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Transcrição de Cirurgia – Técnicas Anestésicas Profº Bessa Existem duas técnicas padrões, dois usos básicos dos anestésicos locais: infiltrativa e tópica. Para cada uma delas vai se usar um anestésico diferente. Para a técnica infiltrativa usa- se um anestésico do grupo Amida, e pra uso tópico se utiliza um do grupo Éster. A função é da técnica infiltrativa é pegar a agulha e fazê-la penetrar o tecido, e chegar o mais próximo possível do fascículo nervoso (pois apesar de ter uma boa difusibilidade, isso deve ser feito para evitar que o anestésico seja difundido para outras regiões), e injetar o anestésico. Já a anestesia tópica se faz por fricção da pomada na mucosa, anestesiando as terminações nervosas mais superficiais. O armamentário já foi citado, que é o anestésico tópico, a seringa, a agulha, tubete anestésico, algodão ou cotonete e pinça de algodão. A primeira coisa que se deve fazer quando for utilizar o tubete anestésico, antes de qualquer montagem, é checar suas informações. O ideal é também que esse tubete seja de vidro(já que nos de plástico corre o risco de o que está escrito no tubete apagar, pois as informações são impressas no plástico). No tubete deve ter escrito o nome comercial, o nome e a concentração do anestésico local, o nome e a concentração do vasoconstritor, o lote de fabricação e data de validade. **NO DE VIDRO, AS INFORMAÇÕES SÃO IMPRESSAS NUMA ETIQUETA TRANSPARENTE, E ELA É COLADA RECOBRINDO A SUPERFÍCIE DO TUBETE. Independente se é de vidro ou de plástico, deve-se checar as informações contidas, e fazer os cálculos necessários para saber a concentração, a massa, para poder utilizar o anestésico. Algumas características do tubete, como o diafragma dilatado, a tampa oxidada, presença de bolhas na solução, devem ser um indicativo de problemas com aquele tubete, e ele deve ser descartado e substituído. Preparação da seringa; Posicionamento do paciente e do operador: o Devemos sempre estar com o ombro mais baixo, com uma visão direta para a cavidade oral do paciente, nunca levantar os braços (para diminuir o risco de alguém bater no braço). o A seringa é feita para ser usada em uma das mãos, enquanto a outra mão faz o afastamento ou identificação da região. o Em maxila: o paciente deve estar mais deitado numa cadeira mais alta, inclinado com uma posição entre 8 e 10 graus, e o operador com visão direta para o paciente. o Em mandíbula: o paciente deve estar mais sentado, com a visão sendo por cima, a cadeira mais baixa e em 90 graus. A técnica tópica é aplicada nas terminações nervosas livres presentes na região da mucosa, é uma anestesia fugaz (o efeito passa muito rápido), é só um bloqueio transitório, geralmente usando Benzocaína (Benzotop® ), a concentração deve ser mais alta (5% em geral). Já dentre as técnicas infiltrativas, estão: 1 - Técnica Terminal Infiltrativa É a técnica que é realizada a partir da infiltração do anestésico próximo a ramos terminais (ele já é o ramo terminal de uma cadeia de muitos outros ramos que derivaram do nervo trigêmeo),dessa forma anestesiando exatamente o local em que vai realizar o procedimento, ou seja, 1 dente, e no máximo 2 dentes além dele. Os pontos de referência usados para essa técnica são as impressões que os ápices dentários causam ao relevo do osso maxilar ou mandibular. 2 –Técnica de Bloqueio Regional É a técnica utilizada para anestesiar uma determinada REGIÃO, que anestesia um grupo maior de dentes, onde usa-se como ponto de referência os forames (qualquer forame). Porque todo nervo tem um trajeto intraósseo e um extraósseo, seja no momento que ele entra ou que ele sai. Quando ele tem um trajeto intraósseo, ele inerva a cortical e a medular do osso, e o dente. Quando ele está no trajeto extraósseo, vai inervar o tegumento, a mucosa. (Anestesia ramos que derivaram de um dos terminais do trigêmeo, mas são ramos “maiores” do que a da técnica terminal infiltrativa). Utilizando então os forames como referência para essa técnica, se consegue bloquear todo o caminho daquele nervo. *Ramos terminais do Nervo Trigêmeo: 1º ramo – Oftálmico:Nervo sensitivo geral – transmite estímulo aferente de propriocepção, pressão, tato, temperatura (o que se tem no tegumento). Não confundir com o Nervo Óptico (NC II – sensitivo especial). De maneira geral não tem tanta importância para anestesia dental, porém, existem ramos, como o zigomático temporal que podem causar reações a nível oftálmico, principalmente em erros. ***Sensitivos especiais -Olfatório: somente o olfatório consegue “sentir cheiro”; -Óptico: somente o óptico consegue “enxergar”; 2º ramo – Maxilar:Nervo sensitivo geral (leva informações do tegumento). 3º ramo – Mandibular: Nervo misto, tanto é aferente (leva sensibilidade), como é eferente (motor), ou seja, os músculos da mastigação funcionam a partir da inervação do trigêmeo (mais especificamente desse ramo);O gânglio sensitivo é na fossa digástrica e o gânglio motor é mais interno. São originados em pontos diferentes, mas quando as fibras formam os fascículos acabam juntando e formando um. A partir do trajeto intracraniano eles saem, só que eles saem por trajetos diferentes. - Oftálmico: fissura orbitária superior (junção da asa maior com a asa menor do esfenóide) - Maxilar: Forame redondo - Mandibular: Forame oval 3 - Técnica de Bloqueio Troncular É a técnica utilizada para anestesiar um dos ramos terminais do Nervo Trigêmeo. No bloqueio troncular vamos bloquear o ramo maxilar ou mandibular. Quando você bloqueia um ramo mandibular, vai estar bloqueando tanto a parte muscular quanto a parte sensitiva, tanto eferente quanto aferente.Apesar do maxilar ser só sensitivo (aferente), essa técnica bloqueia tudo. Essas técnicas são citadas, mas provoca um desconforto muito grande para o paciente. **Embora vocês aprendam as três técnicas a gente acabar ficando com duas: terminal infiltrativa e bloqueio regional O que precisamos saber? Quais os nervos promovem a sensibilidade na região do procedimento odontológico - toda vez que a gente faz anestesia odontológica, a técnica de escolha é aquela que vai bloquear o corpo (o dente, a polpa, o osso e o ligamento periodontal). Então quando eu falo, por exemplo, que vou fazer a técnica de bloqueio do nervo alveolar superior anterior, porque é justamente esse nervo que vai inervar a polpa do dente, para mim essa vai ser a técnica principal. No entanto, não iremos conseguir fazer uma exodontia sem anestesia complementar, porque o nervo que inerva a parte vestibular não é o mesmo nervo que inerva a parte lingual. - Então, em procedimentos que vá mexer com o dente, osso, gengiva, serão necessárias mais de uma técnica (a principal + complementares). As complementares não visam anestesiar o dente, elas visam anestesiar o periodonto de proteção e o periodonto de sustentação, ou seja, a gengiva, ligamento periodontal ou área que você vai precisar trabalhar. Técnica principal é aquela que bloqueia o dente!! Qual o trajeto do nervo Localização do nervo Anatomia Qual a técnica anestésica que será utilizada ** Relembrando da primeira aula: nos fascículos os feixes mais superficiais são os posteriores e os mais profundos são os anteriores. Então quando da anestesia na parte posterior e ver se os lábios estiverem dormentes “já foi”. ** mostra os ramos do trigêmeo em uma imagem do Netter. TECNICAS ANESTÉSICAS Anestesia Infiltrativa -Anestesia terminal Infiltrativa - Bloqueio troncular - Bloqueio regional Anestesia terminal infiltrativa Mostra aquela imagem com a mucosa, periósteo, processo alveolar, osso (composto por uma cortical interna e uma cortical externa, entre eles o osso trabecular) e inserido dentro desse processo está o dente. Se eu quiser anestesiar esse dente eu tenho que aplicar oanestésico na região mais apical - Eu posso organizar essa técnica infiltrativa por camadas(mucosa, periósteo, cortical, medular, periápice), tomando como referências as camadas que temos da mucosa, até chegar no ápice. A organização vem de técnicas mais superficiais para técnicas mais profundas, a variação que você vai ter é o quanto de profundida você vai aplicar a agulha, seguindo a orientação do ápice. Técnicas por camada: Técnica submucosa- bastante superficial, efeito também muito superficial, comparado até a tópica. Tira a sensibilidade inicial da pontura; Técnica supraperióstea- tem como referência o periósteo. Aplica aquém do periósteo. Já é uma anestesia mais profunda, onde o anestésico terá uma capacidade maior de difundir por dentro desse periósteo, chegando no osso cortical, mas muitas vezes não consegue passar desse osso cortical. Então fica anestesiado a parte de gengiva, fica anestesiado a parte óssea mais superficial, mas o dente você não consegue fazer, pois ainda estará sensível (terá que usar a técnica abaixo). Técnica sub-periosteal - Aplica além do periósteo. Para esse técnica obrigatoriamente você precisa vencer o periósteo para melhorar a difusibilidade do anestésico nesse tecido. Então quando você sentir o osso, acomoda um pouco a agulha e aplica. (não adianta pressionar). Quanto mais espessa for a cortical, menos anestésico conseguirá penetrar, isso depende da anatomia do osso dependendo de um dente para o outro (A base da mandíbula por exemplo, a partir dos molares fica mais osso para o lado vestibular do que por lingual) ** nessas técnicas, você não sabe exatamente a camada exata que está aplicando, deve-se ter como base a profundidade que vai aplicar a agulha. -Técnica Papilar – Anestesia em volta das papilas. Também é superficial. Essa anestesia é feita quando vamos fazer uma exodontia e visa duas coisas: descolamento e diminuir o sangramento (por causa do vasoconstrictor). -Técnica Intraligamentar – É feita dentro do ligamento com a intenção de vencer a resistência dele, romper as fibras e facilitar a remoção desse dente. É usada nas raspagens também. -Técnica Intraóssea – Nessa técnica é necessário que o anestésico seja colocado na região do ápice e para fazer isso tem duas alternativas: Fazer uma pequena trepanação (perfurar um orifício em um osso) com a broca esférica n°8 e através dessa trepanação anestesia lá dentro. Ou pode usar um sistema de anestesia sobre pressão, é como se fosse aquelas pistolas de vacinação (você encosta no osso e pela pressão ela vence e injeta lá dentro). {Dúvida: Qual a indicação dessa técnica? Em casos muito específicos. Um dente em que a pessoa está ha 14 dias sentido dor; casos de inflamação estupenda; situações em que estamos diante de uma variação anatômica; situações em que o paciente mordeu muito a bochecha na região posterior e você ta sem referencia para fazer o alveolar inferior; pericoronarite.} Pergunta: O que podemos esperar dessa técnica intraóssea no sentido de pegar um vaso? A chance é maior! Tem que fazer em quantidades pequenas. Essa anestesia intraóssea não é uma anestesia tão corriqueira, mesmo para quem faz cirurgia. Mas é uma saída numa situação em que você tem um paciente que está sentindo muita dor e não consegue ser anestesiado. Você pega a broca, vai até o osso e lá dentro você anestesia. -Técnica Intrapulpar - Variante mais comum da técnica intraóssea e é muito usada em endodontia. Ela é feita dentro do PQM (preparo químico-mecânico). Geralmente a agulha é entortada em mais ou menos 45°. Mas em algumas situações também é usada para outros procedimentos, porque às vezes o delta apical da pessoa é muito variável e você só consegue anestesiar uma parte, enquanto a outra parte pode ter uma raiz acessória ou pode ter uma raiz no meio da furca. Então, não consegue anestesiar o indivíduo. Nesses casos você tem que ir por outro caminho, ou seja, pela polpa. TÉCNICA BÁSICA: Deve-se aplicar anestesia tópica por dois minutos (o ideal é passar um tempo friccionando a região com os dedos). Depois do tópico afasta-se o lábio e a bochecha, vê na região do periápice as impressões que as raízes causam porque elas serão suas referências. Por exemplo, na supraperiosteal você deve seguir o longo eixo do dente, no caso de restaurações ou se quiser trabalhar em volta da região. Agora se for uma exodontia tem que fazer 90° em relação ao longo eixo do dente. Outro ponto é fazer uma pressão ou tremida na mucosa para tirar a sensibilidade que a analgesia causa na parte inicial. PASSO A PASSO E PONTOS DE REFERÊNCIA: -Avançar a agulha lentamente; -Durante a penetração pode-se injetar algumas gotas de anestésico até atingir a profundidade final; -Saber o comprimento médio de penetração de acordo com o tipo de técnica; -Evitar penetrar a agulha até o canhão ou movimentar dentro do tecido para evitar fratura da mesma; -Segurar a carpule com uma mão e com a outra afastar a bochecha ou identificar o dente.; -Apoio: Usar o dedo para apoiar a agulha ou usar um instrumental para apoiar (na técnica do alveolar superior posterior o afastador é que dá o apoio) ou pode colocar o dedo mindinho (mas vai depender do tamanho da sua mão). Mas o interessante é fazer alguma manobra de angulação de apoio; -Sempre aspirar. A recomendação é fazer 3 ou 4 aspirações durante a injeção de um tubete. (mas só da para fazer isso se for com a carpule de refluxo ativo). Se vier sangue deve- se trocar a agulha e o anestésico; -Com relação a quantidade de anestésico/tubete é importante sempre se programar para fazer menos do que a gente gostaria de fazer ou fazer por etapas; -Usar uma agulha afiada e esterelizada; -Checar o fluxo da solução; -Posicionar o paciente: Deve-se colocar o paciente em posição de supino (decúbito dorsal) com os pés elevados, secar a região utilizando uma gaze, fazer a aplicação da anestesia tópica com a ajuda de um cotonete e explicar o paciente o que está sendo feito. É importante sempre estabelecer um apoio firme para a mão para evitar tremores e finalmente, fazer a aplicação. Após a aplicação é indicado que se faça uma pressão com os dedos no local, sempre mantendo a seringa longe da visão do paciente. *NÃO existe anestesia por impedimento. Seria encharcar a região com anestésico. Se você fizer isso na região de músculo você vai causar uma dor muscular gigante no paciente acompanhada de um trismo muscular. Dependendo da quantidade de anestésico ele pode ficar alguns dias assim. *O calcanhar de Aquiles da anestesia dental é a técnica do alveolar inferior. É a técnica que os dentistas tem mais dificuldade de fazer e também é a mais perigosa do ponto de vista de você injetar um anestésico no vaso. TÉCNICAS DA MAXILA *Relembrando a anatomia: O primeiro osso que temos interpondo a região da maxila e do crânio é o esfenóide, que é composto da asa menor, asa maior e processos pterigóideos, onde no final desse processo ou lâmina há o hâmulo. A junção desse osso pterigóideo com a região posterior da maxila determina uma região anatômica na forma de uma gota invertida, que é a fissura pterigomaxilar. Essa fossa é de grande importância, pois é nela que há a divisão dos ramos de nervos que interessam para nós da odontologia. Toda vez que um nervo sai, a primeira coisa que ele faz é emitir ramos meníngeos, passando após isso pelo forame e indo pra dentro da fossa. Ao chegar dentro da fossa esse nervo irá se dividir num trajeto que é ora medial e ora lateral, indo em alguns momentos no sentido anterior e em outros momentos para baixo. Então eu vou ter ramos que vão fazer um trajeto mesial, indo para a cavidade nasal, como por exemplo o N. Nasopalatino (nervo que passa no nariz e no palato). O N. Nasopalatino vai vir por esse trajeto mesial até chegar na região mais anterior da maxila (prémaxila), se exteriorizando pelo forame incisivo. Visualmente, esse forame pode ser localizado pela achando a papila incisiva. Então, resumindo, esse nervo tem um trajeto anterior, inervando a região anterior da maxila (mucosa palatina). *Atenção: embora o N. Incisivo seja um nervo mandibular (inferior), o forame incisivo é um forame da maxila. O N. Maxilar se divide pro lado lateral ou vestibular, uma vez que no meio está o seio maxilar, onde não há nervos. Dentro do seu trajeto intra-ósseo, esse nervo se divide em N. Alveolar Superior Anterior e N. Alveolar Superior Médio, continuando o trajeto anterior até se exteriorizar no forame infra orbitário. Então, depois de se dividir em Alveolar Sup. Anterior e Alveolar Sup. Médio, ele passa a ser chamado de N. Infra Orbitário, e ao sair pelo canal ele vai dar ramos terminais, que são o Palpebral anterior, Nasal lateral e Labial superior. Esses ramos terminais só inervam mucosa e tegumento, nada de dente. Já os ramos intra-ósseos desse mesmo nervo (que é o Alveolar Sup. Anterior e Médio) inervam os dentes. Descendo reto, ou seja, numa trajetória posterior e reta, nós temos o N. Palatinos, originando o N. Palatino Maior e o N. Palatino Menor. O Palatino Maior vai sair pelo forame palatino e vai inervar a parte óssea posterior do palato duro, enquanto o Palatino Menor inerva a parte mucosa posterior do palato mole. Esse nervo (palatino maior) sai também em uma trajetória lateral à fossa, originando o N. Alveolar Superior Posterior, inervando uma parte dos dentes e alguns ramos inervando o fundo de vestíbulo e a mucosa da parte posterior. *Atenção: diferentemente do que vemos na mandíbula, onde o nervo que inerva o dente não é o mesmo que inerva a vestibular nem a lingual, na maxila o nervo que inerva a vestibular é o mesmo que inerva o dente. O Nervo maxilar vai sair pelo forame redondo esse nervo entra na fossa pterigopalatina ora que vai para o trajeto que vai para anterior, ora que vai no trajeto medial depois para anterior e ora vai para o trajeto lateral e fica somente na região posterior. O que vai para o trajeto anterior e descente é o Nervo palatino Maior. Resumindo: N. Palatino Maior: inerva mucosa do palato (em alguns minutos atrás ele falou que inervava a parte óssea), 1ª, 2ª mol pré molares superiores e molares superiores, inerva os 2/3 posteriores do palato; N. NasoPalatino: inerva região dos dentes anteriores, de canino à canino, não inerva dente, só mucosa do palato (terço anterior – Nasopalatino; terço posterior – palatino Maior); N. Alveolar Sup. Anterior: inerva de canino a incisivo central de um lado, e a mesma coisa acontece no metâmero do outro lado; N. Alveolar Sup. Médio: inerva 1ª pré molar superior, 2ª pré molar superior e a raiz mésiovestibular do 1ª molar superior, enquanto a raiz distovestibular e a palatina são inervadas pelo N. Alveolar Sup. Posterior; N. Alveolar Sup. Posterior: inerva polpa de dente, inervando o 2ª e 3ª molar e as raízes distovestibular e a palatina do 1ª molar superior; Pergunta interessante: Se eu tiver um canino incluso pelo palato, quais são os nervos que eu tenho que anestesiar? Resposta: Nervo Nasopalatino, Nervo Alveolar superior anterior, médio, devemos anestesiar por palatino e por vestibular. Embora ele esteja no palato, a ramificação dele vem de onde ele deveria estar, dessa maneira não basta apenas anestesiar o palato, é necessário anestesiar também por vestibular. Além de anestesiar o palato tem que complementar anestesiando alguma coisa pela vestibular que é onde está o nervo e temos que bloqueá-lo. Nervo Alveolar superior anterior, superior médio e superior posterior inervam dentes, polpa, raiz, osso, periósteo, mas existe uma variação se compararmos com a mandíbula. Na mandíbula existe outro nervo que inerva a parte vestibular (nervo bucal, lingual), porém na maxila o mesmo nervo que inerva a parte vestibular, a parte da mucosa, inerva também a parte dos dentes. Ramos dentais são as terminações do Nervo alveolar superior anterior e N. alveolar superior médio que vão para os dentes. Técnicas: Técnica supraperiosteal Técnica subperiosteal Bloqueio do nervo alveolar superior posterior Bloqueio do nervo alveolar superior médio Bloqueio do nervo alveolar superior anterior Bloqueio do nervo palatino maior Bloqueio do nervo nasopalatino Bloqueio do nervo alveolar superior médio e anterior É feito praticamente pela técnica infiltrativa (isso nos dentes anteriores, pois as técnicas variam de acordo com o dente e com a anatomia da região para poder fazer a execução dessa técnica). A tábua vestibular dos dentes da maxila é mais fina do que a parte palatina, então quando colocamos o anestésico na região da tábua vestibular ele difunde-se e consegue fazer a anestesia. É necessário: Introduzir a agulha paralela ao longo eixo do dente, direcionando o bisel para o osso. É para introduzir ao longo eixo do dente e não ao longo eixo da coroa do dente. Lembre- se que a raiz do incisivo está deitada, inclinada. Para anestesiar a parte vestibular fazer ângulo de 90° com a parte apical. Fazer o direcionamento na região anterior, geralmente entre o ápice do pré-molar e do incisivo central, pega toda essa região como referencia para fazer a anestesia do alveolar superior anterior ou médio, dependendo do dente que você deseja anestesiar. Se for do pré-molar é o alveolar sup. Médio, se for do canino ou central é o alveolar sup. Anterior . Se tocar no osso é a técnica subperiosteal, se não tocar no osso é a técnica supraperiosteal. A agulha deve ser introduzida cerca de 5 a 10 mm, aspirar e injetar lentamente. Nessa técnica anestesia-se só a parte vestibular, o dente, a polpa. Não anestesia periósteo, mucosa, gengiva palatinas, porque quem faz isso é o nervo palatino maior. NASA – referencia: forame infraorbitário (1° pré-molar superior) Bloqueio do nervo alveolar superior posterior É sinônimo de técnica da tuberosidade baixa. (obs.: A técnica da tuberosidade alta pega o gânglio lá em cima e vai anestesiar mais nervos) Referencia anatômica: A tuberosidade da maxila, o processo zigomático e o fundo de vestíbulo bucal da região dos molares. Na região do 1º molar temos um pilar de sustentação da face, que é uma zona de reforço ósseo, que dá o suporte da região do zigomático que é responsável por essa projeção antero- posterior da face. Para suportar essa região que é a região malar ou zigomática é necessário um pilar que é um reforço ósseo. Temos dois reforços ósseos: o pilar zigomático e o pilar canino. Entre o pilar canino e o pilar zigomático temos a parede anterior do seio maxilar, e ela não tem reforço, é uma cavidade, é o seio maxilar. Referência: a região entre 1º e 2º molar superior Técnica: Não podemos pedir para o paciente abrir completamente a boca, porque a pterigoidea acomoda-se justamente nessa região, que é uma região de referencia, se esse paciente estiver em máxima abertura. Para fazer essa técnica pedimos para o paciente abrir a boca para acomodar o afastador (a ponta do afastador nos indica onde vamos colocar o anestésico), mas depois pedimos ao paciente para fechar um pouco a boca, para podermos fazer a punção sem ter o processo pterigoideo como empecilho para a referência dessa punção. Fazemos um ângulo de 45° em relação ao plano sagital mediano; Depois fazemos novamente um ângulo de 45° em relação a região de 1º molar, nessa trajetória obliqua adentramos a seringa quase toda nessa região. OBS: Se fizermos um ângulo de 45° em relação ao plano sagital mediano e formos direto iremos bater no côndilo da mandíbula do paciente. Para adentrar na fossa meu posicionamento precisa ser de lado, a trajetóriaprecisa ser inclinada, de inferior para superior e de 45° em relação ao molar. A cabeça do paciente deve estar inclinada Posterior ao arco zigomático da maxila e bisel voltado para o osso. Introduzir a agulha cerca de 10 a 20 mm sem tocar no osso, aspirar e injetar lentamente. Nervo infraorbitário: Bloqueio do nervo infraorbitário, a gente adentra o forame com o objetivo de anestesiar simultaneamente o n. alveolar médio e n. alveolar anterior. E por consequência, anestesiamos os nervos: palpebral inferior, nasal lateral e labial superior. É pouco utilizado porque causa desconforto no paciente. Técnica extra oral: Paciente em posição normofrontal (posicionamento em que o paciente está olhando para você diretamente); Não pode haver distopias (órgão em posições diferentes das normais); Traçar uma linha vertical da pupila até o canto da boca, essa será a referência para realizar o bloqueio; Ao identificar o rebordo infraorbitário, você marca 1 cm abaixo dessa estrutura, 90° em relação a linha vertical, você realiza a punção . OBS: Deve-se lembrar de que o forame infraorbitário não possui uma abertura reta, a abertura “aponta” para baixo. Técnica intra oral: Seguir a mesma linha vertical imaginária, na região de canino e pré-molar; Utiliza uma agulha grossa e longa, insere na região entre canino e pré-molar; Identificar o rebordo orbitário, e utilizar o polegar para localizar a agulha. QUAL A DIFERENÇA ENTRE A ANESTESIA DO N. INFRAORBITÁRIO E DOS N. ALVEOLARES SUPERIORES MÉDIO E ANTERIORES? RESPOSTA: Para a anestesia dos alveolares superiores é utilizada agulha curta e fina, e no n. infraorbitário a agulha é longa e grossa, essa última tem menor chance de se inclinar ao penetrar no tecido, além de ter o comprimento necessário para chegar nessa região. Indicação: biópsia, retirar uma lesão grande, remoção de cistos maxilares, etc. OBS: Não anestesia a porção palatina, todos os nervos que inervam o palato possuem o termo “palatino” na sua nomenclatura. Ex: n. Nasopalatino, n. Palatino maior, n. Palatino menor. Nervo Palatino maior: Agulha curta e fina; O posicionamento da seringa é contralateral; O ponto de referência é a comissura labial contralateral; É indicado o uso de anestesia tópica prévia, pois a mucosa é mais aderida e causa u maior desconforto para o paciente; Seguindo o longo eixo do segundo molar, esse eixo intercepta a região do palato. Nessa região de intersecção é onde está o forame. OBS: Se você utilizar uma agulha longa e grossa, e utilizar o posicionamento da seringa do mesmo lado, adentrando o forame palatino maior, você acaba fazendo o bloqueio troncular do nervo maxilar. Forame nasopalatino (incisivo): Utiliza-se agulha curta e fina; Deve-se passar anestésico tópico; Papila incisiva como referência para a puntura; Anestesia a região da mucosa palatina de canino a canino. Técnica do forame incisivo modificada: a puntura é realizada por vestibular, entre os incisivos.