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Material de Apoio - GEX104 - Cálculo I Este material está dividido em quatro módulos referentes às seções 2.1-2.3 da referência [1], a qual é indicada aos alunos como o texto base para acom- panhamento do curso. Cada módulo é composto por um resumo da teoria, exemplos, soluções de alguns dos exercícios de tais seções e exercícios suge- ridos. Resumo-Seção 2.1 • O Problema da tangente: o problema da tangente consiste em encon- trar a equação da reta tangente t a uma curva em um dado ponto P . • O problema da velocidade: o problema da velocidade consiste em en- contrar a velocidade instantânea de um objeto móvel. Exemplos-Seção 2.1 Exemplo 1. Encontre a equação da reta tangente à parábola y = x2 no ponto P (1, 1). Solução. Primeiramente, esboçamos a parábola y = x2 no plano. x y 0 y = x2 Q(x, x2) P (1, 1) t Figura 1 1 Como queremos encontra a equação da reta tangente t à parábola y = x2 no ponto P (1, 1) (veja a Figura 1), o ponto P (1, 1) obviamente pertence a reta t. Assim, se conhecermos a inclinação mt da reta t, então podemos expressar sua equação. Porém, para obter essa inclinação é necessário co- nhecer um outro ponto na reta t. Observe, porém, que podemos calcular uma aproximação de mt esco- lhendo um ponto Q(x, x2), com x 6= 1, sobre a parábola como na Figura 1, sendo tal aproximação dada pela inclinação mPQ da reta secante PQ. A inclinação mPQ é dada por mPQ = x2 − 1 x− 1 . Por exemplo, para o ponto Q = (1, 5; 2, 25), temos que mPQ = 2, 25− 1 1, 5− 1 = 1, 25 0, 5 = 2, 5. Note que, para cada x escolhido, temos um valor para mPQ. Desse modo, po- demos montar uma tabela para entender o comportamento de mPQ à medida que x varia próximo de 1. Consideremos as seguintes tabelas: A primeira x mPQ 2 3 1,5 2,5 1,1 2,1 1,01 2,01 1,001 2,001 Tabela 1 x mPQ 0 1 0,5 1,5 0,9 1,9 0,99 1,99 0,999 1,999 Tabela 2 tabela fornece valores para mPQ quando fazemos Q se aproximar de P pela direita (ou seja, o ponto Q está à direita do ponto P ) e a segunda tabela for- nece valores para mPQ quando fazemos Q se aproximar de P pela esquerda (ou seja, o ponto Q está à esquerda do ponto P ). Note que, à medida que Q se aproxima de P pela direita, x se aproxima de 1 pela direita e mPQ se aproxima de 2. Além disso, à medida que Q se aproxima de P pela esquerda, x se aproxima de 1 pela esquerda e mPQ 2 também se aproxima de 2. Assim, quanto mais próximo Q estiver de P , mais próximo x estará de 1 e mPQ estará de 2. Isto sugere que a inclinação da reta tangente t deve ser igual a mt = 2. Neste caso, diz-se que a inclinação da reta tangente t é o limite das inclinações das retas secantes (que contêm P e Q) e expressamos simbolicamente este fato escrevendo lim Q→P mPQ = m e lim x→1 x2 − 1 x− 1 = 2. Supondo que a inclinação da reta tangente seja realmente 2, podemos usar a forma ponto-inclinação da equação de uma reta (Veja o Apêndice B de [1]) para escrever a equação da reta tangente no ponto (1, 1) como y − 1 = 2(x− 1) ou y = 2x− 1. O exemplo a seguir mostra como estimar a inclinação da reta tangente ao gráfico de uma função Exemplo 2. O flash de uma câmera opera armazenando carga em um capa- citor e liberando-a instantaneamente ao ser disparado. Os dados na Tabela 3 descrevem a carga Q armazenada no capacitor (medida em microcoulombs) no instante t (medido em segundos após o flesh ter sido disparado). Use os dados para esboçar o gráfico desta função e estimar a inclinação da reta tangente no ponto onde t = 0, 04. [Observação: A inclinação da reta tan- gente representa a corrente elétrica fluindo do capacitor à lâmpada do flash (medida em microamperes).] t Q 0,00 100,00 0,02 81,87 0,04 67,03 0,06 54,88 0,08 44,93 0,10 36, 76 Tabela 3 Solução. Na Figura 2 marcamos os pontos dados e os usamos para esboçar uma curva que aproxima o gráfico da função. 3 t Q C A B 0, 02 0, 04 0, 06 0, 08 0, 10 50 60 70 80 90 100 Figura 2 Dados os pontos P (0, 04; 67, 03) e R(0, 00; 100, 00) no gráfico, descobri- mos que a inclinação (coeficiente angular) da reta secante PR é mPQ = 100, 00− 67, 03 0, 00− 0, 04 = −824, 25. A tabela abaixo mostra os resultados de cálculos semelhantes para as incli- nações de outras retas secantes. R mPR (0,00;100,00) -824,25 (0,02; 81,87) -742,00 (0,06; 54,88) -607,50 (0,08; 44,93) -552,50 (0,10; 36, 76) -504,50 Tabela 4 A partir dela, podemos esperar que a inclinação da reta tangente em P (0, 04; 67, 03) esteja em algum ponto entre −742 e −607, 5. De fato, de acordo com a Figura 2, as retas secantes PR mais próximas de tangenciar o ponto P (0, 04; 67, 03) são PR e PR′ com R(0, 02; 81, 87) e R′(0, 06; 54, 88), cujas inclinações são mPR = −742 e mPR′ = −607, 5, respectivamente. Assim, esperamos que a inclinação da reta tangente em P esteja entre −742 e −607, 5. Uma vez que a média entre as inclinações dessas secantes é dada por 1 2 (−742− 607, 5) = −674, 75 4 então, −674, 75 é uma estimativa para a inclinação da reta tangente quando t = 0, 04. Usando essa estimativa, podemos obter uma aproximação da reta tangente quando t = 0, 04. Outro método é traçar uma aproximação da reta tangente em P e medir os lados do triângulo ABC, como na Figura 2. Desse modo, obtemos a seguinte estimativa para a inclinação da reta tangente em P −|AB| |BC| ≈ −|80, 4− 53, 6| |0, 06− 0, 02| = −670. Exemplo 3. Suponha que uma bola seja solta a partir do ponto de observação no alto da torre CN (uma torre em Toronto-Canadá), 450 metros acima do solo. Encontre a velocidade da bola após 5 segundos de queda. Solução. Por meio de experimentos feitos séculos atrás, Galileu descobriu que a distância percorrida por qualquer objeto em queda livre é proporcional ao quadrado do tempo em queda. (Esse modelo para queda livre despreza a resistência do ar). Se a distância percorrida, após t segundos, é dada por s(t) medida em metros, então a Lei Galileu pode ser expressa pela equação s(t) = 4, 9 · t2. A dificuldade em encontrar a velocidade após 5 segundos está em tratarmos de um único instante de tempo (t = 5), ou seja, não temos um intervalo de tempo. Por outro lado, podemos aproximar a quantidade desejada calculando a velocidade média sobre o breve intervalo de tempo de um décimo de segundo, isto é, [5; 5, 1], equivalentemente, de t = 5 até t = 5, 1. Sabemos que velocidade média = mudança de posição tempo decorrido , desse modo velocidade média = s(5, 1)− s(5) 0, 1 = (4, 9)(5, 1)2 − (4, 9)(5)2 0, 1 = 49, 49m/s. A tabela a seguir apresenta alguns valores para a velocidade média em peri- odos de tempo cada vez menores. 5 intervalo de tempo velocidade média 5 ≤ t ≤ 6 53.9 5 ≤ t ≤ 5, 1 49,49 5 ≤ t ≤ 5, 05 49,245 5 ≤ t ≤ 5, 01 49,049 5 ≤ t ≤ 5, 001 49,0049 Ao analisarmos a tabela, parece que, à medida que encurtamos o período de tempo, a velocidade média fica cada vez mais próxima de 49m/s. A velocidade instantânea quando t = 5 é definida como o valor limite dessas velocidades médias dadas em períodos de tempo cada vez menores, começando em t = 5. Assim, a velocidade instantânea após 5 segundos é 49m/s. Observação 1. Perceba que, os cálculos usados na solução do problema da velocidade são muito semelhantes àqueles usados na solução do problema da tangente. Na realidade, se traçarmos o gráfico da função distância percorrida pela bola, e considerarmos os pontos P (a; (4, 9)a2) e Q(a + h; (4, 9)(a + h)2) sobre o gráfico, então a inclinação da reta secante PQ será mPQ = (4, 9)(a+ h)2 − (4, 9)a2 (a+ h)− a , que é igual a velocidade média no intervalo de tempo [a, a + h]. Assim, concluímos que, a velocidade no instante t = a (o limite dessas velocidades médias quando h tende a 0) deve ser igual à inclinação da reta tangente no ponto P (limite das inclinações das retas secantes) ao gráfico da função dis- tância. Exercícios Resolvidos-Seção 2.1 Solução do Exercício 2. (a) inclinação = 2948− 2530 42− 36 = 418 6 ≈ 69, 67. (b) inclinação = 2948− 2661 42− 38 = 287 4 = 71, 75. 6 (c) inclinação = 2948− 2806 42− 40 = 142 2 = 71. (d) inclinação = 3080− 294844− 42 = 132 2 = 66. Pelos dados, vemos que a frequência cardíaca do paciente está diminuindo de 71 para 66 batimentos/minuto após 42 minutos. Solução do Exercício 4. (a) Usando uma calculadora, montamos a seguinte tabela com as inclinações mPQ. x Q mPQ (i) 0 (0,1) -2 (ii) 0,4 (0,4; 0,309017) -3,090170 (iii) 0,49 (0,49; 0,031411) -3,141076 (iv) 0,499 (0,499; 0,003142) -3,141587 (v) 1 (1,-1) -2 (vi) 0,6 (0,6; -0,309017) -3,090170 (vii) 0,51 (0,51; -0,031411) -3,141076 (viii) 0,501 (0,501; -0,003142) -3,141587 (b) De acordo com a parte (a), à medida que os valores x se aproximam de 0, 5, os valores mPQ se aproximam de −π. Assim, uma estimativa para a inclinação da reta tangente à curva em P (0, 5; 0) é −π. (c) Usando a forma ponto-inclinação da equação de uma reta e a inclinação obtida na parte (b), obtemos a seguinte equação da reta tangente à curva em P (0, 5; 0), y − 0 = −π(x− 0, 5) ou y = −πx+ 1 2 π. (d) 7 x y 10.50 secante em x = 0 e x = 1 y = cos(πx) y = −π(x− 0.5) Solução do Exercício 5. Temos que y = y(t) = 10t− (4, 9)t2. (a) (i) Após 0, 5s temos o intervalo [1, 5; 2]. Como y(1, 5) = 10(1, 5)− (4, 9)(1, 5)2 = 15− 11, 025 = 3, 975 e y(2) = 10(2)− (4, 9)(2)2 = 20− 19, 6 = 0, 4 então velocidade média = y(2)− y(1.5) 0, 5 = −3, 575 0, 5 = −7, 15m/s. (ii) Após 0, 1s temos o intervalo [1, 5; 1, 6] Como y(1, 5) = 3, 975 e y(1, 6) = 10(1, 6)− (4, 9)(1, 6)2 = 16− 12.544 = 3, 456 então velocidade média = y(1, 6)− y(1, 5) 0, 5 = −0, 519 0, 1 = −5, 19m/s. (iii) Analogamente, obtemos para este caso que velocidade média = y(1, 55)− y(1, 5) 0, 05 = −4, 945m/s. (iv) Analogamente, obtemos para este caso que velocidade média = y(1, 51)− y(1, 5) 0, 01 = −4, 749m/s. (b) Para responder este item, vamos imitar o Exemplo 3. Ou seja, considere- mos que a duração seja de 0, 001s. Desse modo temos o intervalo [1, 5; 1, 501] Como y(1, 5) = 3, 975 e y(1, 501) = 10(1, 501)− (4, 9)(1, 501)2 = 16− 12, 544 = 3, 9702951 8 então velocidade média = y(1, 6)− y(1, 5) 0, 5 = −0, 0047049 0, 001 = −4, 7049m/s. Vamos montar uma tabela com esse valores e com os valores obtidos no item (a), para analizar o que ocorre com a velocidade média à medida que encurtamos o período de tempo, isto é, à medida quenos aproximamos cada vez mais de t = 1, 5. intervalo de tempo velocidade média 1, 5 ≤ t ≤ 2, 0 -7,15 1, 5 ≤ t ≤ 1, 6 -5,19 1, 5 ≤ t ≤ 1, 55 -4,945 1, 5 ≤ t ≤ 1, 51 -4,749 1, 5 ≤ t ≤ 1, 501 -4,7049 Portanto, de acordo com os dados, uma estimativa para a velocidade ins- tantânea quanto t = 1, 5 é −4, 7m/s. Solução do Exercício 6. Aqui vamos apresentar uma resolução mais direta do que aquela vista na solução do exercício anterior. Temos que y = y(t) = 10t− 1, 86t2. (a) Em t = 1 temos que y(1) = 10(1) − 1, 86(1)2 = 8, 14. Além disso, para todo h 6= 0, a velocidade média em [1, 1 + h] é dada por velocidade média = y(1 + h)− y(1) (1 + h)− 1 = 10((1 + h))− 1, 86(1 + h)2 − 8, 14 h = 6, 28h− 1, 862 h = 6, 28− 1, 86h. Assim, (i) [1, 2], h = 1, velocidade média = 4, 42m/s, (ii) [1; 1, 5], h = 0, 5, velocidade média = 5, 35m/s, (iii) [1; 1, 1], h = 0, 1, velocidade média = 6, 094m/s, (iv) [1; 1, 01], h = 0, 01, velocidade média = 6, 2614m/s, (v) [1; 1, 001], h = 0, 001, velocidade média = 6, 27814m/s. (b) Uma estimativa para a velocidade instantânea quando t = 1 (quando h se aproxima de 0) é 6, 28m/s. 9 Solução do Exercício 8. Temos que s = s(t) = 2 sin(πt) + 3 cos(πt). (a) Para t = 1, temos que s(1) = sin(π) + 3 cos(π) = −3. Assim, usando uma calculadora, obtemos que: (i) Em [1, 2], velocidade média = s(2)− s(1) 2− 1 = 3− (−3) 1 = 6cm/s, (ii) Em [1; 1, 1], velocidade média = s(1, 1)− s(1) 1, 1− 1 ≈ −3, 471− (−3) 0, 1 = −4, 71cm/s, (iii) Em [1; 1, 01], velocidade média = s(1, 01)− s(1) 1, 01− 1 ≈ −3, 0613− (−3) 0, 01 = −6, 13cm/s, (iv) Em [1; 1, 001], velocidade média = s(1, 001)− s(1) 1, 001− 1 ≈ −3, 00627− (−3) 0, 001 = −6, 27cm/s, (b) Uma estimativa para a velocidade instantânea em t = 1 é −6, 3cm/s. Exercícios Sugeridos-Seção 2.1 Resolva todos os exercícios ímpares da Seção 2.1, com o excessão do número 5 (que já foi resolvido acima). Resumo - Seção 2.2 • Dada uma função f definida próxima de um número a, então o limite de f(x), quando x tende a a é L, se pudermos tornar f(x) arbitraria- mente próximos de L, quando tomamos x próximo de a. Em símbolos matemáticos, lim x→a f(x) = L⇔ f(x)→ L quando x→ a (e x 6= a). • Dizemos que L é o limite à esquerda de f(x) quando x tende a a pela esquerda e escrevemos lim x→a− f(x) = L, se pudermos tornar f(x) arbitrariamente próximos de L, quando tomamos x próximo de a com x < a. • Dizemos que L é o limite à direita de f(x) quando x tende a a pela direita e escrevemos lim x→a+ f(x) = L, se pudermos tornar f(x) arbitra- riamente próximos de L, quando tomamos x próximo de a com x > a. • Conjectura: lim x→a f(x) = L⇔ lim x→a+ f(x) = L e lim x→a− f(x) = L. 10 • Dada uma função f definida em ambos os lados de um número a, ex- ceto possivelmente no próprio a, a notação lim x→a f(x) = +∞ signi- fica que podemos tornar os valores f(x) tão grande quanto quisermos, tomando x suficientemente próximo de a, com x 6= a. Analogamente, a notação lim x→a f(x) = −∞ significa que podemos tornar os valores f(x) tão pequenos (negativos) quanto quisermos, tomando x suficientemente próximo de a, com x 6= a. Exemplos-Seção 2.2 Exemplo 4. Estime o valor de lim x→1 x− 1 x2 − 1 . Solução. Observamos que a função f(x) = x− 1 x2 − 1 não está definida em x = 1. Porém, isto não importa para o nosso propósito, pois pelo conceito de limite de uma função, devemos considerar apenas os pontos próximos de x = 1. Para estimar o valor de lim x→1 x− 1 x2 − 1 , vamos montar duas tabela com valo- res estimados de f(x) (com precisão de seis casas decimais) para os valores de x que tendem a 1 (mas são diferentes de 1). x < 1 f(x) 0, 5 0,666667 0, 9 0,526316 0, 99 0,502513 0, 999 0,500250 0, 9999 0,500025 x > 1 f(x) 1, 5 0,400000 1, 1 0,476190 1, 01 0,497512 1, 001 0,499750 1, 0001 0,499975 Com base nesses valores, podemos conjecturar que lim x→1 x− 1 x2 − 1 = 0, 5. O gráfico de f(x) = x− 1 x2 − 1 está ilustrado na Figura 3. x y 1 0.5 0 x− 1 x2 − 1 Figura 3 11 Consideremos, agora, a seguinte função g(x) = x− 1 x2 − 1 , se x 6= 1 2, se x = 1 . Neste caso, o único ponto no qual f(x) não coincide com g(x) é justamente no ponto onde f não está definida, ou seja, em x = 1. Desse modo, para estimar lim x→1 g(x), podemos conjecturar que lim x→1 g(x) = 0, 5. O gráfico de g(x) está ilustrado na Figura 4. x y 1 0.5 2 0 y = g(x) Figura 4 Exemplo 5. Estime o valor de lim t→0 √ t2 + 9− 3 t2 . Solução. Vamos montar uma tabela com uma lista de valores f(t) = lim t→0 √ t2 + 9− 3 t2 para t próximos de 0. t √ t2 + 9− 3 t2 ±1, 0 0,16228 ±0, 5 0,16553 ±0, 1 0,16662 ±0, 05 0,16666 ±0, 01 0,16667 De acordo com os dados da tabela, à medida que t tende a 0, os va- lores da função tendem a 1, 666666... e, assim, podemos conjecturar que lim t→0 √ t2 + 9− 3 t2 = 1 6 . Exemplo 6. Faça uma estimativa de lim x→0 sin(x) x . Solução. A função dada por f(x) = sin(x) x não está definida quando x = 0. Usando uma calculadora (lembrando que, se x ∈ R, sin(x) indica o seno de ângulo cuja medida em radianos é x), podemos obter a seguinte tabela, com precisão de oito casas decimais. 12 x sin(x) x ±1, 0 0,84147098 ±0, 5 0,95885108 ±0, 4 0,97354586 ±0, 3 0,98506736 ±0, 2 0,99334665 ±0, 1 0,99833417 ±0, 05 0,99958339 ±0, 01 0,99998333 ±0, 05 0,99999583 ±0, 001 0,99999983 Pelas dados da tabela, e pela Figura 5, podemos conjecturar que lim x→0 sin(x) x = 1. x y 1−1 1 0 y = sin(x) x Figura 5 Observação 2. Mais a diante, vamos mostrar, usando argumentos geomé- tricos, que essa conjectura está correta. Exemplo 7. Analise lim x→0 sin (π x ) . Solução. Mais uma vez a função f(x) = sin ( π x ) não está definida em 0. Calculando a função para alguns valores pequenos de x, temos f(1) = sin(π) = 0, f ( 1 2 ) = sin(2π)= 0, f ( 1 3 ) = sin(3π) = 0 f ( 1 4 ) = sin(4π) = 0, f (0, 1) = sin(10π) = 0, f (0, 01) = sin(100π) = 0. Da mesma maneira, f(0, 001) = f(0, 0001) = 0. Com base nessa informa- 13 ção, ficaríamos tentados a conjecturar que lim x→0 sin (π x ) = 0. Dessa vez, no entanto, nossa conjectura está errada. Observe que, embora f(1/n) = sin(nπ) = 0, para todo número inteiro n, é também verdadeiro que f(x) = 1 para infinitos valores de x que tendem a 0. Você poderá ver isto a partir do gráfico de f ilustrado na Figura 6 −1 1 −1 1 x sin(π/x) Figura 6 Uma vez que os valores de f(x) não tendem a um valor fixo quando x tende 0, então lim x→0 sin (π x ) não existe. Exemplo 8. Encontre lim x→0 ( x3 + cos(5x) 10000 ) . Solução. Como antes, construímos uma tabela de valores. x x3 + cos(5x) 10000 1 1,000028 0, 5 0,124920 0, 1 0,001088 0, 05 0,000222 0, 01 0,000101 Assim, pelos dados da tabela, parece que lim x→0 ( x3 + cos(5x) 10000 ) = 0. Mas, se continuarmos com os valores ainda menores de x, descritos na seguinte tabela x x3 + cos(5x) 10000 0, 005 0,00010009 0, 001 0,00010000 14 esses valores sugerem que lim x→0 ( x3 + cos(5x) 10000 ) = 0, 000100 = 1 10000 . Mas tarde, veremos que lim x→0 cos(5x) = 1 e, então, que, de fato, lim x→0 ( x3 + cos(5x) 10000 ) = 0, 0001. Exemplo 9. A função de Heaviside, H, é definida por H(t) = { 0, se t < 0 1, se t ≥ 0 . [Esta função, cujo nome homenageia o engenheiro elétrico Oliver Heaviside (1850-1925), pode ser usada para descrever uma corrente elétrica que é ligada em t = 0.] Seu gráfico está ilustrado na Figura 7. x y 1−1 1 0 Figura 7 Quando t tende a 0 pela esquerda, H(t) tende a 0. Por outro lado, quando t tende a 0 pela direita, então H(t) tende a 1. Portanto, não existe um número único para o qual H(t) tende, quando t tende a 0. Desse modo, lim t→0 H(t) não existe. O fato de H(t) tender a 0 quando t tende a 0 pela esquerda é denotado por lim t→0− H(t) = 0 e fato de H(t) tender a 1 quando t tende a 0 pela direita é denotado por lim t→0+ H(t) = 1. O símbolo “t → 0−” indica que estamos con- siderando somente os valores de t menores que 0. Analogamente, o símbolo “t → 0+” indica que estamos considerando somente os valores de t maiores que 0. Exemplo 10. Seja g uma função cujo gráfico está esboçado na Figura 8. 15 x y −2 −1 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 y = f(x) Figura 8 Use o esboço do gráfico de g para estabelecer os valores (caso existam) dos seguintes limites: (a) lim x→2− g(x); (b) lim x→2+ g(x); (c) lim x→2 g(x); (d) lim x→5− g(x); (e) lim x→5+ g(x); (f) lim x→5 g(x). Solução A partir do esboço do gráfico de g, vemos que os valores de g(x) tendem a 3 à medida que os valores de x tendem a 2 pela esquerda. Além disso, vemos que os valores de g(x) tendem a 1 à medida que os valores de x tendem a 2 pela direita. Desse modo, (a) lim x→2− g(x) = 3 e (b) lim x→2+ g(x) = 1. (c) Como os limites laterais (acima) de g são diferentes, concluímos que lim x→2 g(x) não existe. Também pelo esboço do gráfico de g, vemos que os valores de g(x) tendem a 2 à medida que os valores de x tendem a 5 pela esquerda. Vemos também que, os valores de g(x) tendem a 2 à medida que os valores de x tendem a 5 pela direita. Desse modo, (d) lim x→5− g(x) = 2; e (e) lim x→5+ g(x) = 2. 16 (f) Como os limites laterais (acima) de g são iguais, concluímos que lim x→5 g(x) = 2. Note que, apesar de lim x→5 g(x) = 2, neste caso temos que g(5) 6= 2. Exemplo 11. Consideremos a função f dada por f(x) = 1 x2 , cujo esboço do gráfico é ilustrado na Figura 9 x y y = 1 x2 0 Figura 9 A partir do esboço do gráfico podemos notar que, à medida que x se aproxima de 0, tanto pela esquerda quanto pela direita, os valores f(x) vão se tornado cada vez maiores. Desse modo, podemos tornar os valores f(x) tão grande quanto quisermos, tomando x suficientemente próximo de 0, ou seja lim x→0 f(x) = lim x→0 1 x2 = +∞. Observação 3. O símbolo +∞ (também denotado por ∞ em algumas re- ferências bibliográficas) não é um número. Aqui, este símbolo é usado para denotar objetos matemáticos (como conjuntos) que não possuem fim (um nú- mero limitante superior). No caso do Exemplo 11, esse símbolo diz que não existe um número real L para qual f(x) ≤ L para todo x suficientemente próximo de zero. Ou seja, para números x suficientemente próximo de 0, os valores f(x) tendem a crescer infinitamente (ou ilimitadamente). Exemplo 12. Encontre lim x→3+ 2x x− 3 e lim x→3− 2x x− 3 . Solução. Se x está próximo de 3 e é maior do que 3, então o denomina- dor x− 3 é um número positivo pequeno e, 2x está próximo de 6. Portanto, o quociente 2x x− 3 pode se tornar tão grande quanto quisermos, tomando x suficientemente próximo de 3 com x > 3. Desse modo, intuitivamente, temos 17 que lim x→3+ 2x x− 3 = +∞. Analogamente, se x está próximo de 3 e é menor do que 3, então o deno- minador é um número negativo pequeno, mas 2x ainda está próximo de 6. Portanto, o quociente 2x x− 3 pode se tornar tão pequeno (negativo) quanto quisermos, tomando x suficientemente próximo de 3 com x < 3. Desse modo, intuitivamente, temos que lim x→3− 2x x− 3 = −∞. O gráfico de y = 2x x− 3 está ilustrado na Figura 10. A reta x = 3 é uma assíntota vertical. −1 1 2 3 4 5 6 −10 10 20 y = 2xx−3 Figura 10 Exemplo 13. Encontre as assíntotas verticais de f(x) = tg(x). Solução. Uma vez que tg(x) = sin(x) cos(x) , então existem assíntotas nos pontos x onde cos(x) = 0. Com efeito, como cos(x)→ 0+ quando x→ (π2 ) − e sin(x) é positivo quando x está próximo de (π2 ) e x < 2, então lim x→(π 2 )− sin(x) cos(x) = +∞. Analogamente, como cos(x) → 0− quando x → (π2 ) + e sin(x) é positivo 18 quando x está próximo de (π2 ) e x > 2, então lim x→(π 2 )+ sin(x) cos(x) = −∞. Desse modo, a reta x = π 2 é uma assíntota vertical de f(x) = tg(x). Na verdade, como cos [ (2n+ 1) π 2 ] = 0 para qualquer n ∈ Z, então usando argu- mentos similares, mostra-se que para qualquer n ∈ Z, a reta x = (2n+ 1)π 2 é uma assíntota vertical de f(x) = tg(x). como ilustra o gráfico de f(x) = tg(x) na Figura 11. x y −3π2 −π − π 2 0 π 2 π 3π 2 1– Figura 11 Outro exemplo de uma função cujo gráfico possui assíntota vertical é a função logaritmo natural y = ln(x). Pela Figura 12, temos que lim x→0+ ln(x) = −∞ e, assim, a reta x = 0 (o eixo y) é uma assíntota vertical. Na realidade, isso é válido para y = loga(x), desde que a > 1. 19 x y 1 y = ln(x) 0 Figura 12 Exercícios Resolvidos - Seção 2.2 Solução do Exercício 2. lim x→1− f(x) = 3 significa que, quando x se aproxima de 1 pela esquerda, f(x) se aproxima de 3. Por outro lado, lim x→1+ f(x) = 7 significa que, quando x se aproxima de 1 pela direita, f(x) se aproxima de 7. Nesta situação, não é possivel que exista lim x→1 f(x), pois os limites laterais são diferentes. Solução do Exercício 4. Pelo gráfico da função f temos que: (a) lim x→2− f(x) = 3; (b) lim x→2+ f(x) = 1; (c) lim x→2 f(x) não existe, pois por (a) e (b) tem-se que, para x = 2 os limites laterais de f são diferentes; (d) f(2) = 3; (e) lim x→4 f(x) = 4 pois quando x se aproxima de 4 tanto pela esquerda como pela direita, f(x) se aproxima de 4; (f) f(4) não existe, pois f não está definida em x = 4. Solução do Exercício 6. Pelo gráfico da função h temos que: (a) lim x→−3− h(x) = 4; (b) lim x→−3+ h(x) = 4; (c) lim x→−3 h(x) = 4, pois quando x se aproxima de −3 tanto pela esquerda como pela direita, h(x) se aproxima de 4; 20 (d) h(−3) não existe, pois h não está definida em x = −3; (e) lim x→0− h(x) = 1; (f) lim x→0+ h(x) = −1; (g) lim x→0 h(x) não existe, pois por (e) e (f) tem-se que, para x = 0 os limites laterais de h são diferentes; (h) h(0) = 1; (i) lim x→2 h(x) = 2, pois quando x se aproxima de 2 tanto pela esquerda como pela direita, h(x) se aproxima de 2; (j) h(2) não existe, pois h não está definida em x = 2; (k) lim x→5+ h(x) = 3; (l) lim x→5− h(x) não existe, pois há infinitos pontos x taisque h(x) = 3 e há infinitos pontos x tais que h(x) = 2, Ou seja, h não tende a um número fixo quanto x se aproxima de 2 pela esquerda. Solução do Exercício 8. Pelo gráfico da função R temos que: (a) lim x→−3 A(x) = +∞; (b) lim x→2− A(x) = −∞; (c) lim x→2+ A(x) = +∞; (d) lim x→−1 A(x) = −∞; (e) A equações das assíntotas verticais são x = −3, x = −1 e x = 2. Solução do Exercício10. Pelo gráfico da função f temos que: lim t→12− f(t) = 150mg e lim t→12+ f(t) = 300mg. Esses limites dizem que existe 21 uma mudança abrupta na quantidade de drogas na corrente sanguínea do paciente, após t = 12h. O limite lateral à esquerda representa a quantidade de drogas imediatamente antes da quarta injeção. O limite lateral à direita representa a quantidade de drogas imediatamente após a quarta injeção. Solução do Exercício 12. O gráfico da função f(x) = 1 + sin(x) = se x < 0 cos(x) se 0 ≤ x ≤ π sin(x) se x > π está ilustrado na Figura 13. x y 0 π 2π Figura 13 Pelo gráfico temos que, para a = π não existe o limite lim x→a f(x), pois lim x→π− f(x) = −1 e lim x→π+ f(x) = 0. Agora, para cada a 6= π temos que lim x→a f(x) existe, pois quando x tende a tanto pela esquerda como pela di- reita, f(x) tende a um único número real. Portanto, lim x→a f(x) existe para todo a exceto quando a = π. Solução do Exercício 14. O gráfico da função f está ilustrado na Figura 14. x y 0 −1 −1 Figura 14 Graficamente temos que: 22 (a) lim x→0− f(x) = −1, pois à medida que x se aproxima de 0 pela esquerda, f(x) se aproxima de −1; (b) lim x→0+ f(x) = +1, pois à medida que x se aproxima de 0 pela direita, f(x) se aproxima de 1; (c) Por (a) e (b), tem-se que lim x→0 f(x) não existe. Solução do Exercício 16. O gráfico de uma função f tal que f(0) não existe e que satisfaz as igualdades lim x→0− f(x) = 1; lim x→0+ f(x) = −1; lim x→2− f(x) = 0; lim x→2+ f(x) = 1; f(2) = 1, está ilustrado na Figura 15 x y 0 1 −1 1 2 Figura 15 Solução do Exercício 18. O gráfico de uma função f que satisfaz as igualdades lim x→0− f(x) = 2; lim x→0+ f(x) = 0; lim x→4− f(x) = 3; lim x→4+ f(x) = 0; f(0) = 2, f(4) = 1, está ilustrado na Figura 16 23 x y 0 1 2 3 4 1 2 3 Figura 16 Solução do Exercício 20. Vamos montar a seguinte tabela para os valores de f(x) = x2 − 3x x2 − 9x com uma precisão de seis casas decimais. x x2 − 3x x2 − 9 −2, 5 -5 −2.9 -29 −2.95 -59 −2.99 -299 −2.999 -2999 −2.9999 -29999 −3, 5 7 −3, 1 31 −3, 05 61 −3, 01 301 −3, 001 3001 −3, 0001 30001 De acordo com os dados da tabela, conjecturamos que lim x→−3− x2 − 3x x2 − 9 = +∞ e lim x→−3+ x2 − 3x x2 − 9 = −∞. Desse modo, lim x→−3 x2 − 3x x2 − 9 não existe. Solução do Exercício 22. Vamos montar a seguinte tabela para os valores de f(t) = (4 + h)3 − 64 h com uma precisão de seis casas decimais. 24 t (4 + h)3 − 64 h −0, 5 42,25 −0, 1 46,81 −0, 01 47,8801 −0, 001 47,988 −0, 0001 47,9988 0, 5 54,25 0, 1 49,21 0, 01 48, 1201 0, 001 48,012 0, 0001 48,0012 De acordo com os dados da tabela, conjecturamos que lim h→0 (4 + h)3 − 64 h = 48, pois à medida que os valores de h se aproximam de 0, os valores de (4 + h)3 − 64 h se aproximam de 48. Solução do Exercício 24. Vamos montar a seguinte tabela para os valores de f(t) = 1 + p9 1 + p15 com uma precisão de seis casas decimais. p 1 + p9 1 + p15 −1, 5 0,0857036 −1, 1 0,427397 −1, 01 0, 582008 −1, 001 0,5982 −1, 0001 0,59982 −0.5, 0,998077 −0, 9 0,771405 −0, 99 0, 617992 −0, 999 0,6018 −0, 9999 0,60018 De acordo com os dados da tabela, conjecturamos que lim p→−1 1 + p9 1 + p15 = 0, 6, 25 pois à medida que os valores de p se aproximam de −1, os valores de 1 + p 9 1 + p15 se aproximam de 0, 6. O gráfico de f próximo de −1 está ilustrado na Figura 17, a qual ratifica a nossa conjectura. p f(p) −1 0, 6 f(p) = 1 + p9 1 + p15 Figura 17 Solução do Exercício 26. Vamos montar a seguinte tabela para os valores de f(t) = 5t − 1 t com uma precisão de seis casas decimais. t 5t − 1 t 0, 5 2,47214 0, 1 1,74619 0, 05 1,67597 0, 01 1,62246 0, 001 1,61073 0, 0001 1,60957 −0, 5 1,10557 −0, 1 1, 4866 −0, 05 1,54638 −0, 01 1,59656 −0, 001 1,60814 −0, 0001 1,60931 De acordo com os dados da tabela, conjecturamos que lim t→0 5t − 1 t = 1, 61, pois à medida que os valores de t se aproximam de 0, os valores de 5t − 1 t se aproximam de 1, 61. O gráfico de f próximo de 0 está ilustrado na Figura 18, a qual ratifica a nossa conjectura. 26 x y O 1, 61 f(t) = 5t − 1 t Figura 18 Solução do Exercício 32. lim x→5− x+ 1 x− 3 = +∞. De fato, à medida que os valores de x se aproximam de 5 pela esquerda (x < 5), então o numerador se aproxima de 4 e o denominador assume valores negativos. Desse modo, a fração possui sinal negativo para todo x < 5. Além disso, à medida que x se aproxima de 5 pela esquerda, o numerador se aproxima de 4, mas o denominador se aproxima de zero. Portanto, lim x→5− x+ 1 x− 5 = −∞. Solução do Exercício 40. lim x→2− x2 − 2x x2 − 4x+ 4 = −∞. De fato, primeira- mente, notamos que x2 − 4x + 4 = (x − 2)2 e x2 − 2x = x(x − 2). Assim, podemos escrever lim x→2− x2 − 2x x2 − 4x+ 4 = lim x→2− x(x− 2) (x− 2)2 = lim x→2− x x− 2 À medida que os valores de x se aproximam de 2 pela esquerda (x < 2), o nu- merador assume valores positivos e o denominador assume valores negativos. Desse modo, a fração possui sinal negativo para todo x < 2. Além disso, à medida que x se aproxima de 2 pela esquerda, o numerador se aproxima de 2, mas o denominador se aproxima de zero. Portanto, lim x→2− x2 − 2x x2 − 4x+ 4 = −∞. Solução do Exercício 44. (a) As assíntotas verticais da função y = x2 + 1 3x− 2x2 são as retas x = a, onde tal que a é uma raiz de 3x − 2x2, isto é, 3a − 2a2 = 0. Porém, essa igualdade ocorre se, e somente se, a = 0 ou a = 3 2 = 1, 5. Portanto, as assíntotas verticais da função y = x2 + 1 3x− 2x2 são 27 as retas x = 0 e x = 3 2 . (b) O gráfico de y = x2 + 1 3x− 2x2 está ilustrado na Figura 19, a qual ratifica a resposta em (a). x O x = 0 x = 32 x2 + 1 3x− 2x2 Figura 19 Solução do Exercício 54. Uma vez que m = m0√ 1− v2 c2 , então, à medida que v se aproxima de c pela esquerda (v < c), o denominador √ 1− v2 c2 as- sume valores positivos (lembrando que c > 0). Porém, neste caso, √ 1− v2 c2 se aproxima de zero, enquanto numerador se mantém constante m0. Desse modo, quando v se aproxima de c pela esquerda segue que m = m0√ 1− v2 c2 tende a +∞. Assim, lim v→c− m0√ 1− v2 c2 = +∞, ou seja, à medida que v se apro- xima de c pela esquerda, a massa da partícula tende a +∞. Exercícios Sugeridos-Seção 2.2 Resolva os exercícios: 1, 3, 5, 7, 9, 11, 15, 17, 19, 21, 25, 31, 33, 35, 37. Resumo-Seção 2.3 28 • (Propriedades algébricas) Suponha que c seja uma constante e que os limites lim x→a f(x) e lim x→a g(x) existam. Então, (1) lim x→a [f(x) + g(x)] = lim x→a f(x) + lim x→a g(x); (2) lim x→a [f(x)− g(x)] = lim x→a f(x)− lim x→a g(x); (3) lim x→a [cf(x)] = c lim x→a f(x); (4) lim x→a [f(x)g(x)] = lim x→a f(x) · lim x→a g(x); (5) lim x→a [ f(x) g(x) ] = lim x→a f(x) lim x→a g(x) se lim x→a g(x) 6= 0; (6) lim x→a [f(x)]n = [ lim x→a f(x) ]n para qualquer n ∈ N; (7) lim x→a c = c; (8) lim x→a x = a; (9) lim x→a xn = an para qualquer n ∈ N; (10) lim x→a n √ x = n √ a para qualquer n ∈ N (se n for par, então precisa- mos supor que a > 0); (11) lim x→a n √ f(x) = n √ lim x→a f(x) para qualquer n ∈ N (se n for par, então precisamos supor que lim x→a f(x) > 0.) • Se f for um função polinomial ou racional e a estiver no domínio de f , então lim x→a f(x) = f(a). • lim x→a f(x) = L ∈ R⇔ lim x→a− f(x) = L = lim x→a+ ∈ R. • Se f(x) ≤ g(x) quando x está próximo de a (exceto possivelmente quando x é a), e os limites de f e g, ambos existem quando x tende para a, então lim x→a f(x) ≤ lim x→a g(x). • (Teorema do Confronto) Se f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) quando x está próximo de a (exceto possivelmente quando x é a), e lim x→a f(x) = lim x→a h(x) = L ∈ R, então lim x→ag(x) = L. Exemplos-Seção 2.3 29 Exemplo 14. Use as propriedades dos limites e os gráficos de f e g, ilus- trados na Figura 20, para calcular os seguintes limites, se eles existirem. (a) lim x→−2 [f(x) + 5g(x)] (b) lim x→1 [f(x)g(x)] (c) lim x→2 f(x) g(x) . x y f g 1 2 3 1 2 3 Figura 20 Solução (a) Dos gráficos de f e g vemos que lim x→−2 f(x) = 1 e lim x→−2 g(x) = −1. Portanto, temos lim x→−2 [f(x) + 5g(x)] = lim x→−2 f(x) + lim x→−2 [5g(x)] (Propriedade 1) = lim x→−2 f(x) + 5 lim x→−2 g(x) (Propriedade 3) = 1 + 5(−1) = −4. Solução (b) Vemos que lim x→1 f(x) = 2. Mas, lim x→1 g(x) não existe, pois os limites à esquerda e à direita são diferentes: lim x→1− g(x) = −2 e lim x→1+ g(x) = −1. Portanto, não podemos usar a Propriedade 4 para calcular o limite em (b). 30 Solução (c) Os gráficos mostram que lim x→2 f(x) ≈ 1, 4 e lim x→2 g(x) = 0. Portanto, não podemos usar a Propriedade 4 para calcular o limite em (c). Neste caso, o limite em (c) não existe pois o denominador tende a 0 e o numerador tende a um número diferente de zero. Exemplo 15. Calcule os limites a seguir justificando cada passagem. (a) lim x→5 (2x2 − 3x+ 4) (b) lim x→−2 x3 + 2x2 − 1 5− 3x Solução. (a) lim x→5 (2x2 − 3x+ 4) = lim x→5 (2x2)− lim x→5 (3x) + lim x→5 4 (Propriedades 2 e 1) = 2 lim x→5 x2 − 3 lim x→5 x+ lim x→5 4 (Propriedade 3) = 2(5)2 − 3(5) + 4 (Propriedades 7, 8 e 9) = 39. Solução. (b) Neste caso, podemos começar tentando aplicara a Propriedade 5. Mas, para isto, precisamos verificar se lim x→−2 5− 3x 6= 0. Como lim x→−2 5− 3x = lim x→−2 5− lim x→−2 3x = lim x→−2 5− 3 lim x→−2 x = 5− 3(−2) = 11 6= 0, então, podemos aplicar a Propriedade 5. lim x→−2 x3 + 2x2 − 1 5− 3x = lim x→−2 x3 + 2x2 − 1 lim x→−2 5− 3x (Propriedade 5) = lim x→−2 x3 + 2 lim x→−2 x2 − lim x→−2 1 lim x→−2 5− 3 lim x→−2 x (Propriedades 1, 2 e 3) = (−2)3 + 2(−2)2 − 1 5− 3(−2) (Propriedades 1, 2 e 3) = − 1 11 . Observação 4. Notamos que, considerando f(x) = (2x2 − 3x + 4), então do item (a) do exemplo anterior, ao substituir x por 5 em f(x), obtemos que lim x→5 (2x2 − 3x + 4) = f(5) = 39. Analogamente, considerando g(x) = 31 x3 + 2x2 − 1 5− 3x , então do item (b) do exemplo anterior, ao substituir x por −2 em g(x), obtemos que lim x→−2 x3 + 2x2 − 1 5− 3x = g(−2) = − 1 11 . A função f é uma função polinomial e a função g é uma função racional. Exemplo 16. Encontre lim x→1 x2 − 1 x− 1 . Solução. Seja f(x) = x2 − 1 x− 1 . Como 1 não pertence ao domínio de f , então não podemos usar a Propriedade da substituição direta. Note que, também não podemos usar a Propriedade 5, pois lim x→1 x− 1 = 0. Desse modo, precisamos, inicialmente, realizar algumas operação algébricas para tentar encontrar uma expressão equivalente à x2 − 1 x− 1 , levando em conta que x 6= 1. Temos que x2 − 1 x− 1 = (x− 1)(x+ 1) x− 1 = x+ 1, pois x 6= 1. Consequentemente, lim x→1 x2 − 1 x− 1 = lim x→1 (x+ 1) = lim x→1 x+ lim x→1 1 = 1 + 1 = 2. Observação 5. No exemplo anterior conseguimos calcular o limite substi- tuindo a função dada f(x) = x2 − 1 x− 1 por uma outra mais simples, g(x) = x + 1, que possui o mesmo limite. Isso é válido porque f(x) = g(x), exceto quando x = 1 e, no cálculo daquele limite, não consideramos o que acontece quando x = 1. Exemplo 17. Encontre lim x→1 g(x), onde g(x) = { x+ 1 se x 6= 1 π se x = 1 . Solução. Aqui g está definida em x = 1 e g(1) = π. Mas, o valor de lim x→1 g(x) não depende do valor da função g em 1. Como g(x) = x + 1 para todo x 6= 1, então lim x→1 g(x) = lim x→1 (x+ 1) = 2. 32 x y 1 2 30 1 2 3 y = f(x) x y 1 2 30 1 2 3 y = g(x) Figura 21: Gráficos ds funções f (do Exemplo 16) e g (do Exemplo 17) Exemplo 18. Encontre lim h→0 (3 + h)2 − 9 h . Solução. Se definirmos f(h) = (3 + h)2 − 9 h , então não podemos calcular lim h→0 f(h) usando a substituição direta, pois f(0) não está definida. Por outro lado, para qualquer h 6= 0, temos que f(h) = (3 + h)2 − 9 h = (9 + 6h+ h2)− 9 h = 6h+ h2 h = 6 + h. Como f(h) = 6 + h para todo h 6= 0, então lim h→0 f(h) = lim h→0 (6 + h) = 6. Exemplo 19. Encontre lim t→0 √ t2 + 9− 3 t2 . Solução. Se definirmos f(t) = √ t2 + 9− 3 t2 , então não podemos calcular lim h→0 f(h) usando a substituição direta, pois f(0) não está definida. Além disso, não podemos aplicar a Propriedade 5 (do quociente), pois lim t→0 t2 = 0. Por outro lado, para qualquer t 6= 0, temos que f(t) = √ t2 + 9− 3 t2 = ( √ t2 + 9− 3) t2 · ( √ t2 + 9 + 3) ( √ t2 + 9 + 3) = (t2 + 9)− 9 t2( √ t2 + 9 + 3) = t2 t2( √ t2 + 9 + 3) = 1√ t2 + 9 + 3 . Como f(t) = 1√ t2 + 9 + 3 para todo t 6= 0, então lim t→0 f(t) = lim t→0 1√ t2 + 9 + 3 . Agora, podemos aplicar a Propriedade 5 (do quociente) neste último limite, obtendo que lim t→0 f(t) = lim t→0 1√ t2 + 9 + 3 = lim t→0 1 lim t→0 √ t2 + 9 + 3 = 1√ 0 + 9 + 3 = 1 6 . 33 Exemplo 20. Mostre que lim x→0 |x| = 0. Solução. Por definição, temos que |x| = { x se x ≥ 0 −x se x < 0 Desse modo, lim x→0+ |x| = lim x→0+ x = 0 e lim x→0− |x| = lim x→0− (−x) = 0. Como os limites laterais são iguais, segue que lim x→0 |x| = 0. x y 0 y = |x| Figura 22 Exemplo 21. Mostre que lim x→0 |x| x não existe Solução. Por definição, temos que |x| = { x se x ≥ 0 −x se x < 0 . Desse modo, lim x→0+ |x| x = lim x→0+ x x = lim x→0+ 1 = 1 e lim x→0− |x| x = lim x→0− (−x) x = lim x→0+ −1 = −1. Assim, lim x→0 |x| x não existe, já que lim x→0+ |x| x 6= lim x→0− |x| x . O gráfico da função f(x) = |x| x , ilustrado na Figura 23, confirma os limites laterais que encon- tramos. 34 x y 0 1 −1 y = |x|x Figura 23 Exemplo 22. Se f(x) = { √ x− 4 se x > 4 8− 2x se x < 4 , determine se lim x→4 f(x) existe. Solução. Por definição, temos que f(x) = √ x− 4 se x > 4. Desse modo, lim x→4+ f(x) = lim x→4+ √ x− 4 = √ 4− 4 = 0. Como, também por definição, f(x) = 8− 2x se x < 4, segue que lim x→4− f(x) = lim x→4− (8− 2x) = 8− 2(4) = 0. Assim, lim x→4 f(x) existe, já que lim x→4+ f(x) = lim x→4− f(x). O gráfico de f é ilustrado na Figura 24 x y 40 Figura 24 Exemplo 23. A função maior inteiro é definida por [[x]] =o maior in- teiro que é menor que ou igual a x. (Por definição, [[4]] = 4, [[4, 8]] = 4, [[π]] = 3, [[ √ 2]] = 1, [[−1 2 ]] = −1). Mostre que lim x→3 [[x]] não existe. Solução. O gráfico da função maior inteiro é ilustrada na Figura 25. Uma 35 vez que [[x]] = 3 para todo 3 ≤ x < 4, temos que lim x→3+ [[x]] = lim x→3+ 3 = 3. Por outro lado, uma vez que [[x]] = 2 para todo 2 ≤ x < 3, temos que lim x→3− [[x]] = lim x→3− 2 = 2. Como esses limites laterais não são iguais, então lim x→3 [[x]] não existe. x y 1 2 3 4 5−1−2 0 1 2 3 4 −1 −2 Figura 25: Função maior inteiro Exemplo 24. Mostre que lim x→0 [ x2 sin ( 1 x )] = 0. Solução. Primeiramente, observamos que não podemos usar a Propriedade 4 (do produto de funções), isto é, não temos a igualdade lim x→0 [ x2 sin ( 1 x )] = lim x→0 x2 · lim x→0 sin ( 1 x ) , pois não existe lim x→0 sin ( 1 x ) . Por outro lado, vamos usar o Teorema do Con- fronto para uma função f menor do que g(x) = x2 sin ( 1 x ) e uma função h maior que g tal que f(x) e h(x) tendam para 0 quando x se aproxima de 0. Para fazer isso, usamos nosso conhecimento sobre a função seno. Como −1 ≤ sin ( 1 x ) ≤ 1, para todo x 6= 0 36 e x2 ≥ 0 para todo x ∈ R, então −x2 ≤ x2 sin ( 1 x ) ≤ x2, para todo x 6= 0 (veja Figura 26). −0.4 −0.2 0.2 0.4 −0.2 −0.1 0.1 0.2 x y y = x2 · sin(1/x) y = −x2 y = x2 Figura 26 Sabemos que lim x→0 x2 = 0 e que lim x→0 (−x2) = 0. Ao definir f(x) = −x2 e g(x) = x2, segue do Teorema do Confronto que lim x→0 [ x2 sin ( 1 x )] = 0. Exercícios Resolvidos - Seção 2.3 Solução do Exercício 2. Pelos gráficos das função f e g segue que lim x→−1 f(x) = 1, lim x→−1 g(x) = 2, lim x→0 f(x) = 2, lim x→0− g(x) = 3 e lim x→0+ g(x) = 1⇒ não existe lim x→0 g(x) lim x→2 f(x) = −1, lim x→2 g(x)= 2, lim x→3 f(x) = 1 e lim x→3 g(x) = 0. Usando as propriedades algébricas temos que: (a) lim x→2 [f(x) + g(x)] = lim x→2 f(x) + lim x→2 g(x) = −1 + 2 = 1; 37 (b) lim x→0 [f(x)− g(x)] não existe, pois não existe lim x→0 g(x); (c) lim x→−1 [f(x)g(x)] = lim x→−1 f(x) · lim x→−1 g(x) = 1 · 2 = 2; (d) lim x→3 f(x) g(x) não existe, pois lim x→3 f(x) = 1 6= 0 e lim x→3 g(x) = 0; (e) lim x→2 [x2f(x)] = lim x→2 x2 · lim x→2 f(x) = 22 · (−1) = −4; (f) f(−1) + lim x→−1 g(x) = 3 + 2 = 5. Solução do Exercício 4. lim x→−1 (x2 + x)(3x2 + 6) = lim x→−1 (x2 + x) · lim x→−1 (3x2 + 6) [Prop. 4] = ( lim x→−1 x2 + lim x→−1 x ) · ( lim x→−1 3x2 + lim x→−1 6 ) [Prop. 1] = ( lim x→−1 x2 + lim x→−1 x ) · ( 3 lim x→−1 x2 + lim x→−1 6 ) [Prop. 3] = ((−1)2 + 1) · (3(−1) + 6) [Prop. 7,8 e 9] = (2) · (3) = 6. 38 Solução do Exercício 6. lim u→−2 √ u4 + 3u+ 6 = √ lim u→−2 (u4 + 3u+ 6) [Prop. 11] = √ lim u→−2 u4 + 3 lim u→−2 u+ lim u→−2 6 [Prop. 1, 2 e 3] = √ (−2)4 + 3(−2) + 6 [Prop. 9, 8 e 7] = √ 16− 6 + 6 = 4. Solução do Exercício 8. lim t→2 ( t2 − 2 t3 − 3t+ 5 )2 = [ lim t→2 ( t2 − 2 t3 − 3t+ 5 )]2 [Prop. 6] = limt→2(t2 − 2) lim t→2 (t3 − 3t+ 5) 2 [Prop. 5] = limt→2 t2 − limt→2 2 lim t→2 t3 − 3 lim t→2 t+ lim t→2 5 2 [Prop. 1, 2 e 3] = [ (2)2 − 2 (2)− 3(2) + 5 ]2 [Prop. 9, 7 e 8] = ( 2 7 )2 = 4 49 . Solução do Exercício 10. (a) O que há de errado com a equação x2 + x− 6 x− 2 = x+ 3 (∗) é que, seu lado esquerdo não está definido para x = 2. Desse modo, como x2 + x− 6 x− 2 = (x− 2) · (x− 3) x− 2 , (∗∗) então obteríamos a equação (∗), se dividíssemos o numerador e o denomi- nador, dados no lado esquerdo de (∗∗), por (x − 2). Porém, para manter a igualdade em (∗∗), (x−2) deve ser diferente de zero e isso só ocorre se x 6= 2. 39 Portanto, não podemos afirmar que a igualdade em (∗) é satisfeita. (b) Em vista de (a), tem-se que x2 + x− 6 x− 2 = x+3 para todo x 6= 2. Assim, a igualdade lim x→2 x2 + x− 6 x− 2 = lim x→2 (x+ 3) é válida, pois no limite não importa o comportamento das expressões x2 + x− 6 x− 2 e x+ 3 no ponto x = 2, mas sim o comportamento delas próximo ao ponto x = 2 e, próximo ao ponto x = 2 tem-se que x2 + x− 6 x− 2 = x+ 3. Solução do Exercício 12. lim x→−3 x2 + 3x x2 − x− 12 = lim x→−3 x(x+ 3) (x− 4)(x+ 3) = lim x→−3 x (x− 4) = −3 −3− 4 = 3 7 . Solução do Exercício 14. lim x→4 x2 + 3x x2 − x− 12 = lim x→4 x(x+ 3) (x− 4)(x+ 3) = lim x→4 x (x− 4) . Uma vez que lim x→4 x = 4 e lim x→4 x − 4) = 0, então não existe lim x→4 x (x− 4) e consequentemente, não existe lim x→4 x2 + 3x x2 − x− 12 . Solução do Exercício 16. lim x→−1 2x2 + 3x+ 1 x2 − 2x− 3 = lim x→−1 (2x+ 1)(x+ 1) (x− 3)(x+ 1) = lim x→−1 (2x+ 1) (x− 3) = 2(−1) + 1 (−1)− 3 = −1 −4 = 1 4 . Solução do Exercício 18. lim h→0 (2 + h)3 − 8 h = lim h→0 (8 + 12h+ 6h2 + h3)− 8 h = lim h→0 12h+ 6h2 + h3 h = lim h→0 (12 + 6h+ h2) = 12 + 0 + 0 = 12; 40 Solução do Exercício 20. lim t→1 t4 − 1 t3 − 1 = lim t→1 (t2 − 1)(t2 + 1) (t− 1)(t2 + t+ 1) = lim t→1 (t− 1)(t+ 1)(t2 + 1) (t− 1)(t2 + t+ 1) = lim t→1 (t+ 1)(t2 + 1) (t2 + t+ 1) = ((1) + 1)((1)2 + 1) ((1)2 + (1) + 1) = 4 3 . Solução do Exercício 22. lim u→2 √ 4u+ 1− 3 u− 2 = lim u→2 √ 4u+ 1− 3 u− 2 · √ 4u+ 1 + 3√ 4u+ 1 + 3 = lim u→2 (√ 4u+ 1 )2 − (3)2 (u− 2) √ 4u+ 1 + 3 = lim u→2 4u+ 1− 9 (u− 2) √ 4u+ 1 + 3 = lim u→2 4(u− 2) (u− 2) √ 4u+ 1 + 3 = lim u→2 4√ 4u+ 1 + 3 = lim u→2 4√ 9 + 3 = 2 3 . Solução do Exercício 24. lim h→0 (3 + h)−1 − 3−1 h = lim h→0 ( 13+h − 1 3) h = lim h→0 3− (3 + h) 3h(3 + h) = lim h→0 −h 3h(3 + h) = lim h→0 −1) 3(3 + h) = −1 lim h→0 3(3 + h) = −1 3(3 + (0)) = −1 9 . Solução do Exercício 26. lim x→−1 2x2 + 2x+ 1 x4 − 1 = lim x→−1 (x+ 1)2 (x2 + 1)(x2 − 1) = lim x→−1 (x+ 1)2 (x2 + 1)(x+ 1)(x− 1) = lim x→−1 (x+ 1) (x2 + 1)(x− 1) = (−1) + 1 ((−1)2 + 1)((−1)− 1) = 0 2(−2) = 0. 41 Solução do Exercício 30. lim x→−4 √ x2 + 9− 5 x+ 4 = lim x→−4 √ x2 + 9− 5 x+ 4 · √ x2 + 9 + 5√ x2 + 9 + 5 = lim x→−4 ( √ x2 + 9− 5)( √ x2 + 9 + 5) (x+ 4)( √ x2 + 9 + 5) = lim x→−4 (x2 + 9)− 25 (x+ 4)( √ x2 + 9 + 5) = lim x→−4 x2 − 16 (x+ 4)( √ x2 + 9 + 5) = lim x→−4 (x+ 4)(x− 4) (x+ 4)( √ x2 + 9 + 5) = lim x→−4 (x− 4)√ x2 + 9 + 5 = lim x→−4 x− 4 lim x→−4 √ x2 + 9 + 5 = ((−4)− 4)√ (−4)2 + 9 + 5 = −4 5 Solução do Exercício 32. lim h→0 ( 1 (x+h)2 − 1 x2 ) h = lim h→0 x2−(x+h)2 x2(x+h)2 h = lim h→0 x2 − (x2 + 2xh+ h2) hx2(x+ h)2 = lim h→0 −h(2x+ h)) hx2(x+ h)2 = lim h→0 −(2x+ h) x2(x+ h)2 = lim h→0 −(2x+ h) lim h→0 x2(x+ h)2 = −(2x+ (0)) x2(x+ (0))2 = −2x x4 = −2 x3 . Solução do Exercício 36. Vamos considerar as funções f , g e h dadas por f(x) = − √ x3 − x2, g(x) = √ x3 − x2 sin ( π x ) e h(x) = √ x3 − x2. Uma vez que −1 ≤ sin ( π x ) ≤ 1, então − √ x3 − x2 ≤ √ x3 − x2 sin ( π x ) ≤ √ x3 − x2, para todo x 6= 0. Ou seja, f(x) ≤ g(x) ≤ h(x), para todo x 6= 0. Como lim x→0 f(x) = 0 = lim x→0 h(x), então, pelo Teorema do Confronto, segue que lim x→0 h(x) = lim x→0 √ x3 − x2 sin (π x ) = 0. Os gráficos de f , g e h estão ilustra- dos na Figura 27 −1 1 −1 1 h h f x y Figura 27 42 Solução do Exercício 38. Uma vez que 2x ≤ g(x) ≤ x4−x2+2, para todo x e, além disso, lim x→1 2x = 2(1) = 2 e lim x→1 (x4 − x2 + 2) = (2)4 − (4)2 + 2 = 2, ou seja, lim x→1 2x = 2 = lim x→1 (x4 − x2 + 2), então, pelo Teorema do Confronto, segue que lim x→1 g(x) = 2. Solução do Exercício 39. Como −1 ≤ cos ( 2 x ) ≤ 1, para todo x 6= 0, então, para todo x 6= 0 tem-se que −x4 ≤ x4 cos ( 2 x ) ≤ x4. Uma vez que lim x→0 (−x4) = 0 = lim x→0 x4, então, pelo Teorema do Confronto, segue que lim x→0 x4 cos ( 2 x ) = 0. Solução do Exercício 50. Como f(x) = { x2 + 1, se x < 1 (x− 2)2, se x ≥ 1 , então: (a) lim x→1− f(x) = lim x→1− (x2 + 1) = lim x→1− x2 + lim x→1− 1 = (1)2 + 1 = 2 e lim x→1+ f(x) = lim x→1− (x− 2)2 = ( lim x→1+ x− lim x→1+ 2 )2 = (1− 2)2 = 1. (b) Por (a) temos que lim x→1− f(x) 6= lim x→1+ f(x), logo lim x→1 f(x) não existe. (c) O gráfico de f está ilustrado na Figura 28. x y 10 2 f Figura 28 Solução do Exercício 61. Como f(x) = { x2, se x é racional 0, se x é irracional , então 0 ≤ f(x) ≤ x2, para todo x. Como, lim x→0 0 = 0 = lim x→0 x2, segue do Teorema do Confronto que lim x→0 f(x) = 0. 43 Solução do Exercício 62. Vamos apresentar um exemplo no qual, nem lim x→a f(x) nem lim x→a g(x) existem, mas existe lim x→a [f(x) + g(x)]. Sejam f(x) = [[x]] e g(x) = −[[x]]. Então, lim x→3 f(x) e lim x→3 g(x) não existem, como visto no Exemplo 23. Entretanto, lim x→3 [f(x) + g(x)] = lim x→3 [ [[x]]− [[x]] ] = lim x→3 0 = 0. Ou seja, lim x→3 [f(x)+ g(x)] existe, ainda que nem lim x→3 f(x) nem lim x→3 g(x) exis- tam. Solução do Exercício 63. Vamos apresentar um exemplo no qual, nem lim x→a f(x) nem lim x→a g(x) existem, mas existe lim x→a [f(x)g(x)]. Seja H(x) a função de Heaviside dada por H(x) = { 0 se x < 0 1, se x ≥ 0 . Assim, ao consi- derar f(x) = H(x) e g(x) = 1 − H(x) = { 1 se x < 1 0, se x ≥ 0 , pelo Exemplo 9, nem lim x→0 f(x) nem lim x→0 g(x) existem. Por outro lado, como para todo x < 0 tem-se f(x)g(x) = 0 e para todo x ≥ 0 tem-se f(x)g(x) = 0, então lim x→0 [f(x)g(x)] = lim x→0 0 = 0. Ou seja, lim x→0 [f(x)g(x)] existe, ainda que nem lim x→0 f(x) nem lim x→0 g(x) existam. Exercícios Sugeridos-Seção 2.3 Resolva os exercícios: 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17, 19, 21, 23, 25, 27, 29. Referências [1] STEWART, James. Cálculo, v. 1. 8. São Paulo Cengage Learning 2017 1 recurso online ISBN 9788522126859. 44