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Autismo E Alimentação

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Nutrição em autismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Nutrição em autismo 
Sumário 
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ............................................................... 5 
DIFICULDADES E COMPLICAÇÕES ALIMENTARES NO AUTISMO ....................... 6 
Sensibilidade sensorial .............................................................................................. 6 
Compulsão alimentar ................................................................................................. 6 
Seletividade alimentar e recusa alimentar .................................................................. 7 
Alterações gastrointestinais ....................................................................................... 8 
Alergia à proteína do leite e intolerância à lactose ..................................................... 9 
ENTENDENDO A NUTRIÇÃO NO AUTISMO .......................................................... 10 
Malefícios da alimentação inadequada .................................................................... 10 
O que meu filho pode comer? .................................................................................. 10 
Saúde intestinal através da alimentação .................................................................. 11 
PROBIÓTICOS ........................................................................................................ 11 
PREBIÓTICOS ........................................................................................................ 11 
A suplementação é necessária? .............................................................................. 12 
Dieta sem glúten e sem caseína trazem benefícios? ............................................... 12 
ESTRATÉGIAS ALIMENTARES .............................................................................. 13 
Incentivo a alimentação saudável ............................................................................ 17 
Fatores desmotivadores na educação nutricional .................................................... 17 
ESTADO NUTRICIONAL DE AUTISTAS ................................................................. 29 
INTERVENÇÕES DIETOTERÁPICAS: MICRONUTRIENTES ................................. 32 
Referências .............................................................................................................. 35 
 
 
 
 
 
 
 
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Nutrição em autismo 
Introdução 
 
O autismo é um distúrbio generalizado do desenvolvimento, que se manifesta 
normalmente até aos três anos de idade, sendo extremamente variadas as 
características sintomatológicas, comportamentais e sociais apresentadas por cada 
indivíduo. As perturbações do espectro do autismo incluem o Síndroma de Asperger 
e atrasos de desenvolvimento não especificados. De modo a simplificar o 
desenvolvimento do tema, o termo “autismo” é aqui utilizado para referir de forma 
generalizada todas as perturbações pertencentes ao seu espro. Esta doença deixa 
comprometidas as capacidades necessárias a um correto desenvolvimento e uma 
adequada interação social, em que as manifestações podem ser, por exemplo, 
atraso na linguagem, agressividade, recusas na realização de tarefas de rotina, 
comportamentos estereotipados e repetitivos, entre outras. Afeta em maior 
proporção indivíduos do sexo masculino e a sua prevalência tem vindo a aumentar, 
fato que tem levado ao seu reconhecimento como um problema de Saúde Pública. O 
número de casos aumentou 78% desde 2007, atingindo aproximadamente 1 em 
cada 88 crianças nos Estados Unidos da América, de acordo com as estatísticas do 
Centers for Disease Control and Prevention publicadas em 2012, o que implica, 
consequentemente, uma maior prevalência de diversas patologias crónicas 
associadas à doença, como por exemplo, asma, diabetes tipo 1, esquizofrenia e 
distúrbios do sono. Oliveira et al verificaram uma prevalência do autismo de quase 
10 em cada 10.000 crianças nascidas entre 1990 e 1992, em Portugal continental e 
Açores. 
 
 
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Nutrição em autismo 
Existe uma importante associação entre as características genéticas e a 
etiologia do autismo. Várias mutações genéticas relacionadas com a função 
sináptica, o crescimento e a migração dos neurónios e o funcionamento de 
neurotransmissores, entre outras, têm sido descobertas. Tais alterações, pela 
interação com outros fatores de risco, tornam os indivíduos predispostos à doença, 
sendo as mutações “de novo” as mais estudadas.(6) Estas mutações podem ocorrer 
quer por exposição excessiva a fatores mutagénicos, como por exemplo metais 
pesados, quer por défices nos fatores endógenos protetores, como é o caso da 
vitamina D. 
Embora a sua etiologia, considerada multifatorial, seja ainda bastante difícil de 
esclarecer, tem sido crescente o interesse de diversas áreas médicas e muitos têm 
sido os fatores estudados como possíveis promotores da doença. Destes, alguns 
relacionam-se com aspetos de âmbito nutricional, o que poderá justificar uma 
intervenção nesta área. 
Entre as principais comorbilidades identificadas em autistas estão diversas 
patologias gastrointestinais, nomeadamente obstipação, diarreia, hiperplasia nodular 
linfóide íleo-cólica, enterocolite, gastrite, esofagite, disbiose e permeabilidade 
intestinal aumentada. Para além disso, têm sido descritas alterações no perfil 
enzimático de doentes autistas, com diminuição da expressão de enzimas e 
transportadores, condições promotoras de má digestão e absorção. Os nutrientes 
não digeridos podem servir de substrato para as bactérias, favorecendo assim o 
crescimento de uma flora anormal. A instabilidade da flora intestinal, por sua vez, 
pode conduzir a uma colonização por bactérias patogénicas e produtoras de 
 
 
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Nutrição em autismo 
neurotoxinas, o que pode ser promotor de problemas como a obstipação e diarreia. 
A microbiota normal do intestino é importante, não só para competir com 
microrganismos patogénicos, como também para promover a motilidade 
gastrointestinal, manter o balanço hídrico e sintetizar algumas vitaminas. 
Parecem ser também características do autismo alterações da resposta 
imunitária a certas proteínas alimentares, o que pode levar à inflamação 
gastrointestinal. Consequentemente, o possível desconforto intestinal resultante do 
processo inflamatório pode agravar os problemas comportamentais. É de 
acrescentar que a existência de uma anormal permeabilidade intestinal pode 
traduzir-se numa maior absorção de péptidos que, por sua vez, são capazes de 
atravessar a barreira hematoencefálica, exercendo efeitos a nível central como 
opióides. 
Nesta revisão bibliográfica são abordados vários fatores nutricionais, não só 
aqueles descritos como fatores de risco, mas também os que têm sido sugeridos 
como promotores da melhoria do estado de saúde do autista. 
 
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 
 
O Transtorno do Espectro Autista, ou Autismo, é um transtorno de 
desenvolvimento neurológico influenciado por múltiplos fatores que desempenham 
um papel na sua condição clínica, de modo a apresentar comprometimento da 
comunicação, interação social e padrões restritos e repetitivos, presentes antes dos 
três anos de idade. 
 
 
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Nutrição em autismo 
As atitudes repetitivas podem estender-se aos hábitos alimentares do 
indivíduo autista, que exibe desintegração sensorial e pode limitar seu consumo a 
poucos tipos de alimentos, limitar a consistência alimentar ou, ainda, associar seu 
consumo a determinados hábitos e compulsão alimentar. 
 
 
DIFICULDADES E COMPLICAÇÕES ALIMENTARES NO AUTISMO 
 
Sensibilidade sensorial 
A dificuldade de processamento sensorial inclui sensibilidade excessivaou 
insuficiente a estímulos sensoriais no ambiente ( olfato, paladar, visão, audição e 
tato). Os indivíduos autistas costumam apresentar desintegração sensorial, que 
pode se manifestar na alimentação. A alimentação e as refeições são especialmente 
desafiadoras para esses sujeitos e seus cuidadores. 
 
Compulsão alimentar 
Indivíduos com autismo frequentemente exibem pensamentos e 
 
 
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Nutrição em autismo 
comportamentos intensamente repetitivos e restritos, que podem se refletir nos 
hábitos alimentares. Estes comportamentos têm semelhanças com compulsões, que 
são impulsionadas pelo desejo repetitivo de realizar o comportamento e a tendência 
de repetir ações de maneira estereotipada ou habitual. Efeitos recompensadores, 
seguidos de redução da ansiedade, levam à dependência comportamental. Muitas 
vezes esses indivíduos podem até se comportar de maneira agressiva se forem 
interrompidos durante a realização das refeições. 
 
 
Seletividade alimentar e recusa alimentar 
 
A seletividade alimentar em indivíduos com autismo pode estar relacionada à 
 
 
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Nutrição em autismo 
disfunção do processamento sensorial, especificamente à sensibilidade sensorial 
oral. Constantemente, relatos de pais de crianças com autismo atribuem seletividade 
alimentar a aversões a cor, sabor, cheiro e/ ou textura. A sensibilidade sensorial 
pode levar os indivíduos com autismo a restringirem seu consumo de alimentos 
com texturas preferenciais, toleráveis e controláveis Ademais, a hipersensibilidade 
sensorial oral atípica ( não comum) é associada a taxas mais altas de recusa 
alimentar, repertório alimentar mais restrito e baixo consumo de frutas e vegetais. A 
falta de variedade alimentar pode colocar os indivíduos em risco nutricional. 
 
 
 
Alterações gastrointestinais 
 
Indivíduos que apresentam autismo são propensos a alterações 
gastrointestinais. 
Esses indivíduos apresentam alterações na composição e função das 
 
 
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Nutrição em autismo 
bactérias presentes no intestino. Tais alterações estão relacionadas a sintomas 
gastrointestinais como dor abdominal, constipação, diarreia e também a disfunções 
cognitivo comportamentais (eixo cérebro-intestino). Ou seja, todos esses fatores 
podem contribuir para problemas comportamentais em crianças com autismo. 
 
Alergia à proteína do leite e intolerância à lactose 
 
A intolerância e alergia ao leite podem estar presentes no indivíduo com 
autismo. O quadro abaixo mostra a diferença entre alergia e intoleância. 
 
 
INTOLERÂNCIA À LACTOSE 
 
ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE 
O corpo produz pouca ou nenhuma enzima 
lactase, que digere o açúcar do leite, chamado 
lactose. 
 
Uma reação do sistema 
imunológico às proteínas do leite. 
 
Sintomas 
gastrointestinais 
( diarréia, flatulências, constipação, dor 
abdominal etc.). 
 
 
Sintomas 
gastrointestinais como asma, dermatites 
atópicas, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
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Nutrição em autismo 
ENTENDENDO A NUTRIÇÃO NO AUTISMO 
 
Malefícios da alimentação inadequada 
 
Os alimentos ultraprocessados passam por muitas etapas de processamento 
e apresentam ingredientes como sal, açúcar, óleos, gorduras e aditivos alimentares. 
Esses aditivos têm a função de aumentar a duração dos alimentos, colorir, dar 
sabor, aroma e textura que os tornem muito atraentes. Existem vários motivos para 
evitar o consumo dos ultraprocessados em indivíduos com autismo. Estudos 
mostraram que os aditivos alimentares nesse tipo de alimento, especialmente 
conservantes, corantes, xarope de milho rico em frutose e adoçantes artificiais, estão 
l igados ao comprometimento do autismo. Essas substâncias podem também causar 
desequilíbrios minerais ( baixos níveis de zinco e fósforo, altos níveis de cobre). 
 
O que meu filho pode comer? 
 
 
Os alimentos in natura, ou minimamente processados, devem ser base da 
alimentação diária de um autista, pois os mesmos contêm nutrientes e 
micronutrientes necessários, como grãos, raízes, legumes, verduras, frutas, 
castanhas, ovos e carnes, feijão, arroz, milho, batata, mandioca etc. 
Óleos, gorduras, sal e açúcar devem ser utilizados em pouca quantidade para 
temperar e cozinhar alimentos. 
 
 
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Nutrição em autismo 
Preferir sempre azeite de oliva em vez de óleos em geral. 
Evitar o consumo de alimentos processados (conservas de legumes, compota 
de frutas, pães e queijos, entre outros). 
O consumo de alimentos ultraprocessados não deve estar presente na 
alimentação diária de um autista. Evitar ao máximo alimentos como biscoitos 
recheados, salgadinhos de pacote, refrigerantes, achocolatados e macarrão 
instantâneo. 
 
Saúde intestinal através da alimentação 
 
PROBIÓTICOS 
São organismos vivos com funções benéficas em nosso corpo. Eles ajudam a 
manter a integridade do revestimento intestinal, equilibrar o pH do corpo, regular 
imunidade e controlar inflamação. Além disso, facilitam na absorção de alimentos e 
melhoram a biodisponibilidade de algumas vitaminas. Exemplos: kefir, kombucha, 
suplemento alimentar, entre ouros. 
 
PREBIÓTICOS 
 
Prebióticos são ingredientes não digeríveis que beneficiam nosso organismo 
estimulando o desenvolvimento e atividade de bactérias benéficas. Exemplos: 
Cereais integrais, frutas, verduras, legumes e suplemento alimentar. 
 
 
 
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Nutrição em autismo 
A suplementação é necessária? 
 
O efeito de nutrientes isolados e individuais foi se mostrando insuficiente para 
explicar a relação entre alimentação e saúde. O resultado benéfico deriva do 
alimento em si e das combinações de nutrientes e outros compostos químicos que 
fazem parte da matriz do alimento, mais do que de nutrientes isolados. Entretanto, 
devido a alguns comportamentos alimentares específicos dos autistas, pode haver o 
desenvolvimento de deficiências nutricionais, como deficiências de vitaminas, 
minerais e ácidos graxos e, consequentemente, acarretar a piora dos sintomas no 
indivíduo. Os autistas podem apresentar deficiências quanto à ingestão de cálcio, 
vitamina A, vitamina E, ferro, vitamina C, riboflavina, zinco, vitamina B 6 e f ibras 
alimentares. Nesse contexto, as prescrições nutricionais devem ser realizadas pelo 
nutricionista ou médico, conforme a necessidade individual do paciente. 
 
Dieta sem glúten e sem caseína trazem benefícios? 
 
Estudos mostram que uma dieta sem caseína (proteína do leite) e sem glúten 
para o tratamento de indivíduos com autismo apresenta bons resultados. A teoria 
sobre essa dieta no autismo é a de que o glúten e a caseína desencadeiam uma 
resposta imune resultando em inflamação. Essa dieta pode desempenhar um papel 
na supressão de respostas alérgicas, auxiliando assim no desenvolvimento do 
cérebro e restaurando as funções cerebrais. Outros estudos também têm mostrado 
melhoras nos sintomas autísticos através da adesão à dieta. 
 
 
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Nutrição em autismo 
 
ATENÇÃO: alterações na alimentação sem o acompanhamento nutricional 
podem colocar a saúde em risco e trazer maiores complicações. Esse tipo de dieta 
deve ser recomendado pelo/ a nutricionista. 
 
 
ESTRATÉGIAS ALIMENTARES 
 
Atividades sensoriais 
 
A identificação precoce e a intervenção com indivíduos com autismo, que 
apresentam sensibilidade sensorial oral atípica e seletividade alimentar, pode 
beneficiá-los através do trabalho de uma equipe multidisciplinar que inclua 
fonoaudiólogo, médico, psicólogo, profissional de educação física, pedagogo, 
terapeuta ocupacional e nutricionista, a fim de melhorar as experiências sensoriais 
relacionadas à alimentação e aumentar adequação e variedade alimentar. As 
estratégias podem incluir a mudança da textura e consistência dos alimentospara 
características sensoriais mais gerenciáveis e o uso de uma abordagem de 
integração sensorial para diminuir a sensibilidade sensorial. Mais importante, os 
planos de tratamento devem ser individualizados de acordo com as características 
únicas de cada indivíduo. 
 
 
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Nutrição em autismo 
 
Atividades sensoriais 
 
Algumas atividades sensoriais que podem ser realizadas pelos pais: 
 
Ouvir música sobre alimentos; 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TREM DAS FRUTAS 
Lá vem o trem. é o trem das frutas! 
O que é que ele tem? MAMÃO! 
O que é que ele tem? BANANA! 
O que é que ele tem? LARANJA 
O que é que ele tem? MAÇA 
 
 
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Nutrição em autismo 
Atividades sensoriais 
Ofertar alimentos com texturas diferentes ( íntegro, ralado, picado, papa etc.); 
 
Exemplo: 
 
1 ª Cenoura inteira 2 ª Cenoura sem folhas 
 
 
3 ª Cenoura picada 4 ª Cenoura em rodelas 
 
 
5 ª Cenoura ralada 6 ª Cenoura em papa 
 
 
 
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Nutrição em autismo 
Atividades sensoriais 
 
Falar sobre as características dos alimentos no horário das refeições; 
 
Exemplo: 
 
1ª "Olha a maça, filho (a)" 
2ª "A cor da maça é vermelha" 
3ª "Cheira a maça! que cheiro bom" 
4ª "Vamos comer?" 
5ª "A maça é deliciosa" 
 
 
Atividades sensoriais 
Criar uma pasta com imagens de alimentos e estimular a visualização todos 
os dias (Trabalhar com imagens verdadeiras dos alimentos, como no exemplo); 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
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Nutrição em autismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
Incentivo a alimentação saudável 
 
Mesmo diante da sensibilidade sensorial e dificuldade alimentar, os fatores 
ambientais também podem ser determinantes, reforçando a seletividade alimentar 
ou favorecendo uma dieta mais variada. Intervenções como escolhas de hábitos 
saudáveis com os pais e cuidadores pode ser uma boa estratégia de melhora dos 
hábitos alimentares, uma vez que esses agentes podem desempenhar um papel 
decisivo tanto no reforço das escolhas alimentares da criança quanto no incentivo a 
uma dieta adequada. 
 
Fatores desmotivadores na educação nutricional 
 
O costume de assistir à televisão estimula o consumo alimentar mesmo em 
indivíduos sem fome. Assistir à TV é uma atividade distrativa que faz com que os 
indivíduos ignorem sensações como saciedade. Desse modo, quanto maior a 
 
 
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Nutrição em autismo 
concentração do indivíduo nessa atividade, maior a aptidão ao consumo de 
alimentos. Complementando esse cenário, a publicidade de alimentos direciona as 
escolhas em torno de produtos ultraprocessados de alta caloria e baixo teor 
nutricional. Portanto, recomenda-se que os indivíduos façam suas refeições em 
lugares calmos e tranquilos ( longe de televisores) e que sejam críticos quanto ao 
conteúdo dos comerciais. 
 
 
Intervenções nutricionais no autismo 
 
 
Suplementação vitamínica e mineral 
 
O estado nutricional do autista depende não só da ingestão alimentar, mas 
também de processos fisiológicos e metabólicos, como a digestão e a absorção. Se 
por um lado, as possíveis perturbações metabólicas do autismo podem conduzir a 
necessidades acrescidas de vitaminas e minerais, por outro lado, situações de 
recusa e seletividade alimentar são frequentes em autistas, o que pode conduzir a 
um inadequado aporte de micronutrientes. Assim, tem sido crescente a investigação 
sobre diversos parâmetros nutricionais em doentes com autismo e sobre a eficácia 
de tratamentos que incluam suplementação vitamínica e mineral. 
Recentemente, Adams et al investigaram detalhadamente a possível relação 
entre distúrbios metabólicos e nutricionais e a severidade do autismo. Foram 
 
 
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Nutrição em autismo 
medidas e comparadas as concentrações plasmáticas de vitaminas, minerais, 
aminoácidos e outros marcadores metabólicos de sulfatação, metilação e stress 
oxidativo entre um grupo de crianças autistas e um de crianças com normal 
desenvolvimento neurológico. Em média, as crianças com autismo apresentaram 
valores para a maioria das vitaminas, minerais e aminoácidos dentro dos parâmetros 
de referência, o que, segundo os autores, dificulta na prática clínica decidir se a 
suplementação é ou não necessária. Já os restantes biomarcadores sugerem um 
maior stress oxidativo e uma reduzida capacidade de transporte de energia, 
sulfatação e desintoxicação nas crianças autistas. Estes dados parecem relevantes, 
uma vez que a sulfatação é importante em muitos processos, incluindo reações de 
desintoxicação e inativação da síntese de catecolaminas no cérebro. No entanto, 
dado que alguns dos valores obtidos (vitaminas B6, C e K, N-metil-nicotinamida, 
cálcio, ferro, zinco e potássio), parecem estar significativamente associados à 
severidade do autismo, os autores admitem que um suporte nutricional que promova 
o aumento da ingestão de micronutrientes possa reduzir os seus sintomas e as suas 
co-morbilidades. Num outro estudo elaborado com o objetivo de avaliar a eficácia da 
suplementação vitamínica e mineral, conclui-se que esta é benéfica na melhoria do 
estado nutricional e metabólico do autista, reduzindo também os sintomas da 
doença. Embora este benefício não seja evidente em todas as crianças e adultos 
suplementados durante os três meses de estudo, os autores sugerem que uma 
suplementação mais prolongada possa demonstrar maior eficácia. Ao comparar os 
efeitos de tratamentos farmacológicos com os de suplementação em micronutrientes 
em crianças e jovens com autismo, Mehl et al verificaram que ambos os grupos em 
 
 
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Nutrição em autismo 
estudo obtiveram melhorias comportamentais e sintomatológicas, no entanto, o 
tratamento com o suplemento multivitamínico mostrou-se mais vantajoso. 
 
Ácido fólico 
 
O ácido fólico é necessário na formação de metionina através da remetilação 
da homocisteína, aminoácido que tem sido observado em concentrações urinárias 
mais elevadas em autistas. Também uma deficiente concentração de folato no fluido 
cefalorraquidiano tem sido relacionada com atrasos no desenvolvimento. Main et al, 
examinaram a associação entre a etiologia do autismo e as alterações do 
metabolismo do folato e da metionina, uma vez que este é crucial para a síntese e 
metilação do DNA e para o equilíbrio redox. Além disso, a metilação tem um 
importante papel na eliminação de metais pesados e função imunitária. Os autores 
sugerem que concentrações plasmáticas alteradas de metabolitos do ciclo da 
metionina podem dever-se a um transporte ou metabolismo anormal do folato e que 
a suplementação parece ser mais efetiva em crianças com autismo severo, com 
idade inferior a 3 anos e com baixos níveis de folato cerebral, resultando em 
melhorias comportamentais, motoras e neurológicas. Os resultados obtidos 
permitem sugerir um papel deste metabolismo no autismo e um efeito benéfico da 
suplementação, com o objetivo de normalizar as concentrações dos seus 
metabolitos, nomeadamente a homocisteína, pela estabilização dos processos de 
metilação. No entanto, mais estudos em larga escala são necessários para perceber 
a relação entre os distúrbios no metabolismo do folato com a etiologia do autismo e 
 
 
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Nutrição em autismo 
a necessidade de suplementação. 
Também ao folato é atribuído um papel essencial para um 
neurodesenvolvimento adequado, especialmente durante o período pré-natal. Num 
estudo recente, com o objetivo de investigar a associação entre a suplementação 
com ácido fólico (antes e durante a gravidez e no primeiro mês após o parto, em 
aleitamento), as variações genotípicas no metabolismo do folato e o risco de 
autismo, constatou- se que a ingestão de ácido fólico no primeiromês de gravidez foi 
menor nas mães de crianças autistas, sendo tanto menor o risco da doença quanto 
maior as doses diárias ingeridas. Esta associação revelou-se muito mais forte para 
mães com alterações no genótipo da redútase do metilenotetrahidrofolato (MTHFR). 
Este estudo vai de encontro aos resultados anteriormente obtidos por Schmidt et al 
relativamente à suplementação vitamínica pré-gestacional e gestacional, 
apresentando conclusões muito semelhantes. Por outro lado, Beard et al colocaram 
a hipótese de que uma excessiva suplementação com folato durante a gravidez 
pode causar danos no tecido nervoso associados ao autismo, pelo que é de todo o 
interesse a realização de estudos com o objetivo de testar tal hipótese. 
 
 
Vitamina D 
 
Uma das vitaminas que mais tem despertado o interesse dos investigadores, 
no que diz respeito às perturbações nutricionais do autismo é a vitamina D. Na sua 
forma bioativa, intervém entre muitas outras funções fisiológicas, na modulação da 
 
 
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Nutrição em autismo 
imunidade inata e autoimunidade, e auxilia na ativação de numerosos genes, 
incluindo alguns que têm sido relacionados com o autismo, regulando a sua 
expressão. Neste âmbito, estão incluídas mutações genéticas relacionadas com a 
função nervosa, onde a vitamina D tem demonstrado um papel importante. 
Baixos níveis de vitamina D podem aumentar a suscetibilidade a infeções e a 
doenças autoimunes. Uma vez que existe uma forte associação entre o autismo e 
disfunções no sistema imunitário, esta vitamina é apontada como um fator de risco 
no desenvolvimento da doença. Por outro lado, não pode deixar de ser sugerida a 
hipótese de que, uma vez que parece existir défice de vitamina D nas doenças 
inflamatórias do intestino, o fato de muitas crianças autistas apresentarem distúrbios 
a nível intestinal, pode também influenciar os níveis plasmáticos desta vitamina. 
Molloy et al mediram a concentração plasmática de calcidiol (25(OH)D) em 
crianças com autismo e verificaram que a maioria apresentava níveis baixos. No 
entanto, estes valores não se mostraram significativamente diferentes dos obtidos no 
grupo controlo (com desenvolvimento neurológico normal). Meguid et al, também 
avaliaram em crianças os níveis plasmáticos de calcidiol e ainda da sua forma ativa 
calcitriol [1,25(OH)2D3], tendo obtido resultados diferentes: os autistas apresentaram 
em ambas as formas níveis significativamente inferiores aos obtidos no grupo 
controlo (crianças saudáveis, com o mesmo nível socioeconómico e mesma faixa 
etária). Apesar de a amostra ser relativamente pequena, os autores sugerem que os 
valores inadequados de vitamina D nas crianças com autismo podem indicar que a 
suplementação é de extrema importância para o seu tratamento. Um estudo recente 
mostrou existir um aumento do risco de desenvolver autismo nas crianças 
 
 
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Nutrição em autismo 
concebidas nos meses de inverno, em que a exposição solar é menor. No entanto, 
não só a produção de vitamina D pode variar ao longo das estações do ano, como a 
exposição a outros fatores de risco relacionados com a etiologia do autismo são 
diferentes ao longo do ano, pelo que a evidência não permite estabelecer uma 
hipótese razoável. 
A vitamina D também tem mostrado ser um fator merecedor de atenção 
durante a gestação. O fato de existirem níveis elevados de recetores para a vitamina 
D no cérebro fetal, os quais vão aumentando ao longo da gestação, serve como 
indicador da sua importante função para o normal desenvolvimento cerebral. Assim 
sendo, pode colocar-se a hipótese de que a deficiência em vitamina D durante o 
neurodesenvolvimento conduz, não só a um anormal desenrolar deste processo, 
mas também a um aumento da suscetibilidade a outros fatores de risco, como por 
exemplo infeções maternas, stress e químicos neurotóxicos, pela maior debilidade 
da função imunitária. Podemos constatar que os vírus influenza, por exemplo, são 
mais ativos nos meses de inverno, pelo que níveis adequados de vitamina D neste 
período se tornam ainda mais importantes na proteção contra as infeções maternas 
causadas por estes vírus que, assim, poderão ter efeitos adversos no 
desenvolvimento cerebral, aumentando o risco de autismo. Deste modo, Grant et al, 
pela análise de dados relativos à estação do ano e à latitude em que ocorreu o 
nascimento de crianças autistas, concluíram que níveis baixos de vitamina D 
maternos são um fator de risco para o desenvolvimento de autismo, sendo este 
maior se a gravidez decorre no inverno e em regiões de latitudes maiores. 
 
 
 
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Nutrição em autismo 
Ácidos gordos ómega-3 
 
Sendo o cérebro um dos tecidos mais ricos em lípidos, é necessária a 
incorporação de ácidos gordos e colesterol provenientes da corrente sanguínea, de 
modo a proporcionar um desenvolvimento adequado do tecido cerebral. Meguid et al 
analisaram os níveis séricos de ácidos gordos polinsaturados (AGPI) em crianças 
com autismo, tendo estas apresentado valores significativamente inferiores aos do 
grupo controlo. Após serem submetidas a um período de suplementação de três 
meses, grande parte das crianças manifestou melhorias significativas no seu 
comportamento, nomeadamente na concentração, no contato visual, na linguagem e 
na capacidade motora. Outro estudo revelou que as crianças autistas apresentavam 
níveis plasmáticos significativamente inferiores para a maioria dos AGPI e superiores 
para alguns ácidos gordos saturados, como por exemplo os ácidos valérico e 
hexanóico, sendo estes últimos apontados como possíveis indutores de disfunção da 
barreira hematoencefálica. Os autores alertam que alguns transtornos metabólicos 
frequentes em autistas, como por exemplo o stress oxidativo e a inflamação 
gastrointestinal, podem justificar a alteração do perfil lipídico. Também Yui et al, 
sugerem que a suplementação de ácido araquidónico e docosahexanóico em doses 
elevadas, melhora a interação social em indivíduos autistas, através da regulação da 
transdução de sinal. Contrariamente, outros trabalhos demonstraram não existir nem 
alterações lipídicas que permitam associar um metabolismo lipídico anormal à 
patogénese do autismo, nem melhorias significativas a nível comportamental, 
resultantes da suplementação. Apesar dos vários estudos realizados que indicam 
 
 
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Nutrição em autismo 
existência de benefício da suplementação com ácidos gordos ómega-3 na melhoria 
de certos sintomas em autistas, em todos eles o tamanho amostral é relativamente 
pequeno, as características da amostra são bastante diferentes e a constituição do 
suplemento utilizado não é comum. Desta forma, não é possível obter evidência 
suficiente para considerar a sua suplementação no tratamento do autismo. 
 
Dieta sem caseína e sem glúten 
 
Tem sido crescente a convicção de que o glúten (proteína presente em 
cereais, especialmente no trigo) e a caseína (proteína constituinte do leite e 
derivados) são dificilmente digeridas por indivíduos com autismo, formando 
moléculas designadas exorfinas. Estas moléculas são capazes de atravessar a 
barreira hematoencefálica, pelo que podem causar efeitos ao nível do sistema 
nervoso central. Tem também sido reportado um aumento de anticorpos IgA contra a 
caseína e a gliadina (proteína constituinte do glúten), com libertação de citocinas 
inflamatórias que promovem a inflamação da mucosa intestinal. Esta condição, por 
sua vez, conduz a menor atividade das enzimas líticas, tornando o processo de 
degradação proteica deficiente e aumentando a absorção de proteínas e péptidos, o 
que justifica a frequente deteção destes em concentrações elevadas na urina de 
doentes autistas. Posto isto, surgiu a hipótese de que a exclusão de glúten e caseína 
da dieta fosse benéfica em indivíduos autistas. 
Knivsberget al avaliaram, ao longo de quatro anos, os efeitos de uma dieta 
sem caseína e sem glúten em autistas com níveis de proteínas na urina elevados, 
 
 
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Nutrição em autismo 
verificando-se que após um ano os parâmetros urinários normalizaram e as 
capacidades cognitivas, sociais e de comunicação melhoraram. Resultados 
semelhantes foram obtidos posteriormente num outro estudo randomizado. Desde 
então, verificou-se um crescente interesse na possível alteração do metabolismo 
destas proteínas com um suposto efeito opióide, bem como na isenção de glúten e 
caseína como tratamento complementar de autistas. Atuando como opióides, a 
caseína e o glúten podem causar falta de atenção, irritabilidade, obstipação, entre 
outros. A elevada resposta imunitária encontrada em autistas contra algumas 
proteínas cerebrais e proteínas da dieta, como por exemplo a gliadina, parece 
justificar a intervenção dietética, que tem sido avaliada pelos pais de autistas como 
uma das mais efetivas, segundo o Autism Research Institute. O paralelismo entre 
algumas manifestações clínicas do autismo e da doença celíaca não passa 
despercebido, uma vez que nesta última, em alguns casos, também são 
identificadas certas disfunções no sistema nervoso central. 
Embora os estudos centrados na eficácia da dieta isenta de glúten e caseína 
no autismo não sejam muitos, vários têm sido os que concluem que a sua adoção 
pode ser bastante benéfica, melhorando quer os sintomas gastrointestinais, quer as 
capacidades e os comportamentos manifestados. Também tem sido constatado que 
doentes com autismo que adotam uma alimentação sem caseína e sem glúten 
apresentam uma permeabilidade intestinal significativamente menor, fator 
contribuidor para a melhoria clínica. Contudo, é de considerar que, em algumas 
idades, o fato de se restringir a ingestão proteica poderá conduzir a situações de 
carência, nomeadamente de aminoácidos essenciais. 
 
 
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Nutrição em autismo 
A evidência acerca dos benefícios de uma dieta isenta de glúten e caseína 
não é forte, pelo que o tema tem sido muito questionado e controverso. Isto, porque 
se alguns estudos demonstram que os doentes beneficiam com a dieta, outros não 
mostram quaisquer melhorias, e outros ainda apresentam resultados mistos. 
Reichelt et al consideraram, no entanto, que resultados com efeitos negativos foram 
apenas obtidos em estudos de curta duração, com indivíduos de faixas etárias 
distintas e sem grupo controlo. 
Um estudo publicado muito recentemente, em que foram analisados 387 
questionários aplicados a pais e/ou cuidadores de crianças autistas, concluiu que as 
crianças que manifestavam sintomas gastrointestinais e alergias alimentares 
obtiveram grandes melhorias através da implementação de uma dieta isenta de 
glúten e caseína, não só nos sintomas, bem como nos comportamentos sociais. O 
que parece ainda suscitar bastantes dúvidas é qual o critério a aplicar para definir 
que subgrupos de autistas responderão melhor à implementação da dieta, de acordo 
com os sintomas gastrointestinais e imunológicos apresentados. Adicionalmente, 
deve ser considerado que a exclusão de alimentos fornecedores de caseína e glúten 
da alimentação pode ser de difícil aceitação e aplicação por parte dos pais e das 
próprias crianças, pelo que apenas deve ser sugerido como tratamento em casos de 
justificada necessidade. Uma importante característica apresentada por alguns 
autistas, que não pode ser esquecida, pois pode comprometer o correto 
cumprimento da dieta, é a restrição alimentar. Muitas crianças com autismo são 
extremamente seletivas em relação ao que comem e, em alguns casos, os alimentos 
derivados do leite e do trigo são dos mais apreciados, o que poderá representar uma 
 
 
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Nutrição em autismo 
dificuldade acrescida nesta intervenção e se poderá traduzir em carências devido à 
ingestão alimentar reduzida. Neste sentido, as modificações alimentares, quando 
implementadas, deverão ser sempre orientadas e acompanhadas por profissionais 
experientes, por forma a evitar potenciais deficiências nutricionais resultantes de 
uma restrição a longo prazo. 
O fato de a etiologia do autismo ser multifatorial torna a doença difícil de 
compreender e tratar. Não só a possível intervenção nutricional no tratamento do 
autismo deve merecer especial atenção, mas também a monitorização do estado 
nutricional e metabólico durante a gravidez é de extrema importância na prevenção 
do desenvolvimento da doença, através da diminuição de alguns fatores de risco. 
Dadas as fragilidades na resposta imunitária verificadas em autistas, a sua 
suscetibilidade a fatores externos agressores está aumentada, pelo que se torna 
importante a deteção de possíveis deficiências vitamínicas, especialmente aquelas 
com manifestações a nível do sistema imune. 
Relativamente aos ácidos gordos ómega-3, para além do seu papel no 
neurodesenvolvimento, não podemos deixar de considerar também o seu papel anti-
inflamatório, o que pode justificar a melhoria dos sintomas observada em alguns 
estudos envolvendo autistas submetidos a suplementação. 
Dada a crescente evidência e o uso cada vez mais global da dieta isenta de 
glúten e caseína, é importante analisar os distúrbios e possíveis alergias alimentares 
em cada caso, de modo a que esta intervenção seja aplicada em casos de real 
necessidade. 
De acordo com o que foi descrito, é inegável a premência de mais trabalhos 
 
 
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Nutrição em autismo 
de investigação que permitam obter clara evidência acerca da vantagem da nutrição 
ou de nutrientes específicos na terapêutica do autismo. Dessa forma, a adequada 
abordagem nutricional, inserida num programa multidisciplinar de tratamento da 
doença constituiria uma mais-valia para os doentes, contribuindo para a melhoria da 
sua situação clínica e da sua capacidade funcional. 
 
ESTADO NUTRICIONAL DE AUTISTAS 
 
O estado nutricional do autista não depende somente da qualidade da 
ingestão alimentar, mas também da eficácia dos processos fisiológicos e 
metabólicos do corpo. Pode acontecer frequentemente o aporte inadequado de 
micronutrientes, já que há uma associação de possíveis desequilíbrios metabólicos 
com recusa alimentar e necessidade maior de vitaminas e minerais (OLIVEIRA, 
2012). 
Uma das características importantes do autismo é a seletividade ou recusa 
alimentar, o que pode agravar casos de sobrepeso e obesidade ou até mesmo 
desnutrição energético/protéica. 
Ao realizar uma pesquisa no ano de 2004 com 30 alunos, foram detectados 
quinze alunos autistas, quatro com autismo infantil, dois com síndrome de Rett, três 
com síndrome de Asperger, dois com síndrome de West, um hiperativo, do autismo 
atípico, um com Transtorno Desintegrativo Infantil. Dos alunos investigados, vinte e 
dois tiveram ganho de peso e utilizavam diariamente medicação que contribui para o 
aumento de peso. Nove alunos fazem uso da risperidona e tiveram média de ganho 
 
 
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Nutrição em autismo 
de 7,4kg; dois que usam depakene tiveram ganho de 2kg, e um que faz uso de 
haloperidol ganhou 7,2kg. No mesmo estudo, onze alunos que não fazem uso de 
drogas farmacológicas ou que as substâncias não promovem ganho de peso, não 
obtiveram nenhum ganho durante o estudo, comprovando assim, que o uso da 
medicação está totalmente associada ao ganho de peso do grupo autista 
(DOMINGUES, 2007). 
Aos olhos da nutrição já observa-se a grande importância da intervenção 
nutricional durante o tratamento do autismo e também durante a gestação. 
Como afirma Oliveira (2012) a monitorização do estado nutricional durante a 
gravidez para o não desenvolvimento da doença, é tão importante quanto a 
intervenção nutricional durante o tratamento do autismo. A partir da sensibilidade 
extremado sistema imunológico já constado em autista, além da facilidade a fatores 
externos está aumentada, é necessário a detecção de possíveis déficits vitamínicos, 
principalmente daqueles associados ao sistema imune. 
No mesmo estudo citado anteriormente, Domingues (2007) relata que, a mãe 
de um dos alunos, seguiu as orientações da nutricionista, mudou os hábitos 
alimentares, prática regular de atividade física, conseguindo então, reduzir 6,1kg 
mesmo o aluno portador de autismo estar fazendo uso da medicação risperidona. 
O hábito alimentar do autista ainda não é totalmente esclarecido. Alguns 
estudos podem demonstrar preferências alimentares distintas, porém, os 
comportamentos durante as refeições são semelhantes, além de interferir no estado 
nutricional. 
Silva (2011) realizou um estudo com autistas, todos diagnosticados segundo 
 
 
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Nutrição em autismo 
o Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais da Academia Americana 
de Psiquiatria, e verificou que 96,42% manifestaram comportamento inadequado 
durante as refeições, 50% comiam muito rapidamente, consumo de grandes porções 
de alimentos resultou em 46,43% e 39,29% tiveram crises de choro e risos durante 
as refeições, que é uma característica muito comum do autismo. 39,29% rejeitaram 
texturas especificas de alimentos, 35,71% consumiram pequenas porções, 21,43% 
se distraíram e brincaram muito facilmente e 21,43% rejeitaram cores especificas. 
O mesmo autor relata ainda, que na pesquisa relacionada a consumo e 
frequência alimentar, cerca de 78,57% consumiam sucos artificiais, 67,68% açúcar e 
35,71% achocolatado, foram os alimentos mais consumidos durante a semana 
(SILVA, 2011). 
O consumo dos sucos artificiais foi maior que o açúcar, o que pode levar a 
uma surpresa. Porém, considerando que a composição dos sucos em sua maioria é 
o açúcar simples, há de se concluir que existe um grande consumo de açúcar 
simples o que pode desencadear desequilíbrios fisiológicos, na flora intestinal, além 
de disfunções corporais como aumento de peso, sobrepeso e obesidade. 
Sendo assim, implantar um novo padrão alimentar para o autista deve 
envolver atenção de todos que o cercam, contribuindo para resultado das melhoras 
após a proposta de mudança alimentar. Diante de todas as dificuldades e dúvidas, 
para montar um cronograma de mudança, deve ser levado em conta todos os 
aspectos: emocionais, culturais financeiros e preferenciais (CARVALHO, 2012). 
Já que, com relação a alimentação, existem pontos a serem destacados: 
seletividade alimentar que acaba diminuindo a variedade de alimentos, recusa 
 
 
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Nutrição em autismo 
alimentar e não aceitação do alimento que podem causar carências nutricionais 
graves (CARVALHO, 2012). 
 
INTERVENÇÕES DIETOTERÁPICAS: MICRONUTRIENTES 
 
A síndrome do Espectro Autista em sua essência já provoca inúmeras 
alterações fisiológicas, intestinais e imunológicas. Esse desequilíbrio, pode levar a 
deficiências de micronutrientes que são essenciais para o tratamento e 
desenvolvimento dos portadores. Dentre eles, podem destacar-se: ômega 03, zinco 
e vitamina D. 
Os ômegas 3 e 6 agem no organismo desempenhando papeis 
importantíssimos em alergias e processos inflamatórios, além de reduzir danos 
vasculares, reduzir colesterol total, evitar formação de coágulos e aterosclerose. 
Em estudo realizado com crianças autistas, foi analisado os níveis séricos de 
ácidos polinsaturados/ômega 3 e 6, e o resultado foi significativamente menor, 
comparado ao grupo controle. Após o resultado, estas crianças foram submetidas a 
um período de três meses de suplementação, e a maioria dos investigados 
manifestou uma melhoria no comportamento, concentração, contato visual, 
capacidade motora e na linguagem (MEGUID et al., apud OLIVEIRA, 2012). Sendo 
assim, os ácidos graxos ômega 3 além de desempenhar função no 
neurodesenvolvimento, possui ação anti-inflamatória o que justifica a melhoria dos 
sintomas em autistas que fazem uso de suplementação. 
Ainda não há conclusão única da causa do autismo, sendo discutido como de 
 
 
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Nutrição em autismo 
causa multifatorial, porém, já conclui-se que afeta o sistema de neurotransmissores 
tanto inibitórios e excitatórios, e que os receptores ácido gama butírico ou GABA e o 
glutamato, são responsáveis por regular inúmeras funções, dentre elas: 
comportamento, sono, cognição, sensação dolorosa e memória, resultando em 
medicamentos para o tratamento do autismo que atuem no metabolismo destes 
receptores (RIBEIRO; FREITAS E OLIVA-TELES, 2013). 
O zinco também é um elemento traço que tem função de modular os 
receptores GABA e glutamato que acabam equilibrando a transmissão sináptica 
inibitória e excitatória (TSCHINKEL, 2014). Como estes receptores estão 
disseminados no sistema nervoso central e desempenham muitas funções neurais, é 
necessário modular esta sinalização pelo uso dos medicamentos, além de dieta rica 
em fontes de zinco e talvez possível suplementação deste mineral, porém ainda 
precisam de mais estudos para comprovar a eficácia do uso de suplementações. 
A vitamina D tem função de regular a sinalização neurotrófica através do 
equilíbrio do fator de crescimento das células Gliais e do fator de crescimento neural 
(NGF), sendo de grande utilidade para a resistência e migração dos neurônios no 
desenvolvimento cerebral. Este fator de crescimento das células gliais modula 
função de neurônios dopaminérgicos e o fator de crescimento neural, modulam os 
neurônios colinérgicos. Por ter essas funções de regulações dos fatores neutróficos, 
existem autores que consideram a vitamina D como neuroprotetora, já que ao 
realizar alguns estudos in vivo, foi possível observar que o tratamento com vitamina 
D, minimiza a redução dos níveis de serotonina e dopamina que pode ser causada 
dentre muitos fatores, pelo uso frequente de metanfentamina (KESBY apud 
 
 
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Nutrição em autismo 
ESERIAN, 2013). 
Sendo assim, os níveis diminuídos de vitamina D podem aumentar o 
surgimento de infecções e doenças autoimunes, e considerando o fato do autismo 
provocar disfunções no sistema imune, a vitamina D pode ser considerada como um 
fator de risco no desenvolvimento da doença. Disfunções e inflamações 
gastrointestinais também pode inibir a absorção de muitas vitaminas e minerais, os 
autistas já possuem também essas características de desequilíbrios intestinais, 
sendo mais um caminho para níveis plasmáticos de vitamina D diminuídos 
(OLIVEIRA, 2012). 
Em experiência realizada com crianças autistas, constatou que a 
administração de vitamina D e de outras vitaminas, em doses baixas de 150UI ou 
3,57mcg, durante três meses, já houve melhora de sintomas gastrointestinais, além 
de melhora no sono (CANNEL, apud ESERIAN, 2013). 
Também este outro autor, identifica a importância da suplementação de 
vitamina D relacionando a melhoras dos sintomas neuropsiquiátricos, e que a 
vitamina é uma opção atrativa, segura, simples e barata. Só deve ter atenção 
especial já que deve ser administrada como terapia complementar em casos de 
necessidade de medicamentos (ESERIAN, 2013). 
 
 
 
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