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INTRODUÇÃO À PRODUÇÃO VEGETAL
1
CULTIVO DA MANDIOCA
1. COMENTE A ORIGEM E A IMPORTÂNCIA SOCIOECONÔMICO DA CULTURA DA MANDIOCA. 
A mandioca é uma planta de origem sul-americana, cultivada desde a Antiguidade pelos povos nativos desse continente. Oriunda de região tropical, encontra condições favoráveis para seu desenvolvimento em todos os climas tropicais e subtropicais.
É uma raiz que está altamente enraizada na cultura e história do Brasil, e desse modo possui várias origens folclóricas. Uma delas, é em relação à uma pequena india chamada Mani, que subitamente morre e é enterrada dentro de sua oca. Sua tribo, como tradição, chorava sobre sua sepultura diariamente. Deste processo brotou uma planta, cuja raiz era escura por fora e branca por dentro e que os índios interpretaram como um presente do deus Tupã. Batizaram-na de Mani, e como ela havia brotado dentro de uma oca, compos-se “manioca”, conhecida hoje como mandioca. 
A cultura da mandioca, aipim ou macaxeira tem sua origem provável nas regiões centrais do Brasil e já eram cultivadas pelos indígenas muito antes da colonização, sendo encontrado um registro da sua utilização em uma carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal: “Eles (os indígenas) não comem senão d’outra coisa a não ser dum inhame (mandioca) que brota da terra”.
A mandioca é cultivada em todas as regiões do Brasil, assumindo destacada importância na alimentação humana e animal, além de ser utilizada como matéria-prima em inúmeros produtos industriais. Tem ainda papel importante na geração de emprego e de renda, notadamente nas áreas pobres da Região Nordeste. Considerando-se a fase de produção primária e o processamento de farinha e fécula, estima-se que são gerados, no Brasil, um milhão de empregos diretos. Estima-se que a atividade mandioqueira proporcione uma receita bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares e uma contribuição tributária de 150 milhões de dólares. A produção de mandioca que é transformada em farinha e fécula gera, respectivamente, uma receita equivalente a 600 milhões e 150 milhões de dólares, respectivamente.
2. CITE E COMENTE AS CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS, EFEITO DO CLIMA E DO SOLO SOBRE A CULTURA DA MANDIOCA.
Características botânicas: A Mandioca, é uma planta de porte arbustivo, perene, resistente à seca e que pode variar entre pouco mais de um metro até os 5 metros de altura. As suas raízes são do tipo tubérculo, grossas e alongadas, podendo atingir, em casos extremos, até 2,5 metros de comprimento, 15 centímetros de diâmetro e chegar a alcançar os 40 quilos de peso. Mas a média de peso da raiz da Mandioca é entre 4 e 7 quilos. As suas folhas são pecioladas, tripartidas ou até heptapartidas, com contorno linear-lanceolado. As suas flores, de até 1,2 centímetro de comprimento, se agrupam em inflorescências do tipo panícula. Os frutos são do tipo cápsula, globosos e com três sementes por cápsula.
Quanto ao Clima: é bem tolerante à seca e possui adaptação às mais variadas condições de clima. Suporta altitudes que variam desde o nível do mar até cerca de 2.300 metros, sendo mais favoráveis as regiões baixas ou com altitude de até 600 a 800 metros. A faixa ideal de temperatura situa-se entre 20 e 27oC (média anual). As temperaturas baixas, em torno de 15oC, retardam a germinação e diminuem ou mesmo paralisam sua atividade vegetativa, entrando em fase de repouso. O período de luz ideal está em torno de 12 horas/dia. Dias com períodos de luz mais longos favorecem o crescimento de parte aérea e reduzem o desenvolvimento das raízes de reserva, enquanto que os períodos diários de luz mais curtos promovem o crescimento das raízes de reserva e reduzem o desenvolvimento dos ramos. Deve-se evitar áreas com ocorrência de geadas, pois essas afetam gravemente a parte aérea da planta.
Quanto ao solo: A mandioca pode ser cultivada até em solos pouco férteis, desde que sejam bem drenados. Solos argilosos pesados e solos compactados não são adequados, pois prejudicam o crescimento das raízes. O mais indicado é que o solo seja permeável, fértil e rico em matéria orgânica. Como o principal produto da mandioca são as raízes, ela necessita de solos profundos e friáveis (soltos), sendo ideais os solos arenosos ou de textura média, por possibilitarem um fácil crescimento das raízes, pela boa drenagem e pela facilidade de colheita. Os terrenos de baixada, planos e sujeitos a encharcamentos periódicos, são também inadequados para o cultivo da mandioca, por provocarem um pequeno desenvolvimento das plantas e o apodrecimento das raízes.
3. SOBRE A CULTURA DA MANDIOCA:
a) SISTEMAS DE PLANTIO (MANIVAS DE 20 A 25 CM, 2,5 DE DIAMETRO E 5 A 7 GEMAS)
Deve-se escolher manivas maduras, provenientes de plantas com 10 a 12 meses de idade, e utilizar apenas o terço médio, eliminando-se a parte herbácea superior, que possui poucas reservas, e a parte basal, muito lenhosa e com gemas geralmente inviáveis. As manivas devem possuir um diâmetro em torno de 2,5cm, com a medula ocupando 50% ou menos do diâmetro da maniva. É importante verificar o teor de umidade da haste, o que pode ser comprovado se ocorrer o fluxo de látex imediatamente após o corte. As manivas podem ser cortadas com auxílio de um facão ou utilizando uma serra circular, de modo que o corte forme um ângulo reto, no qual a distribuição das raízes é mais uniforme do que no corte em bisel. As manivas-semente devem ter um tamanho de 20 cm e, pelo menos, de 5 a 7 gemas. De modo geral, a quantidade de  manivas para o plantio de 1 ha é estimada entre 4 m³ e 6 m³, sendo que 1 ha da cultura, com 12 meses de ciclo,  produz hastes para o plantio de 5 a 10 ha, dependendo do porte da cultivar. Um metro cúbico de hastes pesa aproximadamente 150 kg e pode fornecer cerca de 2500 a 3000 manivas de 20cm de comprimento.
b) CLASSIFICAÇÃO DAS CULTIVARES
As cultivares de mandioca costumam ser classificadas de doces e amargas, de acordo com o teor de ácido cianídrico (HCN) contido em suas raízes. As mandioca doces são também conhecidas como aipim, macaxeira ou mandioca mansa e as amargas como mandioca bravas. A partir dessa diferenciação as cultivares de mandioca são utilizadas para consumo fresco humano e animal e/ou processadas.
c) DENSIDADE DE PLANTIO OU ESPAÇAMENTO
Nas terras mais fracas, mesmo adubadas, ou nas de mediana fertilidade, e também, adubadas, plantar a 1,00m entre linhas e 0,50m a 0,60m entre plantas. Em solos férteis, onde o desenvolvimento das plantas é maior, plantar a 1,20m entre linhas e 0,50m a 0,60m entre plantas. Muitas vezes, não se planta, em determinada área, o número teórico de manivas que ali caberia, segundo o espaçamento adotado. A tendência é plantar uma quantidade menor. Considerando-se que, mesmo em condições aparentemente boas, pode-se contar 15 a 20% de falhas por várias causas, verifica-se a importância de se procurar a execução certa das medidas do espaçamento adotado.
Os espaçamentos utilizados nos cultivos comerciais de mandioca de mesa são extremamente diversos, variando de 1,00 a 1,30 m entre linhas de plantio, com ajustes entre as plantas dentro da linha, que originam populações de 10.000 a 20.000 plantas.ha-1 aproximadamente. As densidades populacionais podem exercer grandes influências na produtividade, pois determinam a competição por água, nutrientes e principalmente luz. O hábito de crescimento, o porte das plantas cultivadas, juntamente com fatores edáficos e climáticos determinam a intensidade desta competição, devendo estes fatores serem levados em consideração à escolha do número de plantas mais adequado às condições locais (COCK et al., 1977; ENYI, 1973). 
A maioria dos plantios de mandioca de mesa é realizada em pequenas áreas, o que inviabiliza muitas vezes a mecanização dessa prática. Realizado manualmente, permite a utilização da densidade de plantio que mais convenha ao produtor e as suas necessidades. Plantios mecanizados, por outro lado, dependem do dimensionamento das plantadeiras, que originam populações pré-determinadas pelos fabricantes que podem oferecer poucaspossibilidades de ajuste.
4. CITE E EXPLIQUE OS TRATOS CULTURAIS E COMO É REALIZADO A COLHEITA DA MANDIOCA
No primeiro ciclo da lavoura: os principais tratos culturais realizados no primeiro ciclo da lavoura são o controle de plantas daninhas, o controle de pragas e doenças (principalmente, o mandarová) e a adubação em cobertura.
No segundo ciclo da lavoura: No segundo ciclo, os tratos culturais são a poda da parte aérea, o controle de plantas daninhas e de pragas e doenças.
Os principais tratos culturais para o cultivo da mandioca referem-se a: 1) manejo de plantas daninhas, por meio do controle cultural, mecânico, químico ou integrado; 2) Adubações; 3) Consorciação e rotação de culturas; 4) Poda; e 5) Controle de pragas e doenças.
É necessário retirar regularmente plantas invasoras que concorrem com a mandioca por nutrientes e recursos, pelo menos durante os cinco primeiros meses de cultivo.
Podar as plantas diminui a produção, assim evite qualquer poda, a não ser que seja necessária a obtenção de manivas para o plantio em uma época que não corresponde a época da colheita.
O início da colheita da mandioca depende de fatores como: 1) técnicos – a) ciclo das cultivares (precoces - 10-12 meses; semiprecoces - 14-16 meses; e tardias - 18-20 meses); b) ocorrências observadas ao longo do ciclo de cada cultivar ou de cada gleba, como o ataque de pragas ou doenças, que podem antecipar ou retardar a colheita; c) condições em que se encontram as diferentes áreas de mandioca na ocasião da colheita, como o grau de infestação de plantas daninhas e a recuperação das plantas, por exemplo, do ataque de mandarovás e/ou de ácaros, já tendo ocorrido a reposição do amido consumido na reconstituição da parte aérea danificada; e d) sistema de plantio em relação às condições de umidade do solo, pois nas culturas instaladas em covas ou camalhões as raízes de reserva se desenvolvem mais superficialmente em relação ao nível do solo, o que não acontece quando o plantio é em sulcos; 2) ambientais – a) condições de solo e clima, que determinam as facilidades e dificuldades para o arranquio das plantas. Nas regiões em que se predominam indústrias de produtos de mandioca, a colheita é feita geralmente nos períodos secos e quentes ou secos e frios, entre as estações chuvosas, pois as raízes apresentam suas qualidades desejáveis em seu mais alto grau. Na Região Nordeste, onde a mandioca é considerada produto de subsistência, a colheita ocorre o ano inteiro, para atender ao consumo e à comercialização nas feiras livres; e b) estado das estradas e dos caminhos de acesso ao mandiocal; e 3) econômicos – a) situação do mercado e dos preços dos produtos; b) disponibilidade de mão-de-obra e de recursos de apoio, pois a colheita da mandioca é a operação do sistema de produção que requer maior emprego do elemento humano. Um homem colhe 600 a 800 kg de raízes de mandioca numa jornada de trabalho de oito horas, podendo alcançar até 1.000 kg se o mandiocal estiver em solo mais arenoso, limpo e com boa produção por planta; e c) premência de tempo, casos em que compromissos financeiros ou de âmbito contratual devem ser satisfeitos dentro da época preestabelecida, apesar de não combinarem com a época da colheita da mandioca.
As épocas mais indicadas para colher a mandioca são aquelas em que as plantas encontram-se em período de repouso, ou seja, quando pelas condições de clima e do ciclo elas diminuíram o número e o tamanho das folhas e dos lobos foliares e atingiram o máximo de produção de raízes com elevado teor de amido. Embora já existam implementos mecanizados de fabricação nacional, a colheita da mandioca é primordialmente manual e/ou com auxílio de implementos constando de duas etapas: a) poda das ramas, efetuada a uma altura de 20 a 30 cm acima do nível do solo; e b) arranquio das raízes, com a ajuda de ferramentas, a depender das condições de umidade e/ou características do solo. Após o arranquio ou colheita das raízes, estas são amontoadas em pontos na área a fim de facilitar o recolhimento pelo veículo transportador, devendo-se evitar que permaneçam no campo por mais de 24 horas entre a colheita e a transformação para que não ocorra a deterioração fisiológica e/ou microbiológica. O transporte das raízes do campo até o local do beneficiamento é feito das mais diferentes formas, a depender da distância e do volume de raízes por meio de cestos, panacus, carroças, caixas, sacos, grades de madeira etc. No Paraná e Mato Grosso do Sul utilizam-se bolsões de lona conhecidos por “big bag” para grandes carregamentos de raízes. Esses bolsões são distribuídos na área para colocação das raízes, mais ou menos 800 kg, e um trator equipado com sistema hidráulico eleva as bolsas para cima dos caminhões, ocasião em que um operário desfaz o nó e as raízes caem dentro da carroceria do caminhão.
	TÉCNICO EM AGRONEGÓCIO - MÓDULO 2

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