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PERSUASÃO O COMPONENTE PRAGMÁTICO DA ARGUMENTAÇÃO

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INTRODUÇÃO
No presente trabalho trataremos do tema proposto sobre a persuasão como componente pragmático da argumentação. O texto é um artigo apresentado por doutor em filosofia e que utilizou o trabalho para apresentar a persuasão como o componente pragmático da argumentação na configuração de uma nova retórica, a Nuper-retórica.
A argumentação pode ser definida como uma organização discursiva com características próprias que a diferenciam de outros modos de organização de discurso, como a narração, a descrição e a explicação. Dentre suas características principais, a argumentação inclui a negociação de argumentos a favor e contrários a um ponto de vista, objetivando chegar a uma conclusão. 
Argumentar significa refletir sobre o que era objeto de certeza do pensamento ao ser destacado o que é suscetível a debate. Segundo Oliveira (2012, p. 1), “nos limites da abordagem que será concedida no presente trabalho, designaremos como argumentação a ação sistemática de organizar fatos, ideias ou razões que, associados entre si, apresentam uma unidade capaz de conquistar a adesão de outros espíritos”.
O texto é apresentado em forma de artigo científico, mas foi subdividido em temas menores para uma melhor compreensão do mesmo.
1. PERSUASÃO: O COMPONENTE PRAGMÁTICO DA ARGUMENTAÇÃO 
Persuasão é uma estratégia de comunicação que consiste em utilizar recursos emocionais ou simbólicos para induzir alguém a aceitar uma ideia, uma atitude, ou realizar uma ação. Sobre a persuasão, Oliveira (2012, p. 2), diz que “a persuasão se encontra em uma condição inferior, por produzir crenças menos seguras e cativar por meios menos nobres, privilegiando as emoções e paixões, enquanto o convencimento conquista pela aproximação do caráter estritamente racional”.
Para Oliveira (2012), na hierarquia de importância, a persuasão está em uma condição inferior em relação à argumentação.
No geral, o autor quer mostrar através do texto que a argumentação é a ação sistemática de organizar fatos, ideias ou razões que, associados entre si, apresentam uma unidade capaz de conquistar a adesão de outros espíritos em que a linguagem é utilizada como uma forma de atuar, um jogo em que nós, seres humanos, fundamentalmente pedimos e damos razões:
Resta saber, contudo, como se dá o movimento de demandar e ofertar razões. Três são as possibilidades. Na primeira delas, que designamos discursiva, o procedimento é alternado, os indivíduos possuem envergadura equivalente e se mostram igualmente aptos a conceder o que se lhes pede. Cada um deles cumpre uma função: (1) pedir razões, (2) dar razões. Na segunda, também alternada, o quadro se mostra análogo, mas ambos cumprem as duas funções (1 e 2). Designamos essa possibilidade como dialógica. Na terceira possibilidade, o procedimento é concomitante, há disputa, e os participantes constituem uma contenda diante da qual precisa haver um vencedor. As duas funções (1,2) são cumpridas por ambos e ao mesmo tempo, exigindo rapidez nas decisões. Essa possibilidade é designada como contendedora. (Oliveira,2012. p. 98).
Observamos que o autor faz separação das relações existentes no diálogo, sendo elas a argumentação discursiva, a dialógica e a contendedora. Onde na discursiva e dialógica expressa uma relação mutua dos indivíduos, pois o objetivo é “Pedir razão” e “Dar razão”. Na argumentação contendedora os indivíduos têm o mesmo objetivo “Vencer” o outro. Todas se movimentam no sentido da ação e são, por esse motivo, persuasivas.
Sendo assim, a argumentação se atem a um “Jogo”, onde ela se estrutura em exercícios táticas, que levam ao êxito do usuário. Assim sendo, como em qualquer jogo, há os jogadores que: dominam os fundamentos; conhecem as técnicas; e aqueles que, para além de ambos sabem aplicar taticamente os conhecimentos que integram o conjunto de regras próprias do jogo. Vale ressaltar que, em qualquer dos cenários aludidos, há um jogo em que se movimentam perguntas e respostas, amparadas pelo condão da razão, sendo a linguagem comum o instrumento principal utilizado para esse fim.
2. A LINGUAGEM: INSTRUMENTO COMUM DE COMUNICAÇÃO
A linguagem comum é um instrumento de uso público. Sua apropriação privada não lhe retira a natureza pública que lhe é constituinte. Wittgenstein, em Investigações Filosóficas, concede amplo tratamento à linguagem privada, ALP (Argumento da Linguagem Privada), ao questionar os critérios para a existência de uma linguagem privada de natureza pública. 
A persuasão, para ser entendida como tal, precisa constituir ato voluntário do argumentante, pode ser vista como um meio para a ação, é o fim que move o indivíduo a elaborar os seus argumentos. Ao listar os elementos que serão apresentados ao interlocutor, o argumentante procura compor uma peça argumentativa, entendida também como discurso. Uma peça argumentativa pode ser constituída por estratagemas erísticos, palavras suasórias, disposições cromáticas, apelos emotivos, ideias convincentes, sutilezas sígnicas ou valores de reconhecida relevância no contexto. Esses componentes, permitem ao argumentante comunicar a sua ideia, crença ou conquistar a aceitação do auditório à sua proposta. Há diferença existente entre o argumento persuasivo e o fato persuasivo. O argumento persuasivo, são as estratégias e fato persuasivo consiste na realização de um procedimento capaz de conduzir o indivíduo a uma “tomada de posição”. Um olhar expressivo, amedrontador; a apresentação de um objeto perfuro cortante, ou mesmo a exposição de uma arma de fogo; quiçá, um fenômeno da natureza. Argumentos persuasivos integram o rol dos fatos persuasivos, mas nem todo fato persuasivo, corresponde a um argumento persuasivo.
Contrariamente ao caráter instrumental da hermenêutica, que procura aceder à interpretação das ideias presentes em uma plataforma textual, a retórica busca fomentar a capacidade de elaborar peças argumentativas eficazes. No limite da sua aplicação, a eficácia da argumentação persuasiva se constata mediante o número e o grau de adesão que se conquista pela sua aplicação. A nova retórica edificada por Perelman (1993, p. 24-25), diz respeito aos recursos dirigidos a todas as espécies de auditório, cobre todo o campo do discurso que visa convencer ou persuadir, seja qual for o auditório a que se dirige e a matéria a que se refere.
3. A NOVA RETÓRICA
A retórica busca fomentar a capacidade de elaborar peças argumentativas eficazes. A eficácia da argumentação persuasiva pode ser constatada no número de adesão que se conquista pela sua aplicação. É justamente neste ponto que se apresenta o deslocamento entre a concepção de retórica nos moldes tradicionais e a nova retórica construída por Perelman(1993, p. 24-25), sendo que a nova retórica diz respeito aos discursos dirigidos a todas as espécies de auditórios. Cobre todo campo do discurso que visa convencer ou persuadir, seja qual for o auditório que se dirige e a matéria que se refere.
Método lógico, confiável e racional e que não se funda no critério da evidencia, inclusive recusando este critério. A linguagem utilizada pela nova retórica e de natureza lógico-dialética. A nova retórica se propõe a ser uma modalidade de lógica no sentido amplo, capaz de contemplar aspectos próprios da retórica, da lógica e da hermenêutica.
A novíssima retórica, remanescente da Crítica da razão indolente de Boaventura de Sousa Santos (2002), poderia ser suscitada como uma resposta adequada para o problema da articulação entre conhecimento e ação. A limitação da proposta de Santos está no fato de ser a novíssima retórica uma teoria sociológica da retórica, em vez de se constituir como uma teoria de argumentação.
Críticas de Santos à nova retórica de Perelman sintetizadas por Alves e Ferres (2003, p.35):
a) técnica, pois não consegue estabelecer vínculo entre convencimento e a persuasão;
b) manipuladora, uma vez que os oradores apenas influenciam e não se consideram influenciados pelo auditório;
c) estática, pois prevê uma estabilidadee duração das premissas dos pontos de partida das discussões;
d) imutável, uma vez que apresenta um auditório dado, fixo, uma comunidade que não reflete os processos de inclusão e exclusão sociais.
Os contrapontos apresentados às críticas de Santos à nova retórica são destacados pelo autor a partir do seguinte ponto de vista. Primeiramente, a nova retórica não tem a intenção de adjudicar persuasão e convencimento, tendo em vista que se trata de atividades distintas que articulam se ou não. No que se refere ao caráter manipulador, não se acredita na passividade dos auditórios e contrariamente a retorica clássica, a nova retórica não está centrada na figura do orador e sim nos argumentos. E, finalmente, quanto a condição estática e imutável, a nova retórica sugere a existência de valores imutáveis e pontos de partida de caráter universal.
4. A NUPER-RETÓRICA
As fragilidades da nova retórica que também não são superadas pela novíssima retórica dão vazão a possibilidade de uma nuper-retórica que tem “elementos próprios da estruturação perelmaniana, mas sugere uma inversão de algo proposto pela teoria hermenêutica de Schleiermacher, numa perspectiva que antepõe a hermenêutica à retórica embora amparando esta naquela” (OLIVEIRA, 2012. P. 101) 
A Nuper-retórica preenche um nicho que se formou com o esvaziamento de valores da sociedade. Esse esvaziamento se traduz pela multiplicidade de meios e pela fragilidade dos princípios. Os fins da Nuper-retórica são os mesmos que caracterizaram todas as feições assumidas pela retórica no decurso da história: a persuasão e o assentimento às teses formuladas para conquistar a adesão de mais interlocutores. (Oliveira, 2017, P. 52-53) 
Schleiermacher entende que como ação eminentemente hermenêutica, a capacidade de o interprete penetrar no espirito da obra e ter em conta a personalidade do seu autor, criando com ele uma empatia. 
Em sentido contrário, mas amparando-se em construção análoga, acompanhamos o pensamento de Perelman (1994, p.4), que compreende ser possível construir uma competência do orador (argumentante) em aceder ao espirito do auditório (interlocutor), ter em conta os valores que por ele são admitidos, criando, com ele, uma suposta identidade, para conseguir convertê-los ao assentimento.
Nesse contexto e no contexto da atualidade as estratégias utilizadas para se alcançar um auditório e persuadi-lo, vão muito além da linguagem verbal, quando da construção de uma Nuper-retórica. É desejável uma mudança no comportamento dos indivíduos envolvidos em um simples, pensamento rápido “Fast Thinking” (Oliveira, 2012. p. 102), através de imagens que comunicam, cativam e convertem “Aquele que tradicionalmente seria um orador, no contexto da Nuper-retórica é o elemento que cria necessidades, veicula informações e exige a adoção de comportamentos sem expressar sequer uma (única) palavra” (Oliveira, 2017. p. 50). 
Bourdieu, ao tratar da formatação da sociedade dos mass media, concedeu rigoroso tratamento à questão da presença da televisão na construção de identidade da sociedade contemporânea. Embora seja uma abordagem relativamente recente, uma vez que Bourdieu faleceu em 2002, o seu tratamento não pôde contemplar a sociedade digital, os processos de inclusão ou exclusão digital e os caracteres associados a esse novo modelo. Há uma imagem que diz, comunica, expressa, transmitepor sinais, cativa e converte. Essa linguagem transcende o campo do verbal indicado por Eemerrn e Grottendorst (2004) em sua pragmadialética, mas permanece ligada ao ambiente persuasivo das peças argumentativas, implicando uma forma de argumentação não verbal, cujos modelos de retórica – da antiguidade às pretensões da novíssima retórica – não contemplaram. (OLIVEIRA, 2012. P. 102)
 
Esta linguagem apresenta estratégias de persuasão que antigamente eram construídas pela retórica e expressadas através da oratória, utilizando como técnica a argumentação e que tomam um novo contexto na atualidade, ao utilizar múltiplas linguagens, sendo manifestadas por multimeios, formando redes e sub-redes de comunicação (Oliveira, 2017. p. 51). 
É uma linguagem que opera em outros tipos de canais, não ligados somente ao discurso oral e representativo em auditórios, mas em ambientes nos quais nem sempre é utilizada a comunicação verbal, que está ligada a uma linguagem visual e associada a imagens, e que tem a intenção de motivar ou modificar a sua decisão quanto inclinações pessoais e que correspondem tão somente aos interesses do orador.
CONCLUSÃO
Dado o exposto do tema estudado, entendemos que o autor ao apresentar o argumento da persuasão como estratégia da argumentação nos proporcionou um novo conhecimento de uma linguagem utilizada como instrumento de persuasão, a Nuper-retórica.
Essa linguagem que foi introduzida nos diversos ambientes da sociedade tem conseguido atingir o que é proposto no tema, ou seja, tem conseguido persuadir.
É a nova maneira de persuasão, a utilização das múltiplas linguagens, onde a linguagem visual tem sido um dos melhores métodos para a arte de persuasão, somada aos diversos meios de comunicação.
REFERÊNCIAS: 
OLIVEIRA, E. C. PERSUASÃO: o componente pragmático da argumentação. Caderno CRH (UFBA. Impresso), v. 25, p. 97-104, 2012.
OLIVEIRA, E. C. As atribuições da (Nuper-) Retórica: Argumentação e Persuasão em Contexto (s) Multimidiático (s), p. 41-54, 2017.