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Lesão corporal (art 129) _ José Nabuco Filho (1)


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18/04/2024, 19:10 Lesão corporal (art. 129) | José Nabuco Filho
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LESÃO CORPORAL (ART. 129)
Bem jurídico
Incolumidade humana, ou seja, integridade física e psíquica.
Sujeitos do crime
Ativo: Trata-se de crime comum, que pode ser cometido por qualquer pessoa.
Passivo: qualquer ser humano vivo. Nas lesões do §§ 1º, IV, e 2º, V, apenas a mulher grávida.
E nas hipóteses dos §§ 9º e 10, as pessoas lá referidas.
Tipo objetivo
A conduta é ofender, que tem o sentido de lesar, ferir. O objeto material é a integridade
corporal ou a saúde. Configura-se a ofensa à integridade corporal com a alteração
anatômica ou funcional, interna ou externa (fraturas, cortes, queimaduras, etc). Já a
ofensa à saúde se dá com a alteração fisiológica ou psíquica, é “a perturbação do normal
funcionamento do organismo, englobando inclusive a alteração mórbida do psiquismo”
(Régis prado, Luiz. Comentários ao Código Penal. 9ª ed. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2014, p. 512).
A simples dor ou a crise não são suficientes para a configuração do crime (Delmanto,
Celso. et. al. Código Penal Comentado. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 474).
Trata-se de crime de ação livre, que pode ser praticado por qualquer meio.
Tipo subjetivo
Dolo direto ou eventual.
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Consumação e tentativa
Consumação: com a efetiva ofensa à integridade corporal ou à saúde.
Tentativa: admissível, com exceção do §§ 1º, II e IV, 2º, V, 3º e 6º.
Lesão corporal leve ou simples
Não há definição de lesão corporal leve, exceto por exclusão. Será lesão leve se não tiver
ocorrido qualquer dos resultados que caracterizam a lesão corporal grave (§1º) ou
gravíssima (2º).
Lesão corporal grave (§ 1º)
Inicialmente, convém destacar que a lei usa a rubrica “lesão corporal de natureza grave”
tanto para as hipóteses do § 1º como do § 2º. Todavia, como a pena do § 2º é maior,
convencionou-se ao uso do superlativo para designar as lesões descritas no § 2º,
chamada pela doutrina e jurisprudência de lesão corporal gravíssima, ficando a expressão
“lesão grave”, para as hipóteses do § 1º.
I – Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias: trata-se da situação
em que a vítima ficou impossibilitada, por mais de 30 dias, a exercer atividades ─
laborativas ou não ─ a que estava habituada.
“Mesmo um bebê tem que estar confortável para dormir, mamar,
tomar banho, ter suas vestes trocadas etc. Assim, é claro que, com
dores resultantes da dupla fratura, passou a vítima, provavelmente
enfaixada, por incômodos que, à luz da lei, configuram o quadro de
incapacidade para as ocupações habituais, capaz de desencadear a
qualificadora que se carregou à acusada” (TJSP – AP – Rel. Dirceu de
Mello – RJTJSP 138/442)
“A meretriz exerce atividade imoral, mas não ilícita. Pode, pois, ser
vítima de lesão corporal grave, que lhe acarrete incapacidade para as
ocupações habituais por mais de 30 dias” (TACRIM-SP – EI – Rel. João
Guzzo – RT 449/425).
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II – Perigo de vida: quando em razão da lesão a vítima correu risco de perder sua vida.
Trata-se de diagnóstico, de modo que é essencial que se constate o efetivo risco de vida
em decorrente da lesão corporal.
III – Debilidade permanente de membro, sentido ou função: membros superiores são as
mãos, braços e antebraços; inferiores, os pés e pernas. Sentidos são a visão, audição,
olfato, tato e paladar. Função é a atividade dos órgãos, como função respiratória, renal,
reprodutora, etc. Debilidade é diminuição da capacidade funcional. Permanente ocorre
quando a cura não é previsível.
IV – Aceleração do parto: ocorre com a antecipação do parto, ou seja, quando em razão da
lesão sofrida a gestante dá à luz antes do tempo previsto.
8. Lesão corporal gravíssima (§ 2º)
I – Incapacidade permanente para o trabalho: é a hipótese em que a lesão impede
permanentemente a vítima de exercer atividade laborativa. Há duas correntes, uma
entendendo que o trabalho é qualquer atividade laborativa outra sustentando que é a
específica atividade profissional da vítima.
No julgado abaixo, predominou o entendimento de que se trata de qualquer atividade
laborativa:
“Na incapacidade permanente, o ofendido deve ficar privado da
possibilidade física ou psíquica de aplicar-se a qualquer atividade
lucrativa. E a incapacidade, além de total, deverá ser permanente, ou
seja, duradoura no tempo, sem previsibilidade de cessação” (TJSP – AP
– Rel. Marino Falcão – RJTJSP 71/331).
A melhor solução é a sustentada por Mayrink da Costa, que entende existir um meio-termo:
“A doutrina advoga que significa qualquer modalidade de trabalho e
não a especificamente o trabalho a que a vítima se dedicava. Contudo,
há necessidade de serem estabelecidas certas restrições, visto que
não se pode exigir de um intelectual ou de um artista que se inicie na
atividade de pedreiro. Fixa-se no campo do factualmente possível e
não no teoricamente imaginável.” (MAYRINK DA COSTA, Álvaro. Direito
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Penal: parte especial, vol. 4. 6ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2008, p.
358)
II – Enfermidade incurável: trata-se de doença que não pode ser curada pelo atual estágio
da medicina. Tanto pode ser doença física como mental. A transmissão dolosa de AIDS,
que atualmente é uma doença crônica, configura esse crime.
III – Perda ou inutilização de membro, sentido ou função: Perda ocorre quando a vítima
deixa de ter o membro (amputação ou decepamento), o sentido ou a função. Já a
inutilização significa que o membro não foi perdido, mas ficou absolutamente sem
capacidade (se houver perda parcial da capacidade, a lesão é grave, pois significa
debilidade). É o que ocorre quando por corte no tendão, a vítima fica com o braço
totalmente sem movimento; a vítima não perdeu o membro, já que este continua ligado ao
corpo, mas seu membro ficou totalmente inutilizado, pois sem nenhum movimento
voluntário.
Na hipótese de órgão duplo, a perda de um só não configura a lesão gravíssima, mas
apenas a grave, porquanto a função ou o sentido não foram perdidos, mas apenas ficaram
debilitados. Isso ocorre quando a vítima perde a visão de um olho ou a audição de um
ouvido, já que a visão ou audição ficaram limitadas, mas existem.
“Desclassifica-se o crime de lesão corporal gravíssima para grave
quando ocorrer ablação ou inutilização de apenas um dos elementos
componentes de determinada função ou sentido, como acontece em
relação àqueles que se apóiam em órgãos duplos, acarretando tão-só
a diminuição funcional do organismo e não a sua perda” (TAMG – AP –
Rel. Freitas Barbosa – RT611/407).
“O ter ficado a vítima praticamente cega não importa na capitulação
do delito no § 2.º, III, do art. 129 do CP, porque aí se fala em perda ou
inutilização de membro, sentido ou função, o que não ocorre se,
embora com diminuto alcance, ainda pode aquela usar a vista
atingida pela agressão do réu” (TACRIM-SP – AP – Rel. Azevedo Júnior
– RT404/269)
IV – Deformidade permanente: Trata-se de dano estético que produz na vítima
permanente desconforto, afetando sua dignidade e autoestima. Ocorre, por exemplo,
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quando o agente atira no rosto da vítima ácido, causando graves danos estéticos. Tem-se
entendido que a perda de um olho, desde que cause danos estéticos (Atenção, se a vítima
fica “cega” de um olho, mas este não gera dano estético, terá ocorrido lesão corporal
grave, por debilidade de sentido (art. 129, § 1º, III), mas se há o dano estético significativo,
trata-se de lesão corporal gravíssima, pela deformidade permanente – art. 129, § 2º, IV),
configura a deformidade permanente, não desconfigurando o fato de a vítima usar olho de
vidro. Também não impede a configuração da qualificadora a possibilidade de que a
deformidade seja corrigida por cirurgia plástica.
“A vitriolagem, caso raro nos tempos atuais, é crime perpetrado
mediante arremesso de ácido sulfúrico contra a vítima, com o objetivo
de lhe causar lesões corporais deformantes da pele e dos tecidos
subjacentes, inserindo-se, pois, no art. 129, § 2.º, IV, do CP” (TJSP – AP –
Rel. Andrade Junqueira – RT 563/323).
“É irrecusável que a perda de um olho representa inegável
deformidade permanente, porque se trata de lesão indelével,
irreparável e excludente da possibilidade de uma restitutio in integrum.
Impõe-se a solução, máxime porque a deformidade, na hipótese,
sequer fica dissimulada pela utilização de um olho de vidro” (TACRIM-
SP – AP – Rel. Xavier Homrich – JUTACRIM 41/174).
“Para a caracterização do crime previsto no art. 129, § 2.º, IV, do CP,
basta que o prejuízo estético, decorrente de deformidade permanente,
cause impressão de desagrado, acarretando vexame a seu portador,
sendo irrelevante que a lesão possa ser removida mediante cirurgia
plástica ou de que não tenha acarretado prejuízo financeiro ou moral à
vítima, eis que a circunstância que deve ser levada em conta centra-
se exclusivamente na estética” (TJSP – 3.ª C. Extr. – AP 273.556-3/5-00
– Rel. Donegá Morandini – j. 22.08.2001 – RT 798/585).
 
Aborto: O aborto decorre da lesão corporal. Trata-se de um crime preterdoloso, de modo
que há dolo no antecedente (lesão corporal) e culpa no consequente (aborto). Se o agente
tiver dolo de causar o aborto, não se configura lesão gravíssima, e sim aborto sem
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consentimento da gestante (art. 125, CP). Impossível nesse caso a tentativa de lesão
gravíssima.
Lesão corporal seguida de morte (§ 3º)
Também chamado de homicídio preterdoloso ou preterintencional, a lesão corporal
seguida de morte caracteriza-se por ser cometido com dolo na lesão e culpa (art. 19, CP)
na morte.
“O crime preterintencional é uma nova infração, resultante da fusão
dos dois crimes: o doloso (de mera conduta ou de resultado) e o evento
agravante (estranho à vontade do autor). Por isso, na lesão corporal
seguida de morte, p. ex., a lesão corporal é o componente do tipo
fundamental (Sc., o minus delictum que o delinqüente queria praticar)
e a morte (majus delictum que vem a verificar) e o resultado imputado
a título de culpa.” (TJSP – AP – Rel. Djalma Lofrano – RJTJSP 104/453)
“Configura-se o delito de lesão corporal seguida de morte na hipótese
em que segurança de casa noturna conduz, de forma truculenta,
pessoa embriagada, de idade avançada e compleição física inferior,
para fora do estabelecimento, havendo liame causal entre a conduta
do agente e o resultado morte que, embora não desejado, decorreu de
tal ato, conforme aduz o art. 129, § 3.º, do CP” (TJSP – 1.ª C. Extr. – AP
322.714-3/8-00 – Rel. Marco Antonio – j. 17.11.2004 – RT 833/523)
É preciso se atentar que se houver dolo (direto ou eventual) na morte, configura-se
homicídio e se não houver culpa na morte, o agente responde só por lesão corporal.
Assim, quando o agressor usa de extrema violência contra a vítima, que é surrada quando
já está no chão, age com dolo eventual, respondendo por homicídio.
Por outro lado, casos há em que o agente agride a vítima com dolo, mas causa a morte de
um modo imprevisível, o que descaracteriza a culpa no resultado, respondendo o agente
apenas por lesão corporal. Isso porque o art. 19, CP, diz que pelo resultado que agrava a
pena, o agente só responderá se o houver causado, ao menos, culposamente.
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Lesão corporal seguida de morte. Hipótese de caso fortuito.
Desclassificação. Lesão corporal simples – “Em caso de morte
resultante de lesão corporal, evidenciando a prova que tal resultado
não foi previsto nem previsível pelo agente, por isso inevitável o
evento final, ocorre a hipótese de mero caso fortuito, respondendo o
acusado por lesão corporal simples” (TJRS – AP 70002586931 – Rel.
Silvestre Jasson Ayres Torres – j. 03.10.2001 – RJTJRGS 214/136)
Para se compreender bem o crime preterdoloso, deve-se raciocinar como se fossem dois
os crimes. Primeiro o de lesão corporal dolosa; depois o crime de homicídio culposo. Assim,
deverá quanto ao “homicídio culposo” (na realidade o resultado morte causado
culposamente, que qualificará a lesão corporal) observar se estão presentes todos os
requisitos do crime culposo.
Abaixo, alguns casos da jurisprudência:
“Embora houvesse a possibilidade de evitar a morte, caso as lesões
tivessem sido identificadas na tomografia, a agressão do réu, que fez
com que a vítima batesse a cabeça no meio-fio, fraturando o crânio,
está na linha de desdobramento do evento fatal. Somente
circunstâncias supervenientes relativas ou absolutamente
independentes da conduta têm o condão de afastar a imputação do
agente, não estando abrangidos nesse rol o diagnóstico tardio da
fratura ou a falta de tratamento, que podem, no entanto, ter
contribuído para a morte. Ao agente não deixa de ser imputável o
resultado, ainda quando para a produção deste se tenha aliado a sua
ação uma concausa superveniente, mas que por si só não causou o
resultado” (TJDF – 2.ª T. – AP 2000045005508-0 – Rel. Sandra de Santis
– j. 15.03.2001 – RT 795/646)
“Os seguranças de supermercado que abordam de forma ríspida,
humilhante e agressiva um octogenário, em razão de suspeitarem
haver ele deixado de pagar o produto que adquirira, fato que teria
acarretado distúrbio psíquico na vítima, que caiu, desfalecida, no
estacionamento do estabelecimento comercial, vindo a falecer pouco
depois, cometem o crime de lesão corporal seguida de morte. A
hipótese é de autêntico crime preterdoloso, havendo dolo no
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antecedente (lesão à saúde) e culpa no resultado subsequente
(morte)” (TJMG – 2.ª C. – AP 1.0145.01.01324801/001 – Rel. Herculano
Rodrigues – j. 11.11.2004 – JM 170/368)
Lesão corporal privilegiada (§ 4º)
Trata-se de previsão idêntica a do homicídio privilegiado, agora cabível em crime de lesão
corporal, seja a leve, grave, gravíssima ou seguida de morte.
A pena deverá ser diminuída de um sexto a um terço.
Substituição da pena (§ 5º)
Se forem leves as lesões, o juiz poderá substituir a pena de detenção por multa, se ocorrer a
lesão privilegiada do parágrafo anterior ou se forem recíprocas as lesões.
Lesões recíprocas ocorrem quando duas pessoas dolosamente se agridem. Não se
configura se um dos agentes tiver agido em legítima defesa.
Lesão corporal culposa (§ 6º)
Trata-se da hipótese em que o agentedeixa de observar um dever de cuidado, vindo a dar
causa a uma lesão corporal previsível.
Não existe a classificação da lesão corporal culposa em leve, grave ou gravíssima. Apenas
diz-se lesão corporal culposa.
Se for na condução de veículo automotor a lesão culposa, configura-se o art. 303 da Lei
9.503/97.
Aumento de pena (§ 7º)
Se ocorrer qualquer das hipóteses do § 4º, do art. 121.
Perdão judicial na lesão corporal culposa (§ 8º)
Tal qual o homicídio, se ao causar a lesão culposa o agente sofreu as consequências do
crime de modo tão grave que torne desnecessária a pena, o juiz concederá o perdão
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judicial.
Violência doméstica (§§ 9º e 10)
Será qualificada (detenção de 3 meses a 3 anos) a lesão corporal leve se ocorrer qualquer
das hipóteses do § 9º.
E será aumentada a pena de um terço se ocorrer a lesão grave, gravíssima ou seguida de
morte.
Aumento de pena por ter sido o crime cometido contra pessoa portadora de deficiência. (§
11)
Aumenta-se a pena de um terço.
Ação penal
O Código Penal nada diz sobre a ação penal do crime de lesão corporal, o que significa que
vigora a regra, que é a de ação penal pública incondicionada. Assim foi até a entrada em
vigor da Lei 9.099/95.
No art. 88 da Lei 9.099/95, estabeleceu que os crimes de lesão corporal leve e lesão
corporal culposa serão de ação penal pública condicionada à representação.
A Lei Maria da Penha não dispôs diversamente sobre a ação nos crimes de lesão corporal
leve, cometida no contexto de violência doméstica. No art. 12, I, diz que autoridade policial
deverá “tomar a representação a termo”. E no art. 16 estabeleceu-se que uma vez oferecida
a representação, a retratação somente poderá ser feita em juízo, “em audiência
especialmente designada com tal finalidade”.
Contudo, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a lesão corporal no contexto de violência
doméstica contra a mulher é de ação penal pública incondicionada (“AÇÃO PENAL  –
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER – LESÃO CORPORAL – NATUREZA. A  ação
penal relativa a lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública
incondicionada.”  STF — ADI 4424 / DF — Pleno — Rel. Min. Marco Aurélio — j.09-02-2012)
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