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Atividade Financiamento Educacional


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UNIVERSIDADE TIRADENTES – UNIT
FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
Leandro Yago Silveira Costa
 Prof. Luzia Cristina de Melo Santos Galvão
ARACAJU
2024
Resumo
A educação social e a democratização da administração exigem também processos de avaliação que promovam a formação e compreensão do conhecimento científico, artístico, tecnológico, social e histórico, compreendendo as necessidades do mundo do trabalho, dos elementos materiais e da subjetividade humana. Nesse sentido, é questão de compreensão político-pedagógica garantir os princípios do direito à educação: participação e qualidade social, gestão democrática e avaliação emancipatória. A investigação sobre o financiamento da educação tem desempenhado um papel importante em um cenário político e educacional que exige mudanças históricas, econômicas, social, legislativo e pedagógico para compreender o real papel destes campos respeita a atividade governamental que afeta diretamente e expressa esses aspectos elementos de continuidade ou descontinuidade na educação básica.
Palavras-chave: educação; financiamento; legislação.
1. INTRODUÇÃO
A questão do financiamento da educação desempenhou um papel importante compreensão da organização e gestão da educação, especialmente da pesquisa e análise que explica a relação entre financiamento e política instituições de ensino e do Estado brasileiro, também se intensificou no subsetor economia da educação. 
Esta discussão é uma tarefa difícil devido às circunstâncias materiais que o financiamento é efetivo no país e envolve diversos entes federais (União, Estados, Distritos Federais e Municípios) e no setor privado. Sem considerar compreender a complexidade do assunto, a estrutura de financiamento e os fundamentos, a educação é considerada necessária e essencial para toda a sociedade, especialmente para com gestores educacionais, especialistas educacionais, pais e alunos e a comunidade local. 
A organização do sistema educacional brasileiro segundo a constituição federal 1988 e Diretrizes Nacionais de Educação e Lei de Bases (LDB/96). Distribuição de competências e responsabilidades entre União, estados e municípios o que também se aplica ao financiamento e manutenção de diferentes níveis, etapas e métodos de treinamento e ensino.
Toda essa discussão é importante em um país como o Brasil, com grande extensão territorial e diversidade socioeconômica e cultural entre regiões e localidades, com um sistema de ensino não estruturado nacionalmente e que, segundo o censo 184 da Escolar/Inep 2017, 84,1 mil escolas (78,2% públicas), geridas por quase 6.000 entes federativos autônomos (5.570 redes municipais, 27 estaduais/distrital e a rede federal), além da iniciativa privada. Ao todo, essas escolas ofertavam 48,6 milhões de matrículas (81,7% públicas) e contavam com 2,4 milhões de professores (77,2% da rede pública). No mesmo ano, o financiamento das escolas públicas (e conveniadas) de educação básica custou cerca de R$ 232,2 bilhões ao erário público. Esse montante representou 3,7% do PIB e um gasto por aluno de R$ 5.876 (R$ 489,67 por mês). Todavia, como será discutido mais adiante, a distribuição desse montante é bastante assimétrica e diversos indicado-res evidenciam o subfinanciamento do setor (ALVES et al., 2019).
A educação, embora presente em todas as sociedades, não ocorre de forma única. Na verdade existe formação porque as experiências de vida, as necessidades e as condições de trabalho dos homens são diferentes. 
Ao longo da história, em determinados momentos e em determinadas sociedades, o homem criou instituições responsáveis ​​por determinados tipos de educação e transmissão de conhecimentos. Aí nasceram as escolas, mas a educação não acontece da mesma forma, difere de escola para escola. 
Portanto, a escola deve ser um local especial e claramente definido onde os jovens se reúnem, agrupam e se dividem em turmas ou faixas etárias, mas mesmo assim cada escola tem o seu ensino, padrões, critérios, avaliações e cada um se preocupa e cria o conhecimento deles. 
A educação é um direito fundamental que contribui não só para o desenvolvimento do país, mas também para o desenvolvimento de cada indivíduo. Seu significado é mais do que aumentar a renda ou as oportunidades de emprego de um indivíduo. 
O financiamento da educação é uma parte estrutural da organização e funcionamento da política nacional de educação e, portanto, da implementação do sistema educativo nacional. Embora este não seja um fator suficiente, é uma condição necessária para a generalização do direito à educação pública de qualidade.
2. ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS
A obra jesuíta, primeira empresa educacional do Brasil encarregada de recrutar novos fiéis na Europa a partir do século XVI, chegou aqui em 1549 com o governador Tomé de Souza. Esta obra está completamente relacionada com o projecto colonial português. Entre 1549 e 1604, muitas expedições jesuítas foram feitas ao Brasil para catequizar e converter os povos indígenas à verdadeira fé. No início, os jesuítas cuidaram da aldeia nativa. Mais tarde, no final da década de 60 do século XVI, o trabalho jesuíta centrou-se na abertura de escolas para os filhos dos colonos nas mais importantes aldeias existentes. Essas escolas eram sustentadas por uma pensão, uma porcentagem cobrada do dízimo como imposto sobre o açúcar. O dízimo era um imposto de dez por cento sobre as mercadorias que entravam na colônia através dos portos estabelecidos pelo governo (CURY, 2018).
No entanto, a primeira forma de financiamento público para financiar a educação pública no Brasil ocorreu durante a reforma pombalina. Por carta régia de 28 de junho de 1759, todos os colégios jesuítas de Portugal e das colónias foram abolidos. Mas isso não eliminou a existência de outras classes religiosas ou o ensino da doutrina católica. Na actividade do Estado, as iniciativas do Marquês de Pombal têm uma dimensão secular. Ansioso por acompanhar o progresso do iluminismo europeu e as novas tendências económicas, Portugal começou a procurar novas ideias e a recuperar da estagnação económica. Tomando o poder da Companhia de Jesus como um dos motivos deste atraso, este último foi extinto. Mais de 500 padres brasileiros voltados para a educação foram expulsos, e a coroa tentou substituir os colégios jesuítas criando as chamadas classes reais criadas pelo foral de 1759 (CURY, 2018).
No Império, com o país politicamente independente, a situação de precariedade não era diferente. A referência de base para o financiamento deve ser apontada no artigo 172 da Constituição de 1824 pelo qual os ministros de Estado deveriam encaminhar seus orçamentos para o Ministro de Estado da Fazenda. E é deste orçamento que saiam recursos gerais para a educação. O Decreto Legislativo de 15.12.1830 foi o primeiro Orçamento Geral do Império Brasileiro (CURY, 2018).
Desse modo, nem a Constituição Imperial de 1824, nem a Lei Geral de Educação de 1827, previam qualquer modalidade consistente de financiamento específico da educação. A tese de Tonholi (2016, p. 106), destaca:
Assim, foi possível verificar que o subsídio literário deixou de ser formado pela cobrança de impostos sobre o vinho, aguardente e vinagre e foi recolocado por esta Lei Orçamentária sendo cobrado por cabeça na razão de 2$000 pelo Gado Vaccum, 400 réis pelos carneiros e 800 réis pelos porcos, à entrada para o consumo público.
O subsídio, mencionado pelas últimas vezes em documentos oficiais no Decreto de 26 de julho de 1827 e na Lei de Orçamento do ano de 1836 a 1837, se dá agora dentro da duplicidade administrativa estabelecida pelo Ato Adicional de 1834.
Com este Ato e a consequente descentralização do ensino primário para as Províncias, cria-se um dualismo de redes escolares em que os impostos mais importantes estavam sob a égide dos poderes gerais centrais. As denominadas rendas gerais contavam com 12 impostos. Em 1831, contudo, foramcriadas as Tesourarias provinciais que cuidavam da arrecadação dos impostos. Como disposto pelo Ato Adicional no art. 12, as Assembleias Legislativas provinciais não poderiam legislar sobre os impostos de importação (CURY, 2018).
O ensino primário, tornado atribuição provincial pelo §2° do art. 10 do Ato Adicional, passou a contar com o apoio dos impostos menores próprios das Províncias. Como deveria haver alguma receita para a educação pública, ela acabou saindo dos recursos da receita geral, de loterias e de rifas.
Já a República, ao prever a autonomia dos Estados no art. 5° da Constituição de 1891, deveria assumir às expensas próprias as necessidades de seu governo e administração. Porém, dispunha que a União poderia prestar socorros aos Estados, em caso de calamidade pública, mediante solicitação destes.
Afora o caso de tais calamidades, do ponto de vista da educação, registre-se que a República não alterou significativamente a dupla rede que vinha do Império.
A Constituição de 1891, pelo art. 7º, estabelece os impostos da União, e o art. 9o os dos Estados. Entretanto, data desta Constituição a criação de um Tribunal de Contas, segundo o art. 39 e a elaboração do orçamento da União sendo competência do Congresso Nacional em base ao art. 34.
Ora, o ensino primário continua como atribuição dos Estados, cabendo a eles financiar o ensino primário. A Constituição de 1891 se cala sobre a gratuidade do ensino primário que, antes, estava presente na Constituição Imperial. Claro está que, para um estudo mais específico sobre o financiamento da instrução primária nos Estados, há que se consultar as Constituições Estaduais e as leis infraconstitucionais, já que tal competência a elas se atribuía (CURY, 2018).
Isto quer dizer que na na Velha República, a situação não muda significativamente, apesar de ter havido propostas de um financiamento estabelecido nacionalmente pela União. Os recursos que havia saiam da Receita Tributária. Somente em 1922, por meio do Decreto n. 4536, se estabeleceu um Código de Contabilidade da União pelo qual se regrava o conjunto dos orçamentos dos Ministérios (CURY, 2018).
A Constituição de 1934 expressa as tendências da época, entre as quais a importância da educação. Tornada gratuita e obrigatória no primário, ela só se viabilizaria com recursos próprios. Por isso, a Constitução impõe a vinculação percentual para União, Estados e Municípios a partir dos impostos arrecadados. A vinculação constitucional de proporção dos recursos advindos dos impostos para a educação será um diferencial para o financiamento da educação escolar no Brasil (CURY, 2018).
No que se refere à educação e ao seu financiamento, a Constituição ditatorial de 1937 retirou a vinculação constitucional de recursos para a educação, pois no capítulo de educação não se tem nada a este respeito. Apesar da gravidade que isso representou para a manutenção e o desenvolvimento da educação em seus efeitos, não se pode ignorar, por outro lado, certas iniciativas do Estado Novo como a racionalização dos dados estatísticos sob o comando de Teixeira de Freitas o qual, à frente da Secretaria de Estudos Estatísticos do Ministério da Educação e Saúde, jamais deixou de se preocupar com a ausência de fundos estatais para a educação advindos de orçamentos públicos (CURY, 2018).
Após a ditadura, as lutas pelo retorno à democracia significaram uma grande participação da sociedade civil na elaboração da Constituição de 1988. Ansiava-se por um país com mais direitos sociais, direitos políticos e sem desconsiderar os direitos civis.
A Constituição da República de 1988 reconheceu o direito à educação como o primeiro dos direitos sociais (art. 6º) assim como um direito do cidadão e dever do Estado (art. 205). E, por essa razão, estabeleceu princípios, diretrizes, regras, recursos vinculados e planos de modo a dar substância a esse direito. Ao explicitar esse direito, elencou sob a forma de assinalação de formas de realizá-lo, tais como gratuidade e obrigatoriedade com qualidade e com proteção legal ampliada, e com instrumentos jurídicos postos à disposição dos cidadãos para efetivá-la ou exigi-la em caso de omissão (CURY, 2018).
As questões relativas ao financiamento e à sua redistribuição do art. 212 da Constituição, dentro dos recursos vinculados pela Constituição, foi objeto de emendas constitucionais, como a emenda constitucional 14/96 e a emenda 53/06 que subvincularam, respectivamente, os recursos para o Fundef e Fundeb. Ou seja, no âmbito do que se poderia denominar cooperação cogente, estes fundos tem uma dimensão estadual (o fundo é estadual com recursos do Estado + Municípios) e são obrigatórios para todos os Estados (CURY, 2018).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n. 9.394/96, reserva um capítulo dedicado ao financiamento, com especial atenção, ao que é e ao que não é manutenção e desenvolvimento do ensino.
Esta lei, para as políticas de financiamento do ensino fundamental, teve um impacto tão grande ou maior do que a própria LDB. Afinal, ela tange o pacto federativo e o sistema de financiamento do ensino obrigatório pela subvinculação, pelo controle dos recursos por meio dos Tribunais de Contas e dos Conselhos de Acompanhamento e Fiscalização.
O FUNDEF representa chegada polêmica de uma longa trajetória na busca de vinculação financeira para a educação obrigatória, cujo disciplinamento em matéria de destinação sempre esteve na pauta de educadores. O Plano Nacional de Educação, já em 1934, o custo-aluno-ano posto no salário-educação e os estudos de Anísio Teixeira para os Fundos de Educação representam iniciativas de expansão planejada das etapas do ensino e de recursos bem administrados (CURY, 2018).
Em 11 de novembro de 2009, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional 59 com importantes modificações no capítulo da Educação. A educação básica obrigatória e gratuita passou a vigorar como direito público subjetivo para faixa etária de 4 a 17 anos, e o atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, deve contar com os vários programas suplementares como material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (CURY, 2018).
Por outro lado, o art. 214, ora emendado pelo mesmo dispositivo supracitado, estabeleceu, em seu inciso VI, que a meta de aplicação de recursos públicos em educação deverá ter o Produto Interno Bruto (PIB) como referência proporcional. Tal medida confere com a ampliação de responsabilidades por parte dos entes federativos, especialmente com a da faixa etária ínsita na emenda. Ora, em função disso tudo, a universalização do ensino obrigatório deverá contar necessariamente com formas de colaboração entre todos os sistemas de ensino dos entes federativos (CURY, 2018).
Este Plano comunga com vários dispositivos da Constituição de 1988, da legislação infraconstitucional, especificamente com a aprovação da lei n. 13.005/2014, lei do Plano Nacional de Educação.
É importante assinalar que, concomitante ao PNE, deve-se considerar o que diz o § único do artigo 23 da Constituição que dispõe sobre a cooperação entre os entes federativos: “Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional” (Brasil, 1988).
Apesar da alteração deste parágrafo, cuja redação original punha lei complementar no singular, o Congresso, até a presente data, não regulamentou ainda este aspecto nuclear do pacto federativo. A feitura desta lei complementar possibilitaria o aprimoramento na sistematização das competências dos entes federativos a fim de coordená-las de modo claro na forma, cooperativo na articulação e eficaz no desenvolvimento e no bem-estar dos cidadãos brasileiros. Isto está previsto inclusive na meta 20 e sua estratégia 20.9 (CURY, 2018).
Articulado a este, está o desafio da sustentabilidade financeira do Plano Nacional de Educação. A referência ao PIB (chegar aos 10% do PIB em dois tempos) é muito clara na emenda constitucionale na própria lei n. 13.005/2014 na meta 20. Tal sustentabilidade é crucial. Esta cláusula constitucional é condição de possibilidade para sucesso do PNE. Sua não efetivação é mais um retorno ao fracasso dos PNE passados.
Aliado a este desafio, pode-se apontar aquele trazido pelo Custo/Aluno/Qualidade inicial (CAQi), correspondente ao padrão mínimo de oportunidades da LDB, posto no art. 74 da Lei de Diretrizes e Bases, sua redistribuição disposta no art. 75 da mesma lei e o princípio mais amplo no art. 3o inciso IX (garantia de padrão de qualidade) e que deve corresponder Custo/Aluno/Qualidade (CURY, 2018).
É certo que a média do custo/aluno/atual (de 2.155 reais/mês no ensino fundamental de acordo com Education at a Glance 2014 (OCDE) é insuficiente para dar conta das exigências de um custo/qualidade, especialmente quando se dispõe sobre o tempo escolar estendido. Basta verificar a nova faixa de obrigatoriedade, a extensão da jornada escolar (meta 6 do PNE) e as exigências postas pelas estratégias de várias metas, em especial as da meta 20 (CURY, 2018).
Portanto, em junho de 2016, deveria ter sido implantado o CAQi...o que supõe um processo de discussão e elaboração dos insumos básicos necessários para que a passagem do estado atual, especialmente onde houver lacunas, se faça transitiva e do modo mais adequado possível. A análise de custos traz consigo uma ideia de grandeza da viabilização dos planos de educação em vista do direito à educação. Esta análise inclui todo o conjunto de gestão das redes públicas (CURY, 2018).
Não é por acaso que a meta 20 foi, de longe, a mais discutida. Afinal aqui se está reparando o direito à educação que, em nosso país, foi tardio acarretando graves formas de exclusão da população brasileira (CURY, 2018).
Concomitante a isto, há a proposta de emenda constitucional n.15/2015 que torna o FUNDEB permanente. Proposta em discussão no Congresso que é coerente com o direito à educação. Se este direito é um direito essencial para a realização da cidadania e dos direitos humanos, é imperativo que sua sustentação seja também permanente (CURY, 2018).
A contrario sensu, à vista dos 20 anos de vida juntando o FUNDEF com o FUNDEB, o fim do FUNDEB seria um non sense conducente ao caos, e sua discussão, a cada 10 anos, deixaria em suspense toda uma política apoiada nesta subvinculação. É mais uma vez insistir na possibilidade de uma descontinuidade, uma das maiores feridas da administração pública educacional. E não faria jus ao duro protagonismo de um passado que lutou por tornar a educação um direito sustentável (CURY, 2018).
De todo o modo, um FUNDEB permanente avança e sua constitucionalização permite a manutenção de sua essência sem abrir mão de ajustes próprios de uma realidade em movimento.
3. PRINCÍPIOS DO FINANCIAMENTO EDUCACIONAL NOS TEMPOS ATUAIS
Para falar sobre financiamento, faz-se necessário falar sobre orçamento e despesas. O orçamento trata-se de uma fase de planejamento, ou seja. é a lei que rege a implementação dos planos status Deve estar na lei orçamentária prever todas as receitas e despesas conta pública correspondente a um ano. 
Então em orçamento federal, estadual ou distrital Estado ou município federal, todas as fontes de renda pretendidas devem ser fornecidas, por exemplo, treinamentos (impostos, transferências, salário de treinamento e outros) e todos os custos incorridos, incluindo custos de pessoal e materiais, serviços, obras, equipamentos e muito mais. 
As receitas e despesas incluídas no orçamento são classificadas em conformidade de acordo com as regras padronizadas em nível nacional, seguindo as regras Tabelas aprovadas pela Lei nº 4.320 de 1964 e Portaria Ministerial planejamento, orçamento e gestão. Como o nome sugere, gasto refere-se a tudo o que tem a ver com consumo. 
Uma despesa, em outras palavras, é um dinheiro gasto por um governo ou agência administrativa cumprimento de medidas administrativas ou governamentais.
Existem dois tipos de despesas públicas: despesas correntes e capital Os custos atuais são os custos da administração pública promover a implementação e continuação das atividades governamentais. Esses custos dividido em despesas correntes e transferências. Os investimentos são investimentos da administração pública o objetivo é aumentar o capital ou aumentar o valor dos ativos existentes, e transferência de propriedade por compra ou outra aquisição entidades do setor público ou do setor privado. Esses custos são classificados como: investimentos, aplicações financeiras e transferências de capital. Exemplo: Aquisição, construção ou ampliação de terreno escola (OLIVEIRA et al., 2020).
Para financiar a política de educação, em sua abrangência, missão e princípios, o Estado instituiu a estrutura e as fontes de financiamento no artigo 212 da CF/1988, vinculando recursos para a educação e garantindo percentuais mínimos da receita resultantes de impostos à manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE) (NOVO, 2017).
Os recursos públicos destinados à educação têm origem em:
· Receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
· Receita de transferências constitucionais e outras transferências.
· Receita da contribuição social do salário-educação e de outras contribuições sociais.
Os patamares, no mínimo, são de 18% da receita de impostas da União e 25% da receita de impostos dos estados, Distrito Federal e municípios, incluindo as transferências entre esferas de governo. A CF/1988 estabeleceu, ainda, que a educação básica teria o salário-educação como fonte suplementar de recursos (NOVO, 2017).
A avaliação, que testa alunos de 15 anos em 70 países, mostrou que o gasto acumulado do Brasil por aluno foi de US$ 38.190 por ano, ou seja, o equivalente a 42% da média de US$ 90.294 de investimento feito por estudante em países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), responsável pelo levantamento. O Pisa é considerado a avaliação educacional mais importante do mundo (NOVO, 2017).
Em 2012, última versão do estudo, essa proporção correspondia a 32%. Esse salto de 10%, no entanto, não se refletiu em uma melhora efetiva no ensino.
Na realidade, o Brasil continua nas últimas posições nas três áreas avaliadas. Em Ciências, que era o foco do estudo recém-divulgado, o país ficou em 63º lugar (estava em 59º em 2012, quando havia 65 países analisados), caindo de 405 para 401 pontos ─ apesar de não indicar uma mudança estatisticamente significativa ─ e ficando na frente apenas de Peru, Líbano, Tunísia, Macedônia, Kosovo, Argélia e República Dominicana (NOVO, 2017).
Como dito anteriormente, a educação é um direito humano constitucional. Como observa Oliveira (2002), “ O direito à educação é agora reconhecido como um dos direitos humanos básicos e está escrito na legislação de quase todos os países" (p. 15). Isso significa dizer que a educação é a base para a criação da cidadania. Além de definir e afirmar a educação como um direito civil responsabilidade de cada unidade federativa (união, estados e municípios) para que garantida a aquisição da educação básica, lei federal de 1988 (art. 212) vincula uma certa porcentagem de certos recursos com os quais cada entidade deve se comprometer Manutenção e Desenvolvimento da Educação.
Conjunturalmente, a situação econômico-financeira do país vem conhecendo problemas de natureza variada, inclusive com queda no PIB e no preço do barril do petróleo, o que pode comprometer o alcance das metas e suas estratégias. Ainda assim é necessário que o Plano explicite mais a relação entre as metas, suas estratégias e a as atribuições dos entes federativos e a respectiva divisão dos recursos advindos de fontes claras de financiamento (CURY, 2018).
Ainda no plano político, houve o impedimento da continuidade democrática do mandato da presidente da República, eleita pelo voto popular. Do ponto de vista econômico-financeiro, atualmente, pode-se verificar, novamente, um esquecimento do PNE inclusive com veto presidencial, na lei 13.473 de 8 de agosto de 2017, dasdiretrizes orçamentárias de 2018, ao custo-aluno-qualidade inicial, ponto crucial para o PNE (CURY, 2018).
A educação brasileira é regulamentada pelo Governo Federal, através do Ministério da Educação, que define os princípios orientadores da organização de programas educacionais. Os governos locais são responsáveis por estabelecer programas educacionais estaduais e seguir as orientações utilizando os financiamentos oferecidos pelo Governo Federal. As crianças brasileiras têm que frequentar a escola no mínimo por nove anos, porém a escolaridade é normalmente insuficiente. 
A Constituição Brasileira de 1988 estabelece que "educação" é "um direito para todos, um dever do Estado e da família, e está a ser promovida com a colaboração da sociedade, com o objetivo de desenvolver plenamente o desenvolvimento integral da personalidade humana e a sua participação nos trabalhos com vista ao bem-estar comum; preparar os indivíduos e a sociedade para dominar recursos científicos e tecnológicos que permitirão a utilização das possibilidades existentes para o bem-estar comum; defesa, difusão e expansão do patrimônio cultural; condenando qualquer tratamento desigual resultante de cunho filosófico, político ou de crença religiosa, assim como qualquer classe social ou de preconceitos raciais.
Como o artigo 214 da CF/1988 trata precisamente do PNE, atribuindo a ele o “objetivo de articular o sistema nacional de educação [SNE] em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades”, a CF/1988 reconhece e assevera, portanto, que o financiamento adequado das políticas educacionais se traduz em alicerce fundamental para a construção tanto dos planos educacionais, como do SNE. Consequentemente, o alcance das metas contidas em programas de governo e planos de Estado da área de educação depende de políticas adequadas de investimento e gestão de recursos.
Falando em FUNDEB, Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação: um fundo especial, de natureza contábil, de nível estadual (há um fundo para cada estado e distrito federal, 27 fundos no total), que é composto quase inteiramente por recursos provenientes de tributos e transferências de estados, distritos federais e municípios, relativos à educação nos termos do artigo 212 da Constituição Federal. Além desses recursos, o Fundeb também contempla recursos federais selecionados a qualquer momento cujo valor para os estudantes não atinja os mínimos estaduais dentro de cada estado. Todos os recursos gerados, independentemente da sua origem, são realocados para a educação básica (NOVO, 2017).
São destinatários dos recursos do Fundeb os estados, Distrito Federal e municípios que oferecem atendimento na educação básica. Na distribuição desses recursos, são consideradas as matrículas nas escolas públicas e conveniadas, apuradas no último censo escolar realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC).
Os recursos do Fundeb são distribuídos de forma automática (sem necessidade de autorização ou convênios para esse fim) e periódica, mediante crédito na conta específica de cada governo estadual e municipal. A distribuição é realizada com base no número de alunos da educação básica pública, de acordo com dados do último censo escolar (NOVO, 2017).
O Fundeb foi instituído pela Emenda Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006 e regulamentado pela Medida Provisória nº 339, de 28 de dezembro do mesmo ano, convertida na Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, e pelos Decretos nº 6.253 e 6.278, de 13 e 29 de novembro de 2007, respectivamente.
No financiamento de todos os níveis da Educação Básica, é necessário que seja aplicado no pagamento do salário dos professores, diretores e orientadores educacionais, e pode ser usado também em atividades como o custeio de programas de melhora da qualidade da Educação, a formação continuada dos professores, a aquisição de equipamentos, a construção e manutenção das escolas (NOVO, 2017).
A gestão adequada dos recursos educacionais é condição necessária para proteger o direito à educação no Brasil. O artigo 206 da CF/1988 elenca novamente os princípios que a educação deve seguir, definindo o princípio da gestão democrática como instrumento de construção da educação e do controle social dos recursos nesta área. (NOVO, 2017).
A Gestão Democrática é uma forma de gerir uma instituição escolar de maneira que possibilite a participação, transparência e democracia, tais como acontecem nas chamadas "Escolas Democráticas".
O sistema nacional de educação instituído pela Conae, que garante a coordenação entre os entes federativos e os setores da sociedade civil, exige procedimentos de governança democrática estipulados na CF/1988, bem como níveis de financiamento que vinculem os recursos financeiros à execução de planos e ações , para promover a redução da desigualdade educacional entre as regiões brasileiras. O montante de recursos financeiros deve ser suficiente para atingir as metas dos programas educacionais nacionais, estaduais, distritais e municipais (NOVO, 2017).
Pesquisas mostram que compromissos mínimos de 18% para a federação e 25% para os governos estaduais e municipais não garantem a quantidade de recursos necessários para resolver os problemas educacionais do Brasil. O aumento dos recursos financeiros em proporção do PIB exige um esforço coordenado entre a União, os estados, Distrito Federal e os municípios para aumentá-los acima do mínimo constitucional. Mas é importante reconhecer o enorme desafio de estabelecer mecanismos de fiscalização e fiscalização que garantam o estrito cumprimento do artigo 212 da CF/1988 sobre o montante de recursos destinados à política pública de educação (NOVO, 2017).
Também é importante que o próprio Ministro da Educação se torne o coordenador e gestor dos gastos e participe ativamente das discussões e deliberações sobre as prioridades políticas e a dinâmica de financiamento educacional nos níveis estadual, federal e municipal. Estabelecer mecanismos de repasse automático de recursos relativos ao MDE ao órgão responsável por este setor, em conformidade com o disposto no artigo 69, parágrafo 5°, da Lei de Diretrizes e Fundamentos da Educação Nacional (LDB) não é realista na maioria dos estados brasileiros. e dos municípios, o que prejudica a atuação dos ministros da educação do estado e dos municípios (NOVO, 2017).
A utilização de recursos financeiros educacionais exige também o controle dos custos que estão registrados como educação de manutenção e desenvolvimento (MDE) e dos custos não incluídos neste título, conforme previsto nos artigos 70 e 71 da LDB. Os órgãos de controle e fiscalização – Tribunal de Contas da União, Tribunais de Contas dos Estados, Auditoria Geral da União, Tribunais de Contas Municipais, Ministério Fiscal, etc. mídia educacional. recursos. No entanto, é necessário legislar claramente se as pensões e as despesas relacionadas com o pagamento de pensões se enquadram na manutenção e no desenvolvimento da educação. A não inclusão dessas despesas no MDE ajudará a aumentar o montante de recursos educacionais, porém, é importante respeitar a igualdade entre funcionários ativos e aposentados (NOVO, 2017).
Com a aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), e por meio de um forte compromisso social, pelo menos 80% dos recursos do distrito serão fiscalizados por um sistema mais sólido Recomendações de monitoramento, controle social e fiscalização dos departamentos. Porém, para compreender as origens desses conceitos é preciso voltar no tempo e lembrar que desde 1988 o direito à informação está consagrado na Constituição Federal.
A partir de então, despontaram iniciativas ligadas à gestão democrática que podem servir de exemplo. O Portal da Transparência, da Controladoria Geral da União (CGU),no ar desde 2004, é uma delas. No endereço eletrônico, é possível acessar detalhes sobre recursos públicos federais, inclusive da área da Educação, transferidos pelo Governo a estados e municípios e ao Distrito Federal. Obras de ampliação e manutenção das escolas, aquisição de veículo para transporte de alunos especiais e cursos de capacitação para professores são alguns dos tópicos disponíveis (NOVO, 2017).
O modelo mais adotado de Controle Social tem sido o formato de conselhos, órgãos definidos legalmente que funcionam como instrumento da atuação da comunidade, na materialização do Controle Social. A palavra
Tal como a ágora moderna, a assembleia era um local de expressão e refúgio para o povo num quadro moderno de responsabilidades horizontais. Esses espaços de discussão ganharam forma própria na gestão dos recursos federais repassados ​​aos municípios, acompanhando o processo de municipalização iniciado pela atual Constituição Federal. Eles são chamados de Conselhos de Supervisão e Controle Social (CACS) e estão presentes na área educacional para acompanhar e fiscalizar o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e o Valor dos Profissionais da Educação (Fundab). Esta última comissão também é responsável por fiscalizar a utilização dos recursos federais transferidos para a conta do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar - PNATE e do Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos (NOVO, 2017).
Com o surgimento do fenômeno da urbanização, o trabalho social descentralizado torna-se necessário devido à sua importância e ação poética nos países de tamanho continental, o controle social facilitará a transferência mais frequente de recursos pelos órgãos centrais para controlar o uso desses recursos. Como órgão representativo responsável pelo acompanhamento da gestão e transmissão de reclamações. Estas comissões promovem a igualdade entre a Câmara Municipal e a comunidade como elemento fundamental e medida necessária para respeitar a utilização dos recursos públicos, por vezes com questões muito técnicas que exigem formação dos seus membros (NOVO, 2017).
Ao contrário de um conselho escolar municipal, o papel do CACS é principalmente implementar o programa, seja através de auditorias e processos de aquisição ou verificação no terreno dos resultados do programa para garantir que as crianças recebem lanches adequados ou transporte para a escola. Estes comités são hoje uma realidade em quase todas as cidades e merecem uma investigação mais aprofundada sobre as suas atividades e natureza. O bom funcionamento destas comissões garante uma gestão transparente e eficaz da utilização dos recursos educativos em áreas-chave, possibilitando atividades educativas de qualidade como alimentação escolar, transporte escolar, remuneração de professores e obras de infraestruturas escolares (NOVO, 2017).
A implementação destes importantes meios de controle social garante que estas atividades, além de serem fielmente implementadas pelo governo municipal, também dependam da participação dos representantes da população para controlar a sua efetiva implementação, garantindo assim a força e a legitimidade da ensino. administração . A gestão bem-sucedida destes programas contribui muito para garantir que as crianças da comunidade possam desenvolver as suas atividades escolares da melhor forma possível, com professores motivados e um ambiente adequado. Estes elementos por si só não constituem uma boa educação. Mas a sua ausência torna impossível qualquer programa educacional (NOVO, 2017).
4. CONCLUSÃO
A democratização do direito à educação no Brasil, apesar de ter avançado significativamente nos últimos anos, ainda se apresenta como desafio para os diversos entes federados, especialmente no que se refere ao debate em torno da qualidade de oferta, da garantia de condições de igualdade de acesso e permanência e dos resultados medi-dos pelas avaliações em larga escala. Esses debates apresentam diversos caminhos, entre as quais a definição das condições de qualidade e dos insumos necessários à oferta educacional, além do papel dos diversos entes federados na garantia de tais condições.
A educação social e a democratização da administração exigem também processos de avaliação que promovam a formação e compreensão do conhecimento científico, artístico, tecnológico, social e histórico, compreendendo as necessidades do mundo do trabalho, dos elementos materiais e da subjetividade humana. Nesse sentido, é questão de compreensão político-pedagógica garantir os princípios do direito à educação: participação e qualidade social, gestão democrática e avaliação emancipatória. A implementação de todos estes princípios requer um financiamento adequado da educação. Uma boa educação tem resultados de longo alcance: contribui para o crescimento económico do país e para a promoção da igualdade social, mas a sua influência é também decisiva na vida de cada indivíduo.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988;
BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Ministério da Educação, 2010;
BRASIL. Ministério da Educação. Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas. 2010;
CURY, Carlos Roberto Jamil. Financiamento da Educação Brasileira: do subsídio literário ao FUNDEB. [S. l.], 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/dsgbhmXmfPfTfXTFTYk44zh/#ModalTutors.
DAVIES, Nicholas. O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO E SEUS DESAFIOS. [S. l.], 2004. Disponível em: http://www.redefinanciamento.ufpr.br/antigo/nic2.htm;
NOVO, Benigno Núñez. FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO: GESTÃO, TRANSPARÊNCIA E CONTROLE SOCIAL DOS RECURSOS. [S. l.], 2017. Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/financiamento-educacao-gestao-transparencia-controle-social.htm#:~:text=Nos%20incisos%20do%20artigo%20206,por%20meio%20do%20estabelecimento%20de;
OLIVEIRA, João Ferreira de; MORAES, Karine Nunes de; DOURADO, L.F. O financiamento da educação básica: limites e possibilidades. [S. l.], 2020. Disponível em: https://www.mprj.mp.br/documents/20184/171752/financiamneto_da_educacao_basica.pdf;
- Referências disponibilizadas no plano de ensino e aprendizagem da matéria que propôs o presente trabalho.
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