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Marli Silva Gonçalves
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): uma reflexão sobre o abandono escolar
CEAD - Instituto Federal do Norte de Minas - IFNMG
Montes Claros / MG
Janeiro / 2020
					
				Marli Silva Gonçalves
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): uma reflexão sobre o abandono escolar
Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Profissional Integrada à Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos –PROEJA, oferta do Cead do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Educação De Jovens E Adultos - EJA
Orientador(a): Daniela Fernanda de Freitas
CEAD - Instituto Federal do Norte de Minas - IFNMG
Montes Claros / MG
Janeiro / 2020
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): uma reflexão sobre o abandono escolar.
Resumo
O presente artigo tem como propósito fazer uma reflexão acerca da evasão escolar na Educação de Jovens e Adultos (EJA), objetivando compreender alguns fatores intra e extra escolares que originam tal abandono escolar e identificar alternativas para o evitar. O estudo segue a pesquisa do tipo bibliográfica, que teve como fonte livros e sites, buscando o registro disponível da literatura de autores preocupados em analisar processos de evasão na modalidade da EJA. Considerando a abrangência do assunto e o quanto já vem sendo discutido, pretende-se fazer um recorte dos aspectos psicossociais, buscando dados referentes aos motivos da evasão escolar, relacionando-os com algumas variáveis, como: formação do professor, novas tecnologias, necessidade de o aluno trabalhar, métodos de ensino, subemprego, entre outros, e, assim, compreender o porquê dos alunos deixam a escola. Os resultados obtidos na pesquisa demonstram que as possíveis causas para o abandono escolar são, em sua maioria devido à dificuldade de conciliar o trabalho e os estudos, a falta de integração entre o ensino médio e o profissionalizante, a má formação dos professores, a falta de recursos didáticos adotados, a inadequação do currículo as especificidades da EJA e a ausência de políticas públicas adequadas para garantir não apenas o acesso, mas também a permanência destes alunos na escola.
Palavras chave: Educação de Jovens e Adultos (EJA). Abandono Escolar. Evasão Escolar.
Introdução
O presente artigo oportuniza uma reflexão acerca do tema evasão escolar na Educação de Jovens e Adultos (EJA), trata-se de um estudo caracterizado por uma pesquisa de cunho bibliográfico e de abordagem analítica e descritiva que trabalha a necessidade de refletir a problemática da evasão escolar na Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma vez que, esta modalidade de ensino, emerge como um desafio aos profissionais da educação, no sentido de promover práticas pedagógicas que favoreçam o acesso e permanência dos alunos que tenham deixado de frequentar a escola regularmente na idade própria e nesta oportunidade de retorno a escola, se deparam com dificuldades vindas de diversas áreas de suas vidas, que representam na maioria das vezes obstáculos nesta nova oportunidade que é dada através do EJA. 
A escolha da temática se deu em razão da eminente evasão escolar observada, onde a clientela é composta por alunos oriundos de diferentes realidades econômicas e socioculturais, que procuram essa modalidade de ensino com objetivos e interesses diversos. Porém, realizam sua matrícula, freqüentam um determinado tempo e desistem dos seus estudos. A investigação parte do problema levantado, em que sendo a educação direito do aluno e dever do Estado, conforme assegura a Constituição Federal de 1988, por que a evasão não é contida pelas instituições públicas de ensino? 
O estudo se justifica e torna-se relevante, na medida em que discute a importância da EJA, uma vez que essa modalidade de ensino vem sendo reconhecida e ganhando maior visibilidade na grade curricular das redes públicas de ensino, pois é de grande valia à reintegração dos alunos na sociedade quando esses se encontram dentro da escola, com a visão de superar a evasão. 
Tratar da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no contexto das políticas públicas de Educação tendo como motivação a reflexão sobre o abandono escolar está ligado ao interesse em refletir sobre uma modalidade que por si só já apresenta um contexto diferenciado dado à especificidade do público que integra a EJA, não somente adultos, mas também jovens e idosos. Diante disso, já somos colocados diante de um grande desafio.
 	A evasão na EJA, dessa forma, deveria ser avaliada e entendida de forma mais ampla, principalmente porque se trata de uma questão preocupante e significativo tema para se efetivar um estudo. Diante desse contexto questiona-se: qual o papel da escola, enquanto instituição, frente à evasão escolar? Considerando o contexto desta problemática, este estudo teve como objetivo geral compreender a evasão escolar no contexto institucional considerando as suas causas e incidências na Educação de Jovens e Adultos, com o intuito de propor ações que venham a assegurar a permanência do aluno na escola. Neste sentido, a análise dessa situação possibilitará que os profissionais da educação envolvidos possam desenvolver processos educacionais condizentes com essa realidade, a fim de resgatar e manter o aluno na instituição de ensino até que finalize os seus estudos formais.
Desenvolvimento
A Importancia do EJA
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino, da Educação Básica e da rede pública de ensino, que vem assegurar o direito à educação ao indivíduo, que por algum motivo teve o seu direto negado em uma determinada fase da vida (infância e/ou adolescência). É uma oportunidade que o indivíduo tem em alfabetizar-se e letrar-se, resgatar o direito que lhe foi negado. Sendo assim, a EJA torna-se campo de estudos fecundos, pois a busca por direitos e uma vida mais digna fazem parte do crescimento do sujeito como cidadão.
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (Constituição Federal Brasileira, 1988).
 A EJA visa oferecer oportunidades de escolarização que aliem a educação básica em nível médio à educação profissional, com desenvolvimento de competências e habilidades que propiciem a formação integral do aluno como cidadão e profissional de qualidade.
É importante esclarecer que a EJA é voltado para o processo de desenvolvimento e habilidade da vida cidadã, uma vez que, os mesmos são também construtores de conhecimentos, saberes, valores, ideias, teorias e práticas culturais. Equivale, portanto, compreender e buscar formas de superação para as discriminações de classe, de gênero, de raça e também de idade, decorrentes de um modelo econômico, social e político individualista e segregador, que constitui o perfil da sociedade brasileira desde a época do Brasil Colônia.
Neste contexto a EJA emerge como uma estratégia de organização presente nas rotinas de sobrevivência da população menos privilegiada da sociedade brasileira, caracterizada principalmente em sua maioria pela resistência a as inúmeras discriminações sociais, especialmente daquelas decorrentes de sua condição econômica.
A Evasão Escolar na EJA: Quais medidas devem ser tomadas?
Em conformidade com os índices de alunos que se evadem da escola na Educação de Jovens e Adultos, pondera-se a evasão escolar como uma problemática ocasionada por distintos fatores internos ou externos à escola. No entanto, a evasão escolar não deve ser pontuada, exclusivamente, como fracasso do aluno, mas também da própria escola, que por vezes não alcança seus objetivos, especificamente, ao que se refere à produtividade do estudante. 
Estudos apontam que alguns fatores geradores da evasão na EJA, estão ligados aos problemas socioeconômicos dos alunos, mas também à falta de qualificação dos profissionais e metodologias pedagógicasinadequadas. 
Dessa forma, partindo do pressuposto da problemática em questão, faz-se a seguinte pergunta: Uma proposta pedagógica inovadora e motivadora contribui no sentido de combater a evasão na EJA? De que forma? Contudo, pressupõe-se apresentar tal hipótese, qual seja, poder saber que é possível encontrar uma proposta pedagógica inovadora e motivadora, cujas disciplinas sejam desenvolvidas de modo integrado e não separados, aproveitando a bagagem de conhecimento de cada aluno, trazida das suas experiências, pois ele precisa se encontrar nos conteúdos propostos para que cada disciplina possa ser introduzida em sua vida diária e contribua em sua prática social. Assim, entendemos aqui, que a evasão escolar é pratica de desistência dos alunos ou abandono ao longo do ano letivo que pode ser evitada, garantido seu direito de freqüentar a escola, e dever do Estado, assim garanti-lo, embora o problema da evasão não seja de hoje. 
Patto (1996, p.67) afirma que “a evasão é fenômeno muito antigo, e persiste desde a década de 1930, sendo uma das mais graves conseqüências da falta de uma política educacional eficiente no país”. 
No processo histórico, a escola se esquiva em seu papel de ensinar, de nunca ser responsável pela evasão e sim, os fatores externos. O que não concordamos, e precisamos expor comentários sobre esse tópico. A evasão escolar na EJA no Brasil é motivo de muitas discussões no âmbito educacional que precisa de uma atenção especial, a mesma não se trata de um problema isolado de algumas escolas, mas sim de ordem nacional, que vem crescendo cada vez mais, principalmente nas escolas públicas cujos alunos, em grande maioria são de baixa renda econômica. 										Sabe-se que, como todos os outros fenômenos contemporâneos, o abandono da sala de aula por parte do corpo estudantil deve ser compreendido em suas raízes para ser combatido com eficácia, ainda hoje, apesar de algumas instituições adotarem uma metodologia moderna de ensino, a prática docente e a pedagogia que norteiam a dinâmica de ensino-aprendizagem na EJA na maioria das escolas ainda seguem o modelo tradicional, focado excessivamente no “decoreba” em vez de estimular o pensamento crítico, a interpretação e o questionamento. Isso faz com que o aluno assuma uma postura passiva em relação ao seu próprio processo de aprendizagem, e não consiga aplicar em seu dia a dia os conceitos memorizados, os quais não chegam a ser aprendidos de fato. 								É comum, entretanto, que esses fatores estejam ligados à falta de acesso ao ambiente escolar, desmotivações do corpo docente, incidência de bullying e inadequação da infraestrutura física e pedagógica da escola e falta de investimento na educação pública e concretização das políticas educacionais.								Como mencionado anteriormente, a evasão escolar pode ter múltiplas causas, que não necessariamente tem a ver com o ambiente escolar, mas a instituição pode e deve tomar atitudes que busquem reduzir essa estatística. Estratégias podem ser pensadas e adotadas para reverter o quadro do desinteresse dos estudantes, por exemplo, o ambiente escolar deve ser acolhedor, um espaço onde os jovens e adultos possam verdadeiramente se expressar, experimentar suas habilidades e aprender.
Há diversas variáveis interferindo no processo de evasão escolar. Muitas vezes, o estudante não deixa voluntariamente a escola. Faz isso por causa da família ou do trabalho. Também existe a questão da qualidade do curso oferecido. Falta pensar a EJA nas demandas de aprendizagem dessa clientela específica. É importante conhecer que a maioria dos estudantes que procuram concluir a educação formal, também carecem de qualificação profissional, e por isso, deve-se articular a formação deles com a educação continuada (IRELAND, 2009).
	
A seguir serão citadas como dicas, algumas estratégias que podem ajudar a combater a evasão escolar: mapear os prontos fracos da escola, reavaliar a metodologia e a proposta pedagógica, investir em capacitação para o corpo docente, empregar a tecnologia como trampolim para o aprendizado, realizar projetos interdisciplinares, criar um currículo contextualizado, articulação com empresas e atendimento aos filhos dos estudantes EJA,	Para começar, é essencial que os departamentos financeiro e pedagógico da escola se unam para identificar e mapear os pontos que precisam ser melhorados. Se a infraestrutura física deixa a desejar, se o corpo docente precisa de capacitação para incorporar novas tecnologias em sala, e a partir de um diagnóstico honesto, será possível tomar medidas de contingência e melhoria. Os gestores pedagógicos devem igualmente avaliar a eficácia do método de ensino empregado. O que os alunos têm a dizer sobre o currículo, se as aulas e atividades agregam conhecimento, despertam seu interesse e sua curiosidade. É preciso ouvir o corpo estudantil e buscar continuamente maneiras de tornar as matérias mais atraentes, garantindo que os estudantes possam aplicá-las e relacioná-las a seu cotidiano. Construir um currículo que dê mais significado à aprendizagem, associar temas do cotidiano às disciplinas faz com que os alunos entendam o assunto com mais facilidade. Flexibilizar o horário de entrada em 15 minutos, alterar as datas das provas quando o estudante não pode ir devido ao trabalho e realizar visitas dos orientadores educacionais à casa daqueles que faltam para convencê-los a voltar.											A tecnologia é para alguns uma grande vilã, para outros, a salvadora da pátria. Seja como for, podemos concordar que a conectividade da web, as redes sociais e os smartphones vieram para ficar. Em vez de lutar contra essa avalanche irreversível, os educadores podem utilizá-la a seu favor. Esses recursos podem canalizar a atenção e a curiosidade do aluno para determinados assuntos, como comunicação, geografia e até física. Tudo depende de como a abordagem é feita. Entretanto, é válido lembrar que a tecnologia não é um fim, e sim um caminho para chegar até um objetivo, que é a compreensão do conteúdo ministrado. A forma de abordar e transmitir conhecimento por meio de recursos tecnológicos que não existiam há algumas décadas deve ser um foco de constante debate e trocas entre a equipe docente. Não se trata de algo pontual, mas sim de um debate constante, no qual a comunidade, os próprios alunos devem ser envolvidos.									Também é essencial que os professores passem por capacitação adequada, o educador deve se entender como o ponto de contato do aluno com um assunto, uma disciplina, e estar disposto a melhorar sua prática. É preciso que ele saiba como construir uma ponte entre seus pupilos e o conhecimento que os ajudará a evoluir, percebendo e sinalizando quaisquer impedimentos.											Algo que pode desestimular um estudante é não ter uma compreensão do todo. Se o material didático e os próprios professores focam demasiadamente na memorização de conceitos da disciplina, o estudante perde a oportunidade de enxergar que todos os campos do conhecimento estão conectados. O aluno precisa perceber uma conexão real entre o que aprende e o contexto no qual vive. Uma maneira de proporcionar essa ligação é investindo em projetos interdisciplinares e até extraclasse. Eles fomentam o engajamento dos alunos e criam um campo de debate positivo, fazendo com que haja uma construção efetiva de conhecimento.	Outra dica seria criar um projeto, a escola em contato com empresários do setor público e privado para estabelecer parcerias com a finalidade de facilitar o acesso e permanência dos alunos à escola e evitar atrasos. Melhorando o transporte público nos bairros escolares ou estimular os funcionários a estudar, flexibilizando o horário de trabalho. Sugerir a promoção de reuniões com dirigentes de empresas privadas e públicas, nas quais os alunos trabalham para conscientizá-los da importância de incentivar os funcionários a frequentarem a sala de aula. 												Criar na instituição de ensino uma infrasestrutura para receber os filhos dos alunos, com profissional adequado e material (livros e brinquedoseducativos) para entreter as crianças enquanto os pais estudam, pois como sabemos, a clientela EJA em sua maioria são pais ou mães chefes de família, e muitos não tem com quem deixar os filhos, sendo assim, levá-los à escola enquanto estudam pode ser determinante para que não faltem às aulas. 
Há diversas variáveis interferindo no processo de evasão escolar. Muitas vezes, o estudante não deixa voluntariamente a escola. Faz isso por causa da família ou do trabalho. Também existe a questão da qualidade do curso oferecido. Falta pensar a EJA nas demandas de aprendizagem dessa clientela específica. É importante conhecer que a maioria dos estudantes que procuram concluir a educação formal, também carecem de qualificação profissional, e por isso, deve-se articular a formação deles com a educação continuada (IRELAND, 2009).
Referencial teórico
A evasão escolar não é um problema apenas De uma escola, pois de modo geral existe o problema das inúmeras dificuldades enfrentadas pelos alunos da EJA que permeia o processo de escolarização, tornando-os reféns da ignorância, mantendo-os como analfabetos. 
Para Libâneo, citado por Gadotti (1994, p.12): A pedagogia liberal sustenta a idéia de que a escola tem função de preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Para isso, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e às normas vigentes na sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura individual (...). A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classes, pois, embora difunda a idéia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições.
 Segundo Azevedo (2011, p.05), o problema da evasão e da repetência escolar no país tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelas redes do ensino público, pois as causas e consequências estão ligadas a muitos fatores como social, cultural, político e econômico, como também a escola onde professores têm contribuído a cada dia para o problema se agravar, diante de uma prática didática ultrapassada.
 De acordo com Oliveira (2012, p.05 apud Campos 2003), os motivos para o abandono escolar podem ser ilustrados a partir do momento em que o aluno deixa a escola para trabalhar; quando as condições de acesso e segurança são precárias; os horários são incompatíveis com as responsabilidades que se viram obrigados a assumir; evadem por motivo de vaga, de falta de professor, da falta de material didático; e também abandonam a escola por considerarem que a formação que recebem não se dá de forma significativa para eles.													 Para Paulo Freire (1987, p.34): Os oprimidos, que introjetam a ‘sombra’ dos opressores e seguem suas pautas, temem a liberdade, na medida em que esta, implicando a expulsão desta sombra, exigiria deles que ‘preenchessem’ o ’vazio’ deixado pela expulsão com outro ‘conteúdo’ –o de sua autonomia. O de sua responsabilidade, sem o que não seriam livres.
 Campos (2003) estabelece a evasão escolar na EJA como um abandono por tempo determinado ou não. Diversas razões de ordem social e, principalmente, econômica concorrem para a evasão escolar dentro da EJA, transpondo a sala de aula e indo além dos muros da escola.
	Art. 205: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”(Constituição da República Federativa do Brasil 1988)
“Art. 26, Inciso 2: A educação será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A educação promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.”(Declaração Universal dos Direitos Humanos)
Por isso, o direito à educação deve ser interpretado como o direito ao pleno desenvolvimento, em contrapartida a meramente o direito de acesso a uma vaga em uma escola qualquer. Essa diferenciação é muitas vezes sintetizada afirmando-se que o direito à educação não pode ficar restrito ao acesso à escola, mas deve garantir o desenvolvimento e o aprendizado. Daí a crescente distinção entre direito de acesso à escola e direito ao aprendizado.	
Cronograma
	ETAPAS
	PERÍODO
	Estudo das orientações gerais, revisão de conteúdos de metodologia científica e delineamento do tema.
	
28/10/2019 à28/11/2019
	Escrita da primeira versão do artigo e postagem
	29/11/2019 à 20/12/2019
	Escrita e postagem da versão final do artigo
	21/12/2019à18/01/2020
	Montagem e postagem do pôster
	19/01/2020 à 29/01/2020
	Seminário de apresentação do TCC
	01/02/202
	
Considerações finais
Diante do exposto foi possível rever alguns aspectos da educação de jovens e adultos, pôde-se obter maior compreensão sobre a EJA, constatar a importância das políticas públicas de educação garantir o acesso e a permanência de jovens e adultos na escola, levando em consideração que, embora a EJA atenda a muitos jovens que não trabalham, grande parte de seu público são trabalhadores, que chegam à escola já com uma carga de experiências de vida que precisa ser levada em conta. 
Ao longo dos anos, o avanço da tecnologia e da economia tem feito com que as pessoas sintam necessidade de retornar à sala de aula para aprimorar seus conhecimentos ou conseguir um diploma atestando uma escolarização mais elevada. Considerando a trajetória da EJA no Brasil, este tem sido pautado por campanhas ou movimentos desenvolvidos, a partir da administração federal, com envolvimento de organizações da sociedade civil, visando à realização de propostas ambiciosas de eliminação do analfabetismo e formação de mão-de-obra, em curtos espaços de tempo. Nos dias de hoje o ensino na sua modalidade não regular visa não somente à capacitação do aluno para o mercado de trabalho, é também necessário que a escola desenvolva no aluno suas capacidades, em função de novos saberes que se produzem e que demande um novo tipo de profissional, e que o educando obtenha uma formação indispensável para o exercício da cidadania. 
Porém, nota-se que apesar de todos os avanços, a EJA ainda não tem recebido a devida atenção por parte das políticas de Estado, pois ainda persiste nesta modalidade um dilema, que não é exclusivo dela, que é a evasão, ocorrida por vários motivos, como os apontados anteriormente. 										Percebe-se a necessidade de haver uma integração entre escola e empresas, para que facilite a permanência do estudante na escola, pois muitos desistem de estudar devido ao cansaço do trabalho, ou a falta de flexibilidade de horários, gerando a falta de motivação. 
Temos em vista também algumas avaliações no sentido de recomendar que sejam feitos cursos regulares de capacitação para os profissionais atuantes nas classes da EJA, para que os mesmos possam refletir sobre sua prática e criar estratégias para modificar essa prática descontextualizada, o investimento por parte das instituições mantenedoras do ensino, subsidiando materiais didáticos para que nos processos de educação possam ser criados ambientes estimuladores do processo da aquisição do conhecimento; a parceria dos familiares e da própria instituição de ensino, em dar credibilidade à atuação dos alunos, e poder contar com a disposição, boa vontade e entusiasmo dos profissionais em assumir esse compromisso de mudança.
Precisamos ver na prática essas mudanças propostas para que esse espírito de transformação contagie e motive os alunos das classes da EJA, para que os mesmos também lutem para ser participantes de uma prática educativa coerente com a realidade cultural por eles vivenciada. 
Não se pode deixar de falar aqui dos avanços ocorridos na EJA, como fora apresentado no referencial teórico, mas apesar de todo avanço ainda há muito que melhorar para garantir não só o acesso a escola, mas também a permanência nesta,não basta criar leis, se não forem postas verdadeiramente em prática. 
Algumas pequenas atitudes também da própria escola, podem contribuir para uma educação de maior qualidade na EJA, incentivá-los a prosseguir os estudos inclusive no nível superior, que com certeza muitos tem vontade de fazer uma faculdade, mas não se sentem capazes, em razão da idade e também por falta de motivação. 
É oportuno lembrar que muitos podem e devem contribuir para o desenvolvimento do ensino da EJA, evitando a evasão, pois, governantes devem implantar políticas integradas para a EJA, as escolas devem elaborar um planejamento adequado para seus próprios alunos e não seguir modelos prontos, os professores devem estar sempre atualizando seus conhecimentos e métodos de ensino, os alunos devem sentir orgulho da EJA e valorizar a oportunidade que estão tendo de estudar e ampliar seus conhecimentos. À sociedade cabe contribuir com a EJA, não discriminando essa modalidade de ensino nem seus alunos, e por fim, as pessoas em geral que conhecem um adolescente ou adulto querendo antecipar seus estudos, deve falar da importância da educação e incentivá-los a procurar uma escola de EJA, e nesta se matricular e continuar permanente até a conclusão do curso. 				Foram apresentadas iniciativas que ajudarão tornar a instituição de ensino um espaço interessante e acolhedor, que estimule a criatividade e que dê voz ao corpo estudantil, desestimulando a evasão escolar. Entre elas, destaca-se o mapeamento dos pontos que precisam ser melhorados na escola; a capacitação e valorização dos educadores; e a utilização de novas tecnologias e um currículo que além de alfabetização e letramento, também proporcione conhecimento e amplie visões, acrescentando como cidadão cada aluno.
Finalmente, considera-se como dever continuar esse estudo em pesquisa mais aprofundada na EJA, procurando verificar quais seriam as possíveis e mais viáveis alternativas de intervenção pedagógica podem ser seguidas no intuito de zelar por objetivos educacionais comuns capaz de definir entre as metas educacionais, manter o aluno da EJA na escola, ainda que este trabalhe.
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