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XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO 2ª FASE - PENAL DAMASIO EDUCACIONAL XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – 2ª FASE DIREITO PENAL Laboratório Nº 03 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE RECIFE/PE XISTO, já qualificado nos autos da ação penal nº ..., que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável sentença que a condenou pela prática do delito previsto no artigo 157, §3º, do Código Penal, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO com fulcro no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal. Requer seja recebida e processada a presente apelação e encaminhada, com as inclusas razões, ao E. Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco. Termos em que, Pede deferimento. XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO 2ª FASE - PENAL DAMASIO EDUCACIONAL XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO Local, 1º de agosto de 2014. Advogado, OAB RAZÕES DE APELAÇÃO Processo nº ... Apelante: Xisto Apelada: Justiça Pública Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, Douto Representante do Ministério Público Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. Juiz “a quo”, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida contra o ora apelante, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO 2ª FASE - PENAL DAMASIO EDUCACIONAL XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO I – DOS FATOS Xisto foi denunciado, processado e condenado pelo Juízo de primeiro grau pela prática do crime de latrocínio (artigo 157, §3º, do Código Penal), por ter subtraído o toca-fitas de um carro, sendo que o seu comparsa, Peter, que carregava uma arma sem o conhecimento do ora apelante, matou a vítima quando esta apareceu. A pena foi fixada em 22 anos de reclusão. II – DO DIREITO (APRESENTAÇÃO DA TESE) A condenação de Xisto pela prática de latrocínio mostra-se indevida. Vejamos. (PREMISSA MAIOR) De acordo com o artigo 29 do Código Penal, “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”. O §2º do citado dispositivo legal, por sua vez, prevê, em sua primeira parte, que “se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste”. (PREMISSA MENOR) No caso em apreço, Xisto e Peter combinaram entre si a prática de furto qualificado (artigo 155, §4º, do Código Penal), e não de latrocínio. Durante a prática criminosa, no entanto, o dono do carro apareceu, momento em que Xisto saiu correndo de posse da “res furtiva” e Peter decidiu atirar na vítima, causando a sua morte. É importante destacar que Xisto não sabia que Peter portava uma arma de fogo, razão pela qual não poderia sequer prever o resultado mais grave. (CONCLUSÃO) Verifica-se, portanto, a ocorrência de cooperação dolosamente distinta por parte de Xisto, eis que o acordo referia-se apenas à prática de furto. Assim, incide, no caso, a previsão do §2º do artigo 29 do Código Penal, sendo de rigor a desclassificação para o crime de furto qualificado, previsto no artigo 155, §4º, do Código Penal. Com a desclassificação, deve ser fixada a pena-base no patamar mínimo legal, eis que, a teor da Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, o fato de Xisto estar sendo processado por outro crime de furto não pode configurar maus antecedentes. Com efeito, somente uma condenação já transitada em julgado poderia ensejar a elevação da pena-base, nos termos do artigo 59 do Código Penal. XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO 2ª FASE - PENAL DAMASIO EDUCACIONAL XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO Ainda, com a fixação da pena no patamar mínimo legal, de rigor a imposição do regime inicial aberto, com base no artigo 33, §2º, alínea “c”, do Código Penal, bem como a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, conforme o artigo 44 do Código Penal, ou a suspensão condicional da pena, nos termos do artigo 77 também do Código Penal. (APRESENTAÇÃO DA TESE) Subsidiariamente, caso não seja acolhida a tese de desclassificação, de rigor a redução da pena fixada pelo latrocínio para o patamar mínimo legal. (PREMISSA MAIOR) De acordo com a Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, “é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base”. Assim, apenas condenações já transitadas em julgado poderiam determinar a elevação da pena-base, nos termos do artigo 59 do Código Penal. (PREMISSA MENOR) No caso em pauta, no entanto, o Juiz de primeiro grau exasperou a pena-base em 2 anos, por entender que o fato de Xisto responder a outro processo por furto configuraria maus antecedentes, contrariando, assim, a mencionada Súmula. (CONCLUSÃO) Destarte, deve a sua pena ser reduzia ao patamar mínimo legal. III – DO PEDIDO Ante o exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido, efetuando- se a desclassificação para o delito de furto qualificado (artigo 155, §4º, do Código Penal), com a fixação da pena no mínimo legal, imposição de regime inicial aberto e substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou suspensão condicional da pena. Subsidiariamente, pugna-se pela fixação da pena-base pelo latrocínio no patamar mínimo legal. Por fim, pleiteia-se a concessão do direito de recorrer em liberdade. XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO 2ª FASE - PENAL DAMASIO EDUCACIONAL XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO Local, 1º de agosto de 2014. Advogado OAB