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FRENECTOMIA, ULOTOMIA E ULECTOMIA - ODONTOPEDIATRIA


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Frenectomia e Ulectomia. 
 
Odontopediatria 
 
Frenectomia 
 
Freios hipertróficos podem ser a causa de 
diastema interincisivo, alterações periodontais, 
dificuldade de fala, comprometimento de 
funções labiais, dificuldade de adaptação de 
prótese dentária e prejuízo estético. Por isso, 
possuem indicação de abordagem cirúrgica. 
Na maioria das vezes, os freios hipertróficos 
são diagnosticados na infância e na 
adolescência e, por isso, serão abordados 
neste módulo. Entretanto, a mesma técnica 
cirúrgica pode ser aplicada para qualquer 
faixa etária. 
↳ Frenectomia labial superior 
O freio labial é frequentemente mais 
proeminente em crianças e parece diminuir 
com o crescimento dentoalveolar. Por isso, a 
frenectomia não deve ser realizada antes 
da erupção dos caninos permanentes estar 
em curso, porque, enquanto esses dentes se 
movem inferior e anteriormente, o diastema 
fechará na maioria dos casos. Entretanto, 
caso não haja o fechamento do diastema e 
sejam observadas alterações periodontais 
pelo freio hipertrófico, a frenectomia está 
indicada. 
Técnica cirúrgica: 
↪ Anestesia local. 
↪ Suspensão do lábio superior e 
delimitação cirúrgica. Após o afastamento 
do lábio superior e exposição do freio labial, 
fixaremos uma pinça mosquito RETA no freio 
junto ventre labial e uma pinça mosquito 
CURVA com a face convexa apoiada no 
rebordo alveolar, fixando a porção alveolar. 
O contato de ambas formará um ângulo reto.
 
 Pinças mosquito delitimitando a área cirúrgica. 
↪ Primeira incisão: feita com lâmina de bisturi 
número 15 ou 15C. Esta irá deslizar sobre a 
superfície externa da pinça reta até atingir 
seu extremo no fundo de sulco. 
 
Incisão na porção labial. 
↪ Segunda incisão: a lâmina de bisturi 
deslizará sobre as superfícies laterais da 
pinça curva aprofundando-se para palatino 
entre as papilas gengivais. 
 
Incisão na porção alveolar. 
↪ Pinça mosquito curva é removida da 
porção alveolar, juntamente com tecido 
hiperplásico. 
↪ Incisão palatina: a lâmina de bisturi 
realizará uma incisão em formato triangular 
com a base voltada para a papila. O tecido 
demarcado é removido por descolamento ou 
raspagem. 
 
Incisão e descolamento na face palatina. 
↪ Remoção da pinça mosquito reta e 
sutura da porção labial com pontos 
simples. 
↪ Ao indicarmos a realização de frenectomia 
labial superior, também é recomendado que o 
cirurgião-dentista solicite uma radiografia 
periapical da região. Nesta radiografia, 
devemos avaliar o formato do septo 
interincisivo, que poderá ter formato de V, U 
ou W. Nos casos de septos em formato de U 
ou W, há indicação de ostectomia nesta 
etapa cirúrgica. Com o uso de brocas 
esféricas e cilíndricas, realizamos desgastes 
de forma escalonada e paralela ao longo 
eixodo dente. 
 
Radiografias periapicais demonstrando septos interincisivos 
em V, U e W. 
↪ Fricção interincisiva com gaze por 
movimentos contínuos direção 
vestíbulopalatino. A gaze deve atingir uma 
profundidade máxima, desta forma irá impedir 
a laceração de papilas. Esta fricção elimina 
resíduos teciduais do freio, periósteo e fibras 
transeptais inseridas. 
↪ Cuidados com a ferida operatória 
através de irrigação e limpeza. 
↪ A sutura da porção labial foi realizada na 
etapa 7. Ao final da abordagem, se 
disponível, realizar o tamponamento e 
proteção da ferida com cimento cirúrgico. 
O mesmo pode permanecer por 24/48h ou 
mais e permite uma cicatrização por segunda 
intenção. 
↪ Caso seja necessária ortodontia, assim que 
ocorrer a cicatrização do tecido mole (a 
partir do 7º ao 14º dia pós-operatório), esta 
deverá ser iniciada, sendo mais fácil o 
fechamento do diastema. 
↳ Frenectomia lingual. 
Os cirurgiões-dentistas são muitas vezes 
solicitados pelos pais e pediatras para 
remover o freio da criança, por medo de 
problemas de dicção. Em muitos casos, a 
articulação das palavras se desenvolve 
normalmente e uma frenectomia lingual não é 
necessária. Por isso, antes de indicarmos a 
cirurgia, a criança deve passar por uma 
avaliação fonoaudiológica. 
Em geral, esses problemas ocorrem se o freio 
for muito curto e a língua apresentar 
diminuição dos movimentos ou formação de 
fendas quando a criança tenta projetar ou 
elevar a língua. 
 
Freio lingual gerando fenda no ápice da língua. 
Um freio lingual que se estenda sobre o 
rebordo alveolar pode produzir um diastema 
e problemas periodontais relacionados com 
os incisivos centrais inferiores. O simples corte 
do freio, nessas circunstâncias, não resolverá 
o problema e pode produzir uma cicatriz 
linear capaz de limitar a mobilidade da 
língua. Portanto, quando bem indicada, a 
cirurgia de frenectomia lingual deve ser 
realizada. 
 
Técnica cirúrgica: 
1) Anestesia local. 
2) Transfixação de fio de sutura no ápice 
lingual e suspensão da língua para 
delimitação cirúrgica. Com a elevação da 
língua pelo fio de sutura, realizamos a 
colocação de pinça mosquito RETA no ventre 
lingual (fixando o freio junto ao ventre lingual) 
e pinça mosquito CURVA com a face convexa 
sobreposta à região das carúnculas, 
protegendo o soalho bucal. 
Transfixação de fio de sutura em ápice da lingual. 
3) Primeira incisão é feita com lâmina de 
bisturi número 15 ou 15C que deslizará sobre 
a superfície externa da pinça reta até atingir 
seu extremo. 
 
Incisão em porção lingual. 
5) Pinças mosquitos são removidas, 
juntamente com o tecido hiperplásico do 
freio. 
6) Divulsão das fibras da musculatura do 
músculo genioglosso próximas à ferida com 
o uso de tesoura metzenbaum ou íris. Entramos 
com a tesoura fechada e, ao atingirmos uma 
profundidade de cerca de 0,5 centímetros, 
realizamos a abertura da tesoura e divulsão 
dos tecidos adjacentes. 
 
Neste momento, precisamos fazer o teste do 
tracionamento da língua. Com o auxílio do fio 
de sutura transfixado no ápice da língua, 
realizamos movimentos de tração para 
anterior e para lateral para verificar se houve 
a liberação da mesma. 
Se houver a manutenção da limitação do 
movimento ou se o ápice lingual ainda segue 
delimitado pelo freio (como na Figura), deve-
se ampliar a divulsão tecidual. 
Teste de tracionamento da língua. 
7) Cuidados com a ferida operatória 
através de irrigação e limpeza. 
8) Sutura a pontos isolados e simples da 
porção do ventre lingual. A região do 
assoalho bucal e sob as carúnculas dispensa 
sutura, possibilitando movimentação da língua 
de forma indolor logo nos primeiros dias pós-
operatórios. 
 
Sutura da porção lingual. 
 
ULOTOMIA E ULECTOMIA 
 
Algo bastante comum de observarmos na fase 
de erupção dentária, tanto decídua quanto 
permanente, é o desenvolvimento de um 
aumento de volume na região do dente que 
está em processo de erupção. Esse aumento é 
chamado de hiperplasia fibrosa focal e 
consiste na formação de tecido conjuntivo 
fibroso reacional ou de reparo, que poderá 
dificultar a erupção dentária, causando 
retenção dentária subgengival. 
Para o tratamento desta retenção dentária 
subgengival, podemos lançar mão de duas 
técnicas: ulotomia ou ulectomia. 
A escolha entre ulotomia ou ulectomia se dá 
pela quantidade de tecido presente no 
impedimento da erupção dentária. Portanto, 
se estamos frente a uma hiperplasia maior ou 
mais fibrosa, a indicação é que a ulectomia 
seja realizada. Lembrando sempre que essas 
técnicas não são indicadas para retenções 
dentárias intraósseas, pois estas retenções 
requerem osteotomia e, por vezes, 
abordagens para tracionamento 
ortocirúrgico. 
Ulotomia: 
1) Anestesia local. 
2) Incisão linear sobre o rebordo. 
 
 Incisão para ulotomia. 
3) Suturas não devem ser realizadas na 
região. 
 
 
 
 
 
Ulectomia: 
1) Anestesia local. 
2) Incisão elíptica sobre o rebordo com 
exposição da porção incisal/oclusal da 
coroa dentária. 
 
Incisão para ulectomia. 
3) Remoção de tecido gengivofibroso e 
encaminhamento para exame histopatológico. 
4) Suturas não devem ser realizadas na 
região. Se houverdisponibilidade, a proteção 
da ferida cirúrgica pode ser realizada com 
cimento cirúrgico por 72 horas. 
DICA: na presença de cisto de erupção, 
recomenda-se a ulectomia, pois permite a 
remoção de tecido e o encaminhamento para 
o exame histopatológico. 
Cisto de origem odontogênica associado a 
um dente não erupcionado. 
É localizado entre a gengiva e o dente 
permanente, podendo deixar a gengiva com 
aspecto azulado pela tumefação translúcida 
característica. 
 
Cisto de erupção.