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Aula 4 - Populismo latino-americano os governos Perón na Argentina e Cárdenas no México


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Aula 4 - Populismo latino-americano os governos 
Perón na Argentina e Cárdenas no México 
Habilidade: (EM13CHS602) 
Observe as imagens de propaganda peronista (na Argentina), durante as décadas de 1940-50, 
no slide a seguir, e levante hipóteses acerca de como os governos caracterizados como 
populistas se utilizavam de símbolos com a intenção de legitimar o poder político. 
 
 
 
 
 
 
Cartão de festividades. Perón e Evita desejam aos seus queridos descamisados, um Feliz Natal 
e Ano Novo (1949-1950). Cartaz com os dizeres: “Depois de 100 anos de silêncio, Perón lhe deu 
voz e voto”, referindo-se ao voto feminino (1951). Campanha de ajuda social com imagem da 
primeira-dama argentina Eva Perón (1947), “Até o último canto do país…”. 
 
Características do populismo latino-americano 
Atenuação, por parte do Estado, das tensões sociais resultantes da reestruturação das 
economias latino-americanas após a Crise de 1929 e, mais especificamente, em função da 
Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O processo de industrialização e urbanização 
estabeleceu relações de classe mais complexas entre capital e trabalho, cabendo ao Estado o 
papel de mediador e ao mesmo tempo agente modernizador; 
 
Deslocamento da hegemonia política até então exercida pelas tradicionais oligarquias, que 
possibilitou o fortalecimento da ação do Estado; 
 
Respostas aos anseios das camadas populares por parte do Estado, que assumiu feições 
crescentemente autoritárias e paternalistas. A incorporação das massas populares se deu, 
portanto, “de cima para baixo”, e o controle se fez por meio dos sindicatos atrelados ao 
governo; 
 
Desenvolvimento de extensa legislação trabalhista, de cunho paternalista e personalista, 
objetivando o controle do movimento operário por meio de concessões periódicas, tais como: 
redução da jornada de trabalho, férias remuneradas, institutos de aposentadoria e assistência 
social. Por isso mesmo, pode-se afirmar que nos governos latino-americanos, caracterizados 
como populistas, “os humilhados e os ofendidos, os homens simples, ou seja, los olvidados 
durante o sistema oligárquico, adquiriram alguns direitos”. Tais direitos expressaram o limite da 
participação política desses trabalhadores nas lutas relativas tanto aos problemas de classe 
quanto às questões nacionais; 
 
 
 
Os diversos governos apresentaram contradições socioeconômicas internas como resultado da 
“espoliação internacional”, ao mesmo tempo em que, com esse discurso, procuraram viabilizar a 
nacionalização de certos setores da economia e ampliar a participação do Estado nas 
atividades econômicas; 
 
O “culto à personalidade” dos chefes de governo por meio de intensa propaganda, cujo objetivo 
era, também, responder aos anseios populares, procurando solidificar a aliança entre o líder 
populista e o “seu povo”; 
 
Controle do movimento sindical, atrelado ao Estado e dele dependente. Esse tipo de 
sindicalismo propiciou o aparecimento de líderes trabalhistas comprometidos com a política 
oficial de manipulação dos trabalhadores, comumente conhecidos pela expressão “pelegos”. 
 
Evita, esposa de Juan 
Domingo Perón, 
representava uma 
“intermediária” entre 
as massas e o líder, 
possuindo um papel 
fundamental no 
governo, em 
atuações nos 
programas de 
assistência e apoio 
social (aos 
denominados 
“descamisados”), 
além de ter fundado o 
Partido Peronista Feminino, que promoveu a luta pelo direito ao voto feminino, conquistado em 
1947. Fotografia de 1951, em que Eva Perón discursa para mulheres do Partido Peronista 
Feminino. 
TEXTO I – Perón e as classes populares 
“No primeiro período, de 1946 a 1951, houve a gradual subordinação do movimento sindical ao 
Estado e a eliminação dos líderes da velha guarda, de ação decisiva na mobilização dos 
sindicatos em apoio a Perón, em 1945, que haviam construído o Partido Trabalhista para que 
atuasse como braço político dos trabalhadores. Suas ideias de autonomia política e 
organizacional, assim como o caráter condicional de seu apoio a Perón, não combinavam com 
as ambições políticas deste. [...] Cada vez mais, os sindicatos se incorporaram a um monolítico 
movimento peronista e foram chamados a atuar como agentes do Estado perante a classe 
trabalhadora, organizando o apoio político a Perón e servindo como condutores das políticas do 
governo para os trabalhadores” (ROLLEMBERG, QUADRAT, 2010. p. 313-314). 
TEXTO II – República de Perón 
“Nos primeiros anos de governo, a economia continuou bem, e o novo presidente pôde 
nacionalizar ferrovias e serviços, como o fornecimento de gás, energia elétrica e telefonia. Em 
1949, uma reforma constitucional nacionalizou também os recursos naturais do país. 
Consolidava-se a imagem de Perón como líder nacionalista e anti-imperialista. [...] 
O presidente se apresentava como o continuador de San Martín (1778-1850), o ‘herói’ da 
independência argentina. Enquanto San Martín garantira a independência política, ele afirmava 
ser o responsável pela independência econômica do país” (SILVA, 2013, p. 60). 
 
 
TEXTO III – Cárdenas e o México 
“O presidente (Cárdenas) pretendia ser o ‘verdadeiro’ tradutor das massas mexicanas, 
defendendo sua participação no jogo político e entendendo como fundamental seu papel na 
sociedade. As massas eram ‘o motor do progresso’ de uma sociedade. Mas era imprescindível 
a atuação da ‘classe capitalista’, responsável pelo crescimento da economia. Ao Estado cabia o 
importante papel de conciliador social, já que apenas ele possuía um interesse geral e podia 
subordinar os interesses privados às necessidades do progresso do país. As classes sociais 
deviam conviver dentro de um projeto comum de corporação nacional garantido e protegido pelo 
Estado. Cárdenas realizou uma política social favorável às aspirações camponesas e operárias, 
estimulou o crescimento do capitalismo, fortaleceu a estrutura do Estado e nacionalizou alguns 
setores da economia. Mesmo com uma retórica algumas vezes socializante, foi moderado e 
conciliador” (PRADO; PELLEGRINO, 2014. p. 141-142).

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