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ECONOMIA RURAL 1. INTRODUÇÃO A ECONOMIA 1.1. Evolução do Pensamento Econômico 1.2. Alguns conceitos de Economia/Economia Rural - Objeto da Economia 1.3. Alguns elementos fundamentais da Economia 2. TEORIA ECONÔMICA 2.1. Microeconomia X Macroeconomia 2.2. Problemas econômicos fundamentais 2.3. Produção de bens e serviços 2.4. Recursos produtivos 2.5. Agentes econômicos 2.6. Estudo de Mercado 3. ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA ECONÔMICO 2 3. ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA ECONÔMICO O que é SISTEMA ECONÔMICO? 3 3. ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA ECONÔMICO Um sistema econômico é um modelo político, social e econômico de organização de uma sociedade. É um sistema particular de organização da produção, circulação, distribuição e consumo de “todos” os bens e serviços que uma nação utiliza, buscando com isso uma melhoria no padrão de vida e bem-estar da sua população. O que é SISTEMA ECONÔMICO? 4 O que é ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA ECONÔMICO ? É muito complexo a organização de um sistema econômico, devido as limitações dos recursos produtivos e do nível tecnológico. 5 Principais formas de Organização Econômica ➢Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista) ➢Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista) 6 Economias de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista) • Regida pelas forças da oferta e da procura, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores ou meios de produção e opera em 2 sistemas: - Sistema de concorrência pura (sem interferência do governo) - Sistema de concorrência mista (com interferência governamental) 7 Sistema de concorrência pura Base da filosofia do liberalismo econômico- defende a soberania do mercado, sem interferência do Estado (Laissez-passer, Laissez-faire). O Estado deve se responsabilizar mais com justiça, paz e segurança e deixar o Mercado resolver as questões econômicas fundamentais (o que e quanto, como e para quem produzir). 8 Sistema de concorrência pura Neste sistema pode ocorrer duas situações: excesso de oferta e excesso de demanda (procura). 9 Sistema de concorrência pura 10 Sistema de concorrência pura Neste mercado, surge, também, as três perguntas básicas da Economia: 11 12 Sistema de concorrência pura Críticas: ➢ Grande simplificação da realidade; ➢ Os preços podem variar não devido ao mercado mas, em função de: • Poder de monopólios e oligopólios na formação de preços no mercado; Economias de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista) 13 Sistema de concorrência pura Críticas: ➢ O mercado sozinho não promove perfeita alocação de recursos. Em países pobres, o Estado tende a promover a infraestrutura básica que exige altos investimentos, com retornos apenas no longo prazo, com pouco apoio do setor privado. ➢ O mercado sozinho não promove perfeita distribuição de renda, pois as empresas estão preocupadas com a maximização do lucro, e não com questões distributivas. Para alguns Economistas, essas críticas justificam a atuação governamental para complementar a iniciativa privada e regular alguns mercados. 14 Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista) - Sistema de concorrência pura (sem interferência do governo) - Sistema de concorrência mista (com interferência governamental) 15 Sistema de Concorrência Mista (mercado misto) O papel econômico do governo - Breve histórico Séc. XVIII - XIX Predominância : Sistema de mercado, próximo ao da concorrência pura. 16 •Atuando sobre a formação de preços, (via subsídios, tarifas, política salarial, fixação de preços mínimos, etc.); •Exigindo uma complementação da iniciativa privada (infraestrutura, etc.); •fornecendo de serviços públicos (às vezes não vendidos no mercado - exemplo: educação, segurança, justiça, etc.); •compra de bens e serviços do setor privado ( Ex: PAA, PNAE). Sistema de Concorrência Mista (mercado misto) Essa atuação do setor público pode evitar distorções alocativas, ou seja, de distribuição: 17 No sistema de concorrência mista pode estar o desenvolvimentismo, que é uma ideologia de transformação da sociedade definida pelo projeto econômico que se compõe dos seguintes pontos fundamentais: a) políticas de proteção para indústria nacional e apoio a industrialização integral que será a via de superação da pobreza e do subdesenvolvimento; b) não há meios de alcançar uma industrialização eficiente e racional através das forças espontâneas do mercado; por isso, é necessário que o Estado planeje; c) o planejamento deve definir a expansão desejada dos setores econômicos e os instrumentos de promoção dessa expansão; e d) o Estado deve ordenar também a execução da expansão, captando e orientando recursos financeiros, e promovendo investimentos diretos naqueles setores em que a iniciativa privada seja insuficiente. BIELSCHOWSKY, Ricardo. Pensamento econômico brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimentismo –4. Ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000. 18 Sistema de concorrência mista Críticas: - A opção reformista de “domar” e “controlar” o capitalismo por meio da intervenção estatal, em reabilitar as bases do “desenvolvimentismo” sofre dois aspectos especialmente relevantes: i) a burguesia industrial; não possui um interesse homogêneo, que contenha em si a possibilidade do pleno desenvolvimento das forças produtivas; ii) por decorrência, financiar a centralização de capitais desta mesma burguesia não irá convertê-la em um “soldado” desenvolvimentista. A IN: Caldenhof, P. L. A crítica da economia mista em Paul Mattick e o Estado Desenvolvimentista. UFMA.2013 Economias de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista) 19 Principais formas de Organização Econômica ➢ Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista) - Sistema de concorrência pura (sem interferências do governo) - Sistema de concorrência mista (com interferências governamental) ➢ Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista) 20 Economia Planificada ou Economia Centralizada O Estado é o dono dos meios de produção, onde um Órgão Central de Planejamento decide a forma como resolver os problemas econômicos fundamentais. Alimentos, moradia, etc. 21 Características: ➢ Processo Produtivo: é estatizado e os preços dos produtos representam apenas recursos contábeis que permitem o controle da eficiência das empresas, sendo impossível o seu cálculo real; ➢ Distribuição da Produção: os preços dos bens de consumo são determinados pelo governo; ➢ Repartição do lucro : Em três partes - uma do governo, a outra é do investimento da empresa (governo) e o restante dividido entre os administradores e os trabalhadores. Economia Planificada ou Economia Centralizada 22 Impossibilidade do calculo de preço Para ser determinada uma meta de produção é necessário conhecer a demanda, que necessita de um preço determinado pelo mercado. Como não há mercado na economia planificada, não é possível conhecer o preço, logo não é possível conhecer a demanda. Para alguns economistas, isto torna muito difícil a edificação desta forma de organização econômica. Críticas: Para existir uma economia planificada é preciso que todos os meios de produção sejam estatizados, em consequência disso, o Estado passa a ser o proprietário de todas as empresas importantes: bancos, industrias, fazendas, meios de transporte, etc. E através de planos econômicos decidem como, quando, onde serão vendidos os produtos. A burocratização que acompanha a centralização é um dos principais fatores que levaram as economias planificadas a crise. Todasas normas são decididas pelos órgãos de planificações. Assim pessoas com poder de decisão acabam perdendo capacidade de iniciativa, deixam de tomar decisões para se tornar meros cumpridores de ordem. A única preocupação do burocrata é de cumprir metas estabelecidas para sua empresa. Economia Planificada ou Economia Centralizada 23 Sistemas Econômicos - Síntese Propriedade Privada Problemas econômicos fundamentais resolvidos pelo mercado pelo orgão central Mercado Centralizada Maior eficiência lucrativa Maior eficiência distributiva X Propriedade Pública 24 Atividades de aprendizagem 1. Os três problemas econômicos relativos a “o quê”, “como”, e “para quem” produzir existem: a) Apenas nas sociedades de planejamento centralizado. b) Apenas nas sociedades de “livre empresa” ou capitalistas, nas quais o problema da escolha é mais agudo. c) Em todas as sociedades, não importando seu grau de desenvolvimento ou sua forma de organização política. d) Apenas nas sociedades “subdesenvolvidas”, uma vez que desenvolvimento é, em grande parte, enfrentar esses três problemas. e) Todas as respostas anteriores estão corretas. 2. O que e quanto produzir situam-se num nível de referência: a.( ) econômico b.( )ambiental c.( ) social d.( ) cultural e.( ) tecnológico 3. Como produzir situa-se num nível de referência: a.( ) tecnológico b.( )ambiental c.( ) social d.( ) cultural e.( ) econômico 25 É a fronteira máxima de produção da sociedade, supondo pleno emprego dos recursos ou dos fatores de produção de que se dispõe em dado momento. Ilustra como a questão da escassez impõe limites a capacidade produtiva de uma sociedade, que terá de fazer escolhas entre alternativas de produção. Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção (ou curva de transformação) - CPP 26 Quantidade Produzida (bem )x Quantidade Produzida (bem )y max 0 x y = max 0 y x = A curva mostra que o aumento da produção de uma determinada classe de bens implica, necessariamente, redução da produção de uma outra classe de bem, a não ser que tenha ocorrido um aumento ou melhoria na qualidade dos recursos produtivos. Curva de Possibilidade de Produção - CPP Modelo: Dois bens utilizando em conjunto todos os Fatores de Produção 27 Uma economia em regime de máxima eficiência, só poderá aumentar a produção de um determinado produto ou dedicar-se à produção de novos produtos, se desistir total ou parcialmente da produção de outros produtos. Por mais abundantes, por melhores e mais bem treinados que sejam os recursos de uma unidade produtiva, haverá sempre uma limitação ao volume de produção. Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção (ou curva de transformação) 28 Quantidade Produzida (bem )x Quantidade Produzida (bem )y max 0 x y = max 0 y x = CARACTERÍSTICAS DA CPP: ➢ A CPP é decrescente pelo fato dos recursos disponíveis serem limitados. ➢ A CPP é côncova pelo fato de acréscimos iguais na produção do bem Y implicam em decréscimos cada vez maiores na produção do bem X e, também, em função da lei dos custos de oportunidade crescentes. Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção 29 Lei dos custos de oportunidade crescentes: A lei dos custos de oportunidade crescentes indica que quando não há alteração das capacidades tecnológicas e de produção de uma economia e estando o sistema a operar a níveis de pleno emprego dos recursos, a obtenção de quantidades adicionais de determinada classe de produto implica necessariamente a redução das quantidades de outra classe. Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção 30 Os pontos da CPP representam as possíveis combinações dos fatores de produção na obtenção dos bens x e y. A: capacidade ociosa (ineficiência). Na produção de X e Y os fatores disponíveis são utilizados parcialmente. Neste ponto não é necessário sacrifício de recursos produtivos para aumentar a produção de um bem, ou mesmo, dois bens. B e C: Não há como produzir mais, sem reduzir a produção do outro. Situação de pleno emprego dos recursos disponíveis; (Nível de produto Eficiente /Pleno Emprego). D: Nível impossível de produção. Posição inalcançável no período imediato. Depende de fatores como inovação tecnológica. Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção Quantidade Produzida (bem )x Quantidade Produzida (bem )y max 0 x y = max 0 y x = A• D• B• C• 31 Deslocamentos positivos: decorrem da expansão ou melhoria dos fatores de produção disponíveis (Crescimento Econômico). Inovações tecnológicas: com a mesma quantidade de insumos obtém-se maior quantidade de produtos). Deslocamentos negativos: decorrem da redução, sucateamento ou progressiva desqualificação do fatores de produção disponíveis. Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção Quantidade Produzida (bem )x Quantidade Produzida (bem )y max 0 x y = max 0 y x = A• D• B• C• Deslocamentos Positivos Deslocamentos Negativos D: Nível impossível de produção. Posição inalcançável no período imediato. 32 Atividades de aprendizagem 1. Os três problemas econômicos relativos a “o quê”, “como”, e “para quem” produzir existem: a) Apenas nas sociedades de planejamento centralizado. b) Apenas nas sociedades de “livre empresa” ou capitalistas, nas quais o problema da escolha é mais agudo. c) Em todas as sociedades, não importando seu grau de desenvolvimento ou sua forma de organização política. d) Apenas nas sociedades “subdesenvolvidas”, uma vez que desenvolvimento é, em grande parte, enfrentar esses três problemas. e) Todas as respostas anteriores estão corretas. 2- O que mostra a curva de possibilidades de produção ou curva de transformação? Resposta: Mostra a capacidade máxima de produção da sociedade supondo o pleno emprego (capacidade máxima) dos fatores de produção, que se dispõe, em determinado período de tempo. 3- Explique a razão do formato da curva de possibilidade de produção. Ilustre graficamente. Resposta: Supondo dois produtos X e Y, a curva de produção é decrescente, porque quando a produção de um bem aumenta a outra diminui, apresentando o máximo de combinações entre X e Y que podem ser produzidas a plena capacidade dos fatores de produção. X Quantidade Produzida (bem )x Quantidade Produzida (bem )y max 0 x y = max 0 y x = PROFESSOR QUE NUNCA HAVIA REPROVADO UM SÓ ALUNO Um professor de Economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira. Esta classe em particular havia insistido que o socialismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo. O professor então disse, “Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas.” Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam ‘justas’. Todos receberão as mesmas notas, o que significa que em teoria ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um “A”. Após calculada a média da primeira prova todos receberam “B”. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado. Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Já aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria dasnotas. Como um resultado, a segunda média das provas foi “D”. Ninguém gostou. Depois da terceira prova, a média geral foi um “F”. As notas não voltaram a patamares mais altos; mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram aquela disciplina… Para sua total surpresa. O professor explicou: “o experimento socialista falhou porque quando a recompensa é grande o esforço pelo sucesso individual é grande. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros para dar aos que não batalharam por elas, então ninguém mais vai tentar ou querer fazer seu melhor. Tão simples quanto isso.” 1. Você não pode levar o mais pobre à prosperidade apenas tirando a prosperidade do mais rico; 2. Para cada um recebendo sem ter de trabalhar, há uma pessoa trabalhando sem receber; 3. O governo não consegue dar nada a ninguém sem que tenha tomado de outra pessoa; 4. Ao contrário do conhecimento, é impossível multiplicar a riqueza tentando dividi-la; 5. Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. SEMINÁRIOS- Grupos de 3 alunos: 1.Economia Ecológica e dos Recursos Naturais; 2.Desenvolvimento econômico; 3.Economia e Agricultura Capitalista; 4.Economia e Agricultura Familiar; 5.Mercado Agroecológico;