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Independência da América Espanhola - Resumo

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1 
AMÉRICA LUTA PELA EMANCIPAÇÃO 
Entre os séculos XVIII e XIX, o absolutismo e as praticas mercantilistas 
desmoronaram em quase toda a Europa ocidental. Era o prenuncio de um novo 
tempo, caracterizado pela produção industrial, pelo livre-comércio e pela 
igualdade de direitos. Esses ares de renovação não tardariam a se espalhar 
por todo mundo. Na América, começaram a soprar em 1776, quando os 
colonos ingleses da América do Norte colocaram fim ao domínio colonial. Com 
isso, abriram um caminho que seria rapidamente trilhado por colonos de outras 
partes do continente. Os primeiros a tomar esse rumo foram os habitantes da 
colônia francesa de São Domingos, na América Central. Nessa região, cuja 
maioria da população era formada por pessoas de origem africana, teve início 
um dos movimentos de independência mais radicais de toda a América, que 
resultaria na formação do Haiti. Os colonos espanhóis, por sua vez, 
começariam a conquistar sua independência no início do século XIX. O vasto 
território controlado pelos espanhóis se fragmentaria então em vários países. A 
parte controlada pelos portugueses ficaria livre do domínio colonial em 1822. 
1. SOB O PACTO COLONIAL:
A América espanhola, às vésperas de independência, compunha-se de 
quatro vice-reinos e de algumas capitanias-gerais. Sua população somava 
aproximadamente 15 milhões de habitantes. A elite local era formada por 
pessoas nascidas na Espanha, os peninsulares, responsáveis por quase todos 
os cargos da administração colonial, e por descendentes de espanhóis, os 
chamados criollos, grandes proprietários de terras e de escravos. A maioria da 
sociedade, porém, era composto de mestiços (pessoas livres e pobres), 
indígenas, um contingente de cerca de dez milhões de pessoas, duramente 
exploradas em todos os tipos de trabalho, e escravos de origem africana, 
concentrados, sobretudo nas Antilhas. A economia tinha como base a 
exportação de produtos agrícolas tropicais, como o açúcar e fumo, e a 
exploração das riquezas minerais (ouro e prata). Da Europa, importava-se 
quase tudo, principalmente produtos manufaturados. Nas últimas décadas do 
século XVIII, a Coroa começou a permitir relativa liberdade comercial, mas as 
mercadorias vendidas e compradas pelas colônias deviam circular dentro dos 
domínios da Espanha. 
 
 
2 
 
2. NAPOLEÃO E A AMÉRICA LATINA: 
 
O processo de independência da América espanhola está estreitamente 
relacionado com as guerras napoleônicas. Em 1807, Napoleão invadiu a 
Espanha, destituiu o rei Fernando e impôs no trono seu irmão José Bonaparte. 
Os espanhóis reagiram à imposição dando início a uma luta de resistência 
contra os invasores. Em Sevilha, foi organizada uma junta governativa, leal ao 
rei deposto Fernando VII, que assumiu o comando da luta contra os franceses. 
Na América espanhola também constituíram-se juntas governativas que 
inicialmente se declaram fieis a Fernando VII. Aos poucos, porém, passaram a 
defender a independência em relação à própria Espanha. De fato, as elites 
locais perceberam que o domínio espanhol estava fragilizado diante da 
expansão dos ideais revolucionários franceses e viram a chance de cortar de 
forma definitiva o cordão umbilical que unia as colônias à metrópole. Por isso, 
os criollos, o grupo social dominante, tomaram a frente dos movimentos que 
mudariam os rumos do território americano. 
 
3. A LUTA PELA EMANCIPAÇÃO: 
 
A dominação colonial na região começou a ser contestada de forma 
mais intensa no decorrer do século XVIII, quando quase toda a América 
espanhola se transformou em palco de sucessivas rebeliões. Na região do 
Vice- Reino do Peru, por exemplo, eclodiram duas revoltas lideradas pelos 
descendentes dos incas. Tanto a primeira, comandada por Atahualpa, em 1742 
e 1756, quanto a segunda, chefiada por Tupac Amaru, em 1780, tinham o 
objetivo de restaurar o antigo Império Inca. Ao longo desse período, vieram á 
tona muitas outras revoltas, que de modo geral visavam reduzir ou abolir os 
impostos, sem, no entanto pretender a separação da Espanha. 
 
Primeiros movimentos. 
 
Os primeiros movimentos efetivos de independência na América 
espanhola ocorreram em 1806, na região da atual Venezuela. Liderada por 
Francisco Miranda, que lutou na revolução norte-americana e nos exército 
napoleônico, a tentativa, apoiada por britânicos e estadunidenses, acabou 
derrotada pelas forças espanholas. Em 1810, seria a vez do México, onde o 
padre Miguel Hidalgo liderou uma revolta popular. Fracassado o movimento, 
 
 
3 
 
Hidalgo foi preso e executado no ano seguinte. As lutas pela independência 
continuaram até 1815, quando os revoltosos foram vencidos. Apenas na 
década de 1820, o México conquistaria sua autonomia. 
 
Agitação na América do sul. 
 
À época da colonização espanhola, os atuais argentina, Bolívia, 
Paraguai e Uruguai formavam o Vice- Reino do Prata, cuja capital era Buenos 
Aires. No início do século XIX, quando a “febre da independência” já atingira 
grande parte da América espanhola, a região do Prata enfrentou um processo 
diferente dos demais países. Além de lutar pela emancipação em relação à 
Coroa, os três países que integravam o vice-reino passaram a brigar entre si 
para conquistar a hegemonia no território. Nos outros vice-reinos da América 
do Sul, as lutas se repetiram sob a liderança de vários militares e também 
políticos, que se empenharam para promover a independência de todas as 
colônias dos continentes. 
 
As Províncias Unidas. 
 Em 1810, os criollos argentinos, querendo transformar a capital, Buenos 
Aires, no principal polo administrativo e econômico da região, organizaram uma 
junta governativa, pela qual o Vice-Reino do Prata deixava de existir. Em seu 
lugar, foram criadas as Províncias Unidas do Rio da Prata, com sede em 
Buenos Aires, de onde partiriam as novas ordens para toda a região. O 
Paraguai não reconheceu a autoridade da junta de Buenos Aires e se rebelou. 
Liderado por José Gaspar Francia, uma junta assumiu o poder, em 1811, na 
cidade de Assunção e proclamou a independência do país. 
Já no território atual do Uruguai, conhecido na época como Banda 
Oriental, a luta pela emancipação foi inicialmente conduzida por José Artigas. 
Em 1821, contudo, tropas luso-brasileiras invadiram a região, que foi anexada 
ao Reino de Portugal, Brasil e Algarves com o nome de Província Cisplatina. 
As lutas pela emancipação recomeçaram em 1825. Disputado pelo Brasil e 
pela Argentina, o Uruguai viria a se tornar independente apenas em 1825, 
graças à intermediação britânica. A Argentina, por sua vez teve a 
independência declarada em 1816 no Congresso de Tucumã e passou a 
chamar-se República das Províncias Unidas do Rio da Prata, nome 
posteriormente mudado para República Argentina. 
 
 
4 
 
San Martín e Simón Bolivar. 
 
Dois representantes da aristocracia criollo, o venezuelano Simón Bolíva 
e o argentino José de San Martín, desempenharam importante papel na luta 
pela independência na América do Sul. Partindo de pontos diferentes, Bolívar 
(do norte) e San Martín (do sul) levaram seus exércitos até o Vice-reino do 
Peru (atuais Peru, Chile e Bolívia), onde as principais forças espanholas 
estavam concentradas. San Martín e seu Exército dos Andes saíram da 
Argentina em 1817, atravessaram a cordilheira e apoiaram os chilenos, 
liderados por Bernardo O’Higgins, na luta contra os espanhóis. A estratégia foi 
vitoriosa. Em 1818, o Chile proclamou sua independência, e O’Higgins assumiu 
o governo do país. Do Chile, as forças de San Martín seguiram por terra e por 
mar em direção ao Peru, contando com o almirante inglês lorde Cochrane no 
comando da marinha chilena. A cidade de Lima foi cercada e o vice-rei 
espanhol obrigado a bater em retirada. Em 28 de julho de 1821, San Martín 
proclamava a independência do Peru; a luta contra as forças espanholas, 
contudo, duraria ainda mais três anos, até 1824. 
SimónBolívar, por sua vez fazia parte da elite criolla da Venezuela e se 
tornou o líder da libertação da Grã-Colômbia, que reunia terras do Vice-Reino 
de Nova Granada e da Capitania-Gera da Venezuela. O processo da 
independência completou-se em 1819, depois de uma longa campanha que 
reuniu quase 2500 homens em marcha pela cordilheira dos Andes. Apesar dos 
esforços de Bolívar para manter a união da Grã-Colômbia, ela acabou se 
dividindo, em pouco mais de dez anos, em quatro países: Venezuela, Equador, 
Colômbia e Panamá. Os dois libertadores, como se tornaram conhecidos, se 
reuniram, em 25 de julho de 1822, no Encontro de Guaiaquil (atual Equador). 
Porém, longe de chegarem a um acordo quanto ao futuro político das regiões 
que ambos ajudaram a libertar, ficou claro que havia profundas divergências 
entre eles. San Martín, federalista e defensor da ideia de uma América do Sul 
composta de nações independentes, acreditava que os novos países deveriam 
ser controlados por príncipes europeus, convidados para assumir o governo. 
Já Bolívar esperava que os novos países se organizassem numa 
República, mantendo-se unidos numa grande federação sob um governo único. 
As divergências levaram San Martín a se afastar do movimento libertador. 
 
 
5 
 
Bolívar assumiu a liderança isolada dos movimentos emancipadores. Em julho 
de 1823, à frente de um grande exército, ocupou a cidade de Lima, ainda um 
forte reduto espanhol. De lá enviou tropas comandadas pelo militar 
venezuelano Antônio José de Sucre para derrotar os espanhóis na batalha de 
Ayacucho (1824), no território da atual Bolívia, cuja independência foi 
proclamada em 1825. 
A emancipação do México. 
 
No México, como vimos, houve uma tentativa de independência por 
meio de amplo movimento iniciado em 1810, liderado pelos padres Miguel 
Hidalgo (morto em1811) e José María Morelos. Esse primeiro esforço, 
considerado radical pelos criollos mexicanos, não teve êxito. A luta pela 
independência só seria retomada a partir de 1820, dessa vez sob a liderança 
dos conservadores. Em 1821, foi assinado o Plano de Iguala, que declarava o 
México separado da Espanha, mas ainda reconhecia fidelidade ao rei 
espanhol, Fernando VII. O controle do governo mexicano coube ao general 
Agustín Iturbide, leal servidor do rei da Espanha. Dois anos depois, em 1823, 
como resultado seu discurso inflamado em defesa da diminuição do poder da 
Igreja e dos proprietários de terras e contra a escravidão, Iturbide ganhou a 
confiança da população e proclamou-se imperador. Mas sei reinado durou 
pouco: uma rebelião conduzida por criollos liberais forçou Iturbide a abdicar, e 
a República foi proclamada em 1824. 
 
4. A IMPOTÊNCIA ESPANHOLA: 
 
Impotente para conter o movimento de independência nas suas colônias 
americanas, a Espanha recorreu às forças da Santa Aliança, que reunia a 
Rússia, a Áustria e a Prússia como o objetivo de combater movimentos 
revolucionários tanto na Europa como nas regiões de domínio colonial. A 
intervenção chegou a ser cogitada pelas potências europeias, que desistiram 
da ideia em virtude da forte oposição da Inglaterra e dos estados Unidos. 
Aos britânicos, o pacto colonial entre Espanha e sua colônias não 
interessava mais, já que seu objetivo naquele momento era incentivar a 
liberdade comercial para expansão do mercado consumidor. Portanto, a 
Inglaterra apoiava a independência das colônias hispânicas da América. A 
posição dos Estados Unidos também ficou clara diante do risco representado 
 
 
6 
 
pelo poder de ação da Santa Aliança. Em dezembro de 1823, numa mensagem 
dirigida ao Congresso de seu país, o presidente James Monroe afirmou que os 
Estados Unidos considerariam motivo de guerra a intervenção europeia nos 
assuntos da América. Conhecida como Doutrina Monroe, sua atitude política foi 
resumida na frase: “América para os americanos”. 
 
5. UM CONTINENTE FRAGMENTADO: 
 
Em 1826, realizou-se no Panamá um congresso convocado por Bolívar, 
com a finalidade de reunir as diversas repúblicas em que se tinha dividido a 
América espanhola numa grande federação, para fazer frente à Europa 
monarquista. Todos os Estados americanos foram convidados, mas poucos 
compareceram, entre eles Grã-Colômbia, México e Peru. As diferenças entre 
os próprios Estados recém-constituídos, separados por interesses locais e 
regionais, contribuíram para fracasso do Congresso. Assim, acabou mesmo 
prevalecendo à formação de vários países. 
Numa breve análise do processo de independência dos países 
americanos, apenas os Estados Unidos chegaram mais próximo de uma 
ruptura dos laços coloniais. Nos demais países, a independência teve caráter 
político, conservando-se a estrutura colonial, ou seja, a produção agrícola 
tropical para a exportação, baseada na grande propriedade, no trabalho 
escravo e na monocultura, e a importação de produtos manufaturados. Com 
isso, perpetuou-se a relação de dependência existente nos tempos coloniais. A 
elite criolla, de inicio tão empenhada nos movimentos libertadores, também 
acabou empregando os ideais iluministas somente a seu favor, evidenciando 
que desejava a igualdade, mas não para todos.

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