Buscar

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS MATERIAS


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA “XX” VARA CÍVIL DA COMARCA DE BAURU, SP.
Caipira Hortaliças Ltda. – ME, pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o número “xxxxxxx” e inscrição estadual número “xxxxxx” com sede na rua “xxxxxxxx”, número “xxxx”, bairro “xxxxxx”, CEP “xxxxxxx” no município de Bauru, SP, por seu procurador infra-assinado, mandato anexo, vem à presença de V. Exa., propor:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS MATERIAS
Em face de Viação Meteoro Ltda. Pessoa jurídica inscrita CNPJ sob o número “xxxxxxxxx”, com sede a rua “xxxxxxx”, número “xxxxxx”, bairro “xxxxxx”, São Paulo/SP. pelos motivos que passa a expor:
 
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
Considerando a extrema dificuldade financeira atual do requerente, resultante dos fatos narradas abaixo, impossibilitando arcar com as despesas processuais e honorários advocatícios sem que haja prejuízo do próprio sustento e de seus familiares, requer-se o deferimento do benefício da assistência judiciária gratuita, nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal c/os Art. 98, § 3º e Art. 99, ambos do Código de Processo Civil.
DOS FATOS
Sr. Barnabé no dia 11/02/2017, a noite, retornava a Bauru/SP conduzindo a sua Pick-up Ford Ranger, placa GGG-1223. Chovia muito e a estrada estava escorregadia, e havia também muita neblina. Quando trafegava na curva do km 447 da rodovia BR-345, no município de Jaú/SP, ele perdeu o controle do seu veículo. Os pneus traseiros derraparam, e o veículo rodopiou por sua pista, ficando atravessado na na pista, sem, contudo, invadir a pista contrária. No entanto, um ônibus da Viação Meteoro Ltda., que trafegava na pista contrária, assustou- se com a manobra efetuada pelo Senhor Barnabé, e pisou no freio.
Como a pista estava escorregadia e com um pouco de óleo, o motorista perdeu o controle do seu veículo e bateu de frente na pick-up Ranger. Com o impacto, a pick-up foi arremessada por cerca de10 (dez) metros, e bateu no barranco da pista. Com o impacto, o ele se feriu gravemente, apresentando um corte na testa, fratura nas pernas e nos braços. 
O veículo pick-up Ranger, com o impacto, ficou todo amassado, com danos no chassi e por toda a lataria. Pelo lado do ônibus, com o impacto, cinco passageiros, os senhores Lino, Cláudio, Ribamar, Jorge e Bráulio, que não estavam utilizando cinto de segurança, sofreram lesões. 
Lino quebrou o seu braço e teve uma pancada na cabeça. Cláudio teve um traumatismo craniano e está em observação no hospital local. Ribamar teve uma lesão na coluna e corre o risco de ficar com sequelas ou paralisia. Jorge e Bráulio tiveram escoriações leves. 
Em razão do acidente, a Polícia Rodoviária Federal interditou as pistas e chamou a perícia. A polícia tomou ainda o depoimento do motorista do ônibus, que afirmou que invadiu a pista contrária em razão de tentar desviar do veículo que estava derrapando e indo em sua direção. 
Posteriormente, no hospital, a polícia tomou o depoimento do sr. Barnabé, que afirmou que perdeu o controle do seu veículo em vista do ônibus ter invadido a contramão, o que o forçou a realizar uma manobra brusca que causou a derrapagem e o impacto com o ônibus. A perícia que esteve no local foi inconclusiva, pois, como estava chovendo, não conseguiu colher as medidas das derrapagens, embora tenha reconhecido a invasão à outra pista, mas não conseguiu definir se esta ocorreu antes ou após o choque. 
Estiveram também presentes a seguradora da pick-up, Shangai Marine, bem como a seguradora da empresa de ônibus da Viação Meteoro, a Seguradora Trafegar S/A. 
O relatório final de cada uma tem conclusões distintas: a seguradora da empresa de ônibus considerou a pick-up como a responsável pelo acidente, enquanto que a seguradora da pick-up considerou a empresa de ônibus como a responsável. 
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
a. Responsabilidade civil do dano material.
De acordo com o artigo 186 e 927 do código civil e combinação com o artigo 28, artigo 29- II e 34 do Código de Transito Brasileiro.
Artigo 186 CC - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927 CC - Aquele que, por ato ilícito (artigos 186 e 87), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Artigo 28 CTB. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito; 
Artigo 29 CTB. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas
Artigo 34 CTB. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.
Portanto, no presente caso, está configurado o ato ilícito praticado pelo réu, devendo ser condenado ao ressarcimento dos danos sofridos pelo autor. 
b. Do lucro cessante.
De acordo com o artigo 402 do código civil que preceitua.
Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
Portanto, no presente caso, está configurado o ato ilícito praticado pelo réu, devendo ser condenado ao ressarcimento dos danos sofridos pelo autor. 
c. Do dano emergente pelos prejuízos suportado com fornecedores / locador do imóvel. 
De acordo com o artigo 186 que prediz
Artigo 186 CC - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Portanto, no presente caso, está configurado o ato ilícito praticado pelo réu, devendo ser condenado ao ressarcimento dos danos sofridos pelo autor. 
d. Da solidariedade.
Mediante o motorista de ônibus ser empregado e estar em prestação de serviços para Ré Viação Meteoro Ltda.de acordo com o artigo 932 - III do Código Civil. 
São também responsáveis pela reparação civil: III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto pede-se:
a. Danos materiais referentes as despesas de conserto do veículo pick-up Ford Ranger, placa GGG-1223 no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) conforme orçamento anexado.
 
b. Lucros cessantes, pelo período de paralisação do veículo, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) conforme planilha de cálculo anexado.
c. Danos emergentes, pelo prejuízo suportado com seus fornecedores e locador do imóvel, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), conforme documentos anexados.
d. Requer a produção de todos os meios de provas em direito admitidas, juntada de documentos, perícias, depoimento testemunhal dos representantes legais da Ré Viação Meteoro Ltda.
e. Concessão do benefício da gratuidade processual, tendo em vista que o gasto com as despesas processuais virão em prejuízo de seu sustento.
f. Seja a reclamada condenada ao pagamento de honorários advocatícios ao percentual de 20% sobre o valor da causa;
VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais).
Nestes termos, pede e espera deferimento
.
Bauru, SP. “dia” de “mês” de “ano”
________________________ 
“Nome do advogado”
OAB número “xxxxxx” 
–
 
III - DOS FUNDAMENTOS JURIDÍCOS 
Os fatos mostram, e o próprio motorista do ônibus XXX. admite em depoimento a policia, que sua condutafoi de imperícia, ao praticar manobra de eminente risco, sem observar os cuidados indispensáveis à segurança no trânsito, colocando em perigo todos que no local se encontravam, em principal, a do Sr. XXX, que exposto a conduta de tamanha imprudência pelo motorista, foi impossibilitado de qualquer ato de defesa para impedir a colisão, tornando-se vítima indefesa e maior prejudicada. 
DA SOLIDARIEDADE Mediante o motorista de ônibus ser empregado e estar em prestação de serviços para XXX., requer a citação da empregadora de acordo com o Código Civil: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmite-se com a herança.
 DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito;
 DOS DANOS EMERGENTES 
Os danos emergentes são aqueles valores que a vítima, efetivamente e imediatamente, teve diminuído em seu patrimônio em razão do ato cometido por outrem, alheio a sua vontade. 
Como se observa nos autos do processo, o autor realmente teve seu patrimônio diminuído, pois teve seu veículo seriamente danificado e 03 meses de afastamento das atividades laborais, sendo impossível a continuidade das atividades rotineiras, do cultivo a entregas diárias, e assim, anulando totalmente o faturamento da empresa, 
acumulando o prejuízo com fornecedores e com as despesas de locação da sede da empresa. Segundo a lição do jurista J.M. Carvalho Santos: ´´...
 quer o código que o devedor inadimplente indenize o prejuízo, ou seja, a perda certa e não eventual, ou melhor ainda, a verdadeira diminuição ou desfalque que no seu patrimônio sofreu efetivamente o credor com o inadimplemento da obrigação``.
 Quanto à mensuração do dano emergente, vejamos o que ensina o desembargador Sérgio Cavalieri Filho em sua obra de Programa de Responsabilidade Civil: “a mensuração do dano emergente, como se vê, não enseja maiores dificuldades. Via de regra, importará no desfalque sofrido no patrimônio da vítima; será a diferença do valor do bem jurídico entre aquele que ele tinha antes e depois do ato ilicito.(…) dano emergente é tudo aquilo que se perdeu, sendo certo que a indenização haverá de ser suficiente para a restitutio in integrum.” 
DO DANO MATERIAL As fotos dos danos causados ao veículo anexas aos autos (fl.XX), dão dimensão do prejuízo material causado ao reclamante. 
Em nosso Código Civil: Da Obrigação de Indenizar Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Requer o reclamante, para efeito de ressarcimento do dano material sofrido pelos danos ocasionados em seu veículo, o conserto nos moldes do menor orçamento apresentado pela reclamada, estimado em R$ XXX (XXXX), evidenciando sua boa-fé, pleiteando apenas indenização pelos danos suportados. Procedimento este de bom entendimento nos tribunais: CIVIL – RESSARCIMENTO DE DANOS MATERIAIS EM ACIDENTE DE TRÂNSITO – TRÊS ORÇAMENTOS – POSIÇÃO MERAMENTE JURISPRUDENCIAL – NULIDADE INEXISTENTE – ÚNICO ORÇAMENTO EXEQUÍVEL – JUSTIFICATIVA PLAUSÍVEL – VALOR JUSTO –
1. Conquanto o bom senso e os critérios de justiça aconselhem, na esteira na melhor jurisprudência, a vinda de, pelo menos, três orçamentos para balizar o arbitramento do valor indenizatório, em caso de ressarcimento por danos materiais decorrentes de acidente de veículo, tal proceder não é indispensável e não gera nulidade. Não se trata de requisito sine qua non e, muito menos, de condição de procedibilidade das ações de reparação de danos que envolvam sinistros de automóveis, mormente quando o julgador, em caso de justificativa plausível, se convence do valor justo apresentado através de um dos orçamentos, único exequível. 2
2. 
3. Recurso conhecido e improvido, mantendo íntegra a sentença recorrida. (TJDF – ACJ 20010710133846 – DF – 2ª T.R.J.E. – Rel. Des. Benito Augusto Tiezzi – DJU 29.08.2002 – p. 38) DA PERDA DECORRENTE DO EVENTO DANOSO Requer o reclamante, para efeito de ressarcimento do prejuízo sofrido pelo não faturamento da empresa e assim acumulo de dívida mediante fornecedores e o locador da sede da empresa, o valor de R$ XXX (XXXX). Procedimento este de bom entendimento nos tribunais: RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO. AUTOR ALEGA QUE TRANSITAVA POR UM VIA PREFERENCIAL, QUANDO O RÉU, PROVENIENTE DE VIA SECUNDÁRIA, ADENTROU NA PISTA E CAUSOU O CHOQUE NA PARTE TRASEIRA DE SEU VEÍCULO. PUGNA POR INDENIZAÇÃO A TÍTULO DE DANOS MATERIAIS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO CONTRAPOSTO E PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL, PARA O FIM DE CONDENAR O RECLAMADO AO PAGAMENTO DE R$ 5.049,00 A TÍTULO DE DANOS EMERGENTES. INSURGÊNCIA RECURSAL DO RECLAMADO, TESE DE CULPA EXCLUSIVA DO AUTOR QUE TRANSITAVA EM ALTA VELOCIDADE ABALROANDO A TRASEIRA DE SEU VEÍCULO. SEM RAZÃO. RÉU QUE ADENTROU EM VIA PREFERENCIAL E ACABOU CAUSANDO A COLISÃO. CAUSA PREPONDERANTE DO ACIDENTE. VIOLAÇÃO DA REGRA CONTIDA NO ART. 44 DO CTB. PRECEDENTE DA TURMA RECURSAL (REC. 2010.0012143¬8 ¬ REL.: ANA PAULA KALED ACCIOLY RODRIGUES ¬ J. 31.03.2011). CULPA EXCLUSIVA DO AUTOR CONFIRMADA. DANOS MATERIAIS COMPROVADOS ATRAVÉS DE ORÇAMENTOS IDÔNEOS QUE VALIDAMENTE EXPRIMEM OS PREJUÍZOS SUPORTADOS PELA PARTE AUTORA. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. Recurso conhecido e desprovido. Ante o exposto, esta 1ª Turma Recursal resolve, por unanimidade dos votos, em relação ao recurso de VALDECI RODRIGUES DA SILVA, julgar pelo (a) Com Resolução do Mérito ¬ Não -Provimento nos exatos termos do voto (TJPR ¬ 1ª Turma Recursal ¬ 0002780-13.2015.8.16.0018/0 ¬ Maringá ¬ Rel.: Leo Henrique Furtado Araújo ¬ ¬ J. 20.02.2017) (TJ¬PR ¬ RI: 000278013201581600180 PR 0002780-13.2015.8.16.0018/0 (Acórdão), Relator: Leo Henrique Furtado Araújo, Data de Julgamento: 20/02/2017, 1ª Turma Recursal, Data de Publicação: 23/02/2017) DO LUCRO CESSANTE Requer se a condenação da reclamada ao pagamento de lucros cessantes ao reclamante, no montante de R$ XXX (XXXX). Conforme entendimento em nossa doutrina, por Sergio Cavalieri Filho (Programa de Responsabilidade Civil, 9ª Ed., 2010, p. 75) conceitua o lucro cessante como a: ´´Perda do ganho esperável, na frustração da expectativa de lucro, na diminuição potencial do patrimônio da vítima. Pode decorrer não só da paralisação da atividade lucrativa ou produtiva da vítima, como, por exemplo, a cessação dos rendimentos que alguém já vinha obtendo da sua profissão, como, também, da frustração daquilo que era razoavelmente esperado. `` Conforme se comprova nos balanços anexados aos autos (fl.XXX), o autor, proprietário da empresa XXX., possuía um faturamento líquido de R$ XXX (XXX) mensais, com o plantio e venda das hortaliças. Com a ocorrência da colisão e os danos sofrido, tanto físico como material, ao autor, a sua empresa teve o faturamento anulado por três meses. Código Civil Das Perdas e Danos Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro,serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar. Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. Da Indenização Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. DOS DANOS MORAIS Quanto aos danos de natureza moral, é inegável que após o acidente, o autor teve prejuízos materiais que acarretaram transtornos financeiros de impacto profundo no seio familiar, onde é o único provedor, aborrecimentos e mal-estar mediante cobranças de fornecedores e não atendimento de seus clientes e impossibilidade de honrar com suas despesas fixas. Além do prejuízo material, sofreu também com sua debilitação física, tornando-se dependente de familiares até recuperação. O Sr. XXX teve sua vida financeira e sua saúde física e mental extremamente abalada, por único e exclusivo ato ilícito de outrem, tendo que suportar suas dores físicas ao mesmo tempo que foi também lesionado financeiramente. Não bastasse todos os danos ocasionados ao autor, não houve nenhum interesse do reclamado em ressarcir os danos causados, apenas a sua omissão mediante tamanha irresponsabilidade civil. Mediante os fatos até aqui relatados, é perfeitamente possível o pedido de reparação por danos morais em relação à empresa requerida, que se recusou em ressarcir os prejuízos, só adicionou mais transtornos ao autor. O mestre, Carlos Alberto Bittar, discorre com excelência sobre as ações lesivas que podem caracterizar os danos morais (reparação civil por danos morais, 4ª edição, São Paulo, Editora Saraiva, 2015, p.31): ´´Pode-se, então, enfatizar como danos ressarcíveis os prejuízos materiais ou morais sofridos por certa pessoa, ou pela coletividade, em virtude de ações lesivas perpetradas por entes personalizados. (...). Atingem as emamente lesões, pois, aspectos materiais ou morais da esfera jurídica dos titulares de direitos, causando-lhes sentimentos negativos; dores, desprestígio; desonra; depreciação; vergonha; escândalo; doenças; desgastes, redução ou diminuição do patrimônio; desequilíbrio em sua situação psíquica, enfim, transtornos em sua integridade pessoal, moral ou patrimonial. ” O valor deve ser arbitrado de forma a não dar ensejo ao enriquecimento de ninguém, mas suficiente à reparação do dano. Se não for fixada em valor razoável, estimula a que o ofensor que macula a honra, suja o nome e dificulta a vida social de uma pessoa ou empresa, acabe saindo praticamente ileso. O objetivo desta indenização é punir o infrator e compensar a vítima pelo dano sofrido, atendendo desta forma à sua dupla finalidade: a justa indenização do ofendido e o caráter pedagógico em relação ao ofensor. Assim, o valor da indenização não pode ser fixado em valor tão elevado que importe enriquecimento sem causa, nem tão ínfimo que não seja capaz de diminuir o sofrimento do ofendido, nem sirva de intimidação para a Reclamada. Para casos dessa natureza, há entendimento dos tribunais: 
4. 
5. 
6. ACIDENTE DE VEÍCULO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. 1. Evidente a responsabilidade solidária da proprietária do veículo pelo dano causado pelo terceiro que o conduzia no momento do acidente. 2. Na fixação da indenização pelo dano moral cabe ao juiz nortear¬-se pelo princípio da razoabilidade, estabelecendo ¬a em valor nem tão grande que se converta em fonte de enriquecimento, nem tão pequena que se torne inexpressiva. 3. Comprovado através de exames médicos a necessidade de procedimento cirúrgico para correção de ferimento decorrente de acidente de responsabilidade dos réus, de rigor a procedência do pedido de pagamento da despesa. Sentença mantida. Recurso desprovido. (TJ¬SP ¬ APL: 10052052320148260577 SP 1005205¬23.2014.8.26.0577, Relator: Felipe Ferreira, Data de Julgamento: 28/01/2016, 26ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 28/01/2016) A lição de Sérgio Cavalieri Filho revela a desnecessidade de prova da dor subjetiva: "... por se tratar de algo imaterial ou ideal, a prova do dano moral não pode ser feita através dos mesmos meios utilizados para a comprovação do dano material. Seria uma demasia, algo até impossível, exigir que a vítima comprove a dor, a tristeza ou a humilhação através de depoimentos, documentos ou perícia; não teria ela como demonstrar o descrédito, o repúdio ou o desprestígio através dos meios probatórios tradicionais, o que acabaria por ensejar o retorno à fase da irreparabilidade do dano moral em razão de fatores instrumentais. (...) Em outras palavras, o dano moral existe 'in re ipsa'; deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada a ofensa, 'ipso facto' está demonstrado o dano moral à guisa de uma presunção natural, uma presunção 'hominis' ou 'facti' que decorre das regras de experiência comum" (FILHO, Sérgio Cavalieri. Programa de Responsabilidade Civil, 5ª ed., São Paulo: Atlas, 2003.) Portanto, nesse caso, não indenizar o dano moral seria deixar sem reparação um direito, e por outro lado, permitir que atos ilícitos fiquem impunes. É certo que, a conduta da reclamada se provará como devido ato ilícito. 
7. 
8. 
9. IV - DOS REQUERIMENTOS Em face do exposto, pede e espera a requerente, que os presentes pedidos sejam julgados totalmente procedentes, para o que desde já se requer:
10. 
11. 
12. I – A concessão do benefício da gratuidade processual, tendo em vista que o gasto com as despesas processuais virão em prejuízo de seu sustento; II - Seja o requerido citado nos termos do Art. 246, §1º do CPC, para que apresente sua defesa, instruindo-a com todos os documentos necessários a provar suas alegações, cumprindo-se os regramentos do Art. 238, 239, 344 e 355 do CPC, sob pena da aplicação dos efeitos da revelia. III – Requer a produção de todos os meios de provas em direito admitidas, juntada de documentos, perícias, depoimento pessoal dos representantes legais da Ré e testemunhal. IV - Requer a aplicação da cláusula de inversão do ônus da prova em favor do autor, previsto no Art. 373 do CPC. V - DOS PEDIDOS Diante do exposto é o presente para que se digne Vossa Excelência em: I. Julgar procedente os presentes pedidos, condenando a Ré na obrigação de reparar o dano material, moral e o lucro cessante, nos moldes do Código Civil, Art. 402, 404, 927, 949, e decisões dos tribunais; II. A condenação do Réu na restituição dos danos materiais sofridos pelo Reclamante ...........................................................................................................................R$ XXXX; III. A condenação do Réu na restituição da perda pelo evento danoso sofrido pelo Reclamante, corrigidos monetariamente e acrescidos dos juros legais desde a data do acidente até a data do efetivo pagamento ........................................R$ XXXX + a apurar; IV. A condenação do Réu na indenização pelo lucro cessante da empresa da Reclamante, corrigidos monetariamente e acrescidos dos juros legais desde a data do acidente até a data do efetivo pagamento ........................................R$ XXXX + a apurar; V. Indenização pelos danos morais, considerando o abalo emocional e financeiro ocasionado ao Reclamante, em valor não inferior a 01 (um) faturamento líquido auferido pelo autor em sua empresa........................................................................................ a apurar; VI. Seja a reclamada condenada ao pagamento de honorários advocatícios ao percentual de 20% sobre o valor da causa; VII. Declina a autora, da audiência de conciliação com previsão legal no Art. 319, VII do CPC. Dá-se a causa o valor deR$ XXXX (XXXXXXXX) Nestes Termos, Pede e Espera Deferimento. XXX/XX, XX de XXX de 20XX. _________________________ OAB/____Nº________

Mais conteúdos dessa disciplina