 
É na parte da armação que não contém platinelas que se deve segurar o 
pandeiro, com a mão esquerda, observando três pontos: o polegar, que fica 
levemente dobrado e em contato com o aro e a pele; a palma da mão, onde a 
base inferior da armação fica apoiada; e as pontas dos dedos, que ficam 
encostadas na parte interna da estrutura. Nos primeiros dias, a posição de 
segurar o pandeiro pode parecer desconfortável, ocasionando dores brandas. 
 
 
3 
Por isso, é importante fazer pausas no estudo, a fim de descansar a mão. Sem 
dúvida alguma, durante a execução do pandeiro o maior esforço é feito pela mão 
que o sustenta, pois ela suporta todo o seu peso (Figura 1). 
Figura 1 – Como segurar o pandeiro 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Deve-se segurar o pandeiro em uma posição logo abaixo do umbigo, 
rotacionando o pulso ligeiramente para a direita, para mantê-lo inclinado. No 
início, é comum elevar o instrumento à altura do peito, mas isso acaba 
tensionando ombros e braços. 
Há três tipos de toques que compõem uma levada simples de samba: 
1. Golpe do dedão: para extrair o som grave da pele do pandeiro, o polegar 
realiza um movimento semelhante a uma chicotada, para ficar o menor 
tempo possível em contato com a pele do instrumento, em um ponto 
próximo à borda (entre o meio e o aro do pandeiro). A região do polegar 
que entra em contato com a pele do pandeiro é a lateral da articulação 
entre as duas falanges. 
Figura 2 – Golpe do dedão no pandeiro e com o polegar, marcado na segunda 
imagem com um círculo verde 
 
Créditos: Leonardo Gorosito; Rvlsoft/Shutterstock. 
 
 
4 
2. Dedos: com a mão em forma de concha, a junção das pontas dos dedos 
indicador, médio, anelar e mínimo deve percutir na borda da pele do 
pandeiro, bem próxima ao aro. 
3. Toque do punho: movimento complementar ao anterior, de sonoridade 
semelhante, mas realizado com a parte inferior da palma da mão. 
Figura 3 – Região de toque dos dedos e punho 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
No exercício a seguir (Figura 4), apresentamos um padrão básico de 
samba com o emprego dos três toques recém-descritos. 
Figura 4 – Partitura de pandeiro para samba I 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Outro toque pode ser adicionado: o tapa, que é o toque mais acentuado 
do pandeiro, de frequência aguda e penetrante. Ele é realizado com a mão 
aberta percutida no meio da membrana do instrumento. As pontas dos dedos 
conduzem o movimento e, após atingirem a pele do pandeiro, permanecem em 
contato com ela. 
 
 
 
 
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Figura 5 – Tapa 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Figura 6 – Partitura de pandeiro para samba II 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Outro tipo de toque feito no pandeiro é o rulo. Feito de duas maneiras, por 
fricção ou por agitação, o rulo por fricção é mais frequentemente utilizado, sendo 
até mesmo inserido em levadas. Para facilitar sua execução, passe cera de 
abelha ou vela na membrana do pandeiro, aumentando o nível de atrito. Em um 
ângulo de 90º com a pele, deixe todos os dedos da mão esticados e bastante 
rígidos, ataque o dedo médio contra a pele, seguindo com fricção. 
TEMA 2 – A MÃO ESQUERDA: ESTILOS DE SAMBA E CAPOEIRA 
Além de sustentar o instrumento, a mão esquerda do pandeirista 
desempenha outras funções importantes. Uma delas é o abafamento da 
membrana, efetuado pelo dedo médio da mão esquerda pressionando a pele. 
 
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Figura 7 – Dedo médio abafador 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Não é preciso aplicar força: um leve toque é o suficiente para interromper 
a vibração da membrana. Nas situações em que o abafamento não é utilizado, 
o dedo médio deve se manter junto aos outros dedos, apoiado na armação. 
No próximo exercício, o sinal (+) representa o abafamento do toque, 
enquanto o sinal (o) representa o toque solto, sem interferência do dedo médio 
da mão esquerda. 
Figura 8 – Partitura de pandeiro para samba III 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Nesse caso da Figura 8, apesar de os sinais de abafado (+) e solto (o) 
estarem sobre a nota do dedão, a pele deve permanecer abafada durante todas 
as quatro primeiras notas e ser solta para o grupo do segundo tempo. 
A próxima função da mão esquerda contribui principalmente com o 
suingue da levada de samba. Ao invés de manter o pandeiro estático, uma 
combinação do movimento de rotação do pulso com a elevação do braço deve 
ser empreendida, deslocando as platinelas para cima e para baixo. Assim, no 
próximo exercício, as flechas indicam a movimentação da mão esquerda: mova 
o pandeiro na direção dos dedos da mão direita, na segunda nota, e, depois, na 
direção do punho, na terceira nota. Na quarta nota, o pandeiro fica parado, assim 
como na primeira. É um tipo de movimentação tradicional. 
 
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Figura 9 – Partitura de pandeiro para samba IV 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Na concepção moderna de movimentação do pandeiro, a mão esquerda 
se movimenta o tempo todo, num balançar contínuo ascendente e descendente 
do instrumento, durante a levada. Para desenvolver o movimento de leve rotação 
da mão esquerda e compreender a diferença de sonoridade que isso provoca, 
realize o próximo exercício de três formas: 
1. desferindo os golpes somente com a movimentação da mão direita (dedos 
e punho), sem qualquer deslocamento do instrumento; 
2. girando o instrumento somente com a mão esquerda, mantendo a mão 
direita firme, estática; 
3. combinando os movimentos das duas mãos. 
Figura 10 – Partitura de exercício combinatório 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Vale ressaltar que a movimentação da mão esquerda do pandeiro é 
praticamente nula, no estilo partido-alto. Além de, nele, o instrumento utilizado 
ser mais pesado, é um estilo caracterizado pelo uso quase exclusivo de toques 
do dedão e tapa em sua riquíssima rítmica, sem ser preenchido de subdivisões. 
Figura 11 – Partitura de pandeiro para partido-alto 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
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8 
Uma das manifestações artísticas populares mais importantes do Brasil, 
a capoeira reúne dança, luta, poesia, história e música. A sua levada do pandeiro 
contém uma espécie de mistura dos elementos do partido-alto com a 
movimentação da mão esquerda da levada de samba. 
Figura 12 – Partitura de pandeiro para capoeira 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
O movimento da segunda e da terceira nota pode ser executado tanto pela 
rotação do pulso esquerdo quanto pelo movimento de arremesso do pandeiro 
para cima. Uma terceira variação, ainda, substitui os dois sons isolados das 
platinelas pelos toques dos dedos e do punho. 
TEMA 3 – CHORO E SEUS SUBGÊNEROS 
“O choro era, na sua essência, uma maneira de tocar. Como gênero, 
somente por volta de 1910 é que passou a ser uma forma musical definida, 
geralmente com três partes e tonalidade modulante” (Bolão, 2003, p. 103). 
Oriundo das festas de batuque, o pandeiro, no início do choro, não era bem-visto 
pelos músicos de sopros e cordas. Contudo, uma vez aceito como instrumento 
de acompanhamento rítmico do gênero, tornou-se rapidamente imprescindível 
na sua formação instrumental. 
Figura 13 – Partitura de pandeiro para choro I 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
O uso do rulo é eficaz em andamentos lentos, pois preenche a levada, 
composta por sons curtos e espaçados, e é uma das poucas maneiras de o 
pandeirista dilatar a duração do som do instrumento. 
 
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Figura 14 – Partitura de pandeiro para choro II 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Um dos subgêneros do choro, a polca é oriunda de danças europeias de 
andamento moderado e com levada simples. 
Figura 15 – Partitura de pandeiro para polca 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
A valsa, outro subgênero do choro, permite ao pandeirista realizar 
variações de subdivisões, assim como a utilização de rulos. 
Figura 16 – Partitura de pandeiro para valsa e variação 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
O maxixe, “[...] de ritmo vigoroso e alegre, surgiu no Rio de Janeiro por 
volta de 1870, [...] resultado da fusão da polca com o lundu. Considerada uma 
dança lasciva, obteve enorme sucesso nos palcos europeus nas décadas de 
1910 e 1920” (Bolão, 2003, p. 110). 
Figura 17 – Partitura de pandeiro para maxixe 
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Crédito: Leonardo Gorosito. 
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No choro, o pandeiro é um instrumento que cria uma teia rítmica, na qual 
a harmonia e, especialmente, a melodia vão elaborar seus movimentos de 
contorno. Não há, em qualquer circunstância, um momento em que lhe seja 
solicitado um maior volume sonoro ou virtuosismo por meio da complexidade de 
execução de floreios e variações, salvo algumas aberturas para solo. A 
ornamentação das células está restrita ao discurso musical e não pode perturbar 
a base fixa do ritmo. O pandeirista que distorce a teia de acompanhamento 
rítmico demonstra desconhecimento da tradição e da função do instrumento no 
choro. Entretanto, o percussionista que pretende transcender esse universo, 
mas ainda sim conservar elementos da tradição, pode separadamente fazê-lo 
em um grupo distinto, de criação própria. A roda de choro, no entanto, é um local 
de conservação coletiva do patrimônio imaterial centenário da cultura brasileira. 
TEMA 4 – OUTROS RITMOS 
A seguir, conheceremos ritmos que são executados com bastante 
frequência com o pandeiro, nos mais diferentes contextos: coco, ritmos de forró, 
marcha e frevo. 
4.1 Coco 
O coco é um folguedo que ocorre em todo o território nordestino, 
ganhando variações de estilo conforme a região em que é executado. Essas 
diferentes manifestações do ritmo encontram pontos de convergência, 
representados na música, por meio de sua célula rítmica básica e, na dança, por 
intermédio do passo de umbigada. 
Figura 18 – Partitura de pandeiro para coco e variação 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
No segundo compasso da variação da levada, a valorização da segunda 
semicolcheia, com uma nota do dedão, funciona como uma espécie de 
elemento-surpresa. Esse tipo de deslocamento do tempo forte do compasso cria 
um balanço tipicamente brasileiro. 
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A escola moderna do pandeiro, que teve contribuição essencial do músico 
carioca Marcos Suzano, desenvolveu uma alternativa de execução do som grave 
da pele do pandeiro: utilizar os dedos médio e anelar, juntos, para executar o 
som grave da membrana do instrumento. Ao se deparar com algumas 
sequências de toques que quebravam a fluidez do ritmo, além de serem 
desconfortáveis para as mãos, Suzano ampliou as alternativas de movimentação 
da mão direita com essa nova técnica, além de possibilitar o movimento 
constante da mão esquerda, durante a levada. No próximo exercício, esse 
recurso é escrito sobre a figura correspondente aos dedos, com um sinal de 
aberto (o) sobre ela. 
Figura 19 – Partitura de pandeiro para coco: variação com dedo no grave 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
4.2 Ritmos de forró 
Conforme já foram apresentados em aulas anteriores, os ritmos de forró 
serão exemplificados em seu uso do pandeiro. 
Figura 20 – Partitura de pandeiro para xote 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
O xote, no pandeiro, concentra suas acentuações no contratempo, em 
que o bacalhau da zabumba vai efetuar seus toques principais. 
Figura 21 – Partitura de pandeiro para baião 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
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A principal diferença entre o baião e o coco é dada pelo som abafado da 
primeira nota do padrão rítmico, tanto no pandeiro quanto na zabumba. 
Figura 22 – Partitura de pandeiro para xaxado 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Os acentos do punho, que antecedem os sons do dedão, são 
fundamentais para o balanço do ritmo. 
Figura 23 – Partitura de pandeiro para forró 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
O tapa na quarta semicolcheia é o maior diferencial da célula, 
harmonizando-se com o timbre do som da pele abafada da zabumba. 
Figura 24 – Partitura de pandeiro para arrasta-pé e variação 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
A variação da levada é bem dinâmica, utilizando uma sequência de golpes 
inovadora, pertencente à escola moderna de pandeiro. 
4.3 Marcha 
O ritmo da marcha pode ser utilizado, no pandeiro, para acompanhar as 
marchinhas de carnaval, ao lado de instrumentos como caixa, surdo e chocalho. 
 
 
 
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Figura 25 – Partitura de pandeiro para marcha 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
4.4 Frevo 
Apesar do seu andamento extremamente rápido, o frevo, no pandeiro, tem 
uma movimentação muito natural de ambas as mãos. 
Figura 26 – Partitura de pandeiro para frevo e variação 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
TEMA 5 – RITMOS ADAPTADOS AO PANDEIRO 
Nesta última seção da aula, vamos trabalhar com técnicas consideradas 
avançadas no universo do pandeiro, as quais vão ainda mais adiante da escola 
moderna do instrumento. 
5.1 Maracatu-nação 
Quando adequamos ao pandeiro um ritmo que não lhe pertence 
originalmente, o pandeirista deve realizar a adaptação com base na pesquisa 
dos padrões rítmicos, encontrando a melhor forma de encaixá-las na linguagem 
do pandeiro. No caso do maracatu, ritmos do gonguê, ganzá, xequerê, caixa e 
alfaia podem ser inseridos na levada de muitas maneiras, conforme a criatividade 
do músico. 
Figura 27 – Partitura de pandeiro paramaracatu-nação I 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
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Conduzida com os dedos sempre no primeiro tempo, essa levada confere 
ao dedão total liberdade para realizar os acentos característicos. 
Figura 28 – Partitura de pandeiro para maracatu-nação II 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Um trecho do padrão de caixa de guerra é adicionado à levada anterior 
(Figura 28), por meio do rulo de dedos, no primeiro compasso. 
Figura 29 – Partitura de pandeiro para maracatu-nação III 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Na Figura 29, o baque do martelo, executado originalmente pelas alfaias, 
foi adequado ao pandeiro, utilizando-se o grave com o dedão e os dedos. 
5.2 Afoxé 
Nas próximas adaptações, será utilizado mais um toque: o tapa com 
dedão. Com toda a extensão do polegar da mão direita, o pandeirista vai atingir 
exatamente o centro da pele e não mais a borda, permanecendo em contato com 
a membrana do instrumento. Como esse golpe tem uma sonoridade menos 
estalada que o tapa comum, o pandeirista poderá optar por abafar a pele, 
ajudando na diferenciação dos sons e no suingue da levada. Sua notação é feita 
com um x abaixo da linha. 
Figura 30 – Partitura de pandeiro para afoxé (respectivamente com tapa com 
dedão e tapa comum) 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
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5.3 Ciranda 
A transposição do ritmo de ciranda oferece uma nova possibilidade de 
toque no pandeiro: o toque diretamente na platinela, realizado com os dedos 
médio e anelar percutindo sobre o disco mais próximo à região dos dedos. Para 
sua notação, será usada uma cabeça de nota contendo um traço diagonal. 
Figura 31 – Partitura de pandeiro para ciranda 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
5.4 Barravento 
Muito comum em manifestações religiosas de ascendência africana, o 
ritmo do barravento tem como característica a subdivisão do tempo em três, 
proporcionando uma dinâmica de movimentação inédita ao pandeiro. Além 
disso, o barravento combina, em um único padrão, o uso dos toques da técnica 
moderna de pandeiro, como o grave com os dedos e o tapa com o dedão. 
Figura 32 – Partitura de pandeiro para barravento 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
5.5 Funk 
Esse ritmo internacional serviu como carro-chefe para o desenvolvimento 
da escola moderna do pandeiro. Com base no funk, os percussionistas 
perceberam a incrível capacidade sonora do instrumento e sua tamanha 
flexibilidade de se adaptar aos mais variados estilos de música. As batidas de 
funk têm como característica um acento marcante no segundo e quarto tempos. 
 
 
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Figura 33 – Partitura de pandeiro para funk I 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Figura 34 – Partitura de pandeiro para funk II 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
5.6 Possibilidades avançadas 
Existe uma ideia, em desenvolvimento no Brasil, de um dispositivo que 
torne possível a execução do pandeiro sem o som das platinelas. Outra 
possibilidade que vem sendo explorada por pandeiristas, professores e artistas 
em geral é a movimentação corporal em sincronia com a execução do 
instrumento. Por ser totalmente portátil e conter uma extensa possibilidade de 
timbres, o pandeiro proporciona a combinação da música com a movimentação 
de pernas, tronco e braços de quem o executa, além da oferta de diversas 
possibilidades de interação entre os artistas. 
NA PRÁTICA 
O pandeiro tem sido o instrumento de percussão brasileira que mais se 
desenvolveu nas últimas décadas, tanto em possibilidades técnicas quanto em 
inserção nos mais diversos gêneros musicais. Portanto, além da prática do 
instrumento, exercitando os exemplos aqui destacados, é muito importante que 
o estudante procure se aprofundar nos ritmos apresentados, com uso de áudios 
e vídeos disponíveis na internet, para melhor compreender a ligação dos ritmos 
brasileiros com seus respectivos contextos culturais. 
FINALIZANDO 
O pandeiro é um instrumento de percussão estreitamente ligado à música 
popular brasileira, sendo até mesmo considerado um símbolo de identidade 
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nacional, juntamente com o violão. Cada vez mais, sua utilização em gravações 
e espetáculos tem sido intensificada, graças à sua capacidade de ser adaptável 
aos mais diversos estilos musicais (não só do Brasil, mas do mundo) e às 
surpreendentes possibilidades sonoras de um instrumento tão pequeno. Seu 
aspecto pode até mesmo ser considerado rude, mas, como qualquer outro 
instrumento, ele exige um refinamento musical de quem o utiliza, ou seja, uma 
combinação de técnicas ligadas à criatividade e ao conhecimento de gêneros 
musicais. 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
BOLÃO, O. Batuque é um privilégio: a percussão na música do Rio de Janeiro 
– para músicos, arranjadores e compositores. Rio de Janeiro: Lumiar, 2003.

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