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Lingua portuguesa 2 - revisão nassau

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LINGUA PORTUGUESA II
PEDAGOGIA 
Linguagem – Socialização e enunciação
“Somente o homem é um animal político, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado delinguagem. A linguagem permite ao homem exprimir-se e é isso que torna possível a vida social”, disseAristóteles (384-322 a.C.). O filósofo grego define o homem como políico, no sentido do vocábulo grego
politikós, ou seja, cidadão, aquele que é capaz de vier na pólis(cidade), em sociedade. E ele atribuía àcapacidade da linguagem, que nos é inerente, o fato de os homens conseguirem viver em sociedade.A linguagem animal, constituída pela emissão de sons e comportamentos determinados,permite e garante a sobrievivência e a perpetuação da espécie. Há, porém, uma diferença entre alinguagem animal e a linguagem humana. Enquanto a primeira é estática e condicionada, nãoconsciente, a segunda é fruto do raciocínio, e a expressão por meio dela é consciente e intencional, nãomeramente instintiva. E mais, a linguagem humana é dinâmica e criativa.Num primeiro momento, é possível definir a linguagem humana como todo sistema que, pormeio da organização de sinais, permite a expressão ou a representação de ideias, desejos, sentimentos,emoções. Essa representação possibilita leitura, o que concretiza a dinâmica da interação, dacomunicação e, consequentemente, da socialização. Num segundo momento, podemos defini-la como acapacidade inerente ao homem de aprender uma língua e de fazer uso dela.
“A linguagem é a capacidade humana de articular significados coletivos e compartilhá-los (…). A
principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido.” (Parâmetros Curriculares
Nacionais)Quando pensamos em linguagem como sistema organizado de sinais, associamos essa palavra ànoção de linguagem verbal, ou seja, de língua. Mas linguagem, como vimos, tem um conceito amplo: étodo sistema que permite a expressão ou representação de ideias e se concretiza em um texto.“(…) texto, em sentido lato, designa toda e qualquermanifestação da capacidade textual do ser humano(quer se trate de um poema, quer de uma música, uma pintura, um filme uma escultura, etc.), isto é,qualquer tipo de comunicação realizada através de um sistema de signos” (FÁVERO, L.F. & KOCH, I. In:
Linguística textual: introdução).Diversas são as linguagens existentes à nossa volta. Linguagens que apelam para todos ossentidos.A linguagem da pintura explora linhas, cores formas, luminosidade; a da escultura se vale deformas, volumes, tipos de materiais para a sua expressão. Os cartazes luminosos das ruaus comerciais,por meio de luzes, figuras e linguagem verbal, tentam nos dizer alguma coisa. As histórias emquadrinhos que, via de regra, exploram imagens e palavras, realizam o cruzamento verbo-visual.Antes mesmo da escrita, surgiram as gravuras rupestres e o sistema hieroglífico dos egípcioscomo representações simbólicas, em que signos, à maneira de desenhos, retratavam seres, situações,ritos e até histórias, expressas, primitivamente, sobre pedra, madeira, papiro. Na era da internet,utilizando o computador, os navegadores da rede criaram um código especial para se comunicar,
aproveitando os sinais gráficos oferecidos pelo teclado e que hoje evoluiram para os emoticons.Diversos são os tipos de textos e os códigos utilizados na interação social, e um dos maisimportantes é a língua. Recapitulando:Reconhecemos dois grandes tipos de sistemas de signos:
– linguagem verbal – aquela que utiliza a língua (falada ou ecrita);
– linguagem não-verbal – aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra.
Os signos visuaisOs signos visuais são componentes básicos dos códigos, que possibilitam a expressão de umaideia substituindo determinados objetos. Assim, são signos visuais o sinal vermelho do semáforo, opolegar erquido numa mão fechada, indicando sim, ok, positivo.
O signo linguísticoAo pensarmos na linguagem verbal, tendo a língua como código, os signos linguísticos são osresponsáveis pela representação das ideias. Esses signos são as próprias palavras, que, por meio daprodução oral ou escrita, associamos com determinadas ideias. Daí afirmar que os signos linguísticosapresentam dois componentes: uma parte material, concreta (o som ou as letras), que denominamossignificante; outra abstrata, conceitual (a ideia), que denominamos significado.
“(...) signos são entidades em que sons e sequências de sons – ou as suas correspondências gráficas – estão
ligados com significados ou conteúdos. (…) Os signos são assim instrumentos de comunicação e
representação, na medida em que, com eles, configuramos linguisticamente a realidade e distinguimos os
objetos entre si”. VILELA, M. & KOCH, I. Gramática da língua portuguesa.
Signo Linguísticos
Por exemplo, a palavra “papagaio” nos traz a ideia de “ave da espécie dos psitaciformes oupsitacídeos, geralmente de penas verdes, que imita bem a voz humana”. Entretanto, tal ligação entre a
representação (significante) e a ideia (significado)é totalmente arbitrária, ou seja, não há nada queindique que deve haver uma relação entre elas. Mas é uma convenção, senão não saberíamos a que apalavra papagaio faz referência; isso quer dizer que a significação tem de ser obrigatoriamente comumà comunidade que faz uso de um mesmo código ou língua, para que a mensagem produzida possa serentendida.Um outro detalhe importante: a palavra papagaio não é o papagaio (a palavra papagaio não temcondições de imitar o som da voz humana, por exemplo), mas quando a dizemos ou lemos,imediatamente nos vem a ideia da ave conhecida como papagaio. O objeto mencionado pode não estardiante de nós, mas o simples fato de evocá-lo, dizendo a palavra que o nomeia, é suficiente para quesua imagem nos venha à mente. 
O signo linguístico, isoladamente, não tem outra finalidade a não ser representar alguma coisae, por isso, dizemos que a palavra isolada é neutra. No entanto, por diversas associações, um mesmosigno linguístico pode assumir diferentes significados.
O papagaio do Hagar é muito dócil (ave da espécie dos psitaciformes ou psitacídeos, geralmente de penas verdes, que imita bem a vozhumana)
Essa menina é um papagaio. (menina tagarela ou que repete tudo o que escuta)
Os meninos brincaram a tarde toda empinando um papagaio.(Brinquedo que consiste em uma armação de varetas de madeira leve, coberta de papel fino, e que, pormeio de uma linha, se empina, mantendo-se no ar)É o arranjo dessa palavra, sua articulação e combinação num enunciado textual (falado ouescrito) que concretiza e exterioriza uma ideia e faz com que ela assuma este ou aquele sentido.
Linguagem, língua e falaComo vimos, o homem utiliza inúmeros tipos de linguagem para expressar suas impressões –para representar coisas, seres, ideias -, dentre elas a linguagem verbal. A língua é um sistema derepresentação constituído por palavras e por regras que as combinam, permitindo que expressemosuma ideia, uma emoção, uma ordem, um apleo, enfim, um enunciado de sentido completo queestabelece a comunicação. É importante salientar que essas palavras e essas regras são comuns a todosos membros de uma determinada sociedade. Isso significa que a língua pertence a toda umacomunidade, como é o caso da língua que nós falamos – a língua portuguesa.Quando um falante faz uso da língua, ele realiza atos de fala. A fala é um ato individual,depende de várias circunstâncias: do que vai ser falado e de que forma, da intencionalidade, docontexto, de quem fala e para quem está falando. No entanto, o falante vale-se de um código jáconvencionado e instituído antes de ele nascer, ou seja, a criatividade de seu uso individual estálimitada à estrutura da língua e às possibilidades que ela oferece.
Linguagem Verbal: sistema composto de signos linguísticos
Língua: código verbal de uma determinada comunidadeFala: uso individual do código verbal.
Gramática natural e gramática normativaOs falantes de uma língua adquirem natural e gradativamente o conhecimento necessário parausar a língua da comunidade a que pertence, cuja estrutura já tem, predeterminadosconvencionalmente, os signos linguísticos e as possibilidades de combinação entre eles, o que permitea comunicação. À soma dos conhecimentos linguísticos de uma língua chamamos gramática.Através do conhecimento da gramática da língua, conseguimos associar uma sequência de sons a umconceito, formando palavras, ou construir frases, escolhendo as palavras e a ordem adequada para noscomunicar. Trata-se, pois, de uma gramática natural da língua que permite entender enunciados efazer-nos entender através deles.
Daí surge o conceito de gramaticalidade e agramaticalidade, isto é, se um determinado usoda língua obedece às regras gerais e internas dela ou não:
menino, papagaio, João
eniomn, aogppaia, Oãoj
Os meninos empinaram papagaios a tarde toda
meninos toda empinaram os tarde papagaios aA gramática natural não deve ser confundida com as gramáticas que tentam, de formasistematizada, registrar, descrever e/ou prescrever os fenômenos gramaticais. Do mesmo modo, não sedeve confundir o conjunto de regras gerais e internas da língua com o conjunto de regras utilizadaspela gramática normativa. A gramática normativa tenta estabelecer um determinado uso da língua, chamado de usoculto ou norma culta, norma padrão. Trata-se, portanto, de um conjunto de regras que impõe umpadrão de linguagema ser seguido pelos falantes por ter prestígio social. No entanto, nem sempre elecoincide com a gramática natural:
Formas gramaticais Formas corretas segundo a gramática
normativaFazem duas semanas que ele não vem.Faz duas semanas que ele não vem. Faz duas semanas que ele não vem.Assisti o filme.Assisti ao filme Assisti ao filmeMe contaram o que aconteceu.Contaram-me o que aconteceu. Contaram-me o que aconteceu.Tu sabe o que ele faz.Tu sabes o que ele faz. Tu sabes o que ele faz.Cabe destacar que o conhecimento da variante considerada de prestígio é importante porqueela, convencionalmente, é empregada e exigida em diversas situações de natureza social (entrevista deemprego, pedido a uma autoridade pública, trabalho acadêmico, etc.).
LINGUÍSTICA
Atividade (Linguagem – Socialização e enunciação)
TEXTO 1Devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira. Certa manhã, ao deixar o metrôpor engano numa estação azul igual à dela, com um nome semelhante à estação da casa dela, telefonei da rua edisse: aí estou chegando quase. Desconfiei na mesma hora que tinha falado besteira, porque a professora mepediu para repetir a sentença. Aí estou chegando quase. . . havia provavelmente algum problema com a palavraquase. Só que, em vez de apontar o erro, ela me fez repeti-lo, repeti-lo, repeti-lo, depois caiu numa gargalhadaque me levou a bater o fone. Ao me ver à sua porta teve novo acesso, e quanto mais prendia o riso na boca, maisse sacudia de rir com o corpo inteiro. Disse enfim ter entendido que eu chegaria pouco a pouco, primeiro o nariz,depois uma orelha, depois um joelho, e a piada nem tinha essa graça toda. Tanto é verdade que em seguida Kriskaficou meio triste e, sem saber pedir desculpas, roçou com a ponta dos dedos meus lábios trêmulos. Hoje porémposso dizer que falo o húngaro com perfeição, ou quase. Quando de noite começo a murmurar sozinho, a suspeitade um ligeiríssimo sotaque aqui e ali muito me aflige. Nos ambientes que frequento, onde discorro em voz altasobre temas nacionais, emprego verbos raros e corrijo pessoas cultas, um súbito acento estranho seriadesastroso. Para tirar a cisma, só posso recorrer a Kriska, que tampouco é muito confiável; a fim de me segurar alicomendo em sua mão, como talvez deseje, sempre me negará a última migalha. Ainda assim, volta e meia lhepergunto em segredo: perdi o sotaque? Tinhosa, ela responde: pouco a pouco, primeiro o nariz, depois umaorelha... E morre de rir, depois se arrepende, passa as mãos no meu pescoço e por aí vai. (BUARQUE, Chico. Budapeste. São Paulo: Companhia das Letras, 2003).1. Considerando os conceitos comentados sobre gramática natural e normativa, classique o enunciado “Aíestou chegando quase” como gramatical, agramatical, certo ou errado. Justifique sua resposta.2. Releia o trecho “Nos ambientes que frequento, onde discorro em voz alta sobre temas nacionais,emprego verbos raros e corrijo pessoas cultas, um súbito acento estranho seria desastroso”.a) A que tipo de correção se refere o narrador?b) Por que seria desastroso um súbito acento?3. O que permite à professora criar uma piada?4. Em certa passagem, o narrador emprega um recurso linguístico para passar a noção de intensificação.Aponte-o.
TEXTO 2
5. Que tipo de linguagem é empregada na carta enigmática?6. A carta enigmática trabalha com um código secreto?7. Que tipo de signos são empregados na carta para a representação das ideias?8. Utilizando apenas a linguagem verbal, responda: o que está escrito na carta?