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Técnica de Percussão: Baquetas e Rudimentos


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INSTRUMENTOS – PERCUSSÃO 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Aglaê Machado Frigeri 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Esta aula aborda conteúdo referente à técnica de execução dos 
instrumentos de percussão, começando com a família dos membranofones, 
comumente denominados tambores. A caixa clara será o foco principal, pois 
oferece a técnica de execução básica de duas baquetas que será utilizada por 
diversos outros instrumentos, tanto parcialmente quanto em sua integridade. Ao 
final, discorreremos sobre os principais aspectos do tímpano, um dos principais 
instrumentos das orquestras e bandas sinfônicas. 
TEMA 1 – TÉCNICA BÁSICA 
Na música de concerto, o fazer percussivo é essencialmente realizado 
utilizando-se baquetas. Portanto, um dos elementos centrais do processo de 
aprendizagem da percussão é justamente o estudo da técnica de baquetas, que 
também engloba a movimentação de braços e mãos no desenvolvimento da 
qualidade sonora. 
Primeiramente, é fundamental estar atento ao próprio corpo quando se 
toca um instrumento. Quando estamos em pé, a posição dos pés deve estar em 
um meio-termo entre fechado e aberto. Os joelhos precisam ficar levemente 
flexionados dando apoio ao quadril, que deve estar em uma posição confortável, 
pois é o centro de equilíbrio do corpo. Todos os músculos das costas, dos braços 
e das mãos devem sempre estar no maior relaxamento possível. Qualquer 
tensão existente que não esteja relacionada com o golpe em si deve ser evitada. 
Por fim, pescoço e cabeça também devem estar alinhados com o resto do corpo. 
1.1 Como segurar a baqueta 
Para esse estudo da caixa clara, tudo o que vamos precisar é de um par 
de baquetas (conhecida no meio comercial como baqueta de bateria) e de uma 
superfície plana. O ideal é adquirir um praticável de estudo de baquetas (pad de 
bateria ou practice pad), mas, se não for possível, qualquer superfície 
emborrachada poderá servir para o estudo. Obviamente, uma caixa clara 
também pode ser utilizada, talvez com uma toalha sobre a pele para abafar o 
som, já que o foco principal nesse primeiro momento estará na movimentação. 
A forma como a baqueta deve ser apoiada na mão é, principalmente, por 
meio do dedão e do indicador formando um ponto de tensão que chamamos de 
 
 
3 
pinça. Ambos os dedos vão pressionar a baqueta somente o necessário para 
que ela não caia no chão. O lugar onde a pinça se posiciona deve estar em um 
ponto entre o meio e a parte traseira da baqueta. 
No dedo indicador, a baqueta vai ser apoiada em algum ponto da segunda 
falange. No dedão, a baqueta deve encostar na parte mais carnuda. Os outros 
dedos não formam pontos de tensão, mas simplesmente se apoiam encostando 
levemente na baqueta. As duas imagens a seguir (Figuras 1 e 2) mostram o 
posicionamento da mão segurando a baqueta. 
Figura 1 – Baqueta vista pelo dorso da mão 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
Figura 2 – Baqueta vista pelo punho 
 
Crédito: Leonardo Gorosito. 
 
 
4 
Para a realização do golpe (stroke, em inglês), usaremos principalmente 
o movimento do pulso. Podemos dividir o movimento do golpe completo em três 
partes. De forma relaxada, o pulso fará um movimento de preparação para cima 
(up stroke), outro para baixo (down stroke) e, após a cabeça da baqueta encostar 
na superfície, outro movimento para cima do pulso, como finalização. Assim, 
nosso primeiro exercício prático será a realização de um toque por vez com cada 
mão, calmamente, tentando observar com clareza as três partes do movimento 
do golpe completo. É importante salientar que o golpe se inicia com a cabeça da 
baqueta próxima à superfície e acaba para cima, realizando um movimento 
apenas vertical, com a cabeça subindo e descendo em uma linha reta. 
Todo ser humano tem um lado predominante – na maioria dos casos, o 
direito. Na caixa clara, devemos tentar igualar ao máximo o movimento (e, 
consequentemente, o som) que será executado por ambas as mãos. Portanto, 
uma atenção especial à mão menos proficiente torna-se necessária, 
compensando sua fragilidade. 
TEMA 2 – RUDIMENTOS I 
Rudimentos são os fundamentos técnicos necessários para o 
desenvolvimento do controle das baquetas junto aos tambores. Vamos estudar 
alguns deles, visando adquirir o domínio das baquetas através da plena 
execução dos movimentos. 
2.1 Toque simples alternado 
O primeiro deles se chama toque simples alternado (Figura 3), por 
combinar um toque com a mão direita seguido de um toque com a mão esquerda, 
ou vice-versa, e assim por diante. 
Figura 3 – Exercício toque simples alternado em colcheias 
 
As letras “R” e “L” correspondem à mão que será usada para cada toque, 
sendo R para right (direita) e L para left (esquerda). O termo utilizado está em 
 
 
5 
inglês para ficarmos adequados à literatura disponível (partituras, métodos) para 
percussão, que é, em sua maioria, escrita em inglês. 
A execução desse exercício consiste em manter a atenção nos seguintes 
elementos: 
• Repetições: repetir o exercício 20 vezes, começando com a mão direita 
(R) e, ao repetir, começar com a mão esquerda (L). Dessa forma, a cada 
repetição do exercício, é uma mão diferente que inicia o movimento. 
• Andamento: iniciar com uma velocidade bem lenta (60 batidas por minuto 
– bpm) para, aos poucos, chegar a aproximadamente 180 bpm. É 
importante contar com o acompanhamento de um metrônomo para se 
certificar de que não está “correndo” nem “atrasando”, ou seja, está 
mantendo o andamento. 
• Dinâmica: escolher uma intensidade média para começar, mas sabendo 
que o objetivo final é desenvolver a capacidade de realizar esse exercício 
em todas as dinâmicas possíveis. É essencial observar a altura das 
baquetas e a amplitude dos movimentos: a distância em que a cabeça da 
baqueta se encontra em relação à superfície, antes do toque para baixo, 
está diretamente relacionada à intensidade da nota. Se a distância for 
pequena, teremos uma nota fraca, e se for grande, uma nota forte. Nesse 
exercício, o grau de elevação das baquetas deve ser mantido. 
• Igualdade dos toques: a uniformidade do som está relacionada à 
igualdade de movimento (conforme explicado acima, agindo na 
intensidade) e o lugar do toque (agindo na característica do som emitido). 
Ao utilizar um praticável de estudo, é preciso buscar dois pontos bem 
próximos e na mesma linha horizontal, como lugar de toque; na caixa 
clara, o ponto é o centro da pele. As duas baquetas devem manter o lugar 
de toque correspondentes, pois se uma delas ficar mais avançada que a 
outra, acarretará sons desiguais. 
No próximo exercício, ao invés de dois toques, realizaremos três de igual 
duração, por tempo (Figura 4). Pela alternância das mãos sobre um número 
ímpar, cada início de tempo será tocado com uma mão diferente. 
 
 
 
 
6 
Figura 4 – Exercício toque simples alternado em tercinas 
 
Mantenha todos os pontos de atenção do exercício anterior. Com relação 
à dinâmica, acrescente um acento (toque mais forte) na primeira nota de cada 
tempo para reforçar a variação das mãos. Perceba que, para acentuar uma nota, 
é preciso aumentar o grau de elevação da baqueta. 
O terceiro exercício consiste em variações de velocidade em um mesmo 
compasso (Figura 5). A partir do terceiro tempo, o ritmo ficará duas vezes mais 
rápido. 
Figura 5 – Exercício toque simples duas velocidades 
 
• Andamento: iniciaremos em 80 bpm no metrônomo, para adequar o 
movimento do pulso ao dobrar de velocidade. Depois, com as mudanças 
rítmicas bem interiorizadas, deve-se praticar em andamentos lentos (60-
70 bpm) e rápidos (110-130 bpm). 
• Dinâmica: executar dois compassos em piano (fraco), seguidos de dois 
compassos fortes, atento à passagem súbita de uma dinâmica à outra 
(sem que haja crescendo ou decrescendo). A ideia é executar dois 
patamares opostos de intensidade que se iniciam exatamente em cada 
primeira nota do compasso. 
O quartoexercício é um desafio de precisão rítmica, em que cada tempo 
é preenchido por um número diferente de toques, alternadamente (Figura 6). O 
objetivo é aperfeiçoar nossa consciência das variações de velocidade dos 
toques, desenvolvendo nossa capacidade de controlá-las. 
 
 
 
7 
Figura 6 – Exercício velocidades alternadas (progressão rítmica) 
 
• Andamento: 90 bpm para começar e mais tarde expandir para um tempo 
mais lento (até 60 bpm) e mais rápido (até 130 bpm). Observe que, quanto 
mais lento, mais difícil será manter a precisão dos valores de colcheia, 
tercina de colcheia e semicolcheia. 
O quinto exercício será feito sem padrões rítmicos, com notação 
alternativa. Notações gráficas trazem a ideia do efeito musical pretendido, e a 
função do percussionista é dar vida a essa ideia da melhor forma possível. 
Figura 7 – Exercício toque alternado acelerando e ralentando 
 
Executar toques simples alternados, partindo do mais lento possível ao 
mais rápido possível, retornando ao mais lento. É preciso manter a proporção 
dos movimentos de acelerar e ralentar, e isso exige paciência e controle. 
TEMA 3 – RUDIMENTOS II 
Em Rudimentos I foi trabalhado o toque simples, que contempla apenas 
um toque para cada mão. A seguir, será introduzido o toque duplo, no qual duas 
notas seguidas são realizadas com a mesma mão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
3.1 Toque duplo (papa-mama) 
Diferentemente do toque simples, nos próximos exercícios cada mão 
realizará dois toques, realizados por dois movimentos de pulso. O primeiro deles 
(Figura 8) também é conhecido como papa-mama. 
Figura 8 – Exercício toque duplo 
 
Ao realizar o exercício acima, pode-se verificar um fenômeno sonoro: a 
segunda nota acaba soando mais fraca que a primeira. Isso acontece porque, 
quando tocamos a segunda nota, muita energia já foi dispensada com o 
movimento do primeiro gesto. Para amenizar tal desequilíbrio, refaça o exercício 
colocando um acento na segunda nota de cada mão (Figura 9). Inicie no 
andamento de 70 bpm e, depois, aumente gradativamente a velocidade do 
metrônomo. Procure realizar a maior diferença possível entre a nota pianíssimo 
e a nota forte com acento, sentindo como a musculatura trabalha de forma 
diferenciada para cada dinâmica. 
Figura 9 – Exercício toque duplo com acento 
 
Diminua gradativamente a presença do acento, enquanto aumenta pouco 
a pouco a intensidade do primeiro toque, até que soem iguais. Pratique os 
exercícios começando tanto com a mão direita quanto com a esquerda. 
3.2 Paradiddle 
Esse padrão de toque une o toque simples alternado com o toque duplo 
em um único exercício. Seu nome, utilizado em inglês, é uma onomatopeia, 
assim como o papa-mama. 
 
 
9 
Figura 10 – Exercício paradiddle 
 
Esse exercício consiste em dois toques com mãos alternadas, seguidos0 
de dois toques repetidos pela mesma mão. Após quatro golpes, o padrão se 
reinicia com mão contrária à que começou o exercício. Atenção à precisão 
rítmica e à igualdade na dinâmica, tanto no toque simples quanto no toque duplo. 
Pratique nos andamentos entre 60 a 200 bpm e em várias dinâmicas. 
Existem outras combinações possíveis de paradiddle: 
• Simples: R L R L L R L // L L R L R R L R // R L L R L R R L // L R 
R L R L L R // R L R L L R L R // L R L R R L R L 
• Duplo: R L R L R R L R L R L L // L R L R L L R L R L R R 
• Triplo: R L R L R L R R L R L R L R L L // L R L R L R L L R L R L R L 
R R 
• Paradiddle-diddle R L R R L L // L R L L R R 
3.3 Toque triplo 
Seguindo o conceito do toque duplo, que integra a repetição de golpes 
com a mesma mão, vamos focar agora no estudo do toque triplo (Figura 11). 
Quanto mais repetições seguidas o pulso executar, maior será a probabilidade 
de nossos músculos se tensionarem, não só os das mãos e dos braços, mas de 
todo o corpo. Portanto, fique atento ao relaxamento durante os movimentos. 
Figura 11 – Exercício toque triplo 
 
Assim como o toque duplo, existe uma tendência de ocorrer um 
diminuendo em cada grupo de três notas. O pulso perde energia após cada golpe 
dado com a mesma mão. Para sanar esse problema, adicionaremos um 
 
 
10 
crescendo da primeira para a terceira nota de cada tempo. Assim, por meio do 
mesmo processo do exercício anterior de toque duplo, aos poucos retiraremos o 
crescendo, até que todas as notas soem exatamente iguais. 
TEMA 4 – RUDIMENTOS III 
Apresentaremos o material que já foi utilizado anteriormente, toques 
simples e duplos, agora preenchidos com ornamentações. Nas artes de maneira 
geral, um ornamento serve para enfeitar um elemento, deixando-o mais 
interessante, mas sem se sobressair como elemento de maior importância. Na 
música ocidental, é um recurso que se propagou durante o período barroco. 
4.1 Flam 
É o rudimento equivalente ao ornamento melódico apogiatura (do italiano 
appoggiare, que significa apoiar). Ao executá-lo, é preciso valorizar a nota 
principal, deixando a dinâmica da apogiatura claramente mais fraca que a nota 
real. Como resultado, o apoio do termo original estará na nota principal. 
Figura 12 – Exercício flam 
 
A primeira nota é a apogiatura da mão esquerda, então, posicione a 
cabeça da baqueta esquerda bem próxima da pele. A baqueta direita realizará a 
nota principal, por isso deve estar com a cabeça elevada, longe da pele. Para 
executar o primeiro tempo do compasso, efetue um golpe com as duas mãos 
simultaneamente. Dessa forma, as baquetas não atingirão a pele ao mesmo 
tempo e o efeito sonoro resultante será o de duas notas ligeiramente separadas. 
A baqueta esquerda atingirá primeiramente a pele, pelo fato de estar mais 
próxima dela, e consequentemente terá uma dinâmica menor. 
 
 
 
 
 
 
11 
Figura 12 – Posição das baquetas para realizar o flam (início) 
 
Logo após o primeiro golpe, as baquetas devem ficar na posição oposta 
da inicial: a cabeça da baqueta esquerda fica elevada, e a direita para baixo. 
Muita atenção quanto à altura das baquetas: 
• A cabeça da baqueta que toca a nota principal inicia seu movimento em 
uma posição alta; logo após o primeiro golpe, deve permanecer na área 
baixa, permitindo que o próximo flam já seja preparado; 
• A cabeça da baqueta que toca a apogiatura inicia seu movimento em uma 
região bem baixa, o mais próximo possível da pele; após o golpe, deve 
mover-se excessivamente para cima, preparando a próxima nota real. 
Para que tudo isso aconteça com eficiência, trabalhe exageradamente 
com a movimentação dos pulsos. Pratique em velocidades distintas. 
Variações derivadas do flam (atenção ao uso das mãos indicadas) podem 
ser vistas a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
Figura 13 – Variações derivadas do flam 
 
4.2 Rulo 
Na percussão, o conceito de rulo (também conhecido como rufo) se refere 
à forma pela qual os instrumentos simulam um som longo e contínuo, pois, na 
verdade, é uma repetição de vários golpes em sequência. Existem três tipos 
básicos de rulo: simples, aberto e fechado. 
O rulo simples é alcançado por meio de toques únicos de cada mão, 
rapidamente alternados. É o recurso utilizado no tímpano quando uma nota longa 
é requerida. Já os rulos aberto e fechado são estruturais na caixa clara e contêm 
 
 
13 
o conceito de rebote, que diz respeito à execução de vários toques a partir de 
um único golpe de pulso. No rulo aberto o número de rebotes é controlado e 
contado; no rulo fechado, o percussionista não visa definir a quantidade de 
toques por golpe. 
Desenvolvendo o rebote: procure realizar golpes que contenham dois 
toques por vez, provocando maior pressão na pinça exatamente no momento do 
contato da cabeça da baqueta com a superfície, relaxando logo em seguida. O 
rebote permite a realização de toques bem próximos uns dos outros, pois a 
cabeça da baqueta trabalha com a ação da gravidade, e a pinça trabalha para 
que ela volte a entrarem contato com a pele. 
No próximo exercício, existe um grupo de toques duplos no segundo 
compasso, em que o rebote só deverá ser empregado em andamentos mais 
rápidos, quando não é mais possível articular duas vezes o grupo de músculos 
de toda a mão e do pulso. 
Figura 14 – Exercício rulo aberto 
 
Realizando com o metrônomo a 68 bpm: o segundo compasso deverá 
ser executado com um movimento de pulso para cada semicolcheia, sem o uso 
de rebote, sendo, dessa forma, idêntico ao toque duplo (papa-mama). 
Realizando com o metrônomo a 160 bpm: o uso de rebote se torna 
necessário no segundo compasso. Portanto, “permita” que a baqueta realize dois 
toques (no caso, duas semicolcheias) a cada golpe de pulso. 
Em determinado andamento, existe um momento de passagem entre o 
movimento do pulso e o rebote. Para treinar e perceber esse exato momento de 
transição, o mesmo exercício de aceleração e desaceleração em toque simples 
é recomendado, contudo, utilizando agora o toque duplo. 
 
 
 
14 
Figura 15 – Exercício rulo aberto acelerando 
 
Há também rudimentos utilizando rulos abertos contados, de cinco até 
dezessete toques. Como por exemplo: 
Figura 16 – Rulos abertos contados 
 
4.3 Drag 
É um ornamento similar ao flam, mas que contém dois toques, realizados 
com o toque duplo com rebote. 
Figura 17 – Exercício drag 
 
Figura 18 – Variações derivadas do drag (atenção ao uso das mãos indicadas) 
 
 
 
15 
4.4 Rulo fechado 
Podemos trabalhar o rulo fechado por meio do exercício de acelerar e 
desacelerar, sendo que, agora, aplicaremos o maior número de rebotes 
possíveis a cada golpe de pulso. Lembre-se de manter seus músculos relaxados. 
Figura 19 – Exercício rulo fechado acelerando 
 
E, assim, concluímos a técnica básica de caixa clara. 
TEMA 5 – TÍMPANOS 
Parte da técnica básica de baquetas e dos rudimentos estudados nesta 
aula pode ser aplicada diretamente ao tímpano. No entanto, as diferenças de 
baqueta (a de tímpano possui a cabeça envolvida por um feltro), de tensão da 
pele (a do tímpano é menos tensa e varia de acordo com a nota afinada) e o tipo 
de golpe (que, no tímpano, precisa ficar o menor tempo possível em contato com 
a pele para não inibir sua vibração), acabam requerendo, praticamente, o uso 
somente do toque simples alternado. 
Comparando a técnica de caixa clara com a de tímpanos, os pulsos 
deverão realizar uma rotação de 45º, deixando os polegares voltados para cima. 
Quando estão posicionadas sobre a pele, em vez de as baquetas desenharem 
um A, no tímpano desenharão um V, com os pulsos levemente curvados para 
fora. O lugar mais apropriado para que a baqueta atinja a pele é entre o centro 
e a borda, dando origem a um som equilibrado em harmônicos graves e agudos 
e, principalmente, com altura nitidamente definida. 
 
 
 
 
 
 
16 
Figura 20 – Tímpano 
 
Crédito: Shodography/Shutterstock. 
5.1 Altura definida 
O tímpano é um instrumento da percussão de altura definida, porém, mais 
do que isso, sua afinação é totalmente controlada pelo músico que o interpreta, 
através do pedal e de sistemas de microafinação. Portanto, o timpanista deve 
dominar profundamente o universo do solfejo e os intervalos, para conseguir 
executar seu ofício de forma adequada. No tímpano, a afinação é tão importante 
quanto a técnica. 
5.2 A orquestra sinfônica 
É integrando a orquestra sinfônica que o tímpano alcança seu maior grau 
de expressividade. Pelo seu posicionamento ao fundo do palco, o timpanista 
deve estar atento para que a frase executada seja compreendida perfeitamente 
a muitos metros de distância a sua frente, sendo, por isso, conhecido como o 
segundo maestro da orquestra. A função primordial do tímpano é coordenar o 
tempo da orquestra, sendo sua segunda função dar colorido às obras musicais, 
normalmente criando grande dramaticidade por meio do seu característico rulo. 
Dependendo do estilo da obra e da solicitação do compositor, utilizam-se 
de dois até cinco tímpanos de dimensões distintas, sendo que cada um 
apresenta uma extensão intervalar de uma sexta (o tímpano mais grave 
disponível, por exemplo, alcança de Ré até Si). Cabe ao timpanista definir o 
número de tímpanos necessários e quais serão utilizados. 
 
 
17 
5.3 Afinação 
Para modificar as notas, existem diferentes sistemas, desde chaves junto 
ao aro que pressiona a pele, até sistemas hidráulicos ou dentados de pedal. Por 
isso, a maioria dos timpanistas executa o instrumento sentado, liberando os pés 
para trabalharem na correção de afinações e modificação das notas. 
5.4 Abafamento 
Pelo tamanho e nível de tensão da pele do tímpano, o golpe da baqueta 
provoca uma longa vibração da membrana. O abafamento evita que os sons dos 
tambores se sobreponham em um emaranhado de harmônicos, ocasionando 
frases sem clareza, sem definição rítmica nem melódica. O abafamento é feito 
pelos dedos médio, anelar e mínimo, posicionados sobre a área de toque, 
enquanto o indicador e o dedão continuam trabalhando em função da pinça, 
segurando a baqueta. É o timpanista quem decide quando e como realizá-los, 
sempre em conformidade com as ideias musicais específicas de cada trecho. 
5.5 Estudo do tímpano 
Se você tem um tímpano à sua disposição, distribua seu estudo em: 
• Parte técnica: cubra um tambor pela metade com uma toalha e pratique 
os exercícios de toque simples alternado descritos anteriormente. 
• Qualidade de som: disponha o intervalo de uma quarta justa nos tímpanos 
centrais e execute lentamente ritmos simples entre os dois tambores. 
• Afinação: selecione a nota, aproxime o ouvido da membrana, toque 
suavemente com a baqueta e, então, suba com o pedal até alcançar a 
nota pretendida. Experimente combinações de notas entre os tímpanos. 
• Trechos de orquestra: pratique trechos desafiadores de obras 
frequentemente executadas pelas orquestras, escolhendo excertos com 
dificuldades musicais, técnicas e de mudança de afinação. 
 
NA PRÁTICA 
 
 
18 
Tudo o que foi apresentado nesta aula é essencialmente prático. O 
percussionista precisa estar com sua técnica de baquetas sempre em dia para 
enfrentar os desafios musicais, seja qual for o grupo que participe. Devemos 
estar preparados tecnicamente para suprir as exigências das peças, assim como 
para bem utilizarmos todo o potencial disponível dos instrumentos em questão. 
FINALIZANDO 
Pegue o metrônomo, suas baquetas, seu instrumento (ou superfície) 
disponível e mãos à obra (literalmente)! Mantenha sua postura relaxada e sua 
atenção nos movimentos, assim como na qualidade do som que você produz 
com suas baquetas. O material aqui selecionado é capaz de suprir a demanda 
técnica básica de um percussionista, só depende de você transformá-lo nas suas 
próprias ferramentas de trabalho. 
Bons estudos!

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